Magno Martins

Magno Martins

Política Diária

Perfil:Graduado em Jornalismo pela Unicap e com pós-graduação em Ciências Políticas, possui 30 anos de carreira e já atuou em veículos como O Globo, Correio Braziliense, Jornal de Brasília, Diário de Pernambuco e Folha de Pernambuco. Foi secretário de Imprensa de Pernambuco e presidiu o comitê de Imprensa da Câmara dos Deputados. É fundador e diretor-presidente do Blog do Magno e do Programa Frente a Frente.

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Lula chama País de merda

| seg, 21/08/2017 - 10:42
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Em discurso na Bahia, primeira etapa da sua caravana pelo Nordeste, o ex-presidente Lula (PT) descreveu um cenário nebuloso para o País. "Este país tem jeito. Não nasceu para ser a merda que ele é. Este país é grande demais", declarou o petista, que pretende retornar ao cargo na eleição de 2018. Ele fez o desabafo diante de um grupo de simpatizantes na cidade de Feira de Santana (BA).

Lula participa de uma caravana pelos Estados do Nordeste que deve durar 20 dias, como preparação de sua campanha no ano que vem - isso se não tiver sido impedido pela Justiça de concorrer. Ao lado do governador do Estado, Rui Costa, e do ex-ministro Jaques Wagner, Lula lamentou a situação financeira dos municípios diante de 60 prefeitos do Estado, além de deputados estaduais e federais.

Após a afirmação, pediu desculpas pelos termos usados. Uma hora depois, para um público formado por militantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), Lula se comparou a um galo de briga. Após criticar a imprensa e chamar o empresariado de mal-agradecido, ele disse que seus opositores têm medo de sua eleição porque sabem "o que vai acontecer".

No discurso, ele disse que tinha que poupar a voz para não chegar "cacarejando" nas cidades que compõem a caravana pelo Brasil. "Tenho que chegar como galo de briga. Falando grosso." Ao falar "daqueles que resolveram infernizar" sua vida, Lula disse que não é como os políticos que colocam o rabo entre as pernas. "Sou temente a Deus. Não sou temente aos homens”, acrescentou. 

O ex-presidente é réu em seis ações, a maioria em razão da Operação Lava Jato ou desdobramentos. Ele já foi condenado pelo juiz Sergio Moro a 9 anos 6 meses de prisão por corrupção relacionada ao recebimento de um apartamento tríplex em Guarujá (SP) pela empreiteira OAS. O petista deve depor mais uma vez a Moro em 13 de setembro, em Curitiba (PR).

Dirigindo-se à plateia de trabalhadores rurais, ele afirmou que cuidará deles se eleito, porque sabe quem ficou ao seu lado. Presenteado com acessório de couro, afirmou: "Eu achava que sou corajoso. Agora com esse chapéu e jaleco, pode acreditar que vai acontecer muito mais coisa neste país".

No discurso, Lula disse que, em vez de usar recursos para comprar o voto de parlamentares, o governo do presidente Michel Temer (PMDB) deveria destinar recursos para os municípios. "Este país não precisa viver o que está vivendo. Este país precisa de um governo que tenha credibilidade."

ISOLAMENTO DE TASSO– Após o presidente Michel Temer afirmar que não interfere em assuntos internos de outros partidos, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) divulgou nota, ontem, na qual nega qualquer tipo de interferência do Governo ou do presidente nas questões internas do PSDB. Temer chamou Aécio na noite da última sexta-feira para uma reunião no Palácio do Jaburu. Preocupado com as críticas ao governo lideradas pelo presidente interino da sigla, senador Tasso Jereissati (CE), Temer articula com Aécio uma operação para esvaziar o grupo de Tasso. A estratégia de Temer é incentivar Aécio Neves a retomar o comando do partido. Assim, ele indicaria um novo interino para a presidência, isolando Tasso.

Mais uma vítima- O músico Novinho da Paraíba entrou para as estatísticas da violência no Estado. Durante assalto na noite de sexta-feira, ele foi espancado por quatro homens e internado no Hospital Getúlio Vargas, na Zona Oeste do Recife, com dores e dificuldades de respirar. O artista recebeu alta na noite de sábado passado. O sanfoneiro fez exames para avaliar a gravidade dos ferimentos. No hospital, ele descobriu que tem uma hérnia a ser tratada e precisou verificar se os ferimentos prejudicariam o tratamento. De acordo com a filha do artista, a abordagem ocorreu quando ele saía com o irmão dela e o pai da agência do Banco Santander na Praça do Entroncamento, nas Graças. Os dois foram surpreendidos por quatro homens armados. 

Até um delegado– O delegado Rodolfo Bacelar sofreu uma tentativa de assalto na manhã de ontem entre as ruas Agenor Alves e Ribeiro de Brito, em Boa Viagem. Em uma troca de tiros, o policial titular da Delegacia de Santa Cruz do Capibaribe, no Agreste, foi baleado e encaminhado para a UPA da Imbiribeira. O suspeito também foi levado para UPA, mas não resistiu aos ferimentos e morreu quando chegou ao local. Bacelar foi transferido para o Hospital da Unimed, onde passa por uma cirurgia. De acordo com informações do delegado de plantão do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), João de Brito, Bacelar reagiu ao assalto e foi atingido por dois disparos.

Fundo é aberração– O fundo eleitoral aprovado na comissão da reforma política da Câmara dos Deputados vai despejar bilhões de reais em campanhas políticas no próximo pleito sem a garantia de fiscalização do uso dos recursos públicos destinados aos partidos. Pela proposta que deve ser analisada nesta semana no plenário da Casa, até R$ 3,6 bilhões serão reservados para custear gastos com propaganda política, mas a atual estrutura da Justiça Eleitoral enfrenta desafios para averiguar a aplicação do montante, considerado alto por especialistas. O valor, acrescido das verbas já separadas para o Fundo Partidário, pode passar de R$ 4 bilhões – na campanha eleitoral de 2014, os partidos declararam oficialmente gastos de R$ 5,1 bilhões, quando ainda eram permitidas as doações empresariais.

Que papelão!– Com o estilo arrogante e autoritário que imprime em sua gestão, a prefeita de Caruaru, Raquel Lyra (PSDB), pisou na bola, mais uma vez, ao proibir que o diretor da Ciretran no município, Raffiê Dellon, fizesse uma palestra na abertura da Semana Municipal da Pessoa com Deficiência, hoje na Faculdade de Maurício de Nassau. O tema seria “Isenção de impostos na compra de veículos e gratuidade na carteira de habilitação”. Ele havia sido convidado, oficialmente, pela coordenadora de Promoção das Pessoas com Deficiência, Rosimary da Apodec. Que, aliás, ficou numa saia tão justa que já está pensando em entregar o cargo. 

CURTAS 

SENADOR– Em entrevista ao radialista Alberes Xavier, da Rede Agreste de Rádio, o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab (PSD), admitiu que o partido trabalha no Estado com a possibilidade de lançar a candidatura do deputado federal André de Paula, presidente estadual da legenda, candidato a senador nas eleições do próximo ano. 

COM FERNANDO– De passagem pelo Sertão, a pré-candidata do PT ao Governo do Estado, Marília Arraes, foi recebida em audiência pelo prefeito de Salgueiro, Clebel Cordeiro, do PMDB, que, apesar da cortesia, deixou claro que seu candidato ao Palácio das Princesas tende a ser o nome alinhado ao projeto do senador Fernando Bezerra Coelho, dissidente do PSB. 

Perguntar não ofende: E a reforma politica sai do forno esta semana?

MDB, história e oportunismo

| qui, 17/08/2017 - 11:28
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O presidente nacional do PMDB, senador Romero Jucá (RR), anunciou, ontem, que os dirigentes da legenda decidiram rebatizar a sigla com seu nome original: MDB – “Movimento Democrático Brasileiro”. Na prática, o PMDB apenas perderá o "P" de sua sigla, que se refere a "partido". A troca de nome é parte de um movimento que inclui outras legendas para tentar modernizar os nomes das siglas antes das eleições de 2018.

 

A iniciativa é efeito do desgaste do meio político nos últimos anos por conta de revelações de esquemas de corrupção, como o investigado pela Operação Lava Jato. A alteração deve ser colocada em votação na convenção nacional da legenda, em 27 de setembro. Segundo Jucá, a mudança de nome já foi comunicada, ontem mesmo, ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mesmo antes de a proposta ser analisada em convenção.

"Quero rebater críticas de que o PMDB estaria mudando de nome para se esconder. Não é verdade. Estamos resgatando nossa memória histórica. Queremos realmente ganhar as ruas. Nós vamos ter uma nova programação, bandeiras nacionais", explicou. O PMDB estudava resgatar o nome desde o fim de 2016. Até então, alguns legendas também optaram por mudar a sigla para se descolar da atual crise política e se aproximar dos eleitores.

Tirar ou acrescentar uma letra a um partido do tamanho do PMDB e da sua história é irrelevante, porque o que macula a legenda, hoje, não é a sua nomenclatura, mas os seus quadros. O MDB que Jucá propôs retomar tem puro oportunismo eleitoral. Em seus quadros, políticos sujos, fisiológicos e envolvidos em maracutaias querem usar o manto de uma sigla histórica como tábua de salvação.

Acha Jucá que livrar o partido da letra P será o mesmo que lavar as impurezas da alma dos seus filiados, hoje mergulhados num poço fétido, enlameado pela corrupção. Está enganado. O problema do partido, hoje, está nos seus quadros. O PMDB está mais sujo do que pau de galinheiro, virou uma legenda cartorial, um partido onde o caciquismo e as negociatas se impõem.

Seus históricos, que foram às ruas combater a ditadura e do velho MDB se orgulham, como Jarbas Vasconcelos, Pedro Simon viraram peças decorativas, sem voz nem comando. O MDB de verdade, das lutas gloriosas, foi fundado em 24 de março de 1966, em oposição à Aliança Renovadora Nacional (Arena), o partido de sustentação do regime militar, que derrubara o governo de João Goulart em 31 de março de 1964. A agremiação política era composta por políticos vindos de partidos extintos pela ditadura, entre eles, o PTB, majoritário, e dissidentes do PSD.

 

Em seus primeiros anos, o MDB foi considerado oposição tolerada porque, de certa forma, sua existência dava legitimidade ao sistema controlado pelos militares. Apesar da pressão do regime, o MDB avançou, assumindo postura combativa. Em 1973, Ulysses Guimarães e Barbosa Lima Sobrinho formaram uma chapa, como anticandidatos à Presidência, para protestar contra o escolhido pela ditadura, o general Ernesto Geisel.

Para deter o avanço da oposição, no dia 13 de abril de 1974, Geisel fechou o Congresso Nacional por duas semanas e, nesse vácuo, outorgou um conjunto de leis, o Pacote de Abril, constituído de uma emenda constitucional e seis decretos-leis. Mesmo assim, o PMDB conseguiu expressiva vitória no Senado e na Câmara, superando a Arena. Reelegeu Franco Montoro para o Senado, pelo voto popular, enquanto a Arena conseguiu emplacar o senador Amaral Furlan, escolhido pelo colégio eleitoral.

Por ter discursado contra as decisões tomadas por Geisel, o líder do MDB na Câmara dos Deputados, Alencar Furtado (CE), teve seu mandato cassado em junho de 1977. O fim do bipartidarismo, em 1979, levou à reorganização do quadro partidário. Em 1980, surgiu o PMDB que, já na primeira eleição estadual, em 1982, elegeu nove governadores.

DE DEM PARA MUDE– O PMDB estudava resgatar o nome desde o fim de 2016. Até então, alguns legendas também optaram por mudar a sigla para se descolar da atual crise política e se aproximar dos eleitores. O PTN já efetivou a troca para Podemos. O PTdoB virou Avante. O PSDC se intitula agora Democracia Cristã. O PEN quer passar a ser denominado Patriota. Com o objetivo de se fortalecer para a disputa eleitoral, o DEM, que já foi PFL, também estuda alterar novamente o nome e articula uma revisão do estatuto para atrair parlamentares do PSB. Uma possibilidade aventada atualmente é que a sigla venha a se chamar Mude.

Ministros de olhos grandes- Os ministros Mendonça Filho (Educação), Fernando Filho (Minas e Energia) e Bruno Araújo (Cidades), na ânsia de captar politicamente, não tiveram a menor preocupação em destacar o papel da bancada federal no embate com o ministro da Saúde, Ricardo Barros, para manter no Estado a sede da Hemobrás. Mas não fosse a reação dos 25 deputados da bancada e dos três senadores – Armando Monteiro (PTB), Fernando Bezerra Coelho (PSB) e Humberto Costa (PT) – o truculento Barros, na ânsia de colher dividendos eleitorais em 2018, teria transferido a sede da estatal para Maringá, no Paraná, seu principal colégio eleitoral. Os parlamentares reagiram cedo e bravamente.

Defeitos– Mais da metade dos imóveis do Minha Casa Minha Vida vistoriados pelo Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União (CGU) apresentaram algum tipo de defeito na construção, segundo levantamento oficial. O balanço é resultado de uma vistoria feita em 2015, com a análise de 2.166 contratos e 1.472 unidades habitacionais. Segundo a CGU, as principais falhas estruturais encontradas foram: infiltrações, falta de prumo (verticalidade de paredes e colunas) e de esquadros (se os planos medidos estão com ângulo reto), trincas e vazamentos. Já quanto à área externa, quase 20% dos moradores informaram situações de alagamento, iluminação deficiente e falta de pavimentação.

Doação empresarial– Lideranças de grandes partidos da base aliada na Câmara e no Senado, como PP, PSDB, PSD e PRB, saíram em defesa do retorno da doação empresarial de campanha. Para essas lideranças, esse tipo de financiamento é melhor do que o fundo eleitoral de R$ 3,6 bilhões, abastecido com recursos públicos. A resistência à criação do fundo eleitoral e a indefinição das fontes orçamentárias para custeá-lo reacenderam no Congresso o debate sobre a volta do financiamento de campanhas por empresas. Parlamentares discutem nos bastidores a retomada dessa modalidade como alternativa ao financiamento público, caso fique emperrada a aprovação do fundo de R$ 3,6 bilhões.

Ação em conjunto– Integrante da bancada do PSB na Câmara Federal, o deputado Severino Ninho comemorou a decisão do Governo Federal de manter a produção do fator Recombinante VIII (usado no tratamento de hemofílicos) na unidade pernambucana da Hemobrás, em Goiana, na Mata Norte. Ninho juntou-se à bancada do Estado em uma Frente Parlamentar de luta contra o esvaziamento de empresa e transferência da sua principal produção para Maringá, no Panará, terra do ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP), que articulava a mudança. "O trabalho conjunto e suprapartidário da bancada federal de Pernambuco deu resultado”, afirmou.

CURTAS

NILO COELHO– Os produtores do projeto Nilo Coelho, em Petrolina, terão reforço hídrico para realização de suas atividades. Mais de R$ 1 milhão serão investidos pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) na recuperação e ampliação da capacidade de reservatórios do projeto público situado no Submédio São Francisco. Os recursos investidos na obra são do Programa de Aceleração do Crescimento – PAC Irrigação.

HOSPITAL– A deputada Laura Gomes (PSB) comemorou, em fala, ontem, da Tribuna da Assembleia, a decisão do Governo estadual de reabrir o Hospital São Sebastião por iniciativa própria e também festejou a contratação de um espaço para a instalação do Batalhão de Polícia Especializada em Caruaru. “São notícias positivas para a população e afirmativas dos compromissos assumidos com a saúde e a segurança pelo governador Paulo Câmara”, afirmou.

 

Perguntar não ofende: Depois de garantir a sede da Hemobrás no Estado, o ministro da Saúde vai acelerar as suas obras? 

Mais uma criatura rebelada

Magno Martins, | ter, 15/08/2017 - 12:07
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Cria do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), o prefeito da capital paulista, João Dória, também de linhagem tucana, é mais um caso da velha política em que a criatura se rebela contra o criador. Picado pela mosca azul, o aspirante palaciano resolveu antecipar a briga interna no partido com o próprio Alckmin empreendendo uma maratona de viagens pelo País.

Ontem, em Tocantins, foi recebido aos gritos de “presidente”. Posso até estar errado, mas Dória é a cara da elite paulistana, encarna a imagem dos empresários gulosos da poderosa Fiesp. É tudo que o ex-presidente Lula queria como adversário. A própria cara dele remete a um almofadinha. Fala uma linguagem distante do povão, sem apelo, sem eco nas almas que engrossam as filas abaixo da linha de pobreza no País.

Embora na linguagem convencional seja uma espécie de picolé de chuchu, sem gosto e sem apelo, o governador Geraldo Alckmin tem uma trajetória de sucesso como gestor público. Ninguém governa por quatro vezes o maior Estado do País se não tiver uma longa folha de serviços prestados, ações voltadas para a grande maioria da população. Tanto isso verdade que a própria vitória de Doria, no primeiro turno frente a Fernando Haddad, é fruto do apelo do seu Governo bem aprovado.

Doria está na estrada, longe do seu gabinete em São Paulo, porque existe um vácuo na cena eleitoral de 2018 diante do tamanho estrago provocado pela Laja Jato e, consequentemente, o deserto de novas lideranças, capazes de gerar na sociedade a confiança e esperanças. Mas todo mundo tem o direito de sonhar. Quem não sonha, perde a razão de viver.

Difícil, entretanto, será Doria convencer de que sua postulação não está remetida a traição ao projeto do seu criador, que tem muito mais chão e envergadura. Tem uma frase do Padre Fábio de Melo que se aplica perfeitamente a esta situação que Alckmin administra com o prefeito carimbado pelo seu poder em São Paulo: “Traição é igual a um consórcio: um dia você será contemplado”. Que o governador paulista possa despertar, antes que seja tarde.

EM TOCANTINS – João Doria foi recepcionado na manhã de ontem, em Palmas (TO) por uma claque uniformizada com camisetas lançando seu nome à Presidência da República em 2018. Faixas foram espalhadas pela cidade com dizeres como “Tocantins quer Doria presidente” e “O Brasil precisa de gestão”. O prefeito viajou a convite do senador tucano Ataídes Oliveira (TO), que afirmou desconhecer o responsável pela criação tanto da camiseta como das faixas com os dizeres "Doria Presidente". De acordo com o senador, a camiseta foi “um corpo estranho” dentro do evento. “É muito cedo ainda para falarmos de eleição. O PSDB tem bons nomes. Doria é um deles, assim como o governador Geraldo Alckmin, que faz um trabalho extraordinário”, afirmou.

Cabe num fusquinha - A oposição ao governador Paulo Câmara, com raras exceções, sequer se anima para fazer barulho na programação da agenda “Pernambuco de verdade”, iniciativa do líder na Alepe, Silvio Costa Filho (PRB). Em mais uma maratona, ontem, desta feita pela Mata Sul, apenas seis dois 12 parlamentares oposicionistas

deram as caras por lá. Os mais assíduos, faça-se justiça, são o próprio Silvio, Augusto César (PTB), Socorro Pimentel (PSL) e Álvaro Porto (PSD). Edilson Silva, do Psol, na foto ao lado, parece que perdeu o entusiasmo pela resistência dialética ao Governo. Só esteve em apenas uma programação, mesmo assim, na plenária, já no apagar das luzes.

Distritão é incerteza – O líder do Governo no Congresso, deputado André Moura (PSC-SE), diz que a mudança do sistema eleitoral para o chamado distritão não tem hoje os votos necessários para ser aprovado pela Câmara. A expectativa é que a reforma política seja votada, amanhã, pelo plenário. “A grande maioria prefere aprovar o distritão, mas tem partidos que fecharam questão contra, como o PT, PR, PRB. Por ser uma PEC, que precisa de 308 votos, eu não posso afirmar que vai passar o distritão. Eu até creio que hoje o distritão vai ter a maioria dos votos, mas também creio que hoje não tem os 308 votos necessários para ser aprovado”, disse.

O vice de Doria – Integrantes do DEM andam tão apaixonados com a possibilidade de lançar o prefeito de Salvador, ACM Neto, à vice-presidência na chapa do tucano João Doria que só veem vantagens no namoro, segundo antecipou, ontem, o colunista Lauro Jardim, da revista Veja. Até a ovada que o prefeito de São Paulo tomou na visita à capital baiana, na semana passada, virou motivo de comemoração: avaliam que o episódio deu uma forcinha para torná-lo mais popular no Nordeste. Tem gente, inclusive, chamando Neto de "o Macron da Bahia".

Proteção ao consumidor – Projeto de lei do ex-senador Douglas Cintra (PTB) penalizando a empresa que não cumprir a data da entrega da mercadoria ou serviço acertada em contrato com o consumidor foi aprovado, ontem, na Comissão de Transparência e Defesa do Consumidor. Pela proposta, a punição se dá nos contratos que incluem o serviço de entrega, alterando o Código de Defesa do Consumidor. O adquirente será ressarcido do valor cobrado pela entrega ou, se quiser, poderá cancelar a compra, sem ônus. Como tinha caráter terminativo, seguirá direto ao exame da Câmara, sem passar pelo plenário do Senado. Empresário do comércio atacadista e do segmento de supermercados, Cintra vê na sua iniciativa mais uma medida de proteção ao consumidor.

CURTAS

COMPESA – A deputada Laura Gomes (PSB) apresentou, ontem, em plenário, voto de aplauso à Compesa, por ter conquistado o inédito Prêmio de Melhor Empresa de Saneamento do Brasil, em evento ocorrido semana passada, em São Paulo. A Companhia pernambucana concorreu com todas as similares do país, públicas e privadas, passando por rigorosa avaliação da situação econômico-financeira, patrimonial e de planejamento estratégico. O evento envolveu as 300 melhores empresas nacionais, distribuídas em 27 setores especializados.

HOMENAGEM – Uma homenagem ao compositor Onildo Almeida, autor de “A Feira de Caruaru”, que será realizado no próximo sábado, no Polo Caruaru, vai encerrar a X Semana do Patrimônio Cultural de Caruaru. O evento teve início de ontem e tem como tema as políticas públicas e a gestão do patrimônio. No Polo Caruaru, Onildo será homenageado com uma exposição biográfica, a exibição do documentário “Onildo Almeida – Groove Man”, de Helder Lopes e Cláudio Bezerra e o lançamento do livro “Onildo Almeida – Cidadão da Feira”, de Marcelo Leal.

Perguntar não ofende: O Distritão vai morrer na beira da praia?

Distritão: eleitos os mais votados

| sex, 11/08/2017 - 12:50
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A Comissão Especial da Câmara que discute mudanças no sistema eleitoral aprovou na madrugada de ontem, por 17 votos a 15, uma emenda que estabelece o chamado "distritão" nas eleições de 2018 e de 2020 para a escolha de deputados federais, deputados estaduais e vereadores. Aprovou também dobrar o valor previsto de recursos públicos que serão usados para financiar campanhas eleitorais. Segundo o texto, seria instituído o Fundo Especial de Financiamento da Democracia, que em 2018 levaria R$ 3,6 bilhões do Orçamento da União.

Por se tratar de Proposta de Emenda à Constituição (PEC), terá de ser aprovada em dois turnos pelo plenário da Câmara dos Deputados antes de seguir para o Senado. A proposta necessita do apoio mínimo de 308 deputados em cada turno de votação. Para valer na eleição do ano que vem, precisa ter sido aprovada na Câmara e no Senado até a primeira semana de outubro deste ano.

Deputados federais, estaduais e vereadores são eleitos no modelo proporcional com lista aberta. Somados os votos válidos nos candidatos e no partido ou coligação, é calculado o quociente eleitoral, que determinará o número de vagas a que esse partido ou coligação terá direito. Os eleitos são os mais votados dentro do partido ou coligação, de acordo com o número de vagas.

Como funciona o 'distritão'? Cada estado ou município vira um distrito eleitoral. São eleitos os candidatos mais votados dentro do distrito. Não são levados em conta os votos para partido ou coligação. Na prática, torna-se uma eleição majoritária, como já acontece na escolha de presidente da República, governador, prefeito e senador. O "distritão" é criticado por PT, PR, PSB, PRB, PDT, PCdoB, PPS, PHS, Rede, PV, PEN e PSOL, que argumentam que esse formato enfraquece as legendas.

Os partidos dizem entender que a medida vai encarecer as campanhas individuais e somente os candidatos mais conhecidos conseguirão se eleger, dificultando o surgimento de novos nomes na política. Partidos que defendem o "distritão" afirmam, porém, que o modelo acabará com os chamados "puxadores de votos", candidatos com votação expressiva que ampliam o quociente eleitoral do partido ou coligação e garantem vagas para outros candidatos, mesmo que esses "puxados" tenham votação inexpressiva.

FUNDO – Ao apresentar o parecer, o relator Vicente Cândido (PT-SP) dobrou o valor previsto de recursos públicos que serão usados para financiar campanhas eleitorais. O projeto institui o Fundo Especial de Financiamento da Democracia, que será mantido com recursos públicos, previstos no Orçamento. Na versão anterior do relatório, Cândido havia estabelecido que 0,25% da receita corrente líquida do governo em 12 meses seriam destinadas a financiar campanhas. Havia uma exceção somente para as eleições de 2018, com o valor do fundo em 0,5% da Receita Corrente Líquida, o que corresponde a cerca de R$ 3,6 bilhões.

Primeira voz do contra- Não deve ser fácil a aprovação do distritão pelo plenário da Câmara dos Deputados. “Eu acho que esse distritão é importante, mas não podemos eliminar os pequenos partidos, porque vai na contramão do nosso discurso e prática pelo fortalecimento do pluripartidário”, avalia o deputado Gonzaga Patriota (PSB). Para ele, outro contrassenso foi ter deixado criar um grande número de pequenos partidos, que hoje se coligam e, já em 2018, eles não poderão mais fazê-lo. “A quem interessa aniquilar os pequenos partidos? Meu voto será contra”, antecipa. 

Vices são mantidos– Primeira emenda em análise, ontem, pela comissão especial da reforma política, a extinção de todos os cargos de vice do poder Executivo e seus respectivos assessores de gabinete foi derrubada por 19 votos a favor e 6 contra. Com isso, estão mantidos os cargos de vice para presidente da República, governadores e prefeitos. Se aprovada, a linha sucessória de prefeitos, governadores e presidente da República passaria direto para os presidentes das câmaras. O relator defendeu a medida como forma de reduzir gastos do Estado e minimizar instabilidade política. "Os vices não têm nenhuma função pública. É um acinte. Custam R$ 500 milhões por ano. Quem não tem função não tem de ter assessor", disse Cândido. Mas foi voto vencido.

Dez anos para ministros– A comissão da reforma política aprovou, também, o limite de mandato de dez anos para ministros de tribunais superiores, como o Supremo Tribunal Federal. O PSDB havia apresentado destaque - isto é, uma emenda - para retirar essa parte do texto, mas os deputados, em votação simbólica, optaram por manter a sugestão do relator. Ao justificar o pedido, o deputado Marcus Pestana (PSDB-MG) afirmou ser absolutamente favorável à proposta, mas defendeu que este não era o momento para discutir essa questão. “Como temos pouco tempo, tudo que perder o foco da reforma política, prejudica”, disse.

Pé na estrada– Líder da bancada de oposição na Assembleia Legislativa, o deputado Silvio Costa Filho (PRB) já visitou mais de 40 municípios nos últimos seis meses, mantendo contados com prefeitos, vereadores e lideranças municipais para conversar sobre os problemas do Estado e as necessidades de cada município. Junto com o senador Armando Monteiro, o deputado pretende mapear as principais carências do Interior de Pernambuco. Atuante parlamentar, Silvio Filho deve dar um salto na sua carreira política em 2018, elegendo-se deputado federal. 

CURTAS 

SUPLENTES– A comissão especial da reforma política alterou, ontem, um segundo trecho do relatório do deputado Vicente Cândido (PT-SP). A modificação, por 16 votos a 10, faz com que as regras atuais de suplência dos mandatos de senadores sejam mantidas. Cada senador é eleito para um cargo majoritário de representação do Estado com dois suplentes, para mandato de oito anos. Pela proposta anterior, derrotada, os senadores passariam a ter apenas um suplente. 

AUDIÊNCIA– O desabastecimento de água na Zona Norte do Recife será tema da audiência pública promovida pelo vereador e primeiro-secretário Marco Aurélio (PRTB) na Câmara Municipal do Recife, na próxima terça-feira (15), às 10h, no plenarinho da Casa. Além de moradores da área, foram convidados para o evento a Compesa e a direção do Procon. 

Perguntar não ofende: A sociedade vai aceitar, passivamente, pagar a conta do financiamento dos candidatos às eleições de 2019 com o fundo que o Congresso quer criar de R$ 3,6 bilhões?

Apesar da crise, economia reage

Magno Martins, | qui, 10/08/2017 - 09:45
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Não fosse a terrível instabilidade política que o País enfrenta, herança do desgoverno de Dilma, agravada pelas denúncias envolvendo o presidente Temer na delação dos donos do frigorífico JBS, a recuperação da economia talvez estivesse bem mais próxima. Mesmo diante de tamanho caos, o Brasil gerou 35, 9 mil vagas formais de emprego em julho passado. Os dados são oficiais, do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados, ontem, pelo Ministério do Trabalho.

No mês passado, foram registradas 1.167.770 contratações ao mesmo tempo em que ocorreram 1.131.870 demissões de trabalhadores com carteira assinada. Esse foi o quarto mês consecutivo com criação de vagas com carteira assinada e também, a primeira vez, desde 2014 em que as contratações superaram as demissões no mês de julho. Foi o melhor mês de julho em quatro anos. No mesmo mês de 2015 e do ano passado, respectivamente, foram fechadas 157.905 e 94.724. Em julho de 2014, por sua vez, foram abertas 11.796 empregos com carteira assinada.

No acumulado de janeiro a julho deste ano, ainda de acordo com o Governo, foram geradas 103.258 empregos com carteira assinada. No mesmo período do ano passado, o Governo informou que foram demitidos 623.520 trabalhadores. O Ministério do Trabalho não divulgou a série histórica para o resultado dos empregos formais no mesmo período dos anos anteriores.

O ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, disse acreditar que, entre agosto e novembro, os números também serão positivos na geração de empregos formais. "Estou acreditando que teremos números bem melhores em agosto. A construção, que estávamos há 33 meses com números negativos, registrou números positivos [abertura de vagas]", declarou.

Segundo ele, a geração de empregos formais em julho deste ano mostra que o País está no "rumo certo" e que o Governo "está tomando as medidas necessárias para colocar novamente o Brasil no rumo do crescimento econômico e da recuperação do emprego". Em julho deste ano, de acordo com o Ministério do Trabalho, cinco setores da economia admitiram trabalhadores. O setor que mais contratou foi a indústria de transformação, com 12.594 vagas abertas.

Neste período, o comércio registrou a abertura de 10.156 empregos com carteira assinada, ao mesmo tempo em que o setor de serviços contratou 7.714 trabalhadores formais. Já a agropecuária registrou a contratação de 7.055 pessoas. Por outro lado, os chamados "serviços de utilidade pública" ainda registraram resultado negativo, com a demissão de 1.125 trabalhadores com carteira em julho deste ano. A construção civil, por sua vez, abriu 724 vagas formais no período, enquanto a indústria extrativa mineral demitiu 224 empregados.

VAIAS – O presidente Michel Temer foi vaiado, na manhã de ontem, no fim do seu pronunciamento durante a solenidade de abertura da 36ª edição do Encontro Nacional

de Comércio Exterior, no Centro do Rio de Janeiro. Durante o pronunciamento, um dos espectadores levantou uma placa com os dizeres "Fora Temer Golpista. Eleições gerais", sendo seguido por outros na plateia. Ao fim do discurso, o presidente também foi vaiado e ouviu gritos de "Fora Temer". As vaias partiram quando falou da recuperação da economia. O presidente garantiu que o País está retomando o crescimento e que o comércio exterior bateu um recorde histórico, com mais de R$ 40 bilhões de superávit.

De volta ao batente - Após se licenciar do cargo por mais de duas semanas, o prefeito de Petrolina, Miguel Coelho (PSB), retorna, hoje, ao batente. No primeiro dia de volta ao mandato, fará reuniões com a vice-prefeita Luska Portela, que assumiu, interinamente. Miguel chegou ontem de viagem em lua de mel com a primeira dama Lara Secchi Coelho. Seu casamento, há 20 dias, reuniu lideranças políticas de vários Estados, entre elas o governador Paulo Câmara e o prefeito do Recife, Gerado Júlio, principais lideranças estaduais do PSB. Miguel integra a banda dissidente do seu partido, comandada pelo pai, o senador Fernando Bezerra Coelho.

Boa notícia – O valor contratado para financiamentos no Nordeste durante o primeiro semestre deste ano foi 20% maior em relação ao mesmo período do ano passado. Foram mais de R$ 6,3 bilhões em 2017 contra R$ 5,3 bilhões em 2016, aplicados pelo Fundo Constitucional de Financiamento da região (FNE), sob gestão do Ministério da Integração Nacional. Nos segmentos urbanos, especialmente indústria, turismo, comércio, serviços e infraestrutura, o crescimento foi de 96%, com R$ 3,9 bilhões em contratos este ano e R$ 2 bilhões nos primeiros seis meses do ano anterior. Do total de R$ 26,1 bilhões previstos para investimentos do FNE até o final deste ano, um montante de R$ 11,4 bilhões foi reservado a empreendimentos de grande porte na área de infraestrutura.

Processado por assédio – A direção do PSB entrou, ontem, com representação contra o deputado Wladimir Costa (SD-PA) por decoro parlamentar. Ele é acusado de suposto assédio contra a jornalista Basília Rodrigues, da CBN. Ela pediu que o deputado mostrasse a tatuagem feita em homenagem ao presidente Temer, uma vez que havia dúvidas se o desenho era definitivo ou se tratava de uma tatuagem temporária. Na frente de outros repórteres e deputados, Costa respondeu: "Pra você, só se for o corpo inteiro". Em seguida, após ser perguntado, novamente, por Basília, o deputado do SD disse: "Eu tenho várias tatuagens no corpo inteiro, amor". Ela relatou o caso nas redes sociais e disse que, na ocasião, vários deputados pediram desculpas a ela e ficaram constrangidos com a resposta de Costa.

A melhor do País – O presidente da Compesa, Roberto Tavares, que nos bastidores palacianos tem seu nome cogitado para disputar um mandato na Câmara dos Deputados, arrebatou para a instituição o troféu de melhor empresa do setor de saneamento do País edição 2017 do Anuário Época Negócio 360º. A premiação foi entregue durante cerimônia realizada em São Paulo, terça-feira passada, com as presenças do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. A revista revelou as empresas campeãs setoriais e o ranking das 300 melhores companhias brasileiras, agrupadas em 27 setores da economia.

CURTAS

CARGOS – Dois maiores partidos do Centrão, PP e PR, cobram do presidente Temer cargos no segundo e terceiro escalões em troca de terem ajudado o peemedebista a barrar a denúncia por corrupção passiva na Câmara dos Deputados. Com 46 deputados, o PP cobra o comando da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf). O órgão hoje é controlado por uma aliada do senador Antonio Carlos Valadares (SE), do PSB, partido que já desembarcou do Governo.

AÇÃO – O Ministério Público Federal ajuizou ação civil pública, com pedido de liminar, para que os municípios do Recife e de Jaboatão dos Guararapes não impeçam o funcionamento dos serviços de transporte particular individual remunerado de passageiros, a exemplo do Uber. Leis de ambas as cidades impõem restrição ao uso do aplicativo, o que só pode ser feito por legislação federal, conforme estabelece a Constituição da República.

Perguntar não ofende: Com quatro ministros pernambucanos, o Estado vai perder a sede da Hemobrás?

PSB joga Jarbas para Armando

Magno Martins, | sex, 04/08/2017 - 11:21
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O encontro do governador Paulo Câmara com o ex-prefeito do Recife, João Paulo (PT), gerou rumores em Brasília que podem tirar o sono da aliança governista. Se houver de fato uma reaproximação do PT ao PSB, o primeiro dano será o distanciamento do deputado Jarbas Vasconcelos (PMDB) do palanque da aliança que será montada para tentar a reeleição do governador.

Maior crítico do PT em nível nacional, Jarbas veta qualquer tipo de reaproximação das forças governistas ao petismo. Humberto, senador da República, foi eleito, há oito anos, puxado pelo PSB, pela força do ex-governador Eduardo Campos. E o que se comenta é que sua postura de não agressão ao Governo Câmara seria para não fechar as portas para um entendimento em 2018.

Tese que Jarbas não corrobora. No caso do PSB estender a mão para trazer o PT de volta à aliança, Jarbas sairia da aliança pela outra porta e se aliaria, imediatamente, ao bloco de oposição. Neste caso, a opção natural dele seria se engajar ao bloco liderado pelo senador Armando Monteiro Neto, pré-candidato do PTB a governador.

Jarbas colocado em segundo plano para 2018 pelo PSB é tudo que Armando desejaria para viabilizar a coligação que está posta em sua cabeça, atraindo o PMDB, os dissidentes do PSB, liderados pelo senador Fernando Bezerra Coelho, o PSDB, do ministro Bruno Araújo, e o DEM, do ministro Mendonça Filho.

Neste caso, a chapa poderia ser encabeçada por Armando tendo como candidatos ao Senado Jarbas Vasconcelos e Mendonça Filho. Ao PSDB e aos dissidentes do PSB, Armando teria a oferecer a vaga de vice. Como o ministro Bruno Araújo já teria sinalizado que seu projeto é buscar a reeleição para Câmara, Fernando Bezerra, filho do senador, seria uma opção para vice de Armando.

A CONVERSA– O encontro de Câmara com João Paulo, segundo antecipou a colunista Renata Bezerra de Melo, da Folha, teria ocorrido em duas ocasiões: num encontro casual durante a inauguração do novo plenário da Assembleia Legislativa, segunda-feira passada, e depois em Palácio, para um café sugerido pelo governador. O vazamento provocou reações na bancada governista, principalmente entre aliados que não enxergam no PT uma alternativa para uma coligação nas eleições de 2018.

Receio de patrulhamento– O que se diz em Brasília é que o deputado João Fernando Coutinho, dissidente da bancada do PSB, teria se ausentado do plenário para não votar na sessão histórica da última quarta-feira, na qual a Câmara arquivou o pedido de investigação do presidente Temer, para não desagradar ao seu partido, que o ameaça expulsar. O PSB fechou questão a favor da denúncia. Outra versão para a fuga seria o receio de Coutinho de sofrer patrulhamento.

Perdão bilionário- O Governo vai abrir mão de mais de R$ 10 bilhões em arrecadação nos próximos anos com a medida provisória publicada pelo presidente Michel Temer e que concedeu benefício a produtores rurais. O número foi confirmado pela Receita Federal. A MP reduziu a alíquota da contribuição paga por produtores para o Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural), usado para auxiliar no custeio da aposentadoria dos trabalhadores rurais, que é subsidiada pela União.

Punição no PR– O PR informou, ontem, que abrirá processo disciplinar contra os deputados que votaram a favor do prosseguimento da denúncia contra o presidente Michel Temer. A legenda compõe a base aliada do governo. Atualmente, o partido comanda dois ministérios: Transportes (Maurício Quintella) e Agricultura (Blairo Maggi). A denúncia foi rejeitada por 263 votos a 227. Dos 40 deputados do PR, 9 votaram contra o relatório de Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG), que recomendou a rejeição da denúncia. Ou seja, votaram contra o presidente Temer. Entre esses parlamentares está Tiririca (PR-SP).

A rebeldia Jarbas – O voto do deputado Jarbas Vasconcelos ao processo de investigação do presidente Temer pode lhe render uma punição. A cúpula do PMDB avalia nos próximos dias que medida tomar. Entre as mais drásticas está a sua expulsão do partido, segundo deixou a entender, ontem, o presidente nacional da legenda, Romero Jucá. Partido oficial do presidente Temer, o PMDB foi o que teve o menor índice de traição: apenas seis votos. Antes da votação, na quarta-feira passada, em plenário, Jarbas disse que o PMDB não o expulsaria em respeito à sua histórica militância partidária.

CURTAS

TASSO FICA– Presidente licenciado do PSDB, o senador Aécio Neves (MG) anunciou, ontem, em uma entrevista coletiva em Brasília, que o senador Tasso Jereissati (CE) permanecerá na presidência interina da legenda até o fim do ano. Tasso assumiu o comando tucano interinamente em maio, depois que Aécio foi citado por delatores do grupo J&F, que controla o frigorífico JBS.

ESTABILIDADE– Um dia depois de a Câmara rejeitar a autorização para que o STF julgue a denúncia por corrupção passiva contra o presidente Michel Temer (PMDB), o ministro do STF Gilmar Mendes, disse ontem, que a decisão dos deputados traz estabilidade para o País. “Isso é uma questão da competência da Câmara”, avaliou.

Perguntar não ofende: Temer ficou refém do Centrão?

Bruno pode perder Ministério

Magno Martins, | qui, 03/08/2017 - 08:56
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Após a vitória na Câmara, o presidente Michel Temer já se prepara para enfrentar uma nova batalha política: a demanda dos deputados do centrão por mais espaço ministerial. Eles cobram do governo os cargos ocupados pelo PSDB. Os tucanos têm quatro ministérios. Como a bancada do PSDB orientou voto contra Temer, deputados do centrão defendem que o presidente diminua o tamanho do PSDB no governo, em retaliação.

Auxiliares do presidente admitem que Temer terá de discutir um redesenho do governo, mas que nada ainda foi decidido. Deputados do centrão argumentam terem sido os principais apoiadores do presidente na votação da denúncia por corrupção passiva contra Temer. A principal demanda deles é o ministério das Cidades. Hoje, a pasta é comandada pelo tucano Bruno Araújo.

Uma das bancadas que está de olho na pasta é o PSD. O partido tem o Ministério da Ciência e Tecnologia, ocupada por Gilberto Kassab. Mas deputados do PSD disseram ao blog que preferem Cidades, que atende aos municípios com liberação de recursos- crucial para os deputados às vésperas da eleição de 2018. Os prefeitos são cabos eleitorais importantes de deputados.

O problema, segundo os relatos, é que Kassab estaria resistindo a reassumir Cidades. Ele já ocupou o posto quando foi ministro do governo Dilma Rousseff. O ministro Bruno Araújo disse que a discussão sobre Ministério quem faz é o partido. "Não é o ministro com o presidente. É o PSDB com o presidente. A prioridade agora é reconstruir pontes dentro do partido entre os diferentes grupos".

Outra disputa, embora velada, será pelo protagonismo na retomada da agenda econômica, com foco na reforma da previdência. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, quer liderar o processo, demonstrando ter força no Legislativo, junto aos deputados, para aprovar a reforma da previdência.

Maia diz a aliados ter capital político para conduzir o processo, e seus aliados apostam no desgaste do governo junto à Câmara após a derrubada da denúncia. Mas o presidente da Câmara vai enfrentar o plano do governo: Temer tem dito não ter apego ao cargo - mas o que pode fazer no cargo em relação à economia.

Ele tem argumentado a aliados que, passada a denúncia, daria prosseguimento às reformas. Temer diz que quer passar para a História como o presidente que "transformou", que tirou o Brasil da crise econômica.

COM A EQUIPE – O presidente Michel Temer reuniu ministros e assessores no Palácio do Planalto para assistir à sessão da Câmara destinada à votação da denúncia por corrupção passiva contra ele. Os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), responsável por consolidar os mapas da votação elaborados por deputados da base, Moreira Franco (Secretaria-Geral), Henrique Meirelles (Fazenda), Sergio Etchegoyen (GSI), Torquato Jardim (Justiça) e Raul Jungmann (Defesa) acompanharam a sessão ao lado do presidente, assim como o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR). Blairo Maggi (Agricultura) também passou pelo gabinete de Temer.

A versão de Sebastião – Único secretário estadual a se licenciar do cargo para votar na sessão destinada a votar o pedido de investigação do presidente Temer, Sebastião Oliveira, dos Transportes, disse ao blog que o governador Paulo Câmara, cujo partido, o PSB, fechou questão contra o Governo, entendeu a sua situação. “Reassumi a pedido do meu partido”, afirmou Sebastião, referindo-se ao PR, que, ao contrário do PSB, votou fechado com o Governo.

Relator misterioso - O relator da Lava Jato no STF, ministro Luiz Edson Fachin afirmou, ontem, que assim que a Câmara dos Deputados tomar uma decisão sobre o prosseguimento ou não denúncia contra o presidente Michel Temer vai se manifestar sobre os próximos passos do inquérito. Indagado por repórteres, Fachin não quis explicar quais são as regras e o que poderia ocorrer na hipótese de a denúncia ser arquivada pelos deputados federais. "Assim que a Câmara tomar lá uma decisão, eu vou ordenar o processo em seguida. Mas não vai demorar muito, tá bom?", limitou-se a dizer.

Erro da oposição – Antes mesmo de iniciar a votação da denúncia contra Michel Temer na Câmara, deputados da oposição admitiam que o cenário era amplamente favorável ao presidente. A primeira derrota dos oposicionistas foi não conseguir impedir o governo de alcançar o quórum de 342 deputados para dar início à votação, o que aconteceu por volta das 12h30. "Perdemos", afirmou o deputado Sílvio Costa (PTdoB). Segundo ele, a oposição errou ao se inscrever para fazer discursos e, assim, contribuir com o quórum. Ele também afirmou que o governo foi bem-sucedido em convencer deputados dissidentes da base, como do PSDB, a marcar presença mesmo que votassem contra Temer.

Imposto Único – De volta à Câmara dos Deputados no lugar de Kaio Maniçoba (PMDB), que assumiu a Secretaria estadual de Habitação, o deputado Luciano Bivar (PSL) disse, ontem, ao blog, que uma das suas principais iniciativas no mandato será restaurar o projeto de sua autoria criando o chamado Imposto Único. “Seria a melhor saída para reduzir a carga tributária no País”, diz. Na votação de ontem, Bivar votou contra a investigação do presidente Temer.

CURTAS

ARTISTAS – Caetano Veloso e Paula Lavigne lideram desde o mês passado um movimento de artistas e profissionais da TV e da música que se manifestam pelo "Fora, Temer", pedindo que a Câmara dos Deputados aceite a denúncia contra Michel Temer. As postagens do grupo se tornaram mais frequentes.

TUCANOS – Os dois deputados da bancada do PSDB de Pernambuco na Câmara dos Deputados – Daniel Coelho e Betinho Gomes – votaram pela investigação do presidente Temer. Já o deputado Jorge Corte Real, do PTB, votou a favor de Temer. Jarbas Vasconcelos manteve a palavra e quando chamado a votar disse apenas um seco “não” à aprovação do relatório.

Perguntar não ofende: Temer começa a nova fase do seu Governo com uma minirreforma ministerial?

G-4 quer derrotar Câmara

Magno Martins, | qua, 02/08/2017 - 09:13
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A transferência do senador Fernando Bezerra Coelho, do PSB para o PSDB, já com o martelo batido, tem um ingrediente novo: a formatação do chamado G-4, a unidade de três partidos de oposição – DEM, PSDB e PTB ao PMDB – para enfrentar o governador Paulo Câmara, que disputa a reeleição, em 2018. O nome do candidato será objeto de uma ampla discussão depois que Fernando assumir o controle do seu novo partido, o que deve ocorrer ao longo deste mês.

Em entrevista à mídia estadual, o presidente nacional do PMDB, Romero Jucá, disse, enfaticamente, que o PMDB terá candidato próprio a governador com a chegada de Fernando e seu grupo. Mas se o G-4 vier a ser viabilizado, o candidato pode sair de outra legenda. No PTB, o nome do senador Armando Monteiro será levado em consideração. No PSDB, o do ministro das Cidades, Bruno Araújo; e no DEM, que vai virar Mude, o do ministro da Educação, Mendonça Filho.

São as principais lideranças de oposição ao Governo do Estado. Quanto a Jarbas Vasconcelos, que está perdendo o controle do PMDB para Fernando Bezerra, se ficar no partido tem o aval da direção nacional para disputar o Senado pelo G-4. A grande dúvida é se ficará de fato na legenda, já que declarou, numa emissora do Recife, que as chances de abandonar o projeto de reeleição do governador beiram a zero.

Nas discussões prévias do G-4, se Fernando Filho vier a ser o candidato a governador, Armando Monteiro entraria na chapa como postulante à reeleição e Jarbas seria o segundo candidato ao Senado. No caso inverso, ou seja, Armando na cabeça, Fernando Filho seria candidato a senador com Jarbas, ou vice, sendo entregue a outra vaga de senador a Mendonça Filho.

Tem ainda o PSDB, representado pelo ministro das Cidades, Bruno Araújo, que também pode ser o candidato a governador, a senador ou a vice-governador. Mendonça Filho, por fim, como principal liderança do DEM, será colocado na mesa como candidato a governador e a senador.

A equação é fácil de montar? Evidentemente que não, porque envolve muitos caciques. O que une, hoje, na verdade, tantas lideranças de peso, é o desejo de derrotar o governador Paulo Câmara e tirar o PSB do poder. Em termos partidários, Câmara está levando um grande baque, porque já perdeu o PSDB e o DEM. A pior notícia é a desagregação do PMDB.

VENDAS REAGEM– A indústria automobilística brasileira registrou em agosto o melhor resultado em vendas em 20 meses, segundo resultado da Fenabrave (associação dos revendedores). Foram vendidos 216,5 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus. O melhor resultado anterior foi registrado em dezembro de 2015, com 227,8 mil unidades, segundo dados antecipados pelo mercado. Também foi a primeira vez neste ano que as vendas, medidas por licenciamentos no Renavan (Registro Nacional de Veículos), ultrapassaram a marca de 200 mil unidades. O desempenho de agosto é 17,7% superior ao de igual mês do ano passado e 17,1% melhor que o de julho.

Contas rejeitadas- O Tribunal de Contas do Estado recomendou a rejeição das contas da ex-prefeita de Solidão, Cida Oliveira (PSB). De acordo com a auditoria do órgão, a ex-gestora deixou o município com déficit financeiro de R$ 6,7 milhões. As contas rejeitadas são referentes ao exercício financeiro de 2014. A auditoria também identificou problemas no cumprimento do limite de 54% de gastos com pessoal, previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal, que chegou a 58,23% no último no último quadrimestre de 2014, e nos investimentos na área de saúde.

Defesa da Chesf– O deputado Tadeu Alencar (PSB) lembrou durante pronunciamento no ato de funcionários e da Frente Parlamentar em Defesa da Chesf, ontem, no Recife, que a bancada federal tem se unido contra uma agenda do Governo Federal que prejudica o Estado. “Há menos de quinze dias, conseguimos impedir uma iniciativa de claro desmonte da Hemobrás. Hoje, estamos aqui para defender este patrimônio de Pernambuco e do Nordeste, que é a Chesf. Porque todas as vezes em que o interesse de Pernambuco é colocado em jogo, os pernambucanos se unem para além dos partidos, das ideologias, dos segmentos sociais”, constatou. Para ele, a proposta de privatização da Eletrobrás reforça uma característica muito peculiar do Governo Temer, que é a do rolo compressor.

Em Moreno– O senador Armando Monteiro (PTB-PE) participou, ontem, das celebrações do início da Semana da Pátria e Emancipação Política. O município completa 89 anos no próximo dia 11. Ao lado do prefeito Vavá Rufino (PTB), do deputado e presidente estadual do PTB, José Humberto Cavalcanti, vereadores e lideranças locais, o senador também conheceu o projeto do futuro anel viário, que será construído no Centro. A obra vai requalificar a estrutura urbana e dar maior fluidez ao trânsito na área.

De olho no Senado- Sem um nome natural no Estado pela disputa às duas vagas de senador em 2018, o segmento evangélico se movimenta e começa a cogitar o nome do deputado André Ferreira, do PSC. As almas evangélicas com direito a ir às urnas somam mais de 1,2 milhão e esse contingente é o principal ingrediente que o partido de André dispõe para colocar o seu nome numa negociação dentro da coligação governista, liderada pelo governador Paulo Câmara (PSB).  

CURTAS

CIDADANIA– A presidente da Câmara de Vereadores de Arcoverde, Célia Cardoso (PSB), marcou para o próximo dia 15, às 19h30m, a entrega do meu título de cidadão arcoverdense. A autora é ela própria, mas a proposição foi aprovada por unanimidade. Após a homenagem, faço uma noite de autógrafos do meu livro Histórias de Repórter no plenário da Casa.

NO CABO– De passagem pelo Recife, o prefeito de Petrolina, Miguel Coelho (PSB), deu uma esticadinha até o Cabo para conhecer a obra administrativa do prefeito Lula Cabral, também socialista, que governa o município pela terceira vez. Coelho quis se aprofundar especialmente nos programas sociais geradores de renda.

Perguntar não ofende: O crescimento do PIB é real ou uma bolha?

 

 

O PT tentou reformas

Magno Martins, | qua, 02/08/2017 - 08:26
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O senador Armando Monteiro disse, ontem, numa entrevista a este blogueiro, que não mudou nada em relação ao que defendia no parlamento quando o PT estava no poder. Foi uma resposta aos petistas que lançaram mão de uma candidatura própria a governador nas eleições de 2018 em detrimento de uma aliança com o PTB, que vai, mais uma vez, tentar chegar ao Palácio das Princesas com a candidatura do senador.

Quando Armando fala em mudança de comportamento ele se refere ao que o PT defendia quando estava com a caneta na mão. No caso da reforma trabalhista, já aprovada pelo Congresso, com o apoio do senador, ele lembra que no Governo Lula for criado o Fórum Nacional do Trabalho, que apresentou uma proposta de emenda constitucional para a reforma trabalhista.

A iniciativa não prosperou, não por vontade de Lula, mas porque faltou lastro em sua base, mas ele insistiu até onde foi possível. Já durante o Governo Dilma, houve uma proposta mais focalizada de criação do Acordo Coletivo Especial, para promover o negociado sobre o legislado, via projeto de lei, mas sem sucesso, porque Dilma não teve capacidade política nem interlocução com o Congresso.

As reformas, como queriam Lula e Dilma, são uma exigência em busca da modernização da CLT, uma medida necessária para aumentar a produtividade e melhorar o funcionamento da economia. Desde o fim do século passado, vários países europeus reformaram suas leis trabalhistas para dar mais flexibilidade aos contratos de trabalho e segurança aos trabalhadores.

“O Brasil não é uma ilha e não poderia prescindir dessas reformas”, reforça Armando, destacando que se as defendeu lá atrás, quando ministro de Dilma, não poderia deixar agora de apoiar. “Eu não mudei”, reforçou. Para ele, o PT pernambucano pode estar tentando buscar um pretexto para não discutir uma aliança.

“Houve momentos em que o PT priorizava uma política de alianças. Pode ser que agora essa não seja a melhor opção para o PT. Eu fiz alianças nesse campo, no campo de esquerda, muito consciente ao longo da minha vida pública porque convergia para projetos em que eu achava que se aliava alguma compreensão adequada do quadro econômico, aliada a sensibilidade e ao compromisso social desses setores”, afirmou.

DECISÃO SAI HOJE – O Governo está seguro de que reprova, hoje, em votação no plenário da Câmara dos Deputados, o pedido de investigação do Supremo Tribunal Federal. O que ficou acertado, entre os deputados da base que se manifestam a favor da investigação, é que compareçam ao plenário para dar o quórum dos 342 votos exigidos pelo regimento para colocar a matéria em votação. A estratégia está correta, até porque quem precisa dos 342 votos – e não tem – para aprovar a investigação é a oposição.

Os contra também empenham – Aos que dizem que o presidente Temer discrimina, em termos de empenho e liberação de emendas, os deputados que querem aprovar a investigação do Supremo, um exemplo na bancada pernambucana faz esta tese virar um castelo de areia: o segundo parlamentar que mais garantiu empenhos de emendas é o deputado Gonzaga Patriota, da bancada do PSB, voto certo e já declarado pela crucificação de Temer. Só perde para o tucano Bruno Araújo, que está se afastando da Pasta de Cidades para votar contra a investigação.

Segurança reforçada - Para a votação do pedido de investigação do presidente Temer, no plenário da Câmara, hoje, o Congresso reforçou a segurança. Jornalistas que já cobrem o Congresso tiveram que fazer um credenciamento especial e nem todos terão acesso ao plenário da Casa. O critério adotado para o plenário é mediante uma senha especial, duas por veículos de televisão. Haverá um cordão de isolamento na rampa do Congresso e a entrada será pelas vias laterais. Tudo para evitar manifestações.

Temer confiante – O presidente Michel Temer se disse, ontem, confiante de que a Câmara dos Deputados rejeitará a denúncia oferecida contra ele pela Procuradoria Geral da República. Temer participou de evento no Palácio do Planalto e concedeu rápida entrevista à imprensa após a cerimônia. Antes de iniciar o discurso, Temer citou 25 deputados presentes ao ato, de abertura de cursos de Medicina, entre os quais Paulo Maluf (PP-SP) e o petista Zeca Dirceu (PT-PR), filho do ex-ministro José Dirceu.

Dá para concorrer? – O deputado Sílvio Costa (PTdoB) comemorava, ontem, no salão verde da Câmara, o fato de seu discurso contra Temer ter viralizado nas redes sociais alcançando quatro milhões de acessos. 

Convencido e vaidoso, informava ter perdido apenas para um vídeo da cantora Gretchen ao lado da cantora americana Katy Perry, que alcançou 12 milhões de visualizações. Ao seu lado, um deputado não perdeu a piada: “Também é muita pretensão sua querer concorrer com o bumbum da Gretchen”.

CURTAS

VOTAÇÃO – O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou, ontem, que a votação da denúncia contra o presidente Michel Temer por corrupção passiva estará resolvida na tarde de hoje. “Acho que será votado e, com a votação, isso gera uma tranquilidade para a sociedade de que esse assunto estará resolvido na parte da tarde de amanhã”, disse.

DE VOLTA – O presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), pretende entregar a presidência do PSDB de volta ao senador Aécio Neves (MG), mas antes vai conversar com o parlamentar mineiro. Tasso assumiu o comando tucano interinamente em maio, depois que Aécio foi citado por delatores do grupo J&F, que controla o frigorífico JBS.

Perguntar não ofende: Quem, na verdade, mudou: Armando ou o PT?

“PE não é o Rio”, diz Câmara

Magno Martins, | ter, 01/08/2017 - 15:48
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Apesar das crescentes estatísticas de homicídios em Pernambuco em 2017 em relação ao ano anterior, o governador Paulo Câmara (PSB) garante que não há necessidade de reforçar a segurança do Estado com a presença das Forças Armadas, procedimento adotado pelo Rio de Janeiro desde sexta-feira passada. “Pernambuco, diferentemente do Rio, tem uma segurança profissional, com pessoas responsáveis”, diz.

Questionado sobre o registro extraoficial de 30 homicídios no Estado no fim de semana, Câmara disse que o Governo trabalha com uma estatística maior. “Foram mais do que isso. A gente está com números preliminares", declarou, sem, no entanto, apontar um número exato. Dados consolidados da violência só vão ser divulgados no dia 15 de agosto.

O governador reforçou as ações repressivas no Estado entregando, ontem, 83 veículos para as polícias Civil, Militar e Científica. “Não há por que não acreditarmos cada vez mais no trabalho das nossas polícias, que são [formadas por] pessoas sérias e profissionais”. Câmara reconhece que há problemas na segurança pública do Estado, mas, segundo ele, enfrentados com trabalho.

“Não há por que não acreditarmos cada vez mais no trabalho das nossas polícias, que são [formadas por] pessoas sérias e profissionais”, garantiu. No primeiro semestre de 2017, Pernambuco registrou 2.876 homicídios, para uma população de 9,4 milhões de pessoas, segundo estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) feita em 2016. O Estado do Rio, com cerca de 16.6 milhões de habitantes, também segundo o IBGE, notificou 3.457 assassinatos entre os meses de janeiro e junho de 2017, segundo o Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro (ISP-RJ).

No mês de junho, o Estado do Rio registrou 506 crimes entre homicídios dolosos, latrocínios, lesões corporais seguidas de morte e homicídios decorrentes de intervenções à ação policial, número 5,9% maior do que o mesmo período do ano anterior. Em Pernambuco, os 380 homicídios registrados em junho superam em 14,4% os 332 casos registrados no mesmo mês de 2016.

VEÍCULOS– Dos 83 veículos entregues, 42 são destinados à Polícia Militar, 25 motos vão para a Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas (Rocam), quatro caminhonetes serão destinadas ao Grupo de Operações Especiais e outras sete serão encaminhadas a delegacias e batalhões. Há, ainda, cinco veículos que serão encaminhados à Polícia Científica. A entrega de novos veículos, somada à realização de concursos públicos para as polícias de Pernambuco, são alternativas para buscar diminuir a criminalidade no Estado.

Água em Surubim– Em visita, ontem, à redação deste blog, o secretário estadual de Agricultura, Nilton Mota, disse que o governador Paulo Câmara tirou do papel para um projeto na área hídrica que reforçará o abastecimento de Surubim e mais oito municípios do Agreste Setentrional dependentes do sistema da barragem de Jucazinho, que continua seca. “O sistema Sirigi já colocou a água nas torneiras de muita gente do Agreste”, diz Mota. Segundo ele, o Governo investiu R$ 40 milhões em parceria com o Governo Federal.

Fuga da oposição- O deputado Sílvio Costa (PTdoB) fez um apelo, ontem, para que os colegas da oposição não marquem presença na sessão de amanhã para inviabilizar a votação da denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB).  Em um vídeo distribuído pelo WhatsApp, o deputado admite que a oposição não tem os 342 votos necessários para aprovar o seguimento da denúncia e que, por isso, a melhor estratégia é não registrar presença em plenário. "Nós não devemos marcar presença, porque na hora que a gente não marca a presença, não vai dar quórum, e aí não vota, fica para a próxima semana, a gente não dá quórum de novo, e assim por diante", disse.

Olho na vice– A perspectiva do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) chegar ao segundo turno nas eleições presidenciais de 2018 revelada por recentes pesquisas de intenção de voto abriu uma procura de interessados em ser candidato à vice-presidente na chapa dele. Pelo menos dois parlamentares já procuraram Bolsonaro para se colocar à disposição: o deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) e o senador Magno Malta (PR-ES). Última pesquisa Datafolha sobre a disputa presidencial de 2018, divulgada em junho, mostrou que o deputado do PSC está em segundo lugar, tecnicamente empatado com a ex-ministra Marina Silva (Rede), com 16% e 15% das intenções de voto, respectivamente.

Aposta na reeleição – O prefeito de Itapetim, Adelmo Moura (PSB), vende uma imagem bastante otimista do Governo Paulo Câmara (PSB), para quem, segundo ele, não terá adversário nas eleições de 2018. “Quando o povo tomar conhecimento da verdadeira face do Governo não vai pensar duas vezes em reeleger Câmara. Só em meu município, os investimentos em recursos hídricos e saneamento superam a casa dos R$ 15 milhões. Em sua gestão, Itapetim se tornará a primeira cidade 100% saneada do Sertão do Pajeú”, afirmou.

CURTAS

REVISÃO– A Câmara do Recife retoma seus trabalhos, hoje, estando na pauta a conclusão do projeto de revisão da Lei Orgânica do Município. É, na verdade, uma espécie de revisão da Constituição municipal por uma comissão especial. Entre os dispositivos da legislação estão os compromissos dos poderes Executivo e Legislativo, os direitos e deveres do cidadão no âmbito do município assim como dos governantes.

ALERTA– A conselheira Teresa Duere, relatora das contas de 2017 do município de Trindade no TCE, expediu “Alerta de Responsabilização” ao prefeito Éverton Costa para o risco de vir a responder, pessoalmente, perante o TCE, pelos gastos efetuados com a “3ª Festa do Gesso”, que se encerrou no último domingo, se vierem a comprometer o equilíbrio das contas públicas do município.

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