Demência: uma doença esquecida, mas em plena atualidade

De acordo com um novo relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), a demência, cuja causa mais comum é a doença de Alzheimer, afeta mais de 55 milhões de pessoas em todo o mundo

qui, 02/09/2021 - 11:46
Saul LOEB Atividade com pacientes com doença de Alzheimer no Copper Ridge Care Center em Sykesville, Maryland, em 23 de outubro de 2009 Saul LOEB

Os casos de demência, uma síndrome caracterizada principalmente por uma perda de memória e de raciocínio, estão aumentando no mundo, mas apenas uma pequena minoria de países dispõe de planos para combatê-la, alertou a OMS.

De acordo com um novo relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), a demência, cuja causa mais comum é a doença de Alzheimer, afeta mais de 55 milhões de pessoas em todo o mundo.

Segundo projeções, este número deve aumentar para 78 milhões em 2030 e 139 milhões em 2050, em razão do envelhecimento da população.

A demência, síndrome na qual há uma degradação da capacidade de realizar as atividades diárias, atinge cerca de 90% dos maiores de 65 anos.

No entanto, ela não é uma consequência inevitável do envelhecimento.

Embora não haja tratamento, estudos mostram que 40% dos casos podem ser evitados ou retardados com a prática de exercícios regulares, não fumar, evitar o consumo excessivo de álcool, alimentação saudável e controlar o peso e os níveis de pressão arterial, colesterol e glicemia.

Outros fatores de risco são depressão, baixa escolaridade, isolamento social e inatividade cognitiva.

No entanto, o relatório revela que apenas um quarto (26%) dos Estados-membros da OMS têm um plano de combate à demência, metade deles na Europa, segundo explicou em uma coletiva de imprensa a Dra. Katrin Seeher, do Departamento de Saúde Mental e Consumo de Substâncias Psicoativas da OMS.

Além disso, ela indicou que muitos desses planos estavam prestes a expirar ou já haviam sido finalizados.

"Precisamos que os governos prestem mais atenção à formulação de políticas de luta contra a demência", disse Seeher.

A especialista, porém, reconheceu que é necessário "ser realista e ver que a demência compete com muitos outros problemas de saúde pública", principalmente nos países em desenvolvimento.

Mesmo assim, a OMS incentiva os países desfavorecidos a integrar o problema da demência nas políticas de saúde pública relativas a doenças não transmissíveis ou nas estratégias em termos de políticas para a velhice.

Quase 60% das pessoas com demência vive em países de baixa e média renda.

De acordo com o relatório, os custos globais da demência foram estimados em US $ 1,3 trilhão em 2019. Espera-se que esse número aumente para US $ 2,8 trilhões em 2030.

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