Tópicos | 100 anos

A gigante empresa americana de entretenimento Disney comemora 100 anos e, para celebrar, seus estúdios produziram um curta-metragem de nove minutos no qual desfilam todos os seus personagens marcantes.

Desde o ratinho Mickey, a princesa Elsa, até o Capitão Gancho, mais de 500 heróis da Disney ganham vida nesta declaração de amor ao estúdio de animação.

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"Era uma vez um estúdio" é uma obra divertida e comovente, que combina imagens digitais, desenhos à mão e filmagens reais.

Resultado de dois anos de trabalho, ela apresenta 543 personagens de 85 longas e curtas-metragens.

Todos eles saem das telas exibidas nos corredores das instalações do grupo nos Estados Unidos para tirar uma foto em família, após a saída dos funcionários.

"Foi como montar o maior quebra-cabeças de sua vida", resume o co-diretor desta proeza artística e tecnológica, Trent Corey, que envolveu mais de cem pessoas, como ex-animadores e 40 atores que retornaram aos estúdios especialmente para a ocasião.

"Queríamos que todos os personagens se parecessem e tivessem exatamente a mesma voz que em seus filmes originais", acrescenta o outro co-criador, Dan Abraham.

- Lápis, papel -

É também uma homenagem à animação tradicional, que foi substituída definitivamente pela 3D em 2011 - com o filme "O Ursinho Pooh".

"Dos 543 personagens do filme, aproximadamente 450 são desenhados à mão", com lápis e papel, destaca o desenhista Eric Goldberg, de "Aladdin" e "Pocahontas", que supervisionou a parte 2D do filme.

"Não recuperamos nada de filmes existentes", seja em 3D ou 2D, "então, tecnicamente, foi difícil", admite.

O filme também presta homenagem aos cerca de 70 anos de carreira do animador Burny Mattinson, falecido em fevereiro, e ao compositor de "Mary Poppins", Richard Sherman, que, aos 94 anos, revisitou a canção favorita de Walt Disney, "Feed the Birds".

"Todo mundo queria estar envolvido!", afirma Dan Abraham.

Concertos, exposições, festas... o gigante do entretenimento multiplica as celebrações por seu centenário, cujo ponto principal será o lançamento em novembro do filme "Wish", inspirado nos clássicos da Disney.

- Esperança -

O lançamento do curta-metragem coincide com a data considerada como o dia de fundação da Walt Disney Company.

Em 16 de outubro de 1923, Walt Disney e seu irmão Roy - que fundaram os Disney Brothers Studios em uma garagem, em Hollywood - assinaram um contrato de distribuição decisivo para seus "Alice comedies" - curtas-metragens que seguiam uma menina real em um mundo animado.

O rato Mickey surgiu mais tarde, em 1928, como resposta ao controle que a Universal obteve sobre os direitos de seu antecessor 'Oswaldo o Coelho Sortudo', um personagem que caiu no esquecimento.

"São realmente 100 anos em que olhamos para trás e agradecemos às pessoas com as quais trabalhamos (...) e aos nossos fãs", enfatiza a presidente da Disney France, Hélène Etzi.

A empresa californiana, que adquiriu Pixar, Star Wars e Marvel no século XXI, passa por um período agitado.

Diante da diminuição de assinantes da plataforma Disney+, a empresa anunciou a demissão de 7.000 funcionários, enquanto a histórica greve de atores em Hollywood continua.

A Disney passou de uma firme oponente dos sindicatos e encarnou posições progressistas, presente entre a intelectualidade americana.

Mas a Disney ajudou a criar a mitologia contemporânea de seu país. "Os filmes da Disney ressoam em todos", afirma o desenhista Eric Goldberg.

"Seus personagens e histórias trouxeram muita alegria e esperança (...) e, com sorte, isso continuará por mais 100 anos", garante Goldberg.

John Goodenough, vencedor em 2019 do prêmio Nobel de Química ao lado de outros dois cientistas por desenvolver as baterias de lítio, morreu aos 100 anos, informou a Universidade do Texas.

O cientista faleceu no domingo, de acordo com universidade, na qual Goodenough trabalhou por 37 anos na Faculdade Cockrell de Engenharia.

Suas contribuições para o desenvolvimento das baterias de lítio abriram o caminho para a criação dos smartphones e para uma sociedade menos dependente dos combustíveis fósseis.

John Goodenough se tornou a pessoa de mais idade a vencer um prêmio Nobel em 2019, quando, aos 97 anos, dividiu a honraria de Química com o britânico Stanley Whittingham e com o japonês Akira Yoshino pela invenção da bateria de lítio.

"O legado de John como um cientista brilhante é imensurável: suas descobertas melhoraram a vida de milhões de pessoas em todo o mundo”, disse Jay Hartzell, reitor da Universidade do Texas, em Austin, em um comunicado.

Pesquisando uma fonte alternativa de energia durante a crise do petróleo na década de 1970, Stanley Whittingham descobriu uma maneira de aproveitar a energia potencial do lítio, um metal tão leve que flutua na água.

Porém, a bateria que ele construiu era muito instável para uso.

Goodenough trabalhou a partir do protótipo de Witthigham e conseguiu dobrar a energia potencial da bateria para quatro volts.

Em 1985, Yoshino utilizou um material à base de carbono que armazena íons de lítio, tornando as baterias comercialmente viáveis.

Graças à pesquisa dos três cientistas, baterias recarregáveis mais potentes e leves foram criadas.

A Controladoria Geral da União (CGU) determinou que o Exército tem 10 dias para retirar o sigilo do processo administrativo que envolveu o general da reserva, ex-ministro da Saúde e hoje deputado eleito Eduardo Pazuello. Em 2021, o oficial participou de um ato político ao lado de Jair Bolsonaro no Rio de Janeiro. Código de conduta militar impede que a participação em eventos de caráter partidário sem autorização do Comando do Exército.

Ainda durante o governo Bolsonaro, por conta da violação do código de conduta, foi instaurado um processo administrativo, mas Pazuello acabou absolvido. Desde então o Exército vinha se negando em dar acesso ao resultado da apuração sob alegação de que se tratava de uma questão pessoal que, por lei, deveria ficar protegida por 100 anos. A justificativa, no entanto, violava todos os precedentes de pedidos de acesso a sindicâncias já encerradas. A CGU entendia que uma vez concluída a apuração, a documentação é pública.

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O Exército sustentava ainda que, por conta do posto de general, a exposição do caso Pazuello poderia abalar o princípio da hierarquia militar. Durante o governo Bolsonaro, foram apresentados pedidos de acesso ao processo, mas tanto o Comando como a própria CGU preferiram manter os documentos em sigilo.

O Estadão apresentou um novo pedido no final do ano passado. O pedido foi novamente negado pelo Exército. Ao analisar um recursos no caso, a CGU, que pela Lei de Acesso à Informação, tem poder de rever decisões de outras Pastas do governo federal, decidiu acabar com o sigilo dos documentos.

"O órgão recorrido (Exército) deverá disponibilizar aos requerentes, no prazo de 10 (dez) dias a contar da publicação desta decisão, o acesso ao inteiro teor do procedimento disciplinar requerido, com o tarjamento, estritamente, de informações pessoais e dados biográficos inerentes a aspectos da vida privada do titular constantes nos autos, tais como: CPF, número de identidade, endereço físicos e de correios eletrônicos, assinaturas, etc", diz o despacho da CGU.

Até o momento, o Exército só havia concordado em divulgar um extrato com mero resumo do processo, relatando apenas que a investigação foi aberta, Pazuello apresentou sua defesa e foi absolvido.

GENERAL NA CPI

O general Pazuello foi nomeado ministro da Saúde no meio da pandemia. Na época, Bolsonaro queria liberar o uso da cloroquina como medicamento para prevenir a contaminação. Os ministros que ocuparam o cargo até então se negaram a fazer isso. Pazuello não se opôs. Ele fez editar documento facilitando o uso do medicamento que não tinha eficácia comprovada. Pazuello também retarnou negociações do governo federal com a gestão do tucano João Doria que se preparava para fabricar a primeira vacina no Brasil.

Numa "live" ao lado de Bolsonaro, Pazuello resumiu sua linha de atuação: "É simples assim: um manda e o outro obedece". A gestão do general na Saúde e a atuação do governo Bolsonaro no combate ao coronavírus foram alvo de uma CPI do Senado. Pazuello terminou indiciado por crimes cometidos durante a pandemia.

O VAI E VEM DO CASO PAZUELLO

No palanque com o presidente

No dia 23 de maio de 2021, o então ministro da Saúde e general Eduardo Pazuello subiu num palanque com o presidente Jair Bolsonaro. No ato político, o presidente criticou governadores que incentivaram o isolamento social como forma de evitar o alastramento da covid 19. O regimento militar proíbe que militares participem de atos políticos sem autorização do superior. O Exército abriu uma sindicância para apurar o caso. Pazuello se defendeu e foi absolvido.

O sigilo de 100 anos

No dia 7 de julho de 2021, o Exército negou acesso ao processo disciplinar, já arquivado, do caso Pazuello. Alegou que eram informações pessoais protegidas por 100 anos. O caso foi parar na CGU, em grau de recurso, e a Controladoria, ignorando julgamentos anteriores que permitiam o acesso a processos disciplinares já concluídos, aderiu aos argumentos do Exército para considerar que a divulgação dos documentos poderiam abalar a hierarquia das Forças Armadas.

Sigilo reeditado

O Estadão apresentou um novo pedido de acesso ao processo de Pazuello em dezembro de 2022. Mais uma vez o requerimento foi rejeitado. Foi apresentado mais um recurso ao Comando da Força que foi julgado já no governo Lula. A resposta foi assinada pelo coronel Emílio Ribeiro, subchefe do gabinete do Comandante. O oficial se limitou a dizer que ratificava as decisões anteriores do governo Bolsonaro e que elas estavam "em conformidade" com a Lei de Acesso à Informação.

A revogação

A CGU anunciou na sexta-feira, 3, a produção de 12 enunciados com entendimento sobre o que deve ou não permanecer em sigilo. Um dos enunciados diz que sindicâncias militares devem ter mesmo tratamento das civis, ou seja, após a conclusão os documentos são públicos.

O parecer

Novo parecer da CGU determina a liberação do processo e dá 10 dias para Exército retirar o sigilo do caso Pazuello.

O ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinícius de Carvalho, anunciou que o órgão irá analisar ou revisar 234 casos que estavam sob sigilo de 100 anos durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Entre tais casos, segundo ele, 111 pedidos de acesso à informação foram negados alegando risco à segurança nacional e 35, risco à segurança do presidente e de seus familiares. Como mostrou o Estadão, a CGU vai revogar o sigilo do processo administrativo instaurado pelo Exército em 2021 e que tinha como alvo o então ministro da Saúde e general Eduardo Pazuello. O caso do ex-ministro, agora deputado federal (PL-RJ) é parte desse pacote.

Em coletiva de imprensa nesta sexta-feira (3), Carvalho apontou retrocessos entre os períodos de 2019 e 2022 e pontuou a banalização do uso de determinadas categorias de restrição de acesso à informação, alterações nos precedentes vigentes da CGU (memória institucional), ampliando entendimentos contrários a transparência, e a limitação das pessoas ao acesso à informação. De acordo com o órgão, dos 234 casos, além dos 111 de segurança nacional e 35 de segurança do presidente e familiares, há 49 de informações pessoais, 16 de atividades de inteligência e 23 classificados como "outros". Os dados começam a ser analisados (para divulgação ou não) a partir da próxima segunda-feira, 6.

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A reavaliação de tais pedidos de acesso à informação foi determinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por meio de despacho assinado em seu primeiro dia de mandato (1º/1).

De acordo com a CGU, durante o período de 2019 a 2022, 64.571 pedidos de acesso à informação foram negados total ou parcialmente. "Foram identificadas decisões baseadas em fundamentos questionáveis que desrespeitaram o direito de acesso à informação, banalizaram o sigilo e caracterizam claro retrocesso à política de transparência pública", afirmou o ministro.

Pazuello

Para a análise dos 234 casos, a CGU elaborou 12 enunciados que devem orientar o governo federal na aplicação da Lei de Acesso à Informação (LAI). Um desses enunciados deve liberar dados de casos como o do deputado federal e ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello (PL-RJ).

Durante o governo Bolsonaro, o Comando do Exército impôs sigilo de 100 anos aos documentos do processo disciplinar, alegando que se tratavam de informações relativas à vida privada do militar. Agora, a nova orientação da CGU passa a recomendar a abertura de processos disciplinares contra servidor público militar ou civil (desde que concluído, ou seja, já julgado).

A Controladoria-Geral da União (CGU) vai retirar o sigilo do processo administrativo instaurado pelo Exército em 2021 que tinha como alvo o então ministro da Saúde e general Eduardo Pazuello. Durante o governo Jair Bolsonaro, o Comando da Força militar impôs sigilo de cem anos aos documentos alegando que se tratavam de informações relativas à vida privada do militar. A CGU também vai analisar outros 233 processos, todos com sigilo imposto na gestão do ex-presidente.

Para embasar a nova decisão, serão apresentados, nesta sexta-feira (3), pela Controladoria 14 enunciados. Um desses trata de processos disciplinares sobre a conduta de militares de qualquer patente e estabelece que casos devem ser públicos após encerramento da apuração disciplinar.

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Ainda na campanha eleitoral, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu, reiteradas vezes, revelar os segredos da gestão do antecessor e citou o caso de Pazuello. Ao assumir a Presidência, o petista deu 30 dias para a CGU rever os todos processos com sinais de abuso na imposição de sigilo. O resultado do trabalho será anunciado hoje pela Controladoria.

A revogação do segredo no caso Pazuello, no entanto, não será automática. Primeiro, a CGU vai julgar os recursos de cidadãos que pediram para ter acesso ao processo disciplinar de Pazuello. Dez pedidos aguardam esse julgamento. Um deles foi feito pelo Estadão em dezembro passado. A partir da decisão da Controladoria, o Exército terá um prazo para liberar o acesso aos documentos. A Força, se quiser, pode ainda pedir à CGU que revise sua decisão, retardando a liberação da informação.

Ato

A apuração de transgressão disciplinar foi aberta pelo Exército após a participação de Pazuello em um ato político em maio de 2021, em um palanque ao lado de Bolsonaro, no Rio. Pelas normas disciplinares da caserna, nenhum militar pode, sem aval superior, participar de eventos de natureza político-partidária.

A sindicância foi arquivada após pressão de Bolsonaro sobre o Exército. Sobre o caso só foi divulgado um extrato do processo. Os fundamentos da não punição de Pazuello são desconhecidos até hoje por causa do sigilo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Depois de dois anos sem acontecer em razão das restrições impostas pela Covid-19, a tradicional festa de Iemanjá volta a ocorrer nesta quinta-feira (2), no bairro do Rio Vermelho, em Salvador.

Desde a noite da quarta-feira (1º), uma multidão tem prestado homenagens à rainha do mar na Colônia de Pescadores Z1, que recebe as oferendas que serão levadas ao mar pela tarde.

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Em 2023, o evento completa 100 anos de realização com o tema “Odoyá, 100 anos de Festa e Reverência à Iemanjá” e programação organizada pela Prefeitura, por meio da Empresa Salvador Turismo (Saltur).

Nas primeiras horas de hoje, o presente chegou à Colônia de Pescadores, saindo do Terreiro Ilê Oxumarê, na Vasco da Gama. Este ano, a oferta remete à promoção da sustentabilidade e à preservação do meio ambiente: uma grande coroa ecológica à Rainha do Mar.

O presente será levado ao mar às 16h, na embarcação “Rio Vermelho”, para o “Buraco de Iaiá”, que é a localização exata de um buraco em formato de concha, a 3 milhas náuticas da terra, onde as oferendas são depositadas.

Patrimônio – A festa de Iemanjá foi tombada como Patrimônio Imaterial no ano de 2019, e reconhecida como Patrimônio Cultural de Salvador em 2020. Com processo realizado através da Fundação Gregório de Mattos (FGM), o registro protege a manifestação na medida em que garante o compromisso de apoio, divulgação e a produção de conhecimento e documentação acerca da festa. A iniciativa teve como objetivo a elaboração de conhecimento cultural, fortalecimento e divulgação da celebração.

História - A tradição da festa em homenagem a Iemanjá teve início no ano de 1923, quando um grupo de 25 pescadores resolveu oferecer presentes para a mãe das águas. Nesta época os peixes estavam escassos no mar. Todos os anos os pescadores pedem a Iemanjá que lhes dê fartura de peixes e um mar tranquilo. Desde então, milhares de pessoas comparecem ao Rio Vermelho para prestar homenagens à Rainha do Mar.

Com informações da assessoria. Fotos: Jefferson Peixoto/Secom

O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) liberou acesso à lista com os nomes de quem visitou Michelle Bolsonaro no Palácio do Alvorada. Ao todo, 565 registros de entrada ocorreram entre dezembro de 2021 e dezembro de 2022. 

A relação que o Estadão teve acesso informa data, hora e a identificação dos convidados da ex-primeira-dama que passaram pela entrada principal ou de serviço da residência oficial da Presidência. Os documentos foram liberados pelo GSI antes dos 30 dias previstos para a revisão dos sigilos de Bolsonaro que é feita pela Controladoria Geral da União (CGU). 

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Pastor, estilista e cabelereira

No topo da lista aparece Nídia Limeira de Sá, com 51 visitas. Ela é diretora de Acessibilidade e Apoio a pessoas com Deficiência do Ministério da Educação, segmento usado por Michelle para atuar no governo federal. O segundo visitante mais assíduo é o pastor Claudir Machado, com 31 entradas no Palácio.  

A cabelereira Juliene Cunha aparece em 24 registros, o que corresponde à média de duas visitas por mês no ano passado. Outro nome relacionado aos cuidados da ex-primeira-dama com sua apresentação é o da estilista de celebridades Cynara Boechat, que costuma elogiar as roupas usadas poe Michelle. 

Nomes de quem visitou a primeira-dama Michelle Bolsonaro no Palácio da Alvorada, telegramas do Itamaraty sobre a prisão do ex-jogador Ronaldinho Gaúcho no Paraguai e de médico bolsonarista no Egito, a carteira de vacinação do presidente. É tudo sigiloso. Levantamento do Estadão mostra que entre 2019 e 2022 o governo Jair Bolsonaro impôs segredo de 100 anos a informações que deveriam ser públicas em ao menos 65 casos. Sob alegação de que os documentos continham informações pessoais, o governo rejeitou pedidos apresentados por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI) em 11 diferentes ministérios.

A lista inclui pedidos ao Exército sobre a apuração disciplinar do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello. O sigilo de 100 anos para o processo disciplinar do oficial expôs uma prática adotada pela gestão Bolsonaro que, segundo especialistas, vem dando mostras de estar mais preocupada em esconder do que abrir os arquivos do governo. "É o governo da opacidade generalizada", disse a gerente de projetos da Transparência Brasil, Marina Atoji. "São coisas que o governo não gostaria de mostrar."

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Com a campanha presidencial, o tema virou mote para atacar Bolsonaro. Seu principal adversário, o petista Luiz Inácio Lula da Silva, tem criticado a medida em programas eleitorais, entrevistas e debates. "Vou acabar com o sigilo dele no primeiro mês. Ele fez o decreto do sigilo e vou decretar o fim. Quem não deve não teme", afirmou o petista durante evento no Rio neste domingo, 25.

Em abril, quando cobrado a revelar as visitas de pastores envolvidos no escândalo do Ministério da Educação (MEC), Bolsonaro reagiu com ironia: "em 100 anos saberá". Em agosto, com a candidatura à reeleição na rua, mudou o tom. Numa entrevista, tentou justificar a necessidade de informações sobre visitas ao Alvorada não serem públicas e disse que "não deve satisfação a ninguém".

Ao contrário do que diz Lula, Bolsonaro não editou decreto para impor o sigilo. Mas o segredo de 100 anos para os documentos relacionados a Pazuello fugiu de precedentes desde que a LAI foi sancionada, em 2011. Até o caso Pazuello, sindicâncias concluídas, incluindo de militares, podiam ser conhecidas por qualquer cidadão. Ao negar acesso a informações do general, o Exército usou como base o artigo 31 da LAI, que trata da proteção de dados pessoais e assegura sua preservação por uma século.

"Esse artigo serve para proteger civis e não pessoas públicas", disse a coordenadora do programa de acesso à informação da ONG Artigo 19, Júlia Rocha. Para ela, esse é um dos abusos que vêm sendo cometidos pelo governo em relação à transparência. O Estadão identificou outros casos. Em junho de 2021, um cidadão quis saber quem estava organizando encontros religiosos com Michelle na Granja do Torto e os nomes dos convidados. O pedido foi negado pelo mesmo motivo. O cidadão recorreu. Quando o caso foi parar na Controladoria-Geral da União (CGU), o Planalto alegou que não tinha conhecimento de eventos públicos na Granja, só privados. Já a lista de quem entrou e saiu passou a ser classificada como reservada. Nesse caso, o sigilo caiu de 100 para cinco anos.

Na lista de informações protegidas por 100 anos há cinco pedidos ao Ministério das Relações Exteriores. Entre eles o acesso às mensagens diplomáticas sobre os ex-jogadores Ronaldinho Gaúcho e Assis, presos no Paraguai em 2020 por uso de passaporte falso, e também sobre o caso do médico bolsonarista Victor Sorrentino, detido no Egito sob acusação de assediar uma vendedora. Nos dois casos, o Itamaraty negou o acesso. "Documentos relativos à prestação de assistência consular contém informações pessoais relativas à intimidade, vida privada, honra e imagem e, portanto, são protegidos", justificou.

Negativas

O maior número de documentos sob sigilo está no Exército. Pelo menos 21 pedidos foram negados com argumento de que são informações pessoais. Foram barrados pedidos como o que indagava quais ministros têm porte de arma ou o que pediu cópia da ficha funcional de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro acusado de operar esquema de rachadinha.

A Presidência impôs o segredo à carteira de vacinação de Bolsonaro, ao teste de covid-19 feito pelo ex-assessor e coronel Élcio Franco e até aos motivos que levaram o governo a barrar a nomeação da médica Luana Araújo para combater a pandemia. "Em casos que tratam da vida de cidadão comum até faria sentido proteger a informação, mas estamos falando de pessoas públicas e politicamente expostas. A própria lei fala que é pública a informação que tem flagrante interesse público", disse Marina Atoji. "No mínimo, são respostas erradas. Mas, na pior das hipóteses, e é o que tem sido verificado, é caso de má-fé".

Responsável por monitorar a transparência no governo federal, a CGU nega abuso ou mesmo erros na aplicação do sigilo. "Há um evidente equívoco nas narrativas que mencionam decretação de sigilo de 100 anos no Poder Executivo", afirmou, em nota. A CGU sustenta que tem caído a proporção de pedidos negados com a justificativa de as informações serem "pessoais". Em 2012, era de 43,9% e neste ano está em 16,19%, segundo a CGU.

Como mostrou o Estadão, entre 2019 e 2021, 26,5% dos pedidos de informação negados pelo governo federal tiveram como justificativa a necessidade de sigilo da informação. A taxa é duas vezes maior do que a da gestão de Dilma Rousseff (PT) e quatro pontos porcentuais maior do que a do governo Michel Temer (MDB).

Ex-presidente do México e apontado como responsável por algumas das piores matanças políticas do país, Luis Echeverría morreu, aos 100 anos, confirmou neste sábado, 9, o presidente Andrés Manuel López Obrador. Em sua conta no Twitter, López Obrador enviou condolências à família e aos amigos "em nome do governo do México", mas não expressou tristeza pessoal.

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O presidente atual não informou a causa da morte de Echeverría, que governou o México de 1970 a 1976. Echeverría havia sido hospitalizado por problemas pulmonares, em 2018, e enfrentava também problemas neurológicos. Em 2005, um juiz decidiu que ele não poderia ser julgado pelos crimes de genocídio no massacre de estudantes de 1971, retratado no filme Roma, que ganhou o Oscar de filme estrangeiro. O magistrado decidiu que o ex-presidente pode ter sido responsável por homicídio, mas que não poderia ser julgado pois o crime havia prescrito em 1985.

Em 1971, estudantes faziam um protesto a oeste do centro da Cidade do México, nas primeiras manifestações do tipo em larga escala no país desde as mortes em um massacre maior ocorrido em 1968. Eles não conseguiram andar muitas quadras, antes de serem atacados por um grupo paramilitar que seria ligado ao governo.

Em 2004, Echeverría tornou-se o primeiro ex-presidente mexicano formalmente acusado de crimes. Promotores o vincularam à chamada "guerra suja", na qual centenas de ativistas de esquerda e membros de grupos de guerrilha foram presos, mortos ou desapareceram.

Durante o massacre de 1968, na praça de Tlatelolco, Echeverría era o secretário de Interior do país. Em 2 de outubro de 1968, poucas semanas antes do início da Olimpíada na Cidade do México, atiradores de elite das forças oficiais abriram fogo contra estudantes e soldados do Exército na praça. As estimativas de mortes variam de 25 a mais de 300. Echeverría negou qualquer responsabilidade pelo ataque. Já segundo relatórios militares, ao menos 360 atiradores de elite do governo estavam posicionados nos prédios no entorno da manifestação.

Apesar de décadas de pedidos de ativistas e da oposição por justiça, Echeverría nunca passou um dia na prisão. Ele chegou apenas a ser colocado brevemente em uma forma de prisão domiciliar, mas posteriormente as acusações foram arquivadas, sem condenação. (FONTE: ASSOCIATED PRESS)

A casa Pierre Cardin celebrou seu criador, que completaria 100 anos neste sábado (2), com um desfile em seu palácio de Veneza e o desejo de relançar um império baseado em uma infinidade de licenças.

O Palácio Ca'Bragadin de Pierre Cardin viu pela primeira vez uma retrospectiva de suas peças futuristas e uma nova coleção ecológica desenvolvida por seus ateliês.

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A nova coleção retoma as silhuetas emblemáticas de Cardin, como o vestido trapézio e os detalhes geométricos, e aposta na responsabilidade ambiental. As peças são confeccionadas com estoques de tecidos da casa, poliéster reciclado ou fibras naturais de lótus ou bananeira de uma fábrica do Camboja.

O estilista, que morreu no fim de 2020, aos 98 anos, não gostava "que lhe desejassem feliz aniversário", mas queria comemorar seu centenário, disse à AFP Rodrigo Basilicati-Cardin, seu sobrinho-neto e diretor-geral da empresa gestora.

Não houve celebridades no desfile, mas 120 dos 300 convidados eram donos das licenças que produzem mundialmente sob a marca Pierre Cardin.

O modelo construído pelo estilista, que a partir dos anos 1960 multiplicou excessivamente o número de licenças, é aquele que seu herdeiro quer preservar, tentando controlá-las melhor.

- Semana de Moda em 2023 -

"Continua sendo um pequeno império econômico com essas licenças que ainda funcionam bem", mas "Cardin é um nome que foi marginalizado", explicou Arnaud Cadart, da sociedade de gestão de patrimônio Flornoy Ferri, à AFP.

"Continua sendo vendido, mas mais em países emergentes e entre clientes com pouca formação em luxo", acrescentou. Em Paris, "não é nada comparado a Louis Vuitton ou Saint Laurent. É muito diferente em termos de reputação e dinâmica comercial".

Após o desfile de homenagem ao pé de um foguete em Le Bourget, perto de Paris, em janeiro, e o que aconteceu hoje em Veneza, a casa será incorporada oficialmente à Semana de Moda de Paris em fevereiro-março de 2023, 25 anos depois que Pierre Cardin a deixou.

Rodrigo Basilicati-Cardin se apoia na equipe “unida” do estúdio para enfrentar esse novo desafio. "Meu trabalho é garantir que não saiamos dos trilhos", afirmou. Não tem intenção de convidar um estilista externo para não "minar Pierre Cardin".

No entanto, "hoje é preciso um diretor artístico, uma personalidade. É correndo esse risco que o potencial" de uma marca pode ser ampliado, disse Olivier Gabet, diretor do Museu de Artes Decorativas, durante uma retrospectiva sobre a designer Elsa Schiaparelli (1890 -1973), cuja casa foi um grande sucesso com o diretor artístico Daniel Roseberry.

Algumas das peças de Roseberry foram usadas por Beyoncé e Lady Gaga.

O projeto de Pierre Cardin, que "foi baseado em uma visão de futuro que era cósmica na época", pode hoje ser traduzido em "materiais inteligentes que recarregam baterias de telefones, regulam a temperatura do corpo ou são autolimpantes", imagina Ariane Bigot, vice-diretora de moda do salão Première Vision. "DNA e um nome forte" podem permitir que a casa se reinvente", disse à AFP.

No entanto, Arnaud Cadart tem suas dúvidas. "Não há legado criativo dos últimos 30 anos. Pierre Cardin assinou contratos de licenciamento, comprou casas, às vezes cidades inteiras (...) Não há comparação, a menos que o traço do sobrinho seja incrível", garantiu.

A italiana Candida Uderzo, uma idosa de 100 anos de idade, chamou atenção no país ao ter conseguido renovar sua carteira de motorista.

De acordo com os avaliadores, a alegre mulher possui uma ótima visão, tem reflexos apurados e sabe dirigir muito bem um carro. A idosa vive atualmente em Breganze, na província de Vicenza.

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Após passar sem grandes problemas pelas avaliações, o jornal "Corriere della Sera" informou que Uderzo teve sua licença renovada para os próximos dois anos.

"Eu sempre dirigi e gosto de ser independente, principalmente para não ser um peso ao meu filho. Essa renovação me deixou muito feliz e me fará sentir livre por mais tempo", celebrou a idosa.

Uderzo também não escondeu que sua boa saúde, mesmo aos 100 anos de idade, a surpreende e especificou que raramente toma remédios.

"Eu acredito que tenho sorte. Eu tenho 100 anos e ser tão saudável também me surpreende. Eu nunca tomo remédios, no máximo de vez em quando alguns comprimidos para dormir", afirmou Uderzo.

A única coisa que a mulher lamentou foi o precoce falecimento do marido, mas esse acontecimento foi o ponto de virada na vida de Uderzo.

"Pensava que continuar viva significava aproveitar ao máximo e não abrir mão de nada. Primeiro comecei a caminhar e a fazer longas caminhadas com meus amigos, isso me ajudou muito a superar o luto. Eu me inscrevi em um grupo de caminhada de Breganze e, desde aquele momento, não perco um passeio. Todos os domingos às seis horas da manhã, você me encontra na porta de casa pronta para sair", finalizou a italiana. 

Da Ansa

Liberdade e sonho. As palavras que se fundiram em versos atravessaram as “duas vidas” da enfermeira-sambista Ivone Lara (1922 - 2018). Ou seria sambista-enfermeira? A artista, que usou musicoterapia no cuidado com pacientes psiquiátricos ou nas composições marcantes que a tornaram uma musicista singular, faria 100 anos de idade nesta quarta-feira (13). 

“Ela  é um caso único na história da música brasileira. Isso porque, antes de lançar o primeiro disco, Dona Ivone dedicou 37 anos no trabalho como enfermeira e assistente social no serviço de doenças mentais”, afirma o biógrafo Lucas Nobile. Ele é o autor de Ivone Lara: a Primeira-dama do Samba, livro que conta uma das histórias mais complexas de uma personagem longeva da cultura brasileira. Ela morreu com 96 anos de idade.

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“Felizmente, a gente tem pelo menos dez grandes sucessos de Dona Ivone que são tocados até hoje em toda roda de samba. Ela teve sua obra gravada pelos maiores cantores e cantoras do Brasil. Isso não é nenhum exagero dizer”, afirma o biógrafo. A música Sonho Meu, por exemplo, integrou o histórico disco Álibi, de Maria Bethânia, o primeiro álbum de uma cantora brasileira a ultrapassar 1 milhão de cópias. 

A primeira vida profissional de Ivone Lara (de 37 anos de serviços) é igualmente marcante. Ela trabalhou na equipe da médica Nise da Silveira, que revolucionou o tratamento psiquiátrico no Brasil com ações humanizadas em contraste aos procedimentos agressivos como eletrochoques e lobotomia. “A doutora Nise passou a tratar aqueles pacientes com a utilização das artes [como visuais e plásticas]. A Dona Ivone Lara chega pra ela e sugere que ela crie uma salinha com instrumentos musicais lá no Hospital do Engenho de Dentro”, afirma o biógrafo.

Nise da Silveira acatou essa sugestão da Dona Ivone e passou a organizar o "tratamento com música" também na década de 1940, uma época em que mal se falava de musicoterapia.  A enfermeira, de maneira intuitiva, começou a aplicar aquele tratamento diferente ao longo de 37 anos.  A música não era apenas uma intuição para a enfermeira.

Influências por todos os lados

Ivone Lara nasceu em um berço musical. “Os pais eram músicos amadores. A mãe cantava e o pai tocava violão. Dona Ivone recebeu essas influências musicais dentro da família e não é exagero nenhum a gente dizer que também tem uma trajetória única na história da música brasileira”, afirma Nobile.

Dos pais, ela herdou a melodia dos “ranchos carnavalescos”, agremiações de carnaval anteriores às escolas de samba. Da tia, Vovó Tereza, ícone do Morro da Serrinha, recebeu a herança das matrizes africanas. Tereza era mãe dos dois primos sambistas, Hélio e Fuleiro.

“Com 12 anos de idade, ela compôs sua primeira música. Foram os primos que a levaram para o ambiente de carnaval e para a escola de samba Prazer da Serrinha.” Lá, ela conheceu o Oscar (filho do dono da agremiação), com quem se casaria em 1947. “Assim ela entra no ambiente do carnaval, que ainda era muito masculinizado, machista e misógino.” Para driblar os obstáculos e participar com sua música, ela mostrava as composições como se fossem feitas pelos primos. 

Ivone Lara ficou órfã cedo (na infância, perdeu o pai; na adolescência, a mãe). Aliás, foi a mãe que, para garantir uma boa educação formal para as filhas (para Ivone e para a irmã, Elza), teve a ideia de matriculá-las em uma escola pública que funcionava em regime de internato. Para isso, precisou declarar que Ivone tinha um ano a mais. Está registrada como nascida em 1921. “Ela mesma, em depoimento de viva voz, contou essa história de que a mãe dela aumentou a idade dela.”

Na escola, as alunas, naquele tempo, eram ensinadas a fazer trabalhos manuais como artesanato e costura. Mas foi lá também que ela aprendeu o canto orfeônico com a prática de canto em grupo. Teve professoras como a pianista Lucília Guimarães, que foi companheira de Heitor Villa-Lobos.

“Depois que Ivone perdeu a mãe, ela foi morar com o tio Dionísio, que tocava trombone e violão na sua escola e promovia saraus na casa dele”. Nos encontros, chegavam por lá músicos como Pixinguinha, Jacob do Bandolim e o Candinho do Trombone. “Dona Ivone assistia a essas pessoas no quintal da casa dela.”

Eram influências por toda a parte que iriam escrever a história da artista. Ela trabalhou por 37 anos com enfermagem em paralelo ao aprender musical, e cuidando dos doentes psiquiátricos. Em 1978, ela se aposentoou. O marido, que era muito ciumento, havia morrido. Ela tinha 56 anos de idade. “Aí finalmente ela gravou o seu primeiro disco. É um ano de estreia dela nessa carreira exclusivamente artística de forma muito impressionante”. Com Délcio Carvalho, ela compôs o grande sucesso Sonho Meu. “A estreia foi arrebatadora”, detalha Nobile.

O desaguar

O escritor entende que a experiência na área da saúde tem uma influência central na música da Dona Ivone. “O trabalho de Dona Ivone era o da inclusão. Muitos pacientes ficavam abandonados pela própria família. Então Dona Ivone tinha um papel de fazer contato com essas famílias para quando eles saíssem dali. Esse olhar doce de cuidar de outra pessoa sempre foi muito presente. Então, pra mim, é muito natural que quando ela partisse para a carreira artística, todo esse humanismo fosse desaguar na obra dela.”

Dona Ivone é responsável por quase 200 composições. “Em uma quantidade considerável de músicas, ela fala de sonho e de imaginação. O trabalho com aqueles pacientes era com o inconsciente. Não é obra do acaso que a música mais conhecida dela tenha no título a palavra sonho”. As memórias faziam parte do enredo de seus sambas.

Um dos principais sucessos históricos da compositora é Cinco Bailes da História do Rio, que a consagrou como a primeira mulher a vencer uma disputa de samba enredo. “Este samba que ela fez em 1965 para a Império Serrano é considerado por muita gente como o mais bonito de todos os tempos. É uma parceria com Silas de Oliveira e Bacalhau”, afirma o escritor.

 Era também a primeira mulher a tocar um instrumento e a cantar e a dançar de um jeito especial. “Ela está em outro patamar no sentido de criação artística", diz. "Ela deve ser espelho e inspiração não só no centenário e como referência do feminismo negro. Devemos celebrar Dona Ivone todos os dias”, completa.

O pré-candidato ao Governo de Pernambuco pela Frente Popular, Danilo Cabral (PSB), viajou ao Rio de Janeiro e reencontrou Lula (PT) no aniversário de 100 anos do PCdoB. Neste sábado (26), o deputado federal comentou que se sentiu agraciado com as bênçãos do ex-presidente.    

Para Danilo, o breve abraço e a tapinha nas costas que recebeu do petista foram suficientes para estimular sua candidatura ao Executivo estadual. "Sempre bom reencontrar e receber a bênção do presidente Lula", escreveu o parlamentar no vídeo do encontro.

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Acompanhado da presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, das lideranças do PCdoB em Pernambuco, a vice governadora Luciana Santos e o deputado federal Renildo Calheiros, do governador Paulo Câmara, o deputado também encontrou a cúpula carioca do PSB no Rio de Janeiro, representada por Marcelo Freixo e Alessandro Molon, o qual trocou elogios para manifestar o apoio à candidatura ao Senado pelo estado.

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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) determinou sigilo de 100 anos sobre os crachás dos filhos, que eles usam para entrar no Palácio do Planalto. Os cartões de acesso de Carlos Bolsonaro (Republicanos) e Eduardo Bolsonaro (PSL) foram confirmados pelo próprio Governo Federal através de documentação enviada à CPI em junho.

A determinação de sigilo foi descoberta pela Revista Crusoé que, por meio da Lei de Acesso à Informação, solicitou dados sobre os crachás de acesso dos filhos do presidente à sede do governo. De acordo com o veículo, a Secretaria-Geral da Presidência, enviou um documento em que afirma que a informações solicitadas pela revista "são protegidas com restrição de acesso, nos termos do artigo 31 da Lei nº 12.527, de 2011”.

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O artigo em questão determina que esses dados "terão seu acesso restrito, independentemente de classificação de sigilo e pelo prazo máximo de 100 (cem) anos a contar da sua data de produção, a agentes públicos legalmente autorizados e à pessoa a que elas se referirem", conforme escrito no documeto disponibilizado na página do Governo Federal

No entanto, dados reportados pela revista mostraram que Carlos Bolsonaro utilizou o documento de acesso para comparecer ao Planaldo 32 vezes, entre os meses de abril 2020 e junho de 2021. Já Eduardo Bolsonaro, segundo a publicação, visitou a sede três vezes em abril do ano passado. 

"O que você usa para dormir?", "cinco gotas de Chanel Nº5", confidenciou Marilyn Monroe. Criado há um século, este perfume que "cheira a mulher" goza de uma juventude eterna, sendo ainda um dos mais vendidos do mundo.

Em 1921, a estilista francesa Gabrielle Chanel empreendeu uma nova revolução para além do guarda-roupa feminino, com o lançamento desta fragrância, contida em um frasco geométrico com rótulo simples em preto e branco.

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"O seu nome, o seu aroma e as linhas radicais do frasco contribuíram para tornar este um ícone dos chamados anos loucos (na França). Com um simples número, alusivo à amostra escolhida (para fazer o perfume) Chanel rompeu com as tendências e entrou na abstração", avalia Julie Deydier, encarregada do patrimônio da empresa.

A estilista quis distinguir-se da tradição naturalista e floral do século XIX e conceber esta fragrância com o "cheiro de mulher", como um vestido de alta costura.

"Um perfume artificial, artificial como um vestido, isto é, manufaturado. Sou artesã de costura. Não quero rosas nem lírio do vale, quero um perfume composto".

O perfumista Ernest Beaux, responsável por esta missão, criou assim uma fragrância que não reproduz nenhum perfume existente na natureza.

O Nº5 cheira a Chanel, identificável pelo seu aroma atípico devido à presença significativa de moléculas sintéticas, os aldeídos, que aportam frescura às notas florais e conferem-lhe o seu carácter "abstrato".

A simplicidade do frasco, pouco modificado ao longo das décadas, rompeu com as apresentações ostentosas da época.

"Você tem que se concentrar 100% no perfume, não na apresentação", dizia Chanel.

Para um anúncio para a imprensa americana em 1937, Chanel decidiu encarnar ela mesma o Nº 5. Junto com sua fotografia, um texto dizia: "Gabrielle Chanel é acima de tudo uma artista da vida. Seus vestidos, seus perfumes são criados com um instinto dramático perfeito. O Nº 5 é como a música suave que realça uma cena de amor. Liberta a imaginação e deixa um rastro indelével na memória dos atores".

Nas décadas seguintes, filmes e atrizes ajudaram a perpetuar sua aura lendária e hoje continua sendo um dos perfumes mais vendidos do mundo.

Uma imagem de Marilyn Monroe perfumando o decote com Nº5 foi usada em 2013 para um anúncio da fragrância, que também teve como embaixadoras Catherine Deneuve, Nicole Kidman e Gisele Bündchen.

Na última campanha publicitária, Marion Cotillard dança na Lua, envolta no rei dos perfumes.

“Há um livro em cada um de nós, dizem”, escreveu ela, no seu último romance, Um Sopro de Vida. Contista, cronista, jornalista e considerada um dos maiores nomes da literatura brasileira - com sua escrita introspectiva e reflexiva, variando entre a poesia e a prosa - Clarice Lispector completaria 100 anos no próximo dia 10. Para marcar seu centenário, o Instituto Moreira Salles (IMS) lança um site bilíngue - em português e inglês -, que entra no ar exatamente no dia 10 de dezembro.

O site apresentará fotos, manuscritos, áudios, vídeos, cartas, aulas e textos críticos, muitos deles parte do acervo de Clarice e que o IMS tem sob sua guarda desde 2004. Um dos destaques é a aula em vídeo de Yudith Rosenbaum, professora da Universidade de São Paulo (USP), na qual ela analisa em detalhes o conto Felicidade Clandestina, publicado pela escritora no volume homônimo de 1971.

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Há também um vídeo de Paulo Gurgel Valente, filho da escritora, comentando a relação com a mãe; e um áudio de uma entrevista que a autora concedeu ao Museu da Imagem e do Som (MIS) em 1976, na qual ela comenta sua formação como advogada. O portal também vai disponibilizar uma cronologia ilustrada da autora e uma seção trazendo todos os livros escritos por Clarice.

“O site é dividido em dois grandes modos de navegação: um ambiente de livre fruição, que apresenta a vida e obra de Clarice em forma narrativa, e outro voltado para estudo e pesquisa”, disse Eucanaã Ferraz, consultor de literatura do IMS.

Entre os itens do acervo, digitalizados e transcritos, que serão apresentados no site, estão cadernos da escritora, pouco conhecidos ou inéditos, que acabam de chegar à coleção do IMS, e dezenas de cartas enviadas por Clarice ao longo de sua vida para suas irmãs ou para personalidades como os escritores Erico Verissimo e Mário de Andrade e o ex-presidente Getúlio Vargas. Está disponível também uma série de manuscritos, de obras como A hora da estrela e Um Sopro de Vida.

Nascida Chava Pinkhasovna Lispector, na Ucrânia, em 1920, Clarice Lispector estreou com o romance Perto do Coração Selvagem (1943), em que mostrou ao mundo sua escrita peculiar e inovadora, permeada pelo fluxo de consciência. Além de romancista, a autora dos aclamados A Paixão Segundo G.H. (1964) e A Hora da Estrela (1977), mais tarde adaptado para o cinema, destacou-se também como contista, com a publicação de títulos como Laços de Família (1960) e A Legião Estrangeira (1964). Clarice Lispector também escreveu várias obras para o público infanto-juvenil. Morreu no dia 9 de dezembro de 1977, véspera de seu aniversário de 57 anos, vítima de um câncer.

Exposição em 2021

Ainda para homenagear o centenário da escritora, o Instituto Moreira Salles prevê a abertura de uma exposição em julho de 2021, chamada de Constelação Clarice. A mostra estava prevista para este ano, mas, devido à pandemia do novo coronavírus, foi adiada. A exposição será composta por pinturas, esculturas, desenhos e vídeos de artistas mulheres que produziram contemporaneamente a Clarice. Além disso, haverá um núcleo com livros, fotografias e outros documentos da escritora.

João Cabral de Melo Neto, se estivesse vivo, faria 100 anos nesta quinta-feira (9). Por sua obra, o pernambucano é considerado um dos maiores poetas de língua portuguesa. Seu valor é tanto, que suas palavras ultrapassaram o campo literário. Além de referência para inúmeros escritores, ele inspirou a composição de músicas e até de álbuns inteiros, durante décadas. O LeiaJá separou cinco exemplos.

Chico Buarque

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Em 1966, Airton Barbosa e Chico Buarque musicaram o poema Morte e Vida Severina, que tinha sido publicado em 1955. Esse foi o segundo álbum do cantor.

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Paralamas do Sucesso

Em seu sétimo disco, lançado em 1994, Herbert Vianna, Bi Ribeiro e João Barone usaram a visão nordestina de João Cabral de Melo Neto para compor não só uma música, mas um álbum inteiro, batizado de Severino.

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Cordel do Fogo Encantado

A banda pernambucana é carregada de poesia e como conterrânea de um dos maiores poetas do país, não poderia deixar João Cabral de Melo Neto de fora das influências. No disco O Palhaço do Circo sem Futuro, de 2002, eles já tinham gravado o poema Os Três Mal-Amados. Em Transfiguração, de 2006, beberam da fonte mais uma vez para modernizar o conto sobre o sofrimento nordestino na canção Morte e Vida Stanley.

Eddie

A banda olindense, em 2015, se rendeu ao poeta com um disco inteiro inspirado na sua obra, intitulado Morte e Vida.

Raimundos

Até gente que não tem nada a ver com poesia, chegou a reverenciar João Cabral de Melo Neto. A canção Bê a Bá, da banda de rock Raimundos, é politicamente incorreta, falando de drogas, brigas e cheia de palavrões, mas não deixa de ter uma citação à Morte e Vida Severina na letra.

 

“E não há melhor resposta que o espetáculo da vida: vê-la desfiar seu fio, que também se chama vida.” 

Os versos de Morte e Vida Severina, obra mais famosa de João Cabral de Melo Neto, sintetizam uma vida devotada à arte e à diplomacia.  O trabalho que o consagrou é uma das poesias nascidas da sensibilidade do escritor nascido no dia 9 de janeiro de 1920 e que morreu em 1999. Modernista, tem versos simples e rigor formal. Inspirações para as obras nasceram, por exemplo, de seu inconformismo diante de dramas de seus conterrâneos nordestinos.  O recifense, que faria 100 anos, nesta quinta-feira, tem uma trajetória com cenários múltiplos e engajados, que lhe valeram prêmios e a imortalidade na Academia Brasileira de Letras.

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Parte da infância, João Cabral passou nos engenhos da família nas cidades de São Lourenço da Mata e de Moreno, paisagem de canaviais que marcaram a vida do poeta. Depois, voltou para o Recife e, nos anos 1940, mudou-se para o Rio de Janeiro.

A Baía de Guanabara, o Pão de Açúcar, o aterro do Flamengo, as belezas da então capital brasileira não inspiraram a obra de João Cabral.  Ele não conseguia se desligar do Recife e das imagens de sua infância nos engenhos. Era um tema recorrente em uma obra diversa como a dele.

O Brasil da política e dos grandes centros de poder, foi secundário na poesia de João Cabral, se é que não foi alvo de crítica ou de ironia. O Brasil que o interesse é somente o Brasil do Nordeste.

Apesar de morar no Rio, João Cabral tinha uma espécie de implicância com a cidade, e também com São Paulo, como focos do poder do país. Ele as considerava como duas cidades – ou estados – que abafaram a autonomia e a vida do Nordeste.

No Rio, João Cabral se tornou diplomata e começou uma peregrinação por diversos países, do Senegal a Portugal. Mas foi no primeiro posto dele, ainda nos anos 40, em Barcelona, que ele sentiu-se confortável, principalmente em Andaluzia e Sevilla. A paisagem lembrava muito a de Pernambuco e isso se refletiu em sua poesia, dedicando às cidades e à paisagem espanholas muitos poemas.

Seja no Brasil, seja no exterior, João Cabral produzia. E foi premiado: Prêmio José de Anchieta, de poesia, do IV Centenário de São Paulo (1954); Prêmio Olavo Bilac, da Academia Brasileira de Letras (1955); Prêmio de Poesia do Instituto Nacional do Livro; Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro; Prêmio Bienal Nestlé, pelo conjunto da Obra e Prêmio da União Brasileira de Escritores, pelo livro "Crime na Calle Relator" (1988), entre outros.

Também entrou para a Academia Brasileira de Letras em 1968. Morreu no Rio de Janeiro em 9 de outubro de 1999.

O poeta, ensaísta e crítico literário Antônio Carlos Secchin, membro da Academia de Letras, cursou mestrado e doutorado pesquisando a obra de João Cabral de Melo Neto e foi amigo do pernambucano durante quase 20 anos, até a morte do escritor. Com exceção dos dados biográficos, ele é a fonte das informações que estão na primeira parte desta reportagem (com exceção dos enxertos de poemas, é claro, que tem autoria de João Cabral de Melo Neto).

Os dois se conheceram em 1980, quando Secchin procurou João Cabral para fazer uma entrevista para sua tese de doutorado. “Ele gostou muito do trabalho que eu havia escrito sobre ele [no mestrado] e, a partir daí, nós cultivamos uma amizade muito fraterna, muito franca”, disse.

Para Secchin, a obra de João Cabral pode ser examinada por vários ângulos. “Do ponto de vista do conteúdo, é uma poesia importante porque ela enfatiza, com grande interesse, as questões sociais do Brasil, as condições de vida dos nordestinos, a injustiça social de um modo geral, essa parte geral engajada é importante, mas eu gosto de enfatizar também o aspecto da consciência literária”. O pesquisador considera que João Cabral foi um poeta extremamente preocupado com a qualidade do verso e com o rigor da construção do poema. “Então, essa combinação de uma consciência da forma junto com a questão social é o que faz da obra do João Cabral algo absolutamente fundamental na poesia brasileira.”

Na avaliação de Secchin, João Cabral, ao lado de Manuel Bandeira e de Carlos Drummond de Andrade são os três nomes mais importantes no campo da poesia brasileira no século 20.

Leia aqui alguns poemas de João Cabral de Melo Neto.

"Homem nacional"

Já o homem João Cabral de Melo Neto era uma pessoa completamente diferente do poeta, segundo Secchin. “Nós encontramos a imagem do poeta como alguém claro, alguém racional, alguém absolutamente senhor de tudo o que estava fazendo e o homem João Cabral me parecia inseguro, me parecia alguém um pouco assustado diante da vida e que ele usava essa literatura dele tão clara, tão racional, tão digamos, domada por ele, como uma compensação para aquilo que ele não conseguia fazer na sua própria vida particular”, disse.

Perfeccionista

Na confecção de sua poesia, João Cabral era um perfeccionista. Secchin conta que, no processo de criação de suas obras, nada podia fugir ao controle do pernambucano. “Ele planejava o poema em todos os detalhes e às vezes, como ele fez em dois livros pelo menos, um chamado ‘Serial’ e o outro ‘Educação pela Pedra’, não contente em trabalhar a arquitetura do poema, ele trabalhou a arquitetura do livro. Ele bolou um esquema de livro totalmente rigoroso e, a partir daí, ele foi fazendo poemas que se encaixavam como módulos no conjunto maior que era o próprio livro”.

Por todo esse perfeccionismo com o rigor estético de sua obra, João Cabral não acredita muito em inspiração. Ele abraçava apenas o trabalho. Secchin conta que o poeta delimitava o poema que ele queria fazer.

O pesquisador testemunha que “João Cabral admitia que, de vez em quando, não sabia a origem das inspirações. “Vinha uma ideia, vinha uma frase, uma palavra e, se essa frase e essa palavra ou esse verso viesse muito fácil, ele desconfiava. Achava que aquilo não era bom, achava já tinha ouvido aquilo de outra pessoa”. Para Antônio Carlos Secchine, João Cabral era alguém que voluntariamente se impunha muita dificuldade, se impunha muito obstáculo, mas tendo a esperança, a certeza de que conseguiria vencer esses obstáculos e fazer o poema praticamente, exatamente como ele queria”, disse.

Obras

João Cabral de Melo Neto tem 33 livros de poesias publicados e sete de prosa. Neste ano, em comemoração ao centenário, Secchin vai lançar, pela Editora Alfaguara, uma nova edição da poesia completa de João Cabral de Melo Neto com poemas inéditos descobertos pela pesquisadora Edineia Ribeiro.

Dos mais de 30 livros de poesias, um é considerado por Secchin como o maior sucesso da poesia brasileira de todos os tempos: Morte e Vida Severina. Para o ensaísta, a obra não apenas vai garantir a permanência da poesia de João Cabral, mas vai trazendo a reboque, como uma locomotiva puxa seus vagões, o conjunto da obra dele.

“O próprio Cabral lamentava que os outros livros dele não fossem conhecidos na mesma proporção que Morte e Vida Severina. Eu próprio não considero Morte e Vida Severina o grande livro dele, acho que tem quatro ou cinco pelo menos iguais”, disse Secchin.

Morte e Vida Severina virou peça em 1966, foi premiado e um sucesso de público e crítica. Depois virou disco, programa de TV e, mais recentemente, história em quadrinhos e filme de animação.

Antônio Carlos Secchin afirma que João Cabral apreciou as adaptações de poesias para cinema, teatro e TV.

João Cabral esteve presente na primeira montagem para o teatro que desencadeou todo o sucesso de Morte e Vida Severina em 1966, na França. O poema tinha sido escrito dez anos antes sem nenhuma repercussão no Brasil. Na França, a montagem venceu um festival e, segundo Secchin, foi a partir daí que o sucesso ocorreu.

“Na sequência, a peça foi para o Porto [Portugal], ele estava presente, ele se emocionou e apesar de às vezes ele ficar implicando, ‘não, esse poema meu é fraco, não é o melhor que surgiu’ eu tenho o registro de que ele sempre se emocionava quando ele assistia às montagens de teatro desse poema.”

De 14 a 24 de novembro, a Caixa Cultura do Recife vai receber uma mostra que homenageia o cineasta Federico Fellini. Com curadoria de Fernanda Vogas, o evento A Estrada da Vida - 100 Anos de Federico Fellini vai reunir obras e histórias que agitaram a carreira do diretor. Será ministrada pelo professor Luame Cerqueira, nos dias 14 e 15, das 17h às 19h, o curso A Tela Que Pensa

Reverberando a passagem de Fellini pela filosofia e cinema, o curso gratuito vai ser conduzido duas horas por dia, e as inscrições para 70 participantes estão disponíveis no site do projeto. Já de 16 a 24 de novembro, o público poderá conferir 11 clássicos cinematográficos do italiano, entre eles Abismo de um Sonho (1952), A Trapaça (1955), A Doce Vida (1960) e Julieta dos Espíritos (1965).

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Os ingressos para os filmes de Federico Fellini deverão ser retirados na bilheteria da Caixa Cultura do Recife uma hora antes de cada exibição. Não será permitida a entrada do público quando iniciar os longas.

Natural da cidade de Rimini, situada na costa adriática, no norte da Itália, Fellini, se estivesse vivo, faria 100 anos em 2020. Bastante premiado pelas contribuições no cinema, ele morreu em outubro de 1993, aos 73 anos, em Roma. 

Serviço

A Estrada da Vida - 100 Anos de Federico Fellini

14 a 24 de novembro | Caixa Cultural do Recife

Av. Alfredo Lisboa, 505, Bairro do Recife

Entrada gratuita

Seu nome remete à figura de uma pessoa que luta contra todas as injustiças: Zorro, nascido no dia 9 de agosto de 1919 da imaginação de Johnston McCulley, tornou-se ícone tão famoso da cultura pop quanto Tarzã, ou o Superman.

Depois de sua primeira aventura, "A maldição de Capistrano", que foi lançada em um "pulp" californiano, McCulley escreveu outras 60 histórias, fazendo de Zorro um dos primeiros heróis de capa e espada da literatura americana.

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Foi nas telas, porém, nas grandes e nas pequenas, que o justiceiro mascarado ganhou notoriedade.

- Antes do Zorro -

Para criar seu personagem, McCulley se inspirou em um mexicano a meio caminho do bandoleiro e o patriota, e que vivia na Califórnia do século XIX, em pleno período da febre do ouro: Joaquín Murieta, que defendia os ameríndios diante dos gringos.

O poeta chileno ganhador do Prêmio Nobel da Literatura Pablo Neruda dedicou a ele sua única obra de teatro.

Outra figura que inspirou McCulley foi "Pimpinela Escarlata", um justiceiro inglês que atuou durante a Revolução Francesa e foi criado no início do século XX pela escritora Emmuska Orczy, uma britânica de origem húngara.

- A história -

Don Diego de la Vega, um jovem aristocrata de origem espanhola e com a aparência de estudante inofensivo, sentia-se revoltado com os poderosos corruptos e cruéis que abusavam do povo humilde de Los Angeles e arredores.

Para defender os fracos e oprimidos, resolve se transformar no Zorro (raposa, em espanhol) e se veste totalmente de preto, escondendo sua identidade por trás de uma máscara que mostra apenas seus olhos e seu fino bigode.

Ele conta com o fiel Bernardo, seu mordomo que é mudo e finge ser surdo para melhorar a condição de escudeiro do patrão, e também com Tornado, seu inteligente alazão negro.

Outro personagem recorrente é o robusto sargento Demetrio López García, um pretenso inimigo que é mais simpático do que perigoso.

- Série mítica -

Mas foi a série de televisão da Disney (composta por 78 episódios gravados entre 1957 e 1961) que fez o personagem ganhar popularidade em nível internacional.

O ator Guy Williams, com seu 1,90m de altura, sorriso cativante e esgrimista na vida real, foi o escolhido para encarnar o justiceiro hispânico na série, que, em 1992, foi colorizada.

Era ele mesmo, e não um dublê, que fazia os duelos de espada, mesmo quando elas eram de verdade.

"O dia das lutas era sexta-feira. Assim, caso houvesse algum problema, eu teria algum tempo para me recuperar de um ferimento", contou o ator em uma entrevista na época.

A assinatura de três traços com a espada para formar a letra "Z", de Zorro, era a marca registrada da série.

Novas produções protagonizadas pelo Zorro foram filmadas na Colômbia e nas Filipinas recentemente e vendidas para quase 100 países.

- Estrela de cinema -

No cinema, houve mais de 50 Zorros, incluindo paródias e versões eróticas.

As mais conhecidas foram interpretadas pelos galãs Douglas Fairbanks (1920), Tyrone Power (1940), Alain Delon (1975) e Antonio Banderas (dois filmes, 1998 e 2005).

O criador de Batman, Bon Kane, assegurou que o filme mudo "O signo do Zorro" (1960), com Fairbanks, o influenciou muito na hora de criar seu super-herói. Tornado serviu, inclusive, de inspiração para o Batmóvel.

Atualmente, há um projeto em preparação em Hollywood com o ator mexicano Gael García Bernal.

Os quadrinhos, a música e os videogames também exploraram ao máximo a imagem de Zorro.

- O que dizem sobre Zorro -

- "Tem traços de Robin Hood e, em parte, Peter Pan e Che Guevara", afirmou a escritora chilena Isabel Allende em uma entrevista em 2005, por ocasião da publicação de seu romance "Zorro".

- "Não apenas pune, como Superman, os ataques à propriedade privada, como também intervém toda vez que a dignidade, ou a liberdade humana, são ultrajadas. O Zorro remete à consciência cívica que tanto faz falta atualmente", afirmou o escritor francês Yann Moix, em 2010.

- "Em um cavalo subindo a montanha, vem chegando então o Zorro/Por onde passar, a justiça se fará, deixando a marca do Zorro!", como afirmava, na versão em português, a música de abertura da série da Disney.

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