Robinho: "Infelizmente existe o movimento feminista"

Declaração foi dada durante entrevista com o UOL, na qual comentou a condenação por estupro na Itália

por Vitória Silva sab, 17/10/2020 - 14:37
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O jogador Robinho, condenado em primeira instância por violência sexual em grupo na Itália, alegou, em entrevista ao UOL, neste sábado (16), que está sendo acusado injustamente e criticou o movimento feminista pelas proporções supostamente descabidas do caso. Robinho negou ter tido qualquer relação sexual com a vítima, e diz que o seu “único erro foi trair a esposa”. O crime aconteceu em 2013.

“Infelizmente, existe esse movimento feminista. Muitas mulheres às vezes não são nem mulheres, para falar o português claro. E se levantam contra porque coisas que homens…”, interrompeu a própria fala, começando a discorrer sobre um outro tópico dentro do assunto. Desde que a entrevista foi ao ar, na manhã deste sábado, internautas comentam também a conotação transfóbica da crítica.

A entrevista foi marcada por uma série de interrupções dos representantes e advogados de Robinho. Por questões judiciais, o jogador não é autorizado a comentar vários dos tópicos do processo, mesmo os de maior interesse público, o que causou desconforto e discussões durante a conversa.

Nos poucos momentos em que pôde comentar o caso, Robinho negou o estupro e até mesmo ter tido qualquer relação sexual com a albanesa, vítima em questão. "Uma garota se aproximou de mim, a gente começou a ter contato com consentimento dela e meu também. Ficamos ali poucos minutos. A gente se tocou. Depois fui embora para casa", detalhou sua relação com a mulher naquele dia de 2013.

Por orientação da defesa, o jogador negou-se a comentar os trechos da sentença vazados nessa sexta (16), pelo Globo Esporte. Em conversa de janeiro de 2014 gravada com autorização da Justiça italiana, Robinho afirmou a Jairo Chagas, músico brasileiro que tocou na boate na noite do ocorrido, que "tentou transar" com a jovem albanesa. Ao ser contestado sobre ter praticado sexo oral, Robinho admitiu, mas rebateu: "Isso não significa transar".

O jogador limitou a sua participação no caso como algo ocorrido de forma consensual, e apenas “uma relação que um homem tem com a mulher”.

"Olha, tem muitas coisas que estão fora de contexto e que eu gostaria de te dar uma entrevista de uma forma mais ampla e explicar exatamente o que aconteceu. Mas como isso está em segredo de justiça, eu não posso falar exatamente. Gostaria muito de falar, mas isso pode ser que me prejudique. Eu confio na Justiça italiana. Não posso te responder exatamente. Mas certeza, sem sombra de dúvidas, que muita coisa saiu fora de contexto", disse. 

Também na manhã deste sábado (17), Robinho publicou, através das stories no seu Instagram, uma imagem da bíblia e um trecho bíblico do livro de Coríntios (12:10): “Eu me alegro também com as fraquezas, os insultos, os sofrimentos, as perseguições e as dificuldades pelas quais passo por causa de Cristo. Porque, quando perco toda a minha força, tenho a força de Cristo em mim”. 

Relembre o caso

O episódio aconteceu na boate Sio Café, em Milão, na Itália, na madrugada do dia 22 de janeiro de 2013. Além de Robinho e Ricardo Falco, outro brasileiro envolvido, outros três homens teriam participado do ato classificado pela Procuradoria de Milão como violência sexual grupal. Os demais envolvidos são processados em um registro à parte, pois deixaram a Itália no decorrer da investigação.

A decisão do Tribunal de Milão, de novembro de 2017, ainda não é definitiva e foi contestada pelas defesas do jogador do Santos e Falco. A Corte de Apelo de Milão vai iniciar a análise do processo, em segunda instância, no dia 10 de dezembro.

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