Começa a última batalha legal de Djokovic sobre deportação

O presidente do tribunal, James Allsop, abriu a sessão em que deve ser decidida esta saga e a participação do atleta, número um do tênis masculino, no Aberto da Austrália a partir de segunda-feira

dom, 16/01/2022 - 08:03
Martin Keep Novak Djokovic chega ao escritório de seu advogado em Melbourne para a audiência de emergência online do Tribunal Federal, que considerará sua investida final contra a deportação Martin Keep

O Tribunal Federal da Austrália iniciou na manhã de domingo (sábado, 15, no horário de Brasília) uma audiência urgente para analisar se aceita ou não o recurso do tenista sérvio Novak Djokovic contra sua expulsão do país por não ter sido vacinado contra a Covid-19.

O presidente do tribunal, James Allsop, abriu a sessão em que deve ser decidida esta saga e a participação do atleta, número um do tênis masculino, no Aberto da Austrália a partir de segunda-feira (17).

Recluso desde sábado em um centro de detenção, onde já passou cinco dias após chegar à Austrália em 5 de janeiro, Djokovic foi levado do antigo hotel para o escritório de seus advogados em Melbourne, de onde participa da audiência.

Composto por três juízes, o tribunal realiza a audiência convocada com urgência em sessão por videoconferência. O formato da corte e o curto período de tempo antes do início do torneio tornam a decisão muito difícil de apelar.

A equipe jurídica de Djokovic, que corre o risco de não poder retornar à Austrália por três anos se ele perder o caso, iniciou um processo argumentando que sua detenção era "ilógica", "irracional" e "insensata".

Os advogados do sérvio já salvaram em 10 de janeiro um primeiro set point, quando um juiz de menor escalão reverteu o cancelamento do visto de Djokovic e o liberou depois de dias trancado no centro de imigrantes.

Mas na sexta-feira, o governo do conservador Scott Morrison, pressionado pelas eleições de maio, ordenou novamente sua deportação, alegando, entre outras coisas, que sua oposição pública às vacinas pode dificultar a gestão da pandemia e levar a “distúrbios sociais”.

Djokovic viajou para a Austrália com uma isenção médica da exigência de vacinação concedida pelos organizadores do torneio com base em uma infecção pelo coronavírus que ele teve em dezembro, mas as autoridades de fronteira não aceitaram essa exceção.

A polêmica tem ofuscado o torneio que Djokovic pretende vencer pela décima vez. Em jogo está também o recorde de 21 Grand Slams, com o sérvio, Rafa Nadal e Roger Federer atualmente empatados em 20.

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