Setembro Verde alerta para o câncer colorretal

Campanha promove consicentização sobre a doença que afeta o intestino e aponta cuidados preventivos

ter, 14/09/2021 - 09:02
CTO Médica oncologista Paula Sampaio: câncer do intestino é tratável e curável CTO

Setembro Verde é um movimento que foi criado para alertar e conscientizar a população sobre a prevenção do câncer colorretal (ou câncer de intestino). Excetuando o câncer de pele não melanoma, o colorretal é o segundo tipo de tumor mais frequente entre homens e mulheres no Brasil, atrás apenas dos de mama e próstata.

Segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA), em 2020 foram contabilizados no Brasil 40.990 novos casos, número que representa um aumento de mais de 12% em relação ao ano anterior. Em todo o mundo, a incidência da doença vem crescendo entre os adultos jovens.

Com a pandemia da covid-19, quando muitas pessoas deixaram de fazer exames preventivos e interromperam processos de diagnóstico, esse índice tende a aumentar e a demora na descoberta pode agravar a doença e dificultar o tratamento e a cura.

A incidência de câncer colorretal está ligada ao estilo de vida, especialmente aos hábitos alimentares. "Ter mais de 50 anos, ser sedentário, obeso e se alimentar mal são características comuns de quem está no grupo de risco para desenvolver câncer colorretal. Entre os hábitos que podem influenciar no surgimento da doença estão dieta rica em carne vermelha e alimentos processados, tabagismo e consumo excessivo de álcool", enumera a oncologista Paula Sampaio, do Centro de Tratamento Oncológico.

Histórico de diabetes tipo 2 e doenças inflamatórias intestinais (colite ulcerativa e doença de Crohn) são fatores que podem aumentar o risco de aparecimento do câncer de cólon e reto também.

Segundo a oncologista Paula Sampaio, "o câncer de intestino é um dos tipos de tumor considerados preveníveis. Abrange tumores que acometem um segmento do intestino grosso (o cólon) e o reto. É tratável e, na maioria dos casos, curável, ao ser detectado precocemente, quando ainda não se espalhou para outros órgãos". A médica explica que grande parte desses tumores se inicia a partir de pólipos, lesões benignas que podem crescer na parede interna do intestino grosso (após os 50 anos de idade, a chance de ter pólipos gira entre 18 e 36%).

Uma maneira de prevenir o aparecimento dos tumores é a detecção e a remoção dos pólipos antes de eles se tornarem malignos. Eles podem ser detectados precocemente através de dois exames principais: pesquisa de sangue oculto nas fezes e endoscopias.

Os exames devem ser realizados em pessoas com sinais e sintomas sugestivos de câncer colorretal, visando o diagnóstico precoce, ou naquelas sem sinais e sintomas (rastreamento) pertencentes a grupos de maior risco.

A recomendação atual da SBCP é que pessoas sem histórico de câncer colorretal na família procurem o coloproctologista a partir dos 50 anos. Se houver casos na família, esse acompanhamento deve ter início 10 anos antes da idade que tinha aquele familiar quanto foi diagnosticado.

Entre os sintomas mais comuns da doença está a alteração do hábito intestinal. Por exemplo: cólica, sangramento durante a defecação, afilamento das fezes, perda de peso e anemia. Entretanto, o paciente também pode não apresentar sintoma nenhum, por isso o checape é essencial e as chances de cura estão intimamente ligadas ao estágio da doença. Quanto mais precoce o estágio, maior será a chance de cura.

Por Dina Santos, especialmente para o LeiaJá.

COMENTÁRIOS dos leitores