Joaquim Bezerra reclama de "excesso de rigor" da PMPE

"Se a gente não conseguir chegar num consenso, a única forma de resguardar os direitos do Santa Cruz é ajuizar uma ação", ameaçou o presidente do Santa Cruz

dom, 23/01/2022 - 16:48
Reprodução/TVCoral O presidente do Santa Cruz, Joaquim Bezerra Reprodução/TVCoral

A partida de estreia do Santa Cruz no Campeonato Pernambucano 2022, contra o Afogados da Ingazeira, aconteceria neste domingo (23), mas foi adiada por problemas apontados pela Polícia Militar no Arruda. Justamente no horário em que a torcida estaria no estádio, clube publicou uma entrevista com o presidente. Joaquim Bezerra reclama de “rigor excessivo” nas exigências da PM e não descartou ir à Justiça para poder jogar em casa.  

Confira abaixo, na íntegra, a entrevista do presidente do Santa Cruz:

Assessoria: Presidente Joaquim Bezerra, como está hoje a situação dos laudos técnicos?

JOAQUIM BEZERRA: Nós temos o laudo dos Bombeiros, aprovado com restrição. O que significa que algumas adequações precisam ser feitas para que o Corpo de Bombeiros aprove em sua plenitude. Com isso, eles reduziram a capacidade de público de 60 mil para 40 mil pessoas.

Essas adequações são escadas para rotas de fuga, que precisam de um tempo para serem construídas, até porque todos sabemos que o Estádio do Arruda vai completar 50 anos de edificado, e as regras que atendiam às exigências dos Bombeiros há 50 anos não são as mesmas de hoje. Então os bombeiros, muito conscienciosamente, nos deram esse prazo para que possamos fazer as adequações.

Esse laudo foi protocolado na Polícia Militar e quando da vistoria da Polícia, que é muito mais voltada para a segurança do público no dia do jogo, algumas coisas foram levantadas, como posição de catracas. Tudo isso a gente colocou dentro do padrão que foi solicitado.

Obviamente, a gente precisa fazer sim algumas melhorias no estádio, que passou dois anos parado e estamos há três meses fazendo essas melhorias. Todo mundo sabe que isso demanda investimento, demanda dinheiro, e o Santa Cruz não tem dinheiro para investir em tudo isso que é necessário. A gente está fazendo as coisas dentro das prioridades que estão sendo estabelecidas.

Asscom: o senhor acha que houve um exagero na vistoria e nas medidas impostas em tão pouco tempo para solucionar?

JB: Eu acho que houve, na verdade, um rigor muito grande. No tocante à quantidade de público que o estádio iria receber, apenas 3 mil torcedores, em qualquer local do Arruda você consegue acolher 3 mil torcedores com segurança, seja na arquibancada do escudo, seja na social, atrás da barras, nas próprias cadeiras… Então, acho que existiu um excesso de rigor. Vamos buscar um entendimento com a Polícia Militar, para que isso seja feito de uma forma tranquila e pacífica na próxima semana.

Asscom: por que o adiamento foi o melhor caminho para o Santa Cruz?

JB: Temos dois motivos básicos. Fazer o jogo sem público não iria contemplar os torcedores, os patrocinadores e o fornecedor de material esportivo, a Volt. Nós precisamos do jogo com público no Arruda para que a loja da Cobra Coral venda no pré-jogo, venda no pós-jogo. Precisamos de uma arrecadação maior, porque a renda do jogo é toda revertida para o pagamento de jogadores e funcionários, e demais despesas de funcionamento do clube. Então, fazer jogo sem público nós já passamos dois anos. E o sofrimento está muito grande. O Santa Cruz não aguenta mais fazer jogo sem público.

Levar o jogo para a Arena, com 3 mil torcedores, não existe condição de se obter resultado, porque os custos são elevadíssimos. Além disso, você não estaria contemplando o fornecedor de materiais e produtos do Santa Cruz, e muito menos os patrocinadores do clube.

Nós precisamos preservar o nosso direito de fazer o jogo na nossa casa. O Arruda é a casa dos nossos torcedores, a casa do Santa Cruz. Com a postergação desse jogo para fevereiro, esperamos que as medidas sanitárias que estão restringindo público já tenham se flexibilizado e aumentado a capacidade de pessoas no estádio. Com isso, nós teremos um faturamento maior, seja do ponto de vista da Loja Cobra Coral, e principalmente das bilheterias.

Não existe prejuízo financeiro algum no adiamento desse jogo. O que existe é uma quebra de expectativa do torcedor, que está há muito tempo sem ver o seu time jogar. Mas tudo isso foi combinado, discutido e aprovado pela diretoria de futebol, pela comissão técnica e pelas demais diretorias do clube. Então, nós entendemos que, para uma preservação do Santa Cruz, da sua marca e da sua imagem, e dos seus recursos, sejam patrimoniais e financeiros, o adiamento do jogo não foi prejudicial ao Santa Cruz.

Assessoria: qual o caminho que o clube deve tomar?

JOAQUIM BEZERRA: Na próxima semana, nós teremos reunião com a Polícia Militar e com qualquer outro órgão que seja necessário para a liberação do estádio. Nós precisamos, numa conversa franca e aberta, pedindo auxílio da própria Polícia Militar, para que nos indique quais são as prioridades, para que a gente possa de imediato ter o estádio reaberto para o público.

Porque se a gente não conseguir chegar num consenso sobre isso, a única forma que a gente vai ter que recorrer para resguardar os direitos do Santa Cruz é ajuizar uma ação. E acho que esse caminho de ajuizar uma ação não é bom para ninguém. Não é bom para a Polícia, para os demais órgãos do Governo, e nem mesmo para o Santa Cruz. Mas nós não vamos abrir mão do nosso direito de jogar na nossa casa, com o nosso público.

Com informações do site oficial do Santa Cruz

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