Filha de diarista, aluna de Pesqueira passa em medicina

Após três tentativas, estudante foi aprovada na UFPE de Caruaru

por Maya Santos qua, 05/02/2020 - 13:30

Entre os cursos mais concorridos, medicina ocupa uma das primeiras colocações nas buscas em universidades federais. No entanto, a concorrência não foi impedimento para a Karolayne Batista Bezerra, 20, desistir do sonho de infância. A estudante comemora a aprovação em medicina na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), no campus Caruaru.

Após três anos, a estudante natural de Pesqueira, localizada no Agreste do estado de Pernambuco, realizou rotinas de estudos, desde o final do ensino médio, para alcançar seu objetivo. Os métodos utilizados para obter melhor aproveitamento durante as horas de atenção aos conteúdos são compartilhados em rede social, no Instagram, com o objetivo de ajudar outros estudantes de Pesqueira a chegarem na universidade. 

“Eu fiz um Instagram voltado justamente pra ajudar os outros vestibulandos como eu. Já tem um ano em que eu posto várias coisas, agora vou postar minha rotina na faculdade de medicina”, disse Karolayne ao LeiaJá

A mãe de Karolayne, Maria Betânia Batista Neto, 40, trabalha como diarista em pousadas na cidade de Pesqueira. Sempre ouviu com atenção os sonhos da filha, que devido às condições estudou apenas em escolas da rede pública. E agora recorda a trajetória da filha até o resultado atual. “Ela passou até em outros cursos, como enfermagem, mas ela só queria medicina”, contou ao LeiaJá.

Nesta terça-feira (4), a pesqueirense, aprovada no Sistema de Seleção Unificada em sétima colocação pelas cotas afirmativas, realizou a matrícula na instituição de ensino superior. “Foi uma realização que eu esperava a três anos, estudando em casa. Minha família ficou muito feliz, ficaram orgulhosos e só felicidade”, enfatizou.

Na próxima sexta-feira (7) inicia a convocação dos candidatos em lista de espera, do Sisu, pelas instituições de ensino superior, o prazo para encerramento está previsto para 30 de abril.

LeiaJá também

-> Do próprio bolso, professora produz conteúdo afrocentrado

COMENTÁRIOS dos leitores