Cerca de 620 mil pernambucanos estão sem remuneração

Dados do IBGE apontam que dos 940 mil pernambucanos ocupados e afastados do trabalho em maio, 620 mil deixaram de ser remunerados

por Maya Santos qui, 25/06/2020 - 11:29
Arthur de Souza/LeiaJáImagens/Arquivo Dados são do PNAD, do IBGE Arthur de Souza/LeiaJáImagens/Arquivo

Foi registrado e publicado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que dos 940 mil pernambucanos ocupados e afastados do trabalho em maio, 620 mil deixaram de ser remunerados. Os dados foram disponibilizados através da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Covid-19, divulgada nesta quarta-feira (24). 

Desde de a chegada da Covid-19 no país que os impactos do vírus são observados pelo órgão. Segundo levantamento, do total de 940 mil que foram temporariamente afastados, tendo como motivação o distanciamento social ou outro diferente dessa condição (como férias ou licença maternidade), representam 28,8% do total de pessoas empregadas em Pernambuco. Se comparado, o número é maior que a média nacional, que era de 18,6% durante o mesmo período. 

A pesquisa ainda revela que, mesmo com a manutenção dos empregos - possibilitados por meio de acordos contratuais -, cerca de 40,4% pernambucanos tiveram rendimento menores no mês de maio. 

O relatório também mostra que, durante o mesmo mês, os pernambucanos estavam com dificuldades conseguir emprego devido a pandemia da Covid-19. Em números, foi quantificado cerca de 1,5 milhão de pessoas desempregadas. Destes, 1,2 milhão desistiram de procurar emprego, segundo o IBGE. Essa quantidade se aproxima a quase toda a população de Recife, que é de 1,6 milhão de habitantes.

A pesquisa foi realizada via telefone em cerca de 7 mil domicílios, em 137 cidades do Estado. A amostragem analisa os segmentos de gênero, cor ou raça, nível de escolaridade e grupo de idade. Foram calculados pelo IBGE cerca de 3,2 milhões de pessoas em atividade, apesar de Pernambuco ter em torno de 7,6 milhões consideradas como “população em idade de trabalhar” - pessoas a partir dos 14 anos.

Informalidade e auxílio emergencial

Dentre as linhas de pesquisa, também foram categorizadas as pessoas que receberam auxílio emergencial e pessoas na informalidade. De acordo com informado pela Pnad Covid-19, 51% dos lares pernambucanos recebem o auxílio emergencial concedido durante três meses pelo Governo Federal. O percentual fica abaixo da média do Nordeste, que alcança 54,8%, mas se mostra elevada em relação à média no Brasil, que é de 38,7%.

Em vista às pessoas que atuam na informalidade, a pesquisa ainda mostra um total de 1,4 milhão de trabalhadores em Pernambuco. Na categoria foram consideradas pessoas do setor privado ou trabalhadores doméstico sem carteira, como também empregados que não contribuem para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Os dados apurados pelo IBGE refletem os impactos da pandemia do novo coronavírus em Pernambuco. Em último boletim realizado nesta quarta-feira (24), a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) confirmou mais 1.191 novos casos da Covid-19 em Pernambuco. Agora, Pernambuco totaliza 54.022 casos confirmados, sendo 18.553 graves e 35.469 leves. O boletim também registra que 36.710 pessoas foram curadas da Covid-19.

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