Carlos Bolsonaro comete gafe ao confundir LGPD com LGBT
Na Câmara, o filho do presidente logo se manifestou contra a ‘agenda do gênero’, apesar da pauta em questão ser a segurança de dados
Em audiência pública da Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro na última segunda-feira (19), o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) confundiu o debate sobre a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) com a discussão acerca de pautas para a sigla LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais). O caso repercutiu nas redes sociais, onde o segundo filho do presidente foi rápido para desmentir a confusão, chamando a imprensa e os internautas de “mentirosos”.
"Confundi porcaria alguma. Estava ciente dos dois projetos em discussão. Quanto ao de proteção de dados me posicionei favorável e quanto ao segundo levantei questões e confeccionei emenda para tal proposta. Mentirosos descarados!", escreveu.
O episódio aconteceu durante uma audiência pública virtual da Casa. Carlos, ao ouvir a discussão acerca de um artigo sobre “autodeterminação informativa”, pensou que a pauta se tratava da autodeclaração de identidade de gênero, o que chamou de uma “aberração gigantesca”. Ele ainda afirma que há um “tom delicado no inciso” e que não queria ter sua fala deturpada, mas que ainda é preciso levar em consideração a biologia do ser humano.
"Na autodeterminação você vê por aí gente que, inclusive, se autodenomina tigre, leão, jacaré, papagaio, periquito. Novamente repito, isso não é piada. Então, a partir do momento que você coloca, ignorando legislações superiores que caracterizam o sexo da pessoa como homem e mulher, X e Y, baseado na ciência, e você entra com uma característica de autodeterminação, fica algo muito vago", disse o filho do presidente Bolsonaro.
Os projetos discutidos durante a sessão parlamentar eram de autoria do vereador Tarcísio Motta (PSOL) e outro do também vereador Carlo Caiado (DEM) e não diziam respeito às pautas LGBT. Na realidade, a autodeterminação informativa diz respeito ao direito dos cidadãos terem controle sobre o uso dos seus dados pessoais. Carlos Bolsonaro foi corrigido durante a sessão pelo procurador do estado Rodrigo Valadão, convidado da sessão.