Servidores estão sendo investigados por fraudes no INSS

Uma série de irregularidades foram constatadas em benefícios assistenciais concedidos na Agência de Previdência Social (APS) em Paulista

por Jameson Ramos seg, 01/10/2018 - 10:03
Google Maps As investigações tiveram início em dezembro de 2017, a partir de relatórios do órgão de inteligência da Previdência Social Google Maps

Oito mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos nas cidades do Recife e Paulista, no Grande Recife, após a Polícia Federal de Pernambuco deflagrar a Operação Garoa, que visa combater crimes de fraude contra a Previdência Social. Cinco servidores do INSS já foram afastados das atividades e impedidos de exercer função pública. Além de terem as suas contas bancárias bloqueadas, eles estão impedidos de sair do Brasil.

Os investigados poderão responder na Justiça pelos crimes de estelionato majorado, formação de quadrilha e inserção de dados falsos em sistema de informação, além de outros crimes a serem revelados com a conclusão da investigação. As penas somadas podem alcançar mais de vinte anos de prisão. Não ocorreram prisões até o momento.

Segundo a PF, as investigações tiveram início em dezembro de 2017, a partir de relatórios do órgão de inteligência da Previdência Social, que indicou uma série de irregularidades constatadas em benefícios assistenciais concedidos na Agência de Previdência Social (APS) em Paulista com possível participação de servidores.

Um relatório demonstrou que, no ano de 2016, a referida agência concedeu o montante correspondente a 19% da espécie Amparo Social ao Idoso em nível nacional, enquanto que a média por agência seria 3,21%. Isto é quase seis vezes mais que a produtividade comum.

Benefícios de Amparo Social ao idoso estavam sendo concedidos para pessoas cujos processos continham documentos de identificação com fotos idênticas. Segundo a polícia, com o avanço das análises foi possível identificar que após a concessão, os benefícios eram transferidos entre várias cidades, inclusive entre Estados distantes, o que é considerado como um fato incomum nessa espécie de benefício destinado aos idosos, cuja condição física geralmente impossibilita esses tipos de deslocamentos.

Algumas pessoas estavam se passando por titulares destas fraudes, o que pode gerar a prisão em flagrante delito. Os servidores estão sendo investigados pela suspeita de alterar os inscrições dos benefícios e cadastrar em instituições financeiras sediadas em municípios no interior do Estado.

Com essa operação, a PF aponta que se descobriu uma organização criminosa especializada na prática de fraudes à Previdência Social, atuando principalmente na região Nordeste. Assim, pessoas idosas foram criadas para obter benefícios no INSS em contas bancárias também falsas.

As investigações devem prosseguir para identificar outros possíveis envolvidos e mais benefícios fraudados, na tentativa de evitar um desvio de mais de 12 milhões de reais.

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