Léo Medrado

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Jogo Rápido

Perfil: Jornalista esportivo, apresentador e comentarista.

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Abre a jaula

Léo Medrado, | qui, 08/03/2012 - 17:56
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Uma tremenda polêmica: direitos e deveres do torcedor. Até onde vai a liberdade de torcer? Posso xingar? Posso mandar o cara pra PQP? Meramente cultural. Convencionalmente cultural. Desde pequeno, e já faz muito tempo, acostumei-me a ouvir os mais cabeludos palavrões oriundos das arquibancadas dos estádios.

“Um , dois três... quatro, cinco, mil... eu quero que o (nome do time) vá pra p... que pariu...”. Esse grito, que hoje soa por demais inocente, era “cantado” por todas as torcidas de Pernambuco na década de 70/80. E não existia uma só mãe que se sentisse ofendida. Os palavrões foram aumentando. A ofensa foi personificando. E hoje chegamos ao absurdo de ouvirmos do torcedor a seguinte frase: “ Pago o ingresso, portanto pago o salário dele... logo, tenho o direito de dar porrrrraaaaada”.

Que lógica estapafúrdia. Que conceito ridículo. O torcedor acreditar que pode agredir o jogador é inacreditável. Mas é o que acontece para alguns deles. Das palavras para a ação.

O estádio dos Aflitos, infelizmente, oferece uma logística inadequada no relacionamento torcida/jogador. A proximidade do alambrado ao túnel de acesso aos vestiários provoca um estremecimento de relação, que varia de acordo com o rendimento de cada atleta. Principalmente no intervalo dos jogos.

Existe uma cartilha elaborada pela Secretaria de Esportes do Governo do Estado que se prontifica a “educar” o torcedor. Ninguém imagina que cheguemos a um estágio em que os gritos passem a ser: “Feiô... feiô...” ou “Chatão...tandandan... chatão...tandandan...”.Até porque não é essa a intenção. Apenas gostaríamos imensamente que o torcedor compreendesse que, antes do atleta, existe o HOMEM. O SER HUMANO. O PAI DE FAMÍLIA. O CIDADÃO, que, como todos os outros mortais, tem que ser respeitado e jamais agredido verbal ou fisicamente.

Vamos simplificar. Atrás do alambrado tornou-se tolerável o xingamento. A mudança desse hábito, se houver, será a longo prazo. Mas que fique e pare por aí. Enquanto isso, que o Náutico faça como o Sport e coloque uma estrutura de fibra, ou até mesmo um inflável de sanfona que prolongue o acesso aos vestiários até à beira do gramado. Isso, por se só,  já evita a proximidade do torcedor ao atleta.

Assim seja. Até que venha a Copa do mundo onde não teremos alambrado. Jogadores e torcedores conviverão sem “jaula”.  Nada estará  interpondo-se a eles. Aí eu vou pagar pra ver. Queres conhecer o valentão?! Abre a jaula...

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