Holiday: ’Não há especulação imobiliária’, diz coronel

Segundo a SDS, cerca de 30 apartamentos continuam ocupados no prédio

por Jorge Cosme qui, 21/03/2019 - 14:52

Uma megaoperação foi montada no Edifício Holiday, em Boa Viagem, Zona Sul do Recife, para a saída dos moradores nesta quinta-feira (21). Segundo a Secretaria de Defesa Social (SDS), 180 profissionais ligados à pasta participam da operação, que conta com policiais civis, militares, bombeiros e peritos, além de órgãos da Prefeitura do Recife, do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea) e da Companhia Energética de Pernambuco (Celpe). O tenente-coronel Ivanildo Torres, coordenador do gabinete de crise da SDS, destacou que tem início hoje a etapa de convencimento e o objetivo é evitar que os residentes sejam retirados à força.

Além disso, Torres reforçou que quem está deixando o local continua tendo a posse do seu imóvel. “Não estamos diante de uma ação de reintegração, estamos diante de uma ação de interdição e desocupação. As pessoas que estão saindo daqui hoje terão seu imóvel preservado. A posse indireta permanecerá com eles, os reais proprietários. Não há especulação imobiliária. A questão aqui é de preservação de vidas humanas, então essa discussão [especulação imobiliária] não vem à pauta”, comentou.

O coordenador também informou que cerca de 30 apartamentos ainda continuam ocupados, um número considerado mínimo. “A partir de hoje é a etapa de convencimento. É a etapa de chegar, conversar, abordar, ir de apartamento em apartamento ver as necessidades daquelas pessoas e ajudar a convencê-las. Até aqueles que resistiam estão procurando conversar”, resumiu.

Torres não informou o prazo máximo para a fase de convencimento. Extraoficialmente, a informação é que as retiradas à força ocorreriam na próxima terça-feira (26). Na etapa coercitiva, os residentes seriam retirados no primeiro dia. Nos seguintes 18 dias, haveria a retirada da mobília e demais pertences. 

“As pessoas estão desesperadas’, disse Fernando Santos, integrante do conselho de moradores. ‘Eles têm dificuldade para saber aonde vão, as empresas estão pedindo fiadores e as pessoas não têm quem colocar, pedem três meses de carência… essa saída está ferindo a moral do cidadão”, destacou. “A gente vai sentar, fazer reuniões para ver o que pode ser feito”, concluiu.

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