Presos ateiam fogo no Presídio de Itaquitinga mais uma vez

Esta é a segunda vez, em uma semana, que as chamas tomam parte da penitenciária de segurança máxima localizada na Mata Norte de Pernambuco

por Jameson Ramos qua, 02/10/2019 - 18:50 Atualizado em: qui, 03/10/2019 - 10:20

Detentos da Penitenciária de Itaquitinga , na Mata Norte de Pernambuco, atearam fogo dentro da unidade prisional na tentativa de conseguir que as suas demandas sejam atendidas pelo Governo de Pernambuco. A confusão desta quarta-feira (2) é a segunda no período de uma semana.

Os custodiados pedem por melhorias na alimentação. Eles dizem que está havendo um racionamento da comida que é servida durante o dia. Em entrevista ao LeiaJá, uma das esposas que denunciam a situação disse: “Lá eles são obrigados a comer galinha podre, feijão azedo e um pão e meio. Quem matar nossos maridos de fome”. Além disso, ela ainda confirma que presos rivais estão sendo colocados pela direção do presídio na mesma cela. “O meu marido mesmo precisou ser socorrido porque apanhou muito”, revela Suzy*. 

Na tentativa de denunciar para a sociedade o que está acontecendo em Itaquitinga, um grupo de mulheres está reunido em frente a penitenciária, que é de segurança máxima. “A gente só vai sair daqui quando conseguir resolver esse problema ou falar com o governador”, aponta Daniele Santos Martins que se apresentou como advogada de alguns dos detentos. Ela afirma que o grupo vai passar a noite lá até que consiga ser atendida. 

Nesta última terça-feira (1º), um vídeo feito dentro do presídio foi enviado à imprensa. Os homens reclamam que estão passando fome no local e que até os seus filhos e familiares são obrigados a comerem o que é servido no local, sem poder sequer levar a própria comida. Outra coisa que os presos alegam é que não existe medicação para eles. Diante de todas as dificuldades relatadas, os presos iniciaram uma greve de fome no último domingo (29). 

Embed:

Seres

Em nota, além de afirmar que três pavilhões encerraram a greve de fome, a Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres)  negou o registro de incêndios no interior da unidade prisional. A secretaria também esclareceu que “não há restrição de direitos aos detentos da PIT (Penitenciária de Itaquitinga), pois em conformidade com a Lei de Execução Penal, os presos são assistidos materialmente como todas as outras unidades prisionais do Estado, inclusive, com a oferta de quatro refeições diárias com valor médio de 2.200 calorias. A avaliação nutricional mostrou que 96,6% da população da penitenciária apresenta peso dentro ou acima da normalidade”.

COMENTÁRIOS dos leitores