Janguiê Diniz

Janguiê Diniz

O mundo em discussão

Perfil:   Mestre e Doutor em Direito, Fundador e Presidente do Conselho de Administração do Grupo Ser Educacional, Presidente do Instituto Exito de Empreendedorismo

Os Blogs Parceiros e Colunistas do Portal LeiaJá.com são formados por autores convidados pelo domínio notável das mais diversas áreas de conhecimento. Todos as publicações são de inteira responsabilidade de seus autores, da mesma forma que os comentários feitos pelos internautas.

Inércia, caminho do fracasso

por Nathan Santos | qua, 31/03/2021 - 15:32
Compartilhar:

Todo mundo já deve ter ouvido falar que um tubarão não pode parar de se movimentar, senão ele morre. Essa informação não é totalmente verídica, pois o animal não depende exclusivamente do movimento para respirar. É possível, no entanto, usá-la como alegoria para a vida: não há progresso, evolução e sucesso sem movimento. Letargia e zona de conforto são extremamente nocivas a vidas e carreiras.

Inércia leva à inação, que, por sua vez, é o caminho do fracasso. E aqui podemos entender a inércia não apenas como ficar parado, mas também como “seguir o fluxo”, num movimento uniforme e sem variações que nada acrescenta a sua caminhada. A vida só oferece desenvolvimento e prosperidade a quem não se limita a fazer mais do mesmo e, principalmente, quem tem atitude, que corre atrás, que faz acontecer. Conforme asseverou Albert Einstein, não se pode esperar resultados diferentes fazendo tudo exatamente igual. Esse “fazer tudo exatamente igual” é a inércia de que falo. Ficar parado ou seguir a corrente nunca levará ninguém ao topo, isso podemos concordar.

É bem verdade que, em determinadas situações, pode ser difícil romper a inércia inicial e iniciar um movimento de transformação, seja pessoal ou profissional. Nesses momentos, acredito que uma análise reflexiva aprofundada mostra o único caminho: quebrar esse status quo de marasmo. O medo pode nos paralisar momentaneamente, sim, mas não pode ser maior do que a vontade de ser melhor, de fazer e conquistar mais – e não me refiro aqui a ganância, mas ao desejo honesto de crescimento.

Todo propósito de vida, quando bem definido, mostra caminhos, estratégia e táticas para sua realização. Traçar esse panorama é algo que ajuda a quebrar a inércia. Ao definir um objetivo, é preciso se preparar para cumpri-lo. Essa preparação passa por planejamento e estudo – planejar a rota a ser trilhada e estudar para obter o conhecimento necessário para tal. E que fique claro: o primeiro passo, certamente, será o mais difícil. Justamente o responsável por tirar da inércia. Depois dele, no entanto, tudo vai se tornando, paulatinamente, mais fácil e confortável, à medida que se aprende como lidar com as situações.

O músico pernambucano Chico Science escreveu: “Um passo à frente e você não está mais no mesmo lugar”. Essa saída do lugar é um dos movimentos mais importantes que uma pessoa pode realizar na vida. Indica o real desejo de transformação, de busca de algo mais. O importante é não ficar parado. Assim como o “mito” dos tubarões, nós também não fomos feitos para a letargia. Há que evitá-la a todo custo.

No rastro do sucesso

Janguiê Diniz, | seg, 29/03/2021 - 10:17
Compartilhar:

Uma das frases que mais se ouve no âmbito do empreendedorismo é que “o sucesso deixa rastros”. E essa é uma grande e poderosa verdade. Quem dera todos tivessem essa consciência; o mundo contaria com mais pessoas bem-sucedidas e suas vidas seriam um pouco menos complicadas. Saber identificar esses “rastros” do sucesso é habilidade primordial para também alcançar o sucesso com mais agilidade. É a chamada modelagem.

Modelagem é a habilidade ou capacidade – ainda mais, a atitude – de analisar e se inspirar na trajetória de vida e/ou profissional de alguém, a fim de absorver ensinamentos e aplicar em sua própria vida. Ou seja, é olhar para alguém que é exemplo, modelo a ser seguido em determinado setor, e aprender com aquela pessoa, suas experiências e atitudes. Grosso modo, imitar os passos de quem já passou pelo caminho que você deseja seguir.

Daí dizer que o sucesso deixa rastros. Deixa mesmo. Quem é pioneiro em uma seara sempre experiencia dificuldades, inúmeros percalços, justamente por ser precursor. Os que vêm depois, por sua vez, não precisam “sofrer” tanto, e podem ter desempenho melhor, se souberem se inspirar em quem já passou por ali. Modelar alguém é justamente saber que caminho tal pessoa tomou, que direcionamentos teve em sua trajetória que a ajudaram a chegar ao topo. É também, e talvez mais importante, saber onde o outro errou, para evitar essas falhas e, assim, garantir maior taxa de sucesso. Pensemos: é bem mais fácil, mais barato e menos doloroso aprender com o erro dos outros.

Modelar alguém, no entanto, não pode significar tornar-se apenas uma cópia, mera reprodução. Deve ser, antes de tudo, forma de inspiração. É que é necessário adaptar as lições aprendidas com o exemplo alheio à sua realidade, que não necessariamente é a mesma da figura em quem se inspira. Há um espaço nesse processo que será preenchido pela sua criatividade, capacidade analítica e, principalmente, determinação em fazer acontecer. A cópia pela cópia pode não ser frutífera, pois acaba por carecer de elementos extras.

Na busca pelo desenvolvimento e pela prosperidade, é preciso saber utilizar as ferramentas corretas que ajudam a alcançar os objetivos de forma melhor. A modelagem é uma dessas ferramentas e pode trazer grandes benefícios. Aprender de quem já fez é muito melhor do que seguir uma jornada independente, tomando decisões por conta própria. Se há lições já aprendidas, por que não utilizá-las? Há que se ter inteligência para saber extrair os melhores ensinamentos de quem se tornou paradigma de sucesso.

Kintsugi, a arte do imperfeito

| qui, 18/03/2021 - 18:48
Compartilhar:

Em uma época em que o conceito da modernidade líquida, cunhado pelo sociólogo polonês Zygmunt Bauman, parece mais presente do que nunca, o descarte é prática recorrente. Se uma xícara cai de sua mão, o provável destino é o lixo, sendo brevemente substituída por outro exemplar. Mas uma prática japonesa – depois transformada em conceito filosófico e até em arte – vai na contramão dessa realidade. É o kintsugi, uma técnica de restauro de objetos que valoriza as imperfeições – e nos diz muito sobre aceitar falhas.

A origem do kintsugi enquanto técnica remonta ao século XV, no Japão. Um senhor feudal teria enviado uma xícara de chá quebrada para conserto na China, mas esta foi devolvida com reparos grosseiros de grampos, o que o fez recorrer a artesãos locais. Eis que o resultado foi que os remendos foram feitos com uma liga polvilhada a ouro, valorizando as “cicatrizes” da peça e conferindo-lhe nova aparência. Hoje, essa técnica virou uma filosofia que prega exatamente isto: em vez de esconder feridas e imperfeições, é preciso destacá-las, pois são lembranças e marcas da vida. A cultura tradicional japonesa valoriza as marcas do tempo, tanto que objetos não são facilmente descartados, mesmo que quebrados. Um contraste com a obsolescência programada da realidade atual, em que se tem a necessidade de sempre ter a roupa da moda, o carro do ano, o mais moderno smartphone.

A filosofia do kintsugi nos faz pensar sobre como lidamos com nossas falhas e imperfeições. Tentamos escondê-las ou abraçamos essa parte tão intrínseca de nosso ser e aceitamos que somos seres imperfeitos? É preciso aceitar nossas falhas e procurar trabalhar em cima delas. O que não significa, claro, desistir de algo. Pelo contrário. O kintsugi restaura a peça, tornando-a nova, mas sem esconder as cicatrizes do passado. Assim também devemos agir. As feridas do tempo não podem impedir que nos reconstruamos e continuemos nossa trajetória. O ouro utilizado no reparo das peças do kintsugi diz muito sobre essa valorização do “quebrado”: são essas feridas, essas falhas, que nos fazem sermos quem somos hoje. Por que escondê-las?

A cultura oriental tem muito a nos ensinar. O kintsugi, que hoje gera até peças de arte de alto valor, pode e deve ser aplicada em nosso cotidiano, em nossas vidas. Não deveríamos tentar apenas esconder nossas falhas e quebras do passado, mas mantê-las como uma lembrança de lições aprendidas na vida. Como você tem tratado a sua xícara de chá?

A fórmula do sucesso

| qui, 11/03/2021 - 18:20
Compartilhar:

Antes de quaisquer considerações, é preciso fazer alguns questionamentos pertinentes: o que é sucesso? Existe mesmo uma fórmula do sucesso? São perguntas que sempre rondam pessoas que alcançaram determinado status na vida. E as respostas a elas são incertas e maleáveis, pois o sucesso funciona de forma diferente para cada pessoa. Bom, a verdade é que não há uma “receita do bolo”, mas existem, ao menos, indicações de como proceder para viabilizar um caminho vitorioso.

A toda pessoa de sucesso, embora caminhem por trilhas diversas, há algumas características que são comuns, quais sejam: foco, determinação, resiliência, estudo, planejamento, trabalho árduo e iluminação divina. Dentre essas, atenho-me aqui à resiliência, pois a considero a principal habilidade que uma pessoa que quer alcançar o sucesso precisa ter. Resiliência é a capacidade de suportar as intempéries da jornada, as “porradas” que a vida dá, sem desanimar ou esmorecer. É saber cair e levantar-se, de cabeça erguida, para seguir a caminhada.

Para ser resiliente, é preciso também ter inteligência emocional e um mindset positivista. A inteligência emocional viabiliza manter o pensamento em ordem e não se abalar frente às adversidades que surgem na luta pela prosperidade. Como o próprio termo sugere, é saber lidar com as emoções e não deixar que elas influenciem de forma negativa na sua performance. Torna-se, portanto, habilidade essencial a quem enfrenta diariamente dificuldades, dentro da busca pelo sucesso. Desenvolver inteligência emocional pode não ser um processo fácil ou rápido, mas traz, com certeza, grandes benefícios à vida de todo empreendedor – mais ainda, de toda pessoa.

Para cada jornada, a vida vai lhe exigir habilidades e competências específicas. Cabe a você saber enxergá-las e desenvolvê-las para, assim, alcançar o tão almejado sucesso. Em cada empreitada iniciada, é preciso fazer uma análise completa e ter uma visão panorâmica da situação e das possibilidades de futuro para melhor se preparar para as batalhas vindouras. Se não há uma fórmula exata para o sucesso, ao menos pode-se dizer que é preciso, antes de tudo, estar pronto para o desafio e decidir verdadeiramente encará-lo. No mais, tudo vem com o tempo.

Tirando o melhor do pior

Janguiê Diniz, | qua, 03/03/2021 - 11:33
Compartilhar:

É chato falhar. Ninguém gosta. Nossa sociedade se constituiu sobre a premissa de que todos precisamos acertar sempre, ser perfeitos e jamais demonstrar fraqueza. Esta é uma das grandes falhas na formação de nosso pensamento coletivo. Isso porque o erro também pode ser positivo e bastante frutífero. Ocorre que, ao errar, você pode ter dois posicionamentos: o pessimista, de que o erro é uma falha grave, uma vergonha; ou o otimista, enxergando uma oportunidade de aprender e crescer.

Não se engane. O erro, a falha e a perda são presenças constantes na vida de qualquer empreendedor, desde os mais experientes até os mais iniciantes. Não se pode evitar completamente os erros, apesar de ser possível e necessário ter a consciência de evitá-los. Mas é possível aprender com eles. Lembre-se que Thomas Edison falhou mais de dez mil vezes antes de conseguir inventar a lâmpada. Se ele encarou como dez mil derrotas? Não. Ele aprendeu dez mil maneiras diferentes que não deram certo. E é nisso que se deve focar. Erros trazem ensinamentos poderosos. Faz-se, portanto, necessário refletir, estudar e tirar conclusões sobre essas falhas, de modo a elucidar motivos e alternativas para não voltar a cometer tais deslizes novamente.

Também é atribuída a Edison a frase que prega que “muitas das falhas da vida acontecem quando as pessoas não percebem o quão perto estão quando desistem”. O que mostra a importância de não desistir dos objetivos nos primeiros obstáculos. Esse comportamento pessimista é comum a muitas pessoas, por acharem que não vale a pena persistir em um propósito. Pelo contrário, é quando os percalços surgem que se precisa desenvolver a coragem e, principalmente, a resiliência para enfrentar as adversidades. De um tropeço, pode surgir a força de vontade necessária para correr mais, subir mais, desenvolver-se mais.

Muitas vezes, nos deixamos dominar pela negatividade, mas esta é uma prática extremamente nociva. O pensamento negativo é como uma âncora, que arrasta para baixo e prende no lugar, não permitindo a evolução ou mudança de condição. Já o mindset positivo liberta e impulsiona, sendo uma ferramenta essencial para o sucesso.

Quando se erra, sempre se pode aprender. As pedras do caminho acabam se tornando degraus de crescimento. Cabe a cada um saber enxergar essas experiências da melhor forma. Você tem poder sobre sua mente, portanto, direcione-a para a positividade. Assim, verá como terá um desempenho muito melhor em tudo a que se propor. De que lado você está? Eu prefiro sempre olhar o viés positivo de toda situação.

Tom Brady, o melhor de todos os tempos

Janguiê Diniz, | sex, 26/02/2021 - 15:50
Compartilhar:

O Super Bowl, a final da liga de futebol americano dos Estados Unidos, é um dos maiores eventos do mundo. Nele, as duas melhores equipes da temporada se enfrentam pelo troféu e jogadores são vistos como ídolos. Um deles, Tom Brady, reforçou, na última final, seu título de “melhor de todos os tempos”, levando seu time, o Tampa Bay Buccaneers, à vitória. Brady tem uma trajetória que se assemelha à de muitos empreendedores e deve ser espelho para muitos outros.

Aos 43 anos, a história do astro, cheia de altos e baixos, também é marcada por muita dedicação, suor e lágrimas. Por muitas vezes, ele foi tido como superado, velho demais, um mau jogador, mas provou que os críticos estavam errados. Brady sozinho é detentor de sete títulos do Super Bowl, marca maior do que qualquer equipe da competição. Seu último time, o New England Patriots, possui seis troféus, todos conquistados durante a passagem de Brady pela equipe.

O que a trajetória de Tom Brady traz de lição é a força da dedicação, da determinação e, principalmente, do trabalho árduo. Não foi à toa que ele chegou no topo. Anos de treinos, estudos, desenvolvimento e tropeços, mas sem nunca desistir. Chama atenção também seu espírito de liderança, que sempre aflorou em momentos decisivos. O empreendedor também não pode se dar por vencido. Enquanto houver disposição, há metas a serem batidas, conquistas a serem realizadas e sonhos a serem alcançados. Também precisa tomar a frente, não só de uma equipe, mas de sua própria vida, assumindo as rédeas de seu destino e trabalhando para construir o que tanto deseja. É essa força de vontade de ser sempre melhor que leva a performances admiráveis como a do grande jogador, e de tantos outros esportistas que nos servem de inspiração.

Tom Brady é chamado de “GOAT”, sigla que forma a palavra “cabra”, mas que em tradução livre significa “o melhor de todos os tempos”. Ele diz até preferir que não adotem a definição, que o diminuam ou não acreditem nele, só para poder provar que estão errados. E a vida do empreendedor é isso: provar-se sempre melhor do que pensam, ou do que você mesmo acredita ser. O prêmio não será um troféu, mas inúmeras realizações. Vale a pena.

Empreendedorismo: dor e remédio

Janguiê Diniz, | qui, 11/02/2021 - 15:08
Compartilhar:

Costuma-se definir empreender como criar soluções para problemas atuais. Vem da identificação de uma “dor” – entendida como algo a ser sanado – e o desenvolvimento de um “remédio”. Tarefa que exige, acima de tudo, atenção e dedicação. Abrir mais uma empresa, qualquer um pode abrir; estabelecer um empreendimento que, de fato, cause real transformação é para os mais dispostos.

É preciso também ressaltar que todos podem desenvolver o espírito empreendedor, basta que este seja estimulado adequadamente. Costumo conceituar o empreendedorismo como a atividade de “transformar pensamentos em ação e sonhos em realidade”. Tudo começa de uma ideia, e deve se concluir com a atitude. Para essa ideia inicial, o empreendedor precisa identificar um problema a resolver. Como fazê-lo? É preciso ter uma visão muito ampliada e uma capacidade de percepção desenvolvida. Por vezes, simples acontecimentos do dia a dia são um “start” para uma oportunidade de empreender. Experiências pessoais, observações da realidade em que a pessoa está inserida, relatos de terceiros, tudo isso pode servir de inspiração. Por que é preciso resolver tal problema? Quais os benefícios de desenvolver uma solução? Qual o impacto disso na sociedade? Essas perguntas ajudam a refletir.

Depois de identificada a tal dor, é hora de se fabricar o remédio. Assim como um fármaco real, a solução para a dor de que falamos tem que ser idealizada, pesquisada, projetada, desenvolvida, testada, adequada, para, enfim, ser posta no mercado. Todo esse processo parece demorar muito, mas o ideal é que seja feito de forma célere. É preciso, no menor tempo possível, desenvolver um protótipo do produto ou serviço em questão e validá-lo. Assim, é possível rapidamente fazer correções e adequar às reais necessidades do público consumidor. Mesmo depois do tal “remédio” pronto e lançado, é preciso continuar a perceber as reações do público e suas necessidades, para realizar eventuais modificações e atualizações. Tudo, no fim, depende do usuário.

Todo empreendedor precisa ser, de fato, um visionário. Perspicaz, atento e ágil, ele deve antecipar tendências e saber identificar oportunidades. Assim, ele não só cria maneiras de gerar emprego, trabalho e renda, mas também, e mais importante, deixa sua marca na realidade em que está inserido. É sobre criar e transformar coisas relevantes e de impacto social.

Empreendedorismo: dor e remédio

Janguiê Diniz, | qua, 10/02/2021 - 10:33
Compartilhar:

Costuma-se definir empreender como criar soluções para problemas atuais. Vem da identificação de uma “dor” – entendida como algo a ser sanado – e o desenvolvimento de um “remédio”. Tarefa que exige, acima de tudo, atenção e dedicação. Abrir mais uma empresa, qualquer um pode abrir; estabelecer um empreendimento que, de fato, cause real transformação é para os mais dispostos.

É preciso também ressaltar que todos podem desenvolver o espírito empreendedor, basta que este seja estimulado adequadamente. Costumo conceituar o empreendedorismo como a atividade de “transformar pensamentos em ação e sonhos em realidade”. Tudo começa de uma ideia, e deve se concluir com a atitude. Para essa ideia inicial, o empreendedor precisa identificar um problema a resolver. Como fazê-lo? É preciso ter uma visão muito ampliada e uma capacidade de percepção desenvolvida. Por vezes, simples acontecimentos do dia a dia são um “start” para uma oportunidade de empreender. Experiências pessoais, observações da realidade em que a pessoa está inserida, relatos de terceiros, tudo isso pode servir de inspiração. Por que é preciso resolver tal problema? Quais os benefícios de desenvolver uma solução? Qual o impacto disso na sociedade? Essas perguntas ajudam a refletir.

Depois de identificada a tal dor, é hora de se fabricar o remédio. Assim como um fármaco real, a solução para a dor de que falamos tem que ser idealizada, pesquisada, projetada, desenvolvida, testada, adequada, para, enfim, ser posta no mercado. Todo esse processo parece demorar muito, mas o ideal é que seja feito de forma célere. É preciso, no menor tempo possível, desenvolver um protótipo do produto ou serviço em questão e validá-lo. Assim, é possível rapidamente fazer correções e adequar às reais necessidades do público consumidor. Mesmo depois do tal “remédio” pronto e lançado, é preciso continuar a perceber as reações do público e suas necessidades, para realizar eventuais modificações e atualizações. Tudo, no fim, depende do usuário.

Todo empreendedor precisa ser, de fato, um visionário. Perspicaz, atento e ágil, ele deve antecipar tendências e saber identificar oportunidades. Assim, ele não só cria maneiras de gerar emprego, trabalho e renda, mas também, e mais importante, deixa sua marca na realidade em que está inserido. É sobre criar e transformar coisas relevantes e de impacto social.

Obrigado, professor Gabriel Mario Rodrigues

Janguiê Diniz, | qua, 13/01/2021 - 13:23
Compartilhar:

Mais uma grande referência nacional que nos deixa. A certeza que fica, no entanto, é de uma vida de sucesso e grandes feitos. O querido professor Gabriel Mario Rodrigues, grande mestre da educação brasileira, partiu para outro plano. A lacuna que ele deixa só é preenchida por seu vasto legado, não só de empreendimentos, mas, principalmente, de ensinamentos. Um homem que dedicou a vida a desenvolver a educação em um país que dela tanto carece.

Gabriel Mario Rodrigues foi, e ainda é, grande inspiração para mim e para quem atua no setor de ensino no Brasil. Empreendedor educacional de trajetória visionária, fundou a Universidade Anhembi Morumbi e foi um dos responsáveis pelo crescimento do Ensino Superior no país. Pioneiro, criou o primeiro curso de Turismo do Brasil, em 1971. Ele verdadeiramente viveu o que muitos tanto falam: a inovação posta em prática, a visão de futuro alicerçada no presente. Tinha uma mente inquieta e sempre à frente de seu tempo.

A vida de Gabriel Rodrigues nos ensina que devemos estar sempre inconformados, buscando o novo, o melhor. Só assim é possível construir grandes coisas e fazer de fato a diferença na sociedade em que estamos inseridos. O verdadeiro empreendedor é aquele atento aos problemas e às dores que o cercam, e que trabalha com dedicação para propor soluções, de forma criativa e inovadora. Mostra-nos, também, o poder e o valor da educação como ferramenta de transformação social. Por meio de seus investimentos e esforços no setor, um sem-número de vidas foram mudadas, impulsionadas e melhoradas.

Entre tantos outros cargos de destaque, o professor Gabriel foi presidente, entre 2004 e 2016, da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), com um mandato que transformou a entidade em órgão forte e articulado e com atuação política mais consistente dentro do cenário educacional. Era um conciliador nato e tinha a habilidade de convencer. Com ele, o Ensino Superior privado ganhou força e relevância no país, e, com isso, mais possibilidades de realizar transformações na educação. Todo o setor tem muito a agradecê-lo.

Para nós, que ficamos, cabe o dever de manter viva a memória do professor Gabriel e levar adiante seus ensinamentos, fazendo desenvolver ainda mais a educação brasileira. Ficam também as lições de empreendedorismo e de vida, tão fortes em sua trajetória. Deixa saudade, mas também um legado que se perpetuará por meio de suas realizações. Muito obrigado, Gabriel Mario Rodrigues!

Duas perguntas para todo problema, por Bill Gates

Janguiê Diniz, | qui, 03/12/2020 - 16:59
Compartilhar:

Atravessamos uma época conturbada para todos: empresas, profissionais, empreendedores, gestores. A crise se abateu sobre diversos setores econômicos e a recuperação para alguns pode ainda demorar algum tempo. Nesse cenário, saber lidar com os problemas se tornou uma habilidade ainda mais importante. Recentemente, Bill Gates escreveu em seu blog sobre duas perguntas que toda pessoa deve se fazer diante de dificuldades. São elas: Quem lidou bem com esse problema? E o que posso aprender com eles?

As perguntas podem parecer simples a princípio, ressalta Gates, mas, às vezes, as respostas são difíceis de se encontrar. É que muitos pensam, primeiro, em resolver por conta própria, criar uma solução do zero, quebrar a cabeça e “perder tempo”, quando investir um tempo em pesquisar soluções já alcançadas e bem-sucedidas para o problema estudado poderia abreviar gastos intelectuais e de tempo e dinheiro. Dificilmente um problema será totalmente novo – poderá ter nuances inéditas, mas é provável que sua essência já seja conhecida por outras pessoas. Por isso que é preciso calma e planejamento na hora de enfrentar uma adversidade. E quando falo em planejamento, não me refiro a meses de estudo e traçado de estratégias, já que é possível fazer um breve planejamento em um curto tempo. Planejar organizar ideias, definir objetivos e encontrar os meios para alcançá-los. E fazer as duas perguntas de Bill Gates ajuda bastante em qualquer planejamento.

Esses questionamentos podem ser explicados por um conceito bastante presente no mundo do empreendedorismo: a modelagem. Modelagem é aprender com quem já passou com determinada situação, ou outra pessoa de sucesso no setor em que você atua. Sabe aquela pessoa que é sua referência? Imite-a, inspire-se em sua trajetória e siga seus passos. É preciso saber onde e como ela errou, para não repetir aqueles erros. É que aprender com os erros dos outros é muito mais barato e menos doloroso.

A segunda pergunta estabelecida por Gates traz um ponto muito interessante: o que se pode aprender com quem já lidou com aquele problema. Aprender é a palavra-chave. De toda dificuldade por que passamos na vida, precisamos tirar ensinamentos. É importante refletir sobre o que deu errado, o que poderia ter sido feito diferente, para, também, não voltar a errar. No fim das contas, os erros e os problemas são grandes professores, que nos ensinam e fazem crescer.

Diante de uma adversidade, manter a calma e raciocinar sempre será a melhor opção. Pensar sobre quem já enfrentou aquele obstáculo e como o transpôs é uma estratégia que, certamente, trará melhores resultados, com maior grau de sucesso. Faz parte do nosso processo de crescimento na vida: ao aprendermos como lidar com determinada situação, vamos eventualmente nos sair melhor em circunstâncias semelhantes. Por isso, lembre-se sempre das duas perguntas de Bill Gates.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

LeiaJá é um parceiro do Portal iG - Copyright. 2024. Todos os direitos reservados.

Carregando