Henry não vê incoerência em eventual palanque com PT e MDB
Os dois partidos podem dividir o mesmo palanque caso o governador Paulo Câmara convença a legenda petista a voltar a integrar a Frente Popular de Pernambuco
O MDB de Pernambuco é um opositor histórico do PT, antes mesmo do rompimento do processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) encabeçado por lideranças emedebistas. Apesar disso, o presidente estadual da legenda, vice-governador Raul Henry, não acredita que seja incoerente a possibilidade dos dois partidos estarem juntos no mesmo palanque estadual.
“Não [é incoerente]. Temos dois planos nesta eleição. No estadual temos convergência em torno da candidatura de Paulo, o PT não se definiu ainda, mas já neste conjunto de partidos que são aliados há vários projetos presidenciais, tem Ciro Gomes, no PDT; Manuela com o PCdoB; Aldo com o Solidariedade. Há várias ideias sobre o Brasil e dentro desta aliança todos convergindo para a postulação de Paulo”, afirmou o vice-governador, em conversa com o LeiaJá.
O MDB é aliado de primeira hora do PSB, do governador Paulo Câmara, que vem travando diálogo com o PT para que seja retomada a aliança entre os dois partidos. A legenda emedebista é dona de duras críticas contra lideranças nacionais petistas, entre elas o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pré-candidato do partido à Presidência da República.
Resultado da judicialização
Raul Henry também comentou o processo que corre no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a dissolução do diretório estadual, comandado por ele. “Estou muito confiante na justiça e com muita convicção sobre o nosso direito, não demos nenhuma causa para sofrer o processo de dissolução. Estamos com nossa causa já no Supremo, dois ministros já se colocaram ao nosso favor. Estamos muito confiantes, quando o ministro Lewandowski levar o assunto à segunda turma do STF teremos um pronunciamento a nosso favor e pretendemos fazer nossa convenção no dia 20 de julho, primeiro dia do prazo, para confirmar nossa posição política”, afirmou.
A briga de Henry pela direção da legenda é contra o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB) que também buscou liderar o partido, com o objetivo de concorrer ao Governo de Pernambuco contra Paulo Câmara, mas não obteve êxito.
O processo judicial, segundo Henry, não vai prejudicar o desempenho eleitoral do MDB este ano. “Poderia prejudicar se houvesse uma posição contrária a nós na justiça. Nosso direito é líquido e certo. Falaram que estávamos impedindo o partido de crescer, mas não colocamos obstáculos para a entrada de ninguém, inclusive, tenho plena convicção de que vamos estar inteiros e com todas as prerrogativas”, ressaltou o vice-governador.