Opas: novos casos de HIV superaram 20% na América Latina

Na última década os casos passaram de 100.000 em 2010 a 120.000 em 2019, segundo a Organização Pan-americana da Saúde

seg, 30/11/2020 - 20:49
STR O programa da ONU para a luta contra a aids celebrou os resultados de um antirretroviral, o cabotegravir, que injetado a cada dois meses protege as mulheres do vírus HIV, causador da aids STR

Os novos casos de infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) na América Latina, causador da aids, aumentaram 21% na última década, passando de 100.000 em 2010 a 120.000 em 2019, revelou nesta segunda-feira (30) a Organização Pan-americana da Saúde (Opas).

No mesmo período, o número de mortes anuais relacionadas ao HIV caiu ligeiramente, de 41.000 em 2010 para 37.000 em 2019, informou a Opas, o escritório regional da Organização Mundial da Saúde (OMS).

"Estes dados destacam que, sem dúvida, a infecção pelo HIV ainda representa um grave problema de saúde pública na América Latina", afirmou a diretora da Opas, Carissa Etienne, ao destacar que "se prevê que a covid-19 exacerbe esta situação", dado o impacto da pandemia nos serviços de saúde.

Desde que a pandemia global foi declarada em meados de março, o número de pessoas que fizeram o teste de infecção pelo HIV diminuiu "drasticamente" tanto no Caribe quanto na América Latina, revelou a Opas no comunicado.

No primeiro semestre de 2020, em oito países da América Latina e do Caribe - Guatemala, Guiana, Haiti, Honduras, Jamaica, Peru, República Dominicana e Santa Lúcia - houve cerca de 4.000 diagnósticos de infecção pelo HIV a menos do que no mesmo período de 2019, de acordo com dados oficiais.

Sem o diagnóstico, as pessoas infectadas pelo HIV não têm acesso a antirretrovirais que podem salvar suas vidas e também correm o risco de infectar outras pessoas.

Cerca de 2,1 milhões de pessoas na América Latina e 330.000 no Caribe viviam com HIV em 2019, de acordo com dados do UNAIDS, a agência da ONU de luta contra o HIV.

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