'Lula se corrompeu', diz MPF em julgamento no TRF-4

O procurador Maurício Gotardo Gerum também disse que o envolvimento de Lula em casos de corrupção resultou no desequilíbrio político do país e na defesa de ditadores

qua, 27/11/2019 - 11:32
Sylvio Sirangelo/TRF4 Julgamento acontece nesta quarta-feira Sylvio Sirangelo/TRF4

O procurador regional da república, Maurício Gotardo Gerum, que representa o Ministério Público Federal (MPF) no julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no caso do sítio Atibaia no Tribunal Regional Federal da 4ª região (TRF-4), afirmou, nesta quarta-feira (27), que está "plenamente comprovado" que o petista "se corrompeu".

Segundo Gerum, “não há amizade que justifique o dispêndio de R$ 150 mil”. “O que temos aqui? Obras pagas por pessoas que se beneficiaram das gestões do ex-presidente Lula [...] sem qualquer contestação ou tentativa de pagá-las. E não há amizade que justifique o dispêndio de R$ 150 mil sem a devida contabilização no caixa de propinas”, disse.

“Sempre houve essa preocupação de se dissimular tanto a origem dos valores quanto o beneficiário das benfeitorias, que é o presidente Lula [...] Eu estou plenamente comprovado que Lula se corrompeu. Isso é muito grave”, acrescentou.

Além disso, o procurador também disse que a participação de Lula em caso de corrupção ocasionou "o desequilíbrio político que permite que hoje se chegue ao cúmulo de se dar alguma atenção a ideias terraplanistas [pessoas que acreditam que a Terra é plana]".

"Ou ainda, o que é pior, porque muito mais nocivo, de se reverenciar ditadores e figuras abjetas de torturadores tem muito a ver com os desvirtuamentos de uma bandeira, que, concorde-se com seu princípio ou não, tem importância fundamental no jogo democrático", afirmou Gerum.

O TRF-4 avalia um recurso de Lula diante da condenação. Ele já foi condenado, em primeira instância, a uma pena de 12 anos e 11 meses de prisão por corrupção passiva, corrupção ativa e lavagem de dinheiro. Neste caso, Lula é acusado de ser o beneficiário de propinas advindas de construtoras que teriam reformado e decorado um sítio em Atibaia, usado pela família dele.

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