Gallo x Mazola, um duelo à parte

Jovens treinadores estão longe de ser unanimidade. Neste domingo, ambos têm prova de fogo pela frente

dom, 22/04/2012 - 09:28

Jovens... Promissores ou ainda incógnitas? É dessa forma que Alexandre Gallo e Mazola Júnior são analisados no mercado da bola. Aos 44 e 47 anos, respectivamente, os treinadores de Náutico e Sport ainda são pontos de interrogação no futebol nacional. Porém, apesar das falhas e temperamentos conturbados, os dois comandantes têm atributos que justificam as reticências em suas histórias dentro da área técnica.

Mais novo, só que mais experiente que o “concorrente”, Gallo iniciou a carreira de treinador em 2004, no Villa Nova. Não o tradicional de Goiás, mas o modesto time de Nova Lima, no Estado de Minas Gerais. Porém, antes disso, os trabalhos como auxiliar-técnico credenciaram o ex-jogador aos desafios seguintes. Nessa função, o paulista de Ribeirão Preto aprendeu com os mestres Carlos Alberto Parreira, no Corinthians, e Wanderley Luxemburgo, no Santos.

Isso lhe rendeu uma oportunidade no próprio time paulista, onde foi campeão brasileiro como auxiliar em 2004. Depois do Peixe, uma rápida passagem pelo futebol japonês e, em 2007, o primeiro time de Pernambuco no currículo. Pelo Sport, Gallo foi campeão estadual e ganhou uma oportunidade no gigante Internacional. No time gaúcho, a conquista da Recopa Sul-Americana marcou a passagem relâmpago.

Em seguida, o treinador rodou pelo Brasil. Figueirense (título estadual), Atlético-MG, Bahia e Santo André entraram no currículo. Até que, em 2010, Alexandre Gallo atracou novamente em terras pernambucanas. No comando do Náutico, o vice no Campeonato Pernambucano, justamente contra o Sport, deixou marcas. Seguiu na Série B, mas caiu após problemas financeiros. Da liderança ao 11º lugar. No total, foram 44 partidas, com 21 vitórias, 8 empates e 15 derrotas. Ou seja, um aproveitamento de 53,78%.

Já o “rival” mais velho, Mazola Júnior, tem uma história basicamente resumida ao Sport. Parou de atuar dentro das quatro linhas nos gramados portugueses, onde, em seguida, estudou e se preparou para a vida na área técnica. Portugal é referência na formação de treinadores. De volta ao Brasil, chegou ao comando do Ituano em 2009. Na equipe paulista participou da Série D do Campeonato Brasileiro e do Campeonato Paulista.

Trabalho que credenciou o treinador para assumir as divisões de base do Sport, na categoria de juniores. Teve a primeira grande oportunidade após a queda de Hélio dos Anjos, ano passado. Ficou 11 jogos no comando até ser substituído por PC Gusmão. Porém, o “raio caiu no mesmo lugar”. Depois de nova demissão, Mazola retornou ao comando do Leão faltando cinco rodadas para o término da Série B. E fez do impossível completamente possível, conquistando o desacreditado acesso para elite do futebol nacional.

Vive sob desconfiança da crônica esportiva, dos torcedores e, até mesmo, da diretoria. Porém, Mazola Júnior é respaldado pelo presidente Gustavo Dubeux e, principalmente, pelos números. São 40 jogos no comando rubro-negro, com 25 vitórias, 8 empates e 7 derrotas. O jovem técnico tem a maior e melhor sequência após a Era Nelsinho Batista. O lendário treinador conquistou a Copa do Brasil, em 2008, e o Bi-Pernambucano, 08/09. De lá para cá foram oito treinadores (Emerson Leão, Péricles Chamusca, Givanildo Oliveira, Toninho Cerezo, Geninho, Hélio dos Anjos, PC Gusmão e Mazola Júnior) e dois interinos (Levi Gomes e Gustavo Bueno). Todos sem sucesso.

Neste domingo, quando a bola rolar no Clássico dos Clássicos, a partir das 16h, nos Aflitos, um dos dois terá a oportunidade de colocar mais um ponto positivo nos pensamentos de alvirrubros ou rubro-negros. Afinal, 180 minutos separam Náutico ou Sport da final do Campeonato Pernambucano 2012. O “último” capítulo desse duelo particular fica para a próxima semana na Ilha do Retiro.

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