Por pouco não houve um 2º turno em PE, lamenta Armando

O candidato a governador derrotado, em entrevista ao LeiaJá, pediu para que o governador Paulo Câmara (PSB) “honre” as promessas feitas ao povo

por Taciana Carvalho seg, 17/12/2018 - 19:41
Pedro França/Agência Senado Pedro França/Agência Senado

A disputa pela vaga de governador de Pernambuco, que foi decidida no primeiro turno entre Paulo Câmara (PSB) e o senador Armando Monteiro (PTB), ficou marcada por ter sido muito acirrada. No entanto, o resultado foi favorável ao pessebista, reeleito com 50,7% dos votos válidos contra 35,99% que ficaram com o petebista. Em 2014, os dois também se enfrentaram nas urnas e, na época, Câmara conquistou 68% dos votos. 

Em entrevista concedida ao LeiaJá, o senador lamentou o fato de ter faltado pouco para ter chegado ao segundo turno. Ele acredita que se caso tivesse conseguido, as condições teriam sido mais “equilibradas”, o que poderia contribuir para sair vitorioso. “Nós estávamos enfrentando uma poderosa máquina que está instalada em um grande sistema de força que domina a política de Pernambuco há 12 anos. Nós estávamos enfrentando o Governo Estadual e a Prefeitura Municipal do Recife”, argumentou.

Armando Monteiro também lembrou da aliança do PSB com o PT. “Com o apoio de Lula, o Paulo utilizou-se disso como uma espécie bengala eleitoral, além disso houve um debate desonesto durante o processo eleitoral. Muitas das acusações que foram feitas, como, por exemplo, que eu teria votado contra o trabalhador e que votamos para reduzir férias e salários, ou seja, houve uma campanha desonesta. Infelizmente teve um reflexo no processo eleitoral porque muitas vezes não conseguimos suspender essas veiculações que eram feitas durante a propaganda eleitoral de maneira massiva e repetitiva”, continuou justificando. 

“Eu acho que todos esses fatos contribuíram para que por muito pouco, por muito pouco não houvesse um segundo turno em Pernambuco. E aí, em um segundo turno, as condições seriam mais equilibradas, você teria o mesmo tempo de propaganda e nós aprofundaríamos o debate sobre temas de interesse do estado, mas o fato é o seguinte o resultado é legítimo, não se pode deixar de reconhecer. Eu perdi porque eu não tive os votos e ele ganhou porque teve os votos”, ressaltou. 

O senador ainda falou que Pernambuco ficou dividido, o que foi comprovado no resultado. “Na oposição ao governo, nós tivemos varias candidaturas, quatro mais expressivas no campo da oposição e a nossa foi uma delas. As oposições tiveram 49,4% dos votos validos, ou seja, o eleitor de Pernambuco dividiu ao meio praticamente. Dos 49% dos votos dados à oposição, 36% desses votos foram dados a mim, então eu acho que tivemos um desempenho que eu considero bastante razoável tendo em vista as circunstâncias do pleito”. 

No final da conversa, o petebista deixou um recado ao governador pedindo que ele honre as promessas. “Governador, honre os compromisso que assumiu para que não se repita o que houve em 2014. Em 2014 ,houve um estelionato eleitoral porque várias promessas foram feitas e não foram cumpridas. Eu espero que não se repita e por isso mesmo se respeite o cidadão e o eleitor de Pernambuco”, disparou. 

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