Paulo Câmara garante reeleição no 1º turno em Pernambuco

Com a vitória, o governador desbancou, pela segunda vez, o senador Armando Monteiro (PTB) que pleiteava o comando do Palácio do Campo das Princesas

por Giselly Santos dom, 07/10/2018 - 21:35
Rafael Bandeira/LeiaJáImagens/Arquivo Rafael Bandeira/LeiaJáImagens/Arquivo

O governador Paulo Câmara (PSB) conquistou, neste domingo (7), a reeleição para o cargo e vai gerir o Estado até 2022. Com 99% das urnas apuradas, de acordo com o Tribunal Regional Eleitoral, Paulo já conquistou 50,61% dos votos válidos, o que garante a ele a vitória sem precisar enfrentar um segundo turno. Em segundo lugar na disputa ficou o senador Armando Monteiro (PTB) com 36,01% dos votos válidos. Esta é a segunda vez que o petebista é derrotado nas urnas pelo pessebista, em 2014 os dois também se enfrentaram e Paulo foi eleito no primeiro turno.

Entre os demais candidatos,  Dani Portela (PSOL) foi a terceira mais votada com 5,03% dos votos, seguida de Julio Lossio (Rede) - 4,68% - e Maurício Rands - 3,46%.

Mais cedo, ao votar acompanhado da candidata a vice, Luciana Santos (PCdoB), e dos demais membros da chapa majoritária da Frente Popular de Pernambuco, Paulo já demonstrava estar confiante em um resultado favorável já neste domingo.

O governador chegou a disputa com um palanque endossado por 12 partidos, entre eles o PT, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que mesmo estando preso, ainda tem uma influência de voto grande em Pernambuco, sua terra natal. O apoio do PT, contudo, não foi unânime, já que parte da militância reprovava Paulo e deixou isso bem claro em uma das agendas de campanha conjunta com Fernando Haddad (PT), no Recife, onde o governador chegou a ser chamado de “golpista”.

Campanha acirrada

Apesar da vitória, o governador enfrentou uma campanha bastante crítica ao seu primeiro mandato. O principal ponto citado nos discursos dos adversários foi a falta de cumprimento de algumas promessas feitas em 2014, quando ele concorreu pela primeira vez, entre elas a implantação do bilhete único no transporte coletivo e a construção de hospitais. Para enfrentar os concorrentes e justificar o descumprimento, Paulo culpou a crise econômica e, por muitas vezes, afirmou que Pernambuco foi vítima de uma "perseguição" do governo do presidente Michel Temer (MDB).

Temer também foi uma figura importante na disputa em Pernambuco, uma vez que nenhum dos postulantes quis ser atrelado ao presidente que configura o título de "o mais rejeitado que o país já teve". Nessa briga de desvinculação e fazendo uma polarização na corrida pelo comando do Palácio do Campo das Princesas, o governador enfrentou diretamente Armando Monteiro, que chegou a crescer nas pesquisas de intenções de votos, mas não obteve êxito nas urnas.

Um episódio que marcou o acirramento entre os dois foi o apoio com relação à reforma trabalhista aprovada no Congresso em 2017. Como o assunto dividiu boa parte da população e foi rejeitado pelas classes mais populares, Paulo aproveitou para lembrar nos debates e no guia eleitoral que Armando votou a favor da atualização das regras trabalhistas e o petebista aproveitou para rebater, acionando, inclusive, a Justiça Eleitoral.

O acirramento entre os dois foi se atenuando ainda mais na reta final da campanha, quando as pesquisas de intenções de votos apresentaram um crescimento de Armando no cenário, chegando a empatar tecnicamente com o governador.

Novo governo, mas de continuidade

Apesar do ano da eleição ser 2018, Paulo Câmara ganhou mais quatro anos para por em prática as promessas feitas em 2014. Nos debates e entrevistas o governador sempre deixou claro que "faltava muito" para fazer em Pernambuco e sempre reiterava que as propostas apresentadas naquele ano estavam valendo para a atual campanha. Tanto é que renovou o polêmico compromisso de instalar o bilhete único na Região Metropolitana do Recife.

Entre as novidades, contudo, Paulo prometeu implantar o 13º para beneficiários do programa Bolsa Família, criar uma linha de crédito de até R$ 3 mil para os micro e pequenos empreendedores e criar o Prouni Estadual, com bolsas de estudo nas universidades particulares em Pernambuco para estudantes da rede pública de ensino com bom desempenho no Enem.

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