Alunos se inspiram em artistas para confeccionar máscaras

Imagens de consagrados fotógrafos e pintores paraenses dão toque de estilo e criatividade às peças que passaram a ser obrigatórias por causa da pandemia do novo coronavírus

por Brenna Pardal sex, 29/05/2020 - 17:13

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Com a Lei 9.051/2020, que torna obrigatório o uso de máscaras em via pública no Estado do Pará, há pessoas confeccionado suas próprias peças, e ainda para vendas, doações, com muita criatividade. Alunos do curso de Bacharelado em Moda da UNAMA - Universidade da Amazônia também decidiram inovar: criaram máscaras de proteção contra o novo coronavírus com imagens de obras de artistas plásticos e fotógrafos paraenses.

Dentro do curso de Moda da universidade há uma disciplina chamada Semiótica aplicada à moda, ministrada pela professora Lucy Teixeira. Como atividade prática, a professora teve a ideia de passar o projeto para os alunos do 3º semestre.

A aluna Sara Magno disse que a professora disponibilizou uma lista com obras de artistas para que os alunos buscassem inspiração. “O artista que eu escolhi foi o Marinaldo Santos (artista plástico). Através de elementos ele tenta repassar alguma coisa para o público. Eu aprendi a observar com uma maior profundidade as obras do artista e tenho algumas na minha casa”, explicou.

Cleide Alves, aluna da disciplina, também escolheu o artista plástico Marinaldo Santos com a obra "Feliz Círio", que remete às festas da Nossa Senhora de Nazaré, com imagens da Santa e objetos de miriti.

A aluna Julia Mendes também se encantou com o projeto. “Pesquisei por artistas paraenses que tivessem obras que se assemelhassem ao meu gosto pessoal, e durante minha pesquisa bati o olho em uma das obras de Jorge Eiró, um artista notável paraense. Fiquei encantada com a forma diferente que cada lado do quadro foi pintado e pensado, tendo sido inspirado nos estilos de Van Gogh (pintor holandês) e Hokusai (pintor japonês), que são artistas por quem eu já tinha simpatia antes. Por ter também representado as ondas e o oceano, me despertou um carinho pelo quadro ‘A Grande Onda em Nazaré - Surfando com Hokusai e Van Gogh’”, contou.

A aluna Erika Santos optou pelo fotógrafo Luiz Braga, e a obra escolhida foi a fotografia com o nome “Tajá”. “É uma casinha de madeira amarela, azul, vermelha com umas plantas verde-musgo na frente dela. Como estamos 'protegidos' dentro de casa, então pensei em representar a casa literalmente na máscara, assim dando a sensação de proteção”, explicou.

Eduarda Brandão escolheu o fotógrafo Miguel Chikaoka, que traz em suas fotografias em preto e banco expressões da melancolia. “Não costuma ser o tipo de estilo que costumo apreciar. Entretanto, precisava ser algo em preto e branco, pois só tinha nanquim (corante preto originário da China) como material. Para a minha sorte esse fotógrafo tinha exatamente essa característica e foi o primeiro dentre os nomes que escolhi para buscar (tenho um gato chamado Miguel, então gostei do nome), e estava procurando uma imagem referência quando uma me fixou a atenção”, disse.

A aluna Maria Helena escolheu a obra "Cortejo dos Olhos", de Emanuel Franco. “Devido eu não ter nenhum material para confeccionar a máscara, fiz digital, no illustrator. Desenvolvi uma estampa me inspirando em uma das obras de Emanuel Franco. O que me chamou muita atenção foi que essas obras remetem a adereços e máscaras do folclore paraense, características do folclore do município de São Caetano de Odivelas, nordeste paraense. Com isso, na estampa desenvolvi olhos me inspirando nas mesmas cores das obras de Emanuel Franco”, destacou.

 

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