Bolsonaro volta a chamar Ustra de 'herói nacional'

Avaliação do presidente foi exposta ao ele explicar os motivos pelos quais encontraria hoje a viúva do militar, Maria Joseíta Silva Brilhante Ustra

qui, 08/08/2019 - 13:20
Marcos Corrêa/PR Marcos Corrêa/PR

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) voltou a chamar, nesta quinta-feira (8), o Coronel Brilhante Ustra, condenado por crime de tortura na época do regime militar, de “herói nacional”. Bolsonaro se reúne, nesta tarde, com a viúva do militar, Maria Joseíta Silva Brilhante Ustra.

Ao explicar o motivo do encontro para jornalistas na manhã de hoje, Bolsonaro enalteceu o "coração enorme" dela e disse que Maria Joseíta estava cheia de histórias para contar. 

"Tudo o que ela fez no tocante ao bom tratamento a elas [mulheres presas na ditadura], no tocante a enxoval, dignidade, parto. E ela conta uma história bem diferente daquela que a esquerda contou para vocês. Tem um coração enorme. Eu sou apaixonado por ela. Não tive muito contato, mas tive alguns contatos com o marido dela enquanto estava vivo. Um herói nacional que evitou que o Brasil caísse naquilo que a esquerda hoje em dia quer", afirmou, de acordo com o jornal Folha de São Paulo. 

A primeira vez que Bolsonaro chamou Ustra publicamente de “herói nacional” foi no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. Na ocasião, ele respondia a um processo contra a postura dele durante a votação da admissibilidade de processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016, na Câmara dos Deputados quando, no seu discurso, o então parlamentar disse que votava a favor do pedido em memória do militar - apontado como um dos carrascos de Dilma na época da ditadura.

Para se defender no Conselho de Ética, Bolsonaro afirmou: "Sou capitão do Exército, conhecia e era amigo do coronel, sou amigo da viúva. (...) o Coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra recebeu a mais alta comenda do Exército, a Medalha do Pacificador, é um herói brasileiro". Ustra chegou a comandar o Destacamento de Operações de Informações (Doi-Codi) em São Paulo, de 1970 a 1974.

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