Um esporte dependente do parque

Atletas do BMX pernambucano têm que enfrentar as limitações da pista da Jaqueira

| sex, 04/11/2011 - 20:12
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A história de Gilmar Batista está diretamente ligada ao Parque da Jaqueira. Desde 1985, data de fundação do espaço, o homem que tem como a maior paixão da vida o bicicross, faz do lugar uma extensão da sua casa.

Em 1984, quando o terreno de sete hectares foi doado a Prefeitura do Recife, Gilmar já era praticante do BMX. Com a construção de uma pista de recreação, o atleta viu que teria a oportunidade de intensificar os treinos.  Hoje, com 47 anos e mais de 350 troféus na estante de casa, passa todo o conhecimento que tem do esporte para crianças e luta para uma maior visibilidade do bicicross no estado.

“Eu fico mais tempo no Parque da Jaqueira do que na minha própria casa. Já tentei passar menos tempo aqui, mas não consigo”, relata Gilmar. Na opinião dele, a pista de BMX é boa para o lazer, já para treinamento em competições deixa um pouco a desejar. “A gente até queria que a pista tivesse obstáculos mais profissionais, mas como o espaço também para crianças que vem andar aqui”.

Há um grande obstáculo que não dá para vencer apenas com as bicicletas. A falta de patrocínio. Os atletas de Pernambuco ainda não sabem se terão condições de disputar a última etapa do Campeonato Brasileiro da categoria, em Santa Catarina. O custo para cada competidor gira em torno de R$ 1,5 mil.

Para participar da etapa de João Pessoa, Gilmar teve que correr atrás de amigos que pudessem ajudar com as despesas da delegação formada por 15 atletas. A família e pessoas próximas a ele já o aconselharam a se afastar do esporte, depois de tanto tempo lutando. Mas teimoso que só ele, Gilmar não pensa em parar. “Eu não desisto. Já recebi propostas para trabalhar com outras atividades, mas o meu lugar é aqui. É minha missão vê essa gurizada crescer e dizer que valeu apena treinar”.

Mesmo com os problemas, a pista da Jaqueira é um celeiro de talentos no Nordeste. Um deles é Inaldo Ivo, de 25 anos. O Inaldinho. Tetra-campeão pernambucano e vice-brasileiro, o ciclista confirma que o estado da pista não é das melhores, mas devido o esforço dos atletas os resultados estão aparecendo. “O estado ainda é fraco nas competições. Não temos apoio e a pista da Jaqueira não está no nível de competição, mas temos atletas muito bons em Pernambuco”. Para aprimorar os treinamentos, Inaldinho montou uma pequena pista no sítio onde mora no município de Abreu e Lima, Região Metropolitana do Recife.

No Parque, localizado entre a Avenida Rui Barbosa e a Rua do Futuro, além da pista de 400 metros do BMX, existe também uma pista de Cooper com mil metros de extensão, uma ciclovia e uma área de destinada a patinação.

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