Cunha vai analisar se houve atuação de Dilma em pedaladas

Segundo o deputado, se a presidente não tiver participado das decisões para as pedaladas, a existência delas no governo não configura crime e não respalda o impeachment

por Giselly Santos qui, 22/10/2015 - 12:42 Atualizado em: qui, 22/10/2015 - 12:51

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou nesta quinta-feira (22), que, ao analisar o novo pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) entregue pela oposição, contendo a comprovação das chamadas “pedaladas fiscais” neste ano, vai verificar se houve a participação da presidente no descumprimento da lei.

“O fato por si só de existir a pedalada não significa que isso seja a razão do pedido de impeachment. Tem de se configurar que há atuação da presidente num processo que descumpriu a lei. Pode existir a pedalada e não existir a motivação do impeachment”, explicou. “Não dá para tirar conclusão precipitada; é preciso muita cautela”, completou. Ele ressaltou que não há prazo para responder ao pedido.

Além de ter recebido o novo pedido de impeachment, nessa quarta o presidente da Câmara também foi alvo de protestos. Manifestantes, endossados por deputados federais como o pernambucano Jarbas Vasconcelos (PMDB), pediam a saída dele do comando da Casa. “Não dou importância. É a tentativa de criar um constrangimento”, analisou o parlamentar.

CPI da Petrobras

Questionado por repórteres a respeito do relatório aprovado nesta madrugada pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, o presidente afirmou que ainda não tem conhecimento do texto, mas que a CPI serviu para “muitas coisas serem debatidas”.

“É uma CPI diferente, porque não é protagonista do processo; secunda o processo e deve ter tido suas dificuldades, porque todo avanço depende do que acontece no âmbito da investigação institucional propriamente dita, seja do Ministério Público, seja da Polícia Federal”, disse.

Cunha disse não ter se surpreendido com o voto em separado do PSDB pedindo a instauração de inquérito contra ele e ressaltou que já existe esse inquérito: “Politicamente, não significa nada. Para mim, não tem o menor efeito. Poderia ter sido aprovado com tranquilidade. Se eu estivesse lá, eu teria votado favoravelmente.”

*Com informações da Agência Câmara.

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