Pesquisa: famílias participam mais da educação dos filhos

Conclusão é de uma pesquisa realizada pelo Datafolha durante a pandemia de Covid-19

por Ruan Reis sex, 27/11/2020 - 17:02
Pixabay . Pixabay

A Fundação Lemann, Itaú Social e Imaginable Futures divulgaram, nesta sexta-feira (27), uma pesquisa encomendada ao Datafolha na qual aponta que no Nordeste, 47% das famílias estão participando mais da educação dos estudantes durante a pandemia de Covid-19. Conforme o levantamento, a relação da família com a escola é priorizada no combate ao abandono escolar, que é temido por 35% dos responsáveis pelos estudantes desta região.

“Famílias estão acompanhando mais de perto o ensino para seus filhos e valorizando o papel central do professor. São transformações que vêm para dar mais força a iniciativas de valorização da profissão docente, assim como da parceria família-escola”, explica, em nota, a gerente de Pesquisa e Desenvolvimento do Itaú Social, Patricia Mota Guedes.

A pesquisa aponta que, no Brasil, 71% dos responsáveis pelos estudantes estão valorizando mais o trabalho desenvolvido pelos professores e 94% consideram muito importante que os docentes estejam disponíveis para correção de atividades e esclarecimento de dúvidas durante as aulas não presenciais. Para as famílias do Nordeste, 68% consideram que as aulas remotas foram eficientes no aprendizado dos estudantes. A média nacional foi de 64%.

Em relação ao acesso aos conteúdos escolares, 89% receberam atividades, sendo 28 pontos a mais do que na primeira onda da pesquisa, realizada em março. A média nacional é de 92%. Por outro lado, o mapeamento mostrou os principais desafios que devem ser enfrentados de agora em diante.

Os estudantes do Nordeste estão menos motivados para realizar as atividades em casa. Em maio, 43% se sentiam desmotivados, agora, são 47%. A percepção das dificuldades de estabelecer uma rotina de aprendizagem em casa passou de 58% para 63%. Também para 28%, o relacionamento em casa piorou após o início das atividades remotas.

O diretor executivo da Fundação Lemann, Denis Mizne, pontua que a preocupação dos pais com uma possível desistência da escola pelos estudantes é um alerta para toda a sociedade. “A evasão e o abandono escolar não são um evento pontual, mas algo que terá reflexo sobre o estudante, sobre sua família e sobre a sociedade como um todo, aumentando ainda mais a desigualdade. Toda a sociedade deve estar engajada para evitar que o estudante desista da escola”, diz, por meio de nota.

Ainda segundo a pesquisa Datafolha, há outro retrato mais abrangente da pandemia, para além de aspectos diretamente relacionados à educação, como, por exemplo, a perda das refeições importantes que os alunos em situação vulnerável faziam nas escolas. Para 52% das famílias do Nordeste, a falta de refeição que os estudantes faziam na escola está pesando no orçamento, indicando o maior índice no País. A média nacional é de 42%.

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