CPI: Fakhoury diz ser apenas 'apoiador' de Bolsonaro

O empresário se negou a responder se "custeou materiais de divulgação de campanha" para Bolsonaro em 2018, mas afirmou que contribuiu com "vaquinhas" para realização de atos do 7 de Setembro

qui, 30/09/2021 - 13:20
Leopoldo Silva/Agência Senado O empresário Otávio Fakhoury na CPI da Covid Leopoldo Silva/Agência Senado

O empresário Otávio Fakhoury ficou embaraçado ao ser questioando pelo relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros sobre sua relação com o presidente Jair Bolsonaro. Ele disse ser apenas um "apoiador" e negou ter contribuído para a campanha de Bolsonaro à Presidência em 2018, admitindo apenas uma doação para o PSL de São Paulo.

Quando o relator Renan Calheiros (MDB-AL) perguntou ao depoente se "custeou materiais de divulgação de campanha" para Bolsonaro em 2018, Fakhoury negou-se a responder simplesmente "sim" ou "não". Admitiu ter dado "ajuda para grupos que nada têm a ver com a campanha, que estavam imprimindo o próprio material".

Um dos advogados de Fakhoury pediu a palavra para protestar contra a condução do relator, levando Randolfe Rodrigues (Rede-AP), no exercício da presidência, a suspender a reunião por alguns minutos. Reunião foi retomada em seguida.

O relator, Renan Calheiros (MDB-AL), exibiu vídeos em que o depoente aparece em vídeos contra a vacinação, uso de máscaras e distanciamento social. Após a exibição de vídeo em que o depoente e outras pessoas aparecem tirando as máscaras, o empresário Otávio Fakhoury, que disseminou o clipe, disse acreditar que o uso de máscara "não tem eficiência", sendo importante apenas "para quem está com coronavírus". Mas Fakhoury negou que estimule alguém a deixar de usá-las. 

"As pessoas assistem [ao vídeo] e formam a conclusão que elas querem formar", declarou.

Renan Calheiros (MDB-AL) quis saber de Otávio Fakhoury com base em quê ele classificava a Coronavac como “lixo de vacina” e de que ela “não servia” para combater a covid-19.

O depoente disse que se baseou em informações que estavam sendo colocadas na imprensa naquele momento e porque a "Europa" não aceitava pessoas vacinadas com aquele imunizante. Ele ainda justificou a atitude no “direito a liberdade de opinião”.   

O relator ainda perguntou a motivação de disseminar a manifestação, reforçando o que era defendido por Jair Bolsonaro. Fakhoury disse que não tem contato com o presidente e reforçou que suas declarações foram feitas com base no "direito a opinar". 

Financiamento de atos do 7 de Setembro

Questionado por Renan Calheiros (MDB-AL) sobre financiamento de manifestações, Otavio Fakhoury admitiu que colaborou nas "vaquinhas" de atos na Avenida Paulista, em São Paulo, desde 2014, como membro do movimento Vem Pra Rua contra a então presidente da República, Dilma Rousseff, e em outras manifestações, no ano passado, em favor da reforma da Previdência e outras pautas. Mas Fakhoury disse que não tem apoiado "as últimas três ou quatro desse ano". Segundo ele, todas as manifestações foram democráticas. 

Da Agência Senado

 

 

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