Lava Jato atuou para mudar resultado da Eleição, diz site

Conversas por aplicativos, foto, vídeos e documentos de Deltan Dallagnol e outros procuradores da operação mostram que eles atuaram para impedir entrevista de Lula antes da votação porque ela "poderia ajudar a eleger Haddad"; Mostram ainda que o ministro Sérgio Moro deu diversas sugestões e orientações para a equipe que formulava as acusações da Lava Jato

por Felipe Mendes dom, 09/06/2019 - 21:04
Pedro de Oliveira/Alep O procurador da Lava Jato, Deltan Dallagnol Pedro de Oliveira/Alep

Procuradores da Operação Lava Jato atuaram para interferir no resultado da eleição presidencial de 2018. É o que afirma o site The Intercept, que teve acesso a trocas de mensagens privadas, gravações em áudio, vídeos, fotos e documentos judiciais e publicou, neste domingo (9), três reportagens com o que descobriu no material, recebido de uma fonte anônima.

Segundo o site, os procuradores da Lava Jato, em conversas privadas, em diversos momentos manifestaram a preocupação com a realização de uma entrevista com o ex-presidente Lula na prisão antes da votação porque ela "poderia ajudar a eleger Haddad".

Um clima "de revolta e pânico" tomou os procuradores, que se comunicavam em um grupo do aplicativo Telegram, quando o ministro do STF Ricardo Lewandowski autorizou a entrevista com Lula. Horas depois, quando outro ministro, Luiz Fux, acatou uma Liminar do Partido NOVO impediu novamente a entrevista, o clima era de comemoração. "Devemos agradecer à nossa PGR: Partido Novo!!!" exclamou o procurador Januário Paludo.

Desde que emergiu, em 2014, os envolvidos na Operação Lava Jato são alvos de acusações de atuarem pooliticamente, extrapolando as funções legais e einstitucionais e interferindo na vida política do país de forma intencional. E sempre negaram qualquer politização da força-tarefa de forma enfática.

A série de reportagens mostra ainda que o procurador Deltan Dallagnol duvidava das provas da acusação contra Lula envolvendo o triplex do Guarujá horas antes de apresentá-las ao público. E que o atual ministro da Justiça Sérgio Moro, à época juiz da força-tarefa, extrapolou seu papel e deu diversas sugestões e orientações para a equipe que formulava as acusações da Lava Jato, "atuando informalmente como um auxiliar da acusação", chegando até a interferir na ordem das etapas da operação.

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