O que está mudando com as obras da Conde da Boa Vista

Paradas de ônibus e calçadas estão mais modernas. Durante as obras, ambulantes seguem na via, mas a tendência é que sejam retirados do local e aqueles cadastrados sigam para quiosques e mercados populares

sex, 19/07/2019 - 12:53

O projeto da Nova Conde da Boa Vista, no centro do Recife, segue a todo vapor. Na segunda-feira (15), foi liberado o primeiro trecho que havia sido interditado para as obras. Com a liberação, ficou mais fácil observar as mudanças sofridas no principal corredor de ônibus e pedestres no Recife, responsável por conectar o centro às zonas Norte e Oeste da capital.

As obras foram divididas em seis etapas. No momento, estão sendo realizadas as duas fases iniciais. No local da primeira etapa, já foram feitas obras de drenagem, melhorias nas calçadas e novas paradas de ônibus. Houve também a construção de duas faixas elevadas, na Rua da União e Rua da Saudade, a realocação de postes de iluminação pública que prejudicavam a acessibilidade e as obras elétricas, que incluem a implantação de uma nova iluminação no corredor. As novas paradas de ônibus possuem uma estrutura em vidro, criando o temor de que sejam alvo fácil de vandalismo. O LeiaJá fez algumas comparações que você pode conferir abaixo.

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Em todas as etapas serão realizadas as seguintes tarefas: execução de obras de drenagem, requalificação de passeio, alargamento de passeio, execução de canteiro central e novos mobiliários urbanos.

A fase dois prevê obras nos trechos entre as ruas da Aurora e do Hospício (subúrbio/centro); e entre José de Alencar e Soledade (centro/subúrbio). Na terceira fase os serviços serão executados entre a Rua da Soledade e a José de Alencar (subúrbio/centro) e entre Soledade e Rua Oswaldo Cruz (centro/subúrbio). A Fase 4 compreende o trecho entre as ruas da Soledade e Gonçalves Maia (subúrbio/centro). A quinta etapa realiza o trecho entre as ruas Dom Bosco e Oswaldo Cruz, nos dois sentidos. O projeto será finalizado na Fase 6, que irá beneficiar os trechos entre as ruas José de Alencar e Gervásio Pires (subúrbio/centro) e entre esta última e a Rua do Hospício (centro/subúrbio). Durante as últimas fases serão construídas as duas estações BRT na via, a Estação Hospício e a Estação Soledade, que substituíram as seis temporárias existentes. O investimento na requalificação será de cerca de R$ 15 milhões.

De acordo com a Prefeitura do Recife, os estudos tiveram início em 2016 e foram realizados pela Secretaria de Infraestrutura e Habitação e Secretaria de Mobilidade e Controle Urbano (Semoc). O objetivo, segundo a gestão, é oferecer uma avenida mais acolhedora, arborizada e eficiente.

O projeto conta ainda com iluminação em LED, canteiro central ajardinado e floreiras nas calçadas, plantio de 90 árvores, calçadas com ampliação de mais de dois mil metros quadrados e esquinas alongadas. De acordo com a Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb), rampas e pisos acessíveis serão instalados, nova sinalização nas travessias dos pedestres, ilhas de travessia, mais lixeiras e nova programação semafórica, com foco também nos pedestres. Atualmente, existem cinco locais voltados para atravessar na avenida e, no final, passarão a ser 13.

Um dos temas de atrito do projeto é a permanência de comércio informal nas calçadas. Uma promessa é que os ambulantes cadastrados serão transferidos para quiosques e mercados populares. O Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Comércio Informal do Recife (Sintraci) fez um levantamento e identificou cerca de 330 ambulantes atuando na área e apenas 120 eram cadastrados. Segundo o presidente do Sintraci, Edvaldo Gomes, foi feito um acordo para que os ambulantes continuem na via durante as obras. "O sindicato está sentando na mesa com a prefeitura e organizando ambulantes em setores para não prejudicar os trabalhos. Até agora está tranquilo. O objetivo da gente é colocar todos os trabalhadores nos quiosques. Mas não somente os quiosques, mas outras alternativas, em transversais, outras ruas", explica. Em tentativas anteriores de retirada de camelôs na via, houve resistência e manifestações significativas.

Conheço outros pontos do projeto:

Rotas cicláveis - O entorno da Conde da Boa Vista deverá receber uma nova malha cicloviária. Assim, o centro da cidade ficaria interligado com os circuitos que conectam Boa Vista, Soledade, Santo Amaro, Santo Antônio, São José, Ilha do Leite, Coelhos e Bairro do Recife. O projeto prevê criação de bicicletários.

Circulação - O investimento na requalificação será de cerca de R$ 15 milhões.

A Avenida Conde da Boa Vista possui 1,6 km de extensão e 310 mil pessoas circulam na via por dia, sendo mais de 50% delas através de ônibus. No horário de pico, mais de 180 ônibus passam no local. Os cruzamentos contam com até 6,8 mil pedestres/hora. A via possui 1,5 mil unidades habitacionais e cerca de 370 estabelecimentos comerciais.

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