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Às vésperas da instalação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Senado sobre ações do governo federal na pandemia, o presidente Jair Bolsonaro pressionou o senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO) a ingressar com pedidos de impeachment contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Em conversa por telefone divulgada pelo próprio senador em suas redes sociais, Bolsonaro dá a entender que, se houver pedidos de impeachment contra ministros da Corte, pode ocorrer mudanças nos rumos sobre a instalação da comissão.

"Você tem de fazer do limão uma limonada. Tem de peticionar o Supremo para colocar em pauta o impeachment (de ministros) também", disse Bolsonaro ao senador. "Sabe o que eu acho que vai acontecer, eles vão recuperar tudo. Não tem CPI... não tem investigação de ninguém do Supremo", disse Bolsonaro, durante a conversa. Kajuru respondeu que já tinha entrado com pedido de afastamento do ministro do STF Alexandre de Moraes, ao que Bolsonaro respondeu: "Você é 10".

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O presidente também cobrou que a CPI, se instalada, trabalhe para apurar a atuação de prefeitos e governadores. Segundo Kajuru, a conversa com Bolsonaro foi feita no sábado (10). "Nós dois estamos afinados. CPI ampla e investigar ministros do Supremo. Ponto final", disse Bolsonaro ao senador.

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Na quinta-feira (8), o ministro do STF Luís Roberto Barroso determinou que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, instale a CPI da Covid. O pedido ao Supremo foi apresentado por Kajuru e pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE). Pacheco travava a instalação da CPI, apesar de a comissão ter recebido as assinaturas de apoio necessárias para ser aberta.

No dia seguinte, Bolsonaro acusou Barroso de "militância política" e cobrou que o ministro mandasse abrir análises de pedidos de impeachment de ministros do STF no Senado, afirmando que há "milhões de assinaturas" da população para este tipo de análise. O governo Bolsonaro trabalha para enfraquecer a CPI, investigar prefeitos e governadores na mesma comissão e desgastar ministros do STF com a tramitação de pedidos de impeachment no Congresso.

"A CPI hoje é para investigar omissões do governo Bolsonaro, ponto final. Se não mudar o objetivo da CPI, ela vai só vir pra cima de mim. Tem que mudar a amplitude dela", comentou Bolsonaro. "Se não mudar, a CPI vai simplesmente ouvir (o ex-ministro da Saúde Eduardo) Pazuello, ouvir gente nossa, para fazer um relatório sacana."

Na ligação, Bolsonaro também atribuiu o número de mortes da Covid-19 à suposta omissão de prefeitos e governadores, ignorando que ele mesmo boicota medidas que dão certo contra o vírus, como o distanciamento social e o uso de máscaras. "A questão do vírus, não vai deixar de morrer gente, infelizmente, no Brasil. Poderia morrer menos gente se os governadores e prefeitos que pegassem recursos e aplicassem realmente em postos de saúde, hospital", afirmou Bolsonaro.

Em análise

O Senado tem hoje dez pedidos de impeachment contra ministros do STF na gaveta de Pacheco. Somente contra Moraes são seis pedidos. Além dele, também há requerimentos para investigar Gilmar Mendes, Edson Fachin e Cármen Lúcia.

O senador Carlos Viana, vice-líder do governo, também tenta coletar assinaturas pra uma CPI que investigue a interferência entre Poderes e dali saia um pedido de impeachment contra o próprio Barroso.

Na quarta-feira, o plenário do STF vai analisar a liminar de Barroso que determinou a instalação da CPI. Segundo um ministro ouvido pelo Estadão, a maioria dos ministros vota a favor da medida, mas com a ressalva de que ela só deverá ser instalada quando os trabalhos voltarem a ser presenciais. Isso significa que a CPI não seria mais imediata. A conversa de Bolsonaro com Kajuru, contudo, poderia mudar essa posição. Na avaliação desse ministro, se ficar caracterizado que Bolsonaro pretende intimidar os ministros ao estimular pedidos de impeachment dos magistrados, não haverá como retardar os trabalhos da CPI.

Procurados pelo Estadão, o Palácio do Planalto e Rodrigo Pacheco não quiseram comentar a gravação. A interlocutores, o presidente do Senado disse que não vai tratar a atitude de Bolsonaro como interferência à atuação da Casa. O senador Kajuru informou que foi ele próprio que entrou em contato com Bolsonaro, por telefone.

A rede pública de saúde de Pernambuco atingiu 98% de ocupação dos leitos de Terapia Intensiva (UTI) para Covid-19 neste sábado (20). O Governo de Pernambuco conta com 1.387 vagas de UTI para Covid-19.

Na rede privada, a ocupação de leitos de UTI para Covid-19 está em 91%. Ao todo, são 392 vagas para casos graves nas unidades privadas. 

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Com relação a leitos de enfermaria, a rede pública tem ocupação de 82%, enquanto a rede privada registra 71% dos leitos ocupados.

Neste sábado, o Estado de Pernambuco abriu 32 novos leitos de terapia intensiva para assistência de pacientes suspeitos e confirmados para Covid-19. Com a ampliação, o Estado passou a marca de 2,5 mil leitos exclusivos para estes pacientes. As novas vagas ofertadas à população foram abertas nos hospitais Universitário Oswaldo Cruz (Huoc) (8 vagas), Otávio de Freitas (4), Cesac unidade Prado (10), no Recife, e no Hospital do Vale, em Limoeiro, com 10 leitos. 

Nesta manhã, a Prefeitura do Recife anunciou a abertura de mais 23 leitos para tratamento de pacientes com Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag). Os leitos de observação e sala vermelha estão localizados nas policlínicas Barros Lima e Amaury Coutinho, na Campina do Barreto, e no Hospital Pediátrico Helena Moura, na Tamarineira.

Pernambuco registra 11.638 mortes pela Covid-19. Também já foram confirmados 329.633 casos no estado. Até o momento, Pernambuco já aplicou 679.348 doses da vacina contra a doença. Com relação à segunda dose, 180.576 pessoas foram imunizadas.

A igreja Família 61, em Boa Viagem, Zona Sul do Recife, foi autorizada a reabrir as portas e receber fiéis em plena quarentena em Pernambuco. Nessa sexta-feira (19), o desembargador Alexandre Guedes Alcoforado Assunção, do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), determinou que apenas o templo retomasse as atividades.

“Afigura-se abusiva a medida proibitiva da atividade presencial do impetrante no culto religioso, em prédio próprio da ‘Família 61’, razão pela qual atividade sacerdotal exercida pelo impetrante, assegurada constitucionalmente, deve ser permitida sem intervenção por parte do Estado, desde que atendidas as regras sanitárias estabelecidas pelas autoridades de saúde”, interpretou em sua decisão.

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A permissão foi concedida apenas para a Família 61 e depende do cumprimento dos protocolos sanitários voltados ao setor. O pastor evangélico Arthur de Araújo Neves Neto foi o responsável pela ação.

“Determino garantia ao impetrante do pleno exercício de seu mister sacerdotal, podendo, presidir cultos presenciais e exercer quaisquer atividades religiosas, observadas as regras sanitárias”, aponta outro trecho do documento do desembargador, que defendeu o “tratamento precoce” e se posicionou contra o bloqueio todas da atividades para liberar os cultos presenciais.

Pernambuco abriu mais 26 leitos de terapia intensiva (UTI) para Covid-19 neste sábado (13). As novas vagas foram contratadas pelo Governo do Estado com hospitais privados do Recife.

São mais 10 leitos no Hospital Evangélico Pernambuco, no bairro da Torre, Zona Norte do Recife, e 16 no Centro de Educação Saúde Comunitário - Cesar Prado, na Zona Oeste da capital.

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O Governo de Pernambuco abriu 153 leitos de UTI ao longo desta semana. Em 15 dias, foram colocados em operação mais de 200 leitos de terapia intensiva para pacientes com Covid-19. Segundo o governo, o número é três vezes maior que a capacidade de terapia intensiva instalada no Hospital da Restauração, no Recife, maior unidade de emergência do Norte/Nordeste.

Conforme o boletim da sexta-feira (12), a rede estadual de saúde tem 95% dos leitos de UTI para Covid-19 ocupados. Na rede privada, a ocupação é de 88%. 

Toda produção teledramatúrgica que se preze tem que ter casais apaixonados, maldades mirabolantes, histórias impactantes e uma trilha sonora de qualidade. Em meio aos elementos desse conjunto, os telespectadores ficam ansiosos também quando os folhetins capricham em suas aberturas.

Antigamente, na Globo, o designer Hans Donner fazia revolução ao colocar sua criatividade inovadora em toda a identidade visual. Sempre chamando a atenção em diversos aspectos, as aberturas de novelas também foram responsáveis por reunir pessoas que se tornariam famosas no futuro. Revirando o baú, o LeiaJá relembra os atores e atrizes que brilharam em aberturas de tramas icônicas.

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Adriana Garambone - Felicidade

No início da década de 1990, Manoel Carlos escreveu mais um sucesso para a TV Globo. Felicidade, protagonizada por Maitê Proença, é lembrada até hoje pelas histórias e também por sua abertura colorida. Mas o que muita gente ainda recorda é a presença de Adriana Garambone na abertura. Ela aparece cavalgando em uma praia.

Beto Simas - Quatro Por Quatro

Antes dos filhos Bruno Gissoni, Rodrigo Simas e Felipe Simas, Beto Simas já fazia sucesso no entretenimento. Em 1994, o ator e capoeirista fez sucesso ao protagonizar a abertura da novela Quatro Por Quatro, cantada por Sandra de Sá.

Ana Furtado - Explode Coração

Sucesso em 1995, Explode Coração deu o que falar entre os telespectadores. Na abertura da novela de Glória Perez, a Globo mostrava diariamente o rosto da atriz e apresentadora Ana Furtado. Ela é lembrada até hoje pelas pessoas que a viram pela primeira vez na TV.

Maria Fernanda Cândido - A Indomada

Escrita por Aguinaldo Silva, em 1997, A Indomada contava a história da batalhadora Helena (Adriana Esteves) e dos planos maquiavélicos da ambiciosa Maria Altiva (Eva Wilma). Na abertura, Maria Fernanda Cândido brilhou ao surgir correndo em um canavial de computação gráfica. A beleza da atriz já chamava a atenção do público de casa. Três anos depois, Maria Fernanda Cândido estreou na novela Terra Nostra, contracenando ao lado de Raul Cortez.

Após a cerimônia de abertura dos trabalhos legislativos na Câmara, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foi às redes sociais comemorar o novo ciclo do Legislativo. Bolsonaro, que atuou particularmente pela candidatura de Arthur Lira (PP-AL) para a presidência da Câmara, comemorou a retomada das atividades parlamentares como "um novo capítulo" para o País e disse que agora existe "uma nova oportunidade de trabalhar em conjunto pelo Brasil".

O presidente destacou a dificuldade que tem encontrado na condução de seu governo nos últimos anos. Segundo o mandatário, "não é fácil reconstruir um país destruído ao longo de décadas". Sem citar o agora ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ), Bolsonaro afirma que "quem deveria ter trabalhado ao nosso lado para levar adiante o projeto escolhido nas urnas em 2018 decidiu, de forma egoísta, sabotar o próprio país e o próprio povo, mesmo em meio a uma pandemia".

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Com os candidatos do governo eleitos para o comando da Câmara e do Senado - na liderança de Rodrigo Pacheco (DEM-MG) -, Bolsonaro classifica o atual cenário como um "momento histórico". Apesar da acusação de o governo ter liberado R$ 3 bilhões para 250 deputados e 35 senadores aplicarem em obras em seus redutos eleitorais, como revelou o Estadão, o chefe do Executivo diz que o novo capítulo coloca "o País, e não mais interesses pessoais, no coração de cada decisão tomada".

Sob a proposta de reforma administrativa que permeou a campanha presidencial de Lira, Bolsonaro afirma que "é preciso apenas coragem para levar adiante as mudanças e os valores brasileiros". Segundo ele, os pilares da nação são "Soberania, Liberdade, Fé e Família".

Bolsonaro finaliza sua manifestação nas redes reafirmando o discurso de que se sente honrado em presidir o País "e deixar um legado para as próximas gerações". Por fim, conclui a mensagem com o slogan de seu governo: "Brasil acima de tudo; Deus acima de todos!"

Ao comentar o discurso do presidente Jair Bolsonaro na abertura do ano legislativo, o líder da Minoria no Congresso, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), afirmou que o governo não apresentou medidas para que reduzir o "caos social e o caos na saúde". "O presidente Bolsonaro parece que não enxerga a tristeza que vivemos em nosso País. Não apresentou uma única medida que dê esperança ao povo brasileiro, não tratou de nada importante", lamentou.

Bolsonaro diz que reforma tributária, pacto federativo e independência do BC são prioridades do governo

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Zarattini cobrou a criação de um novo auxílio emergencial para socorrer os mais de 15 milhões de desempregados atingidos pela crise provocada pela pandemia de coronavírus. O líder da Minoria ainda quer a discussão do Plano de Imunização para reduzir o número de mortes e de atingidos pela Covid-19.

O líder também defendeu uma reforma tributária simplificadora, mas progressiva, e criticou a sinalização do governo de que dará prioridade à reforma administrativa e à PEC Emergencial.

"São medidas que vão atingir o pequeno servidor, o professor, o médico. Não mexe em nenhum momento com os altos salários, não resolve o problema da população e prejudica o funcionalismo. O único objetivo é produzir superávit para o mercado financeiro", reclamou.

Harmonia

Já o primeiro-vice-presidente da Câmara, deputado Marcelo Ramos (PL-AM), elogiou a presença do presidente Jair Bolsonaro e a retomada da relação harmônica entre os poderes. "O Brasil precisa, neste momento de grave crise, construir convergências para superar os efeitos da pandemia", apontou.

Ramos também apoiou a participação dos comandantes das Forças Armadas na cerimônia. "Não é da tradição, mas as Forças Armadas merecem todo nosso respeito. As Forças Armadas têm compromisso com a democracia e sabem que a democracia deve ser preservada."

Para o líder do DEM, Efraim Filho (PB), a abertura do ano legislativo foi simbólica por reunir os três Poderes, com discursos que "se aproximavam e estreitavam a relação entre eles". "A harmonia dos trabalhos é um alento para o País enfrentar este momento mais crítico", ponderou.

A saúde e a economia serão a prioridade do Congresso para este ano, segundo Efraim Filho. "É preciso salvar vidas e empregos", apontou. Ele também defendeu a reforma tributária e políticas de acesso ao crédito para empreendedores. "Precisamos valorizar quem produz no Brasil, principalmente depois de um período de pandemia em que muitas portas foram fechadas."

*Da Agência Câmara de Notícias

 

O novo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), adotou nesta quarta-feira, 3, discurso alinhado ao do presidente Jair Bolsonaro sobre a conduta durante a pandemia da covid-19. Na cerimônia de abertura do ano legislativo, o senador afirmou que medidas sanitárias devem ser seguidas, mas sem que haja "uma histeria", expressão utilizada em ocasiões anteriores pelo chefe do Executivo ao minimizar a crise do novo coronavírus.

"Precisamos cuidar racionalmente de nossa saúde, adotando todos os cuidados higiênicos e sanitários possíveis, mas não podemos fazer disso uma histeria, negando uma realidade", disse. "Precisamos continuar produzindo para abastecer as famílias brasileiras, gerar renda interna, além de continuar atendendo os mercados estrangeiros, que compram nossa produção", declarou.

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Por outro lado, Pacheco também defendeu a superação de "extremismos" e o "pluralismo de ideias". O discurso foi feito logo após o plenário da sessão se dividir entre gritos de "fascista" e "mito", em um confronto de vozes. De um lado, opositores, de outro, apoiadores de Bolsonaro. "A política não deve ser movida por arroubos do momento ou por radicalismos", afirmou o presidente do Senado.

Pacheco reforçou ainda o comprometimento com a "plena independência e harmonia" dos poderes públicos. Segundo ele, a defesa da independência "não pode importar em sacrifício da harmonia", bem como "a defesa da harmonia não pode comprometer a independência".

"Não podemos defender a independência ou a harmonia ao sabor do momento, ao sabor de quem ocupa os cargos de relevo ou de nossas convicções políticas ou pessoais", ressaltou. Ao pregar a pacificação entre poderes e no parlamento, o presidente do Senado ressaltou que é preciso deixar de lado diferenças e "trabalhar incansavelmente pelos consensos que vão colocar o País de volta nos trilhos do desenvolvimento".

Com a vitória dos candidatos apoiados pelo governo, o presidente Jair Bolsonaro deve prestigiar a sessão solene que marca o início dos trabalhos no Legislativo, marcada para às 16h desta quarta-feira. A presença do chefe do Executivo é um aceno a Arthur Lira (PP-AL), novo presidente da Câmara, e Rodrigo Pacheco (DEM-MG), eleito para comandar o Senado. Essa é a primeira vez que Bolsonaro irá ao Congresso desde que assumiu a presidência.

A participação do presidente na sessão de amanhã foi confirmada pela Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom). A presença do chefe do Executivo na primeira sessão do ano do Congresso, contudo, não é regra. O presidente pode ser substituído pelo ministro da Casa Civil, atualmente general Braga Netto, além de mandar outros representantes do governo, como o vice-presidente Hamilton Mourão, que compareceu à solenidade em 2019.

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Pelo rito da cerimônia, uma mensagem do presidente deve ser lida na sessão. Nos dois anos anteriores, Bolsonaro não compareceu e mandou em seu lugar o ministro Onyx Lorenzoni, então chefe da Casa Civil. Em 2019, Bolsonaro não pode participar da cerimônia, pois se recuperava da retirada da bolsa de colostomia, cirurgia realizada em 28 de janeiro daquele ano. Em 30 de janeiro do ano passado, Bolsonaro passou por uma vasectomia, realizada no Hospital das Forças Armadas, e também não compareceu à solenidade no Congresso.

A vitória com folga dos candidatos governistas motivou o presidente a prestigiar a sessão neste ano. As eleições nas duas Casas contaram com a atuação direta do Planalto e de Bolsonaro para garantir a vitória de Lira e Pacheco. Conforme o Estadão/Broadcast mostrou, o governo atuou na liberação de emendas parlamentares, em valor recorde no último mês, e no repasse de recursos extras no valor de R$ 3 bilhões para 250 deputados e 35 senadores aplicarem em obras em seus redutos eleitorais.

Bolsonaro também fez cobranças públicas à bancada ruralista, uma das maiores no Congresso, para que apoiasse os candidatos do governo. Deputados do PSL que abandonaram o apoio a Baleia Rossi (MDB-SP) também foram recebidos para um café da manhã no Palácio da Alvorada após mudarem de lado na disputa.

Além disso, na semana passada, os ministros Onyx Lorenzoni, da Cidadania, e Tereza Cristina, da Agricultura, que ainda possuem mandatos de deputados, foram licenciados de seus cargos para engrossarem a votação na Câmara em favor de Lira. Hoje, após o pleito, os ministros foram renomeados nas suas pastas.

Neste (24), serão aplicadas as provas do segundo dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), com 90 questões de matemática e Ciências da Natureza. Na véspera da prova, é importante que os participantes estejam atentos aos horários para se planejar bem e não correr risco de se atrasar e perder o Exame. 

Os portões serão abertos às 11h30 e fecham às 13h, conforme o horário de Brasília. A prova começará às 13h30 e terminará às 18h30.

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A saída definitiva do local de provas será permitida a partir das 15h30, transcorridas duas horas do início da aplicação, mas sem levar o caderno de questões, que só será liberado para quem for embora a partir das 18h. 

Além dos horários, vale pensar no que levar. Os estudantes devem estar munidos, obrigatoriamente, de documento oficial com foto e caneta preta confeccionada em material transparente (para o Enem Impresso).

O uso de máscara de proteção contra a Covid-19 é obrigatório e o equipamento de proteção deve cobrir do nariz ao queixo, durante toda a prova, sob pena de eliminação para quem descumprir. É recomendado levar o cartão de inscrição e álcool em gel, salientando que também será distribuído álcool para higienização das mãos no local da prova.

A crise gerada pela pandemia da Covid-19, a dificuldade do governo federal em construir uma campanha ampla de vacinação da população e as negligências do Ministério da Saúde - que resultou em um colapso nas redes de saúde do Amazonas e do Pará - estão fortalecendo os pedidos de impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Um perfil do Twitter que monitora os deputados que se posicionam a favor ou contra a abertura do processo nas redes sociais, aponta que 111 deputados federais se manifestaram a favor, 59 contra e 343 não se posicionaram. Segundo esse levantamento, da bancada de deputados eleitos em Pernambuco, nove se posicionaram a favor, 15 não se manifestaram e apenas o deputado Felipe Carreras (PSB) se colocou contra.

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Ao todo, já são 61 pedidos de impeachment do presidente da República, nenhum deles foi analisado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM).  O cientista político e professor da Universidade da Amazônia (UNAMA), Rodolfo Marques, explica que para a possibilidade da abertura do processo de impeachment, a primeira questão que se deve analisar é o cenário político. 

Ele aponta que o que deve ser acompanhado neste momento é a eleição da mesa diretora da Câmara, que vai acontecer no dia 1º de fevereiro. O presidente Bolsonaro tem o seu candidato preferido que é o Arthur Lira (PP), que já se posicionou contra o impeachment, e o candidato do atual presidente da Câmara é o Baleia Rossi (MDB), que é apoiado por todos os partidos de esquerda que pedem a retirada de Bolsonaro do comando do Brasil.

Rodolfo salienta que com o resultado dessa eleição para a sucessão na Câmara é que pode ter uma aceleração ou um retardamento do processo de impeachment, já que é o presidente da casa quem dita a agenda da Câmara dos Deputados.

“Há mais de 60 pedidos de impeachment e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), em nenhum momento deu andamento a esses processos, principalmente porque ele considerou que haveria um risco de se levar esse processo adiante. Como o presidente Bolsonaro tem uma base fortalecida junto ao Centrão, ele poderia vencer e isso desgastaria o Congresso”, analisa.

Mesmo agora, com o país presenciando um desgoverno na questão da imunização e combate à Covid-19 por parte do governo federal, o especialista aponta que ainda não vê um deputado ou um grupo com voz predominante na Câmara dos Deputados para andar com o processo de impeachment. 

Rodolfo analisa que, para a abertura do processo de impedimento, alguns fatores precisam ser pulsantes. O primeiro é a mobilização do Congresso, que neste momento não está totalmente focado para o impeachment e Bolsonaro ainda conta com uma base de apoio forte, tendo a maior parte do Centrão ao seu lado. 

A segunda questão seria os escândalos de corrupção. Segundo analisa o cientista, não existe nenhum caso de corrupção que envolva diretamente o governo, mas, sim, Flávio Bolsonaro (Republicanos), filho do líder - o que não seria um fator preponderante para o impeachment do presidente da República. 

Terceiro fator importante é a crise econômica, que deve ser mensurada neste ano de 2021 com a pandemia, principalmente com o fim do Auxílio Emergencial que vinha auxiliando no combate à extrema pobreza.

O quarto e último fator seria a junção da mobilização popular e a pressão da mídia, o que já está acontecendo - não com multidões nas ruas por conta da pandemia da Covid-19. Para fortalecer essa pressão, está marcado para o próximo sábado (23), uma carreata em todo o Brasil de movimentos sociais contra o presidente Jair Bolsonaro e pelo seu impeachment. 

Apoio

Nesta quinta-feira (22), a pesquisa Exame/Ideia mostrou que a aprovação do presidente Bolsonaro despencou de 37% para 26%. O levantamento também constatou que a desaprovação do mandatário subiu para 45%.

Esse índice é considerado recorde desde junho, quando 50% dos entrevistados consideraram a gestão de Jair Bolsonaro ruim ou péssima.

Abaixo-assinado

Nesta última quinta-feira (21), um abaixo-assinado, que conta com o apoio do ex-ministro Ciro Gomes (PDT), pedindo pelo impeachment de Bolsonaro foi criado e divulgado nas redes sociais. Em menos de 24h, mais de 50 mil pessoas já assinaram a petição.

Presidentes que já sofreram impechment

Na República brasileira, apenas dois presidentes sofreram um processo de impeachment: Fernando Collor (PROS) em 1992 e Dilma Rousseff (PT) em 2016. 

Bolsonaro completou dois anos de mandato e caso só ele sofra o impedimento, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão (PRTB), cumpre o restante do mandato porque não está em discussão a cassação da chapa. 

O Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou, na noite da quarta-feira, 30, liminar do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) que permitira o funcionamento do comércio na virada do ano em 18 cidades da região do Vale do Paraíba, interior de São Paulo. Conforme o governo de São Paulo, a liminar foi contestada pela Procuradoria Geral do Estado, sob a alegação de que favoreceria a disseminação da covid-19.

Com a nova decisão, essas cidades deverão seguir as restrições previstas na fase vermelha do Plano São Paulo, do governo estadual, que permite apenas o funcionamento dos serviços essenciais nos dias 1º, 2 e 3 de janeiro.

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A medida do governo estadual havia sido contestada pelo Sindicato dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares (Sinhores) de São José dos Campos, alegando que a categoria sofreria prejuízos irreversíveis com a volta para a fase vermelha.

O Supremo entendeu que os estabelecimentos filiados ao sindicato devem seguir as recomendações do Plano São Paulo.

A decisão atinge os municípios de São José dos Campos, Taubaté, Jacareí, Campos do Jordão, Tremembé, Caçapava, Igaratá, Santa Branca, Jambeiro, Paraibuna, Natividade da Serra, Redenção da Serra, São Luiz do Paraitinga, Monteiro Lobato, Santo Antônio do Pinhal, São Bento do Sapucaí, Guararema e Santa Isabel.

Dezesseis de março de 2020. Com hipertensão, obesidade, diabetes e infecção urinária, a empregada doméstica Cleonice Gonçalves, aos 63 anos, não teve direito a folga nem quando seus patrões regressaram da Itália com sintomas de Covid-19. Pela última vez, ela repetiu o único caminho que a pobreza lhe permitira nos últimos dez anos: os 120 km que separavam sua casa, na pequena Miguel Pereira, do bairro do Leblon, que ostenta o metro quadrado mais caro do Rio de Janeiro, cruzados em dois ônibus e um trem. Daquela vez, contudo, o esforço para comparecer ao trabalho seria inútil. Diante de uma persistente falta de ar, Cleonice precisou voltar para casa às pressas. Um dia depois, ela se tornaria a primeira brasileira a morrer de Covid-19, em um hospital público de sua cidade. O caso escancarou a maneira como a pandemia da doença agudizou as vulnerabilidades das trabalhadoras domésticas no Brasil. Em uma série de reportagens, o LeiaJá analisa os impactos sofridos pela categoria no período de crise sanitária, da perda em massa de emprego à piora das condições de trabalho.

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Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), exemplificam o impacto da pandemia do novo coronavírus para a categoria. Comparando os números do segundo trimestre de 2019 com aqueles que correspondem ao mesmo período de 2020, quando os efeitos da crise começaram a ser sentidos no Brasil, é possível observar que o Brasil perdeu 1,54 milhão de postos de trabalho doméstico, o equivalente a 24,63% do total do ano passado. Se antes o número de vagas ocupadas era de 6.254.000, depois passou a ser de 4.714.000.

No segundo trimestre deste ano, o Brasil perdeu 1,54 milhão de postos de trabalho doméstico, na comparação com o mesmo período de 2019. (Júlio Gomes/LeiaJá)

Mesmo na comparação com o primeiro trimestre, os meses de abril, maio e junho de 2020, totalizaram 1.257.000 (21,05%) empregos domésticos perdidos. Apenas no Estado de Pernambuco, por exemplo, que responde por 3,22% das trabalhadoras domésticas do Brasil (antes da pandemia, a porcentagem era de 3,69%), a comparação relativa ao segundo trimestre de 2019 com o de 2020 revela a perda de 26,21% dos postos de trabalho, o que corresponde a 54 mil trabalhadores desempregados.

O fundador e presidente da empresa Doméstica Legal e da ONG Doméstica Legal, Mario Avelino, destaca que o emprego doméstico é mais vulnerável ao desemprego porque está na ponta da linha de produção. “Foram mais de 700 mil empresas fechadas e outras 900 mil paralisadas, algumas até agora. Se sou funcionário de uma empresa e perco meu emprego, minha primeira providência é dispensar a empregada doméstica. As pessoas perderam renda e precisaram cortar custos”, comenta.

História de lutas

De acordo com o estudo "Os desafios do passado no Trabalho Doméstico do Século XXI", publicado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), no ano de 2018, 63% dos brasileiros que exerciam o ofício no Brasil eram mulheres negras e apenas 1% dos postos de trabalho na área são ocupados por homens.

A socióloga e fundadora do SOS Corpo, Betânia Ávila, destaca que os recortes de gênero e raça da profissão denunciam sua origem, ligada à escravidão e à divisão sexual do trabalho, que delega às mulheres a sobrecarga de atividades ligadas ao lar. “É uma função cheia de marcas do Brasil Colônia e de sua violência, da qual somos tributários. Desde as trabalhadoras escravas na casa dos patrões, violentadas, estupradas e engravidadas, um processo que faz parte da formação social brasileira. O período de pandemia e confinamento pelo qual estamos passando, agudiza tudo isso e cria, inclusive, novas formas de perversidade”, coloca.

Em 1936, foi fundada a primeira Associação de Trabalhadores Domésticos do Brasil, em Santos, no interior de São Paulo. (Acervo/Fenatrad)

Tão antigas quanto as opressões sofridas pelas trabalhadoras domésticas são as lutas por elas encampadas. Ainda em 1936, a sindicalista e militante negra Laudelina de Campos Melo fundou a primeira Associação de Trabalhadores Domésticos do Brasil, em Santos, no litoral de São Paulo. A instituição chegou a ser fechada pelo Estado Novo, voltando a funcionar em 1946. A professora do curso de Serviço Social da Universidade Federal da Bahia (UFBA) Elisabete Pinto chama atenção para o fato de que, àquela época, Laudelina já discutia feminismo, ainda que não se intitulasse feminista. “Ela conseguia, de sua forma, fazer a interseccionalidade entre gênero, raça e classe. Quando se fala de empregadas domésticas, mulheres negras e brancas, empregadas e patroas, estamos falando de uma relação de gênero, que expressa a desigualdade entre as mulheres. Ela conseguiu perceber isso”, explica.

Filiada ao Partido Comunista Brasileiro (PCB), Laudelina também se tornaria responsável pelo surgimento do sindicato das domésticas de Campinas, em 1961, o que a solidificou como uma referência nacional na militância pelos direitos dessas trabalhadoras e figura central na conquista dos direitos à Carteira de Trabalho, às férias anuais remuneradas de 20 dias e à Previdência Social, através da Lei n 5.859 de 1972, em plena ditadura militar, que já eram usufruídos por outras categorias desde os anos 1930. As conquistas, contudo, só foram asseguradas pela Constituição de 1988, que, por um detalhe, manteve a segregação jurídica entre domésticas e demais trabalhadores.

Procuradora do MPT Débora Tito lembra que constituição de 1988 exclui as trabalhadoras domésticas em seu parágrafo único (Júlio Gomes/LeiaJá Imagens)

“A gente tem uma constituição estudada no mundo todo, considerada uma constituição cidadã, mas que em seu artigo sétimo elenca uma série de dispositivos dos quais exclui as trabalhadoras domésticas, no seu parágrafo único”, comenta a procuradora do Ministério Público do Trabalho (MPT) em Pernambuco Débora Tito.

Assim, a constituição concedeu à categoria repouso semanal remunerado (preferencialmente aos domingos), décimo terceiro salário, salário mínimo, aviso prévio e licença para gestantes, mas deixava de fora direitos como seguro-desemprego, remuneração do trabalho noturno superior ao diurno, Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), jornada de trabalho máxima de oito horas e seguro contra acidentes de trabalho. Essas últimas conquistas só foram alcançadas pela categoria com a aprovação da PEC 66/2012, conhecida como PEC das Domésticas, que daria, por fim, origem à Lei Complementar 150/2015.

Luísa Batista, presidente da Fenatrad, pontua que a Lei Complementar 150 não trouxe a tão sonhada igualdade para a categoria. (Júlio Gomes/LeiaJá Imagens)

Luísa Batista, presidente da Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas (Fenatrad), pontua, contudo, que a luta pelos direitos da categoria está longe de acabar. “A gente sabe que a Lei Complementar 150 não trouxe a tão sonhada igualdade. Para outras categorias, o Seguro Desemprego é concedido em cinco parcelas no valor que o trabalhador teria direito. No nosso caso, a gente faz rescisão de contrato, mas a trabalhadora só tem direito a três parcelas no valor de um salário mínimo”, exemplifica.

Vulnerabilidades

Em junho de 2020, o Ipea e a ONU Mulheres publicaram uma nota técnica a respeito das "Vulnerabilidades das Trabalhadoras Domésticas no Contexto da Pandemia de Covid-19 no Brasil". O texto destaca que, além dos recortes raciais e de gênero, a categoria é marcada pela precariedade trabalhista. Os dados do primeiro trimestre da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) de 2020 mostram que apenas 28% dos(as) trabalhadores(as) domésticos(as) do País possuíam carteira de trabalho assinada. Como em 1995, essa porcentagem era de 18%, é possível afirmar que a formalização da categoria cresceu apenas 10 pontos percentuais em 25 anos.

De acordo com a especialista em políticas públicas e gestão governamental lotada na Diretoria de Estudos e Políticas Sociais da Ipea, Carolina Torkaski, que assinou a nota  técnica ao lado de Luana Pinheiro e Marcia Vasconcelos, a desproteção social da categoria é primeira de três vulnerabilidades específicas da categoria mapeadas durante a pandemia do novo coronavírus. “Há inclusive um movimento de redução da quantidade de mensalistas e aumento das diaristas, que tem que buscar essa proteção social individualmente. Delas, 9% possuem carteira assinada e 24% contribuem com a previdência. O que esses números nos dizem é que, durante a pandemia, apenas nove em cada 100 domésticas tiveram acesso ao Seguro Desemprego e apenas 24 em cada 100 diaristas têm acesso ao auxílio doença por causa do risco de contaminação pela Covid-19. São mais expostas à contaminação e têm menos proteção, seja no campo do emprego, seja no campo do auxílio doença”, explica.

Torkaski lembra que mesmo as mensalistas, as quais correspondem a 56,5% das trabalhadoras domésticas, só têm carteira de trabalho assinada em 43% dos casos. “Ou seja, mulheres que trabalham três ou mais dias no mesmo domicílio e não possuem CLT. Isso quer dizer que essas trabalhadoras convivem, no período da Covid-19, com medo e incerteza: ou elas correm o risco de contaminação ou perdem o emprego. É uma escolha muito dura”, reforça.

Um segundo tipo de vulnerabilidade está associado à própria natureza do trabalho realizado. “É um ofício que se dá dentro de domicílio, as domésticas, muitas vezes, manipulam corpos ou fluidos corporais que são dos empregadores, então o risco de contaminação é alto. Além disso, há uma sobrecarga das tarefas de cuidados dentro das casas das pessoas, já que muitos serviços não voltaram, como escolas e creches. Por fim, não existe fiscalização no local de trabalho, nas residências, verificando a existência de abusos”, completa Torkaski.

Por fim, o Ipea pontua o aumento da violação sistemática de direitos humanos durante a crise sanitária. “A Fenatrad, os sindicatos e a imprensa têm mostrado relatos de trabalhadoras que enfrentam jornadas exaustivas, acúmulo de funções e até restrições de liberdade e mobilidade. Com os hospitais sobrecarregados, questões menos graves de saúde estão sendo tratadas em casa, então a casa das pessoas se tornou uma linha de frente, constituída pelas domésticas, no enfrentamento da pandemia”, conclui Torkaski.

Recomendações

Durante a pandemia, MPT, Ipea e ONU Mulheres elencaram um conjunto de recomendações para proteger as trabalhadoras domésticas durante a pandemia do novo coronavírus. Confira as recomendações: 

1- Maior envolvimento dos homens no trabalho reprodutivo;

2- Quarentena remunerada para as domésticas;

3- Empregadores devem fornecer EPI's, como máscara, luvas e álcool em gel 70%, bem como arcar com os custos do deslocamento para o local de trabalho, utilizando outros meio “que não o transporte coletivo”;

4- Empregadores devem garantir a dispensa das trabalhadoras em caso de suspeita ou confirmação de covid-19;

5- Com base nas manifestações da Fenatrad e no entendimento da Procuradoria-Geral da República, recomenda-se que os governos estaduais revoguem os decretos e as leis que instituem a totalidade do trabalho doméstico como uma atividade essencial;

6- Auxílio emergencial de R$ 600 pelo período que durar a pandemia;

7- Prioridade às domésticas na testagem para a covid-19;

8-Discutir medidas para tratar de eventuais transtornos mentais relacionados ao aumento da ansiedade e quadros depressivos, criados tanto pela exposição da categoria e de seus familiares ao vírus quanto pela perda de renda;

9- Retomar a discussão sobre os incentivos à formalização do trabalho doméstico remunerado. A formalização viabiliza o acesso ao seguro-desemprego e a outros benefícios conectados com as políticas de proteção social e alivia o efeito negativo ocasionado por crises socioeconômicas.

Na próxima quinta-feira (24), o LeiaJá dará continuidade à série de reportagens. A segunda matéria retrata o drama de uma trabalhadora desempregada.

Domésticas: a linha de frente invisível

 --> Vivendo com R$ 300: o drama de uma diarista desempregada

 --> Mirtes: 'Nunca mais volto a trabalhar de empregada'

--> Denúncias das domésticas na pandemia incluem até cárcere

O índice de ocupação de leitos de UTI para pacientes da Covid-19 em Pernambuco subiu para 85%, nessa terça-feira (1º). Já a ocupação nos leitos de enfermaria atingiu 69%, aponta a Secretaria Estadual de Saúde (SES). Ao todo foram oferecidas 1.635 vagas, divididas em 829 para casos graves e 806 para casos brandos.

O Governo já articula a abertura de mais 317 vagas e obteve uma resposta favorável do Ministério da Saúde, que garantiu o repasse de R$ 15,2 milhões para nove cidades distribuídas pelo estado. São elas: Recife, Olinda, Jaboatão dos Guararapes, Cabo de Santo Agostinho, Caruaru, Garanhuns, Araripina, Arcoverde e Serra Talhada.

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Desde as primeiras notificações ocorridas em março, Pernambuco já soma 184.259 casos confirmados da Covid-19. O total de vítimas fatais atingiu 9.056, informa o último boletim, emitido na terça.

A maioria da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) votou nesta terça-feira, 24, para rejeitar um recurso apresentado pela defesa do deputado federal Arthur Lira (PP-AL) contra a decisão que, no ano passado, o colocou no banco dos réus pelo crime de corrupção passiva. Candidato declarado à presidência da Câmara em 2021, Arthur Lira é aliado do presidente Jair Bolsonaro, uma das principais lideranças do Centrão e conta com o apoio velado do Palácio do Planalto para assumir o comando da Casa no ano que vem.

O julgamento do recurso do parlamentar, no entanto, foi interrompido por um pedido de vista (mais tempo para análise) do ministro Dias Toffoli. Não há previsão de quando o caso vai ser retomado.

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A Primeira Turma do STF é formada por cinco ministros. Na sessão desta terça-feira, o relator do inquérito, Marco Aurélio Mello, votou para negar o recurso de Arthur Lira, confirmando o entendimento do colegiado que decidiu, ano passado, receber a denúncia contra o parlamentar e abrir uma ação penal para aprofundar a investigação do caso.

Os ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, do STF, acompanharam o entendimento do colega, formando maioria para que o recurso seja negado.

De acordo com a denúncia apresentada em 2018 pela Procuradoria-Geral da República (PGR), o assessor parlamentar Jaymerson José Gomes de Amorim, servidor público da Câmara dos Deputados, foi apreendido com R$ 106 mil em espécie quando tentava embarcar no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, com destino a Brasília utilizando passagens custeadas pelo deputado federal.

Ao tentar passar pelo aparelho de raio x, o assessor foi abordado por agentes aeroportuários e detido pela Polícia Federal.

A PGR narra que os valores apreendidos deveriam ser entregues a Lira, em troca de apoio político para manter Francisco Colombo no cargo de presidente da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU). Segundo a PGR, foi o deputado quem determinou que Jaymerson escondesse as notas de dinheiro na roupa (bolsas do paletó, cintura e dentro das meias).

Em outubro de 2019, a Primeira Turma do STF decidiu aceitar a denúncia contra Arthur Lira e abrir uma ação penal para aprofundar as investigações. Só agora, mais de um ano depois, o recurso da defesa de Arthur Lira contra aquela decisão começou a ser analisado pelos ministros.

'Quadrilhão do PP'

Arthur Lira é réu em outro caso perante o STF, o do "quadrilhão do PP", no qual é investigado pelo crime de organização criminosa. O parlamentar é acusado de participar de um esquema de "cometimento de uma miríade de delitos" e arrecadação de propina por meio da utilização de diversos órgãos da administração pública, como a Petrobrás, a Caixa Econômica Federal e o Ministério das Cidades. De acordo com a PGR, a organização criminosa teria sido concretamente estruturada após a eleição em 2002 do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Embora tenha afetado diversos segmentos da economia, a crise instalada pela pandemia de coronavírus não impediu que novos empresários se lançassem ao mercado para encarar desafios e realizar sonhos. Segundo a Junta Comercial do Estado de São Paulo (Jucesp), no mês de outubro, mais de 24,7 mil novos estabelecimentos foram registrados. O número é 6,18% maior em relação a setembro.

Ainda de acordo com a Jucesp, a área do comércio é a que teve o maior índice em meio aos novos negócios. Entre os 30% que optaram por ter o próprio estabelecimento comercial em meio à pandemia, está Maysa Archinto, 28 anos. A sócia-proprietária da ZenFoods, especializada em alimentos saudáveis e funcionais, lembra que o projeto começou a ser desenhado em maio e saiu do papel em setembro. Ela e o sócio, Guilherme Sawa, comemoram os resultados da empresa nos primeiros 40 dias de funcionamento. "Apostamos em supermercados e no e-commerce próprio, que foram canais que se desenvolveram bastante este ano, assim como em oferecer produtos benéficos à saúde. O cuidado pessoal virou prioridade número um", aponta a empresária, que celebra parcerias com redes como Fazenda Hortifruti e St. Marche.

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Maysa Archinto é sócia-proprietária da ZenFoods | Foto: Arquivo Pessoal

Para Maysa, a incerteza da estabilidade durante a crise da Covid-19 gerou oportunidades inesperadas e benéficas para a ZenFoods. "Mesmo tentando 'prever' os piores cenários, muitos acontecimentos foram imprevisíveis e nos trouxeram grandes desafios, assim como boas oportunidades", assegura. Ainda segundo a empresária, alguns empecilhos, como o valor e a indisponibilidade de matéria-prima, além variação do dólar, chegaram a assustar a solidez do negócio, mas o empenho para enfrentar os desafios falou mais alto. "Acredito que a crise vai se manter por um longo período ainda e não podemos baixar a guarda. É preciso ser criativo, focar bastante no marketing de como a marca quer se consolidar neste momento e buscar bons fornecedores", recomenda.

Adiamento e surpresa com o sucesso

A esteticista Eliane Marques, sócia-proprietária da Clínica Vida em Fios, conta que o espaço estético, situado na região oeste da capital paulista, estava pronto para sair do papel quando a crise sanitária forçou à suspensão da abertura. "Nossa inauguração seria em março, mas com a chegada da pandemia, tivemos que adiar e abrimos em junho com as medidas necessárias", lembra.

Embora tenha planejado um ambiente acolhedor para receber clientes que buscam recursos terapêuticos em segmentos como a Dermatologia Clínica e a Terapia Capilar, Eliane afirma ter ficado surpresa com o sucesso em meio à crise. "A empresa nasceu com o objetivo de oferecer um tratamento diferenciado, acreditamos no nosso projeto, mas foi uma surpresa a procura por intervenções, principalmente na queda de cabelos", pontua a responsável.

Segundo Eliane, além das boas perspectivas de futuro, a empresa conseguiu afirmação porque o segmento estético é um dos mais promissores. Para ela, o serviço oferecido na clínica é um dos diferenciais e pode ser considerado preponderante para a manutenção do negócio. "Acredito que nessa área o crescimento está acontecendo dia a dia e, para um negócio dar certo, é importante a seriedade e mostrar resultados para seus clientes".

Desemprego e oportunidade

Para o estrategista e gestor empresarial Jean Crouzillard, o aumento nos índices de desemprego é o principal responsável pela criação de novas empresas durante a crise da Covid-19. "Antes da pandemia existiam 12,1 milhões de desempregados. Atualmente, esse número ultrapassa 14 milhões. Estamos falando de queda média na renda em torno de 5%. Portanto, o aumento do desemprego é o fenômeno que contribuiu para o aumento do número de empresas no estado de São Paulo", explica.

Segundo Crouzillard, alguns riscos mais latentes, como a baixa na circulação de valores no mercado, pode influenciar na instabilidade de um novo empreendimento em um tempo pandêmico. "Investir em um novo negócio, neste momento, requer ousadia, produtos ou serviços diferenciados, já que, ao contrário, se encontrará no mercado uma concorrência estabelecida", declara. "As pessoas devem buscar segmentos carentes de serviços diferenciados ou outros com demanda crescente, como as áreas de saúde e estética, por exemplo", complementa.

Para o especialista, uma estratégia de boas perspectivas é a criatividade em relação ao uso de serviços digitais para o comércio e divulgação das marcas. "É notório o crescimento constante na venda de serviços digitais. No entanto, como em qualquer nicho de mercado, é fundamental conhecer o segmento no qual se está investindo, para poder se consolidar no mercado", afirma.

Segundo Crouzillard, a consolidação de um negócio pode demorar, mas o senso de responsabilidade dos proprietários pode ser um fator determinante para que a empresa se mantenha estável. "Durante uma crise, estarão em vantagem empresas que souberem reduzir custos sem se endividare. É preciso manter a geração de caixa, ainda que pequena, mesmo tendo o empresário que reduzir seus custos pessoais", finaliza.

O estado de São Paulo registrou em setembro um recorde histórico de abertura de empresas. Segundo a Junta Comercial, no mês passado foram cadastradas 23.205 novas empresas jurídicas no estado, maior marca alcançada desde 1998, quando teve início a série histórica.

A maior parte das empresas abertas (31%) é do setor de comércio, veículos automotores e bicicletas, mas houve também abertura grande de empresas prestadoras de atividades profissionais, científicas e técnicas (12%) e de atividades administrativas e serviços complementares (11,3%).

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Em agosto, foram abertas 22.825 novas empresas, o que já representava o maior número em 22 anos. Em setembro do ano passado iniciaram atividades 20.514 novas empresas.

Esta é a quinta alta seguida na abertura de empresas em São Paulo desde abril, mês que mais sofreu os impactos econômicos da pandemia do novo coronavírus.

Segundo a Junta Comercial, setembro também registrou o menor número de encerramentos de empresas dos últimos dois meses, com 9.859 baixas. Com isso, o estado contabiliza o maior saldo líquido anual: 13.346, o que significa que, entre o total de empresas abertas e o total de empresas, o estado ainda teve um saldo positivo.

Segundo o governador de São Paulo, João Doria, o recorde evidencia que a recuperação econômica no estado tem sido mais rápida do que o esperado. 

“Este é um bom sinal que demonstra a gradual recuperação econômica do estado de São Paulo, após o pior período da economia no Brasil e no mundo, diante da pandemia da covid-19 [a doença provocada pelo novo coronavírus]. Em setembro, o saldo positivo, entre empresas que abriram e fecharam as portas, é quase 30% superior ao mesmo período de 2019. É a maior abertura de novas empresas na história de São Paulo”, disse Doria.

O administrador de Fernando de Noronha, Guilherme Rocha, anunciou nesta quarta-feira (23), em coletiva online realizada pelo Governo de Pernambuco, que o turismo em Fernando de Noronha será totalmente liberado. Essa é a segunda etapa da reabertura da ilha, já tendo a primeira acontecido no início de setembro, com a liberação de todos os turistas que já tiveram a Covid-19.

Agora, todos os turistas, incluindo aqueles que não tiveram o novo coronavírus, poderão desfrutar de Fernando de Noronha. "Essa abertura só vai ocorrer devido a extrema responsabilidade e seriedade com que o Governo de Pernambuco tratou a pandemia em todo o estado, e principalmente na ilha, onde não se detecta mais contaminação comunitária desde maio", avalia Guilherme Rocha. 

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Essa segunda etapa de liberação ocorrerá a partir do dia 10 de outubro. Para isso, o turista precisará de um exame da Covid-19 antes de embarcar para a ilha, e apresentar o seu resultado negativo ao desembarcar em Noronha. 

Também será exigido que o turista ative o aplicativo Daycovid, que permite o rastreamento em caso de um futuro resultado positivo da Covid-19. No dia da saída do turista, será exigido que ele faça um novo teste do novo coronavírus, que será feito no próprio aeroporto. O administrador da ilha garante que, no caso de positividade, isso não impede que o turista saia de Noronha, mas irá colaborar para o controle da circulação do vírus.

O Conselho Nacional do Ministério Público decidiu, nesta terça-feira (22), instaurar um processo administrativo disciplinar contra o procurador Diogo Castor de Mattos, ex-integrante da Operação Lava Jato em Curitiba, pela compra de um outdoor em homenagem à força-tarefa, com as inscrições "Bem-vindo à República de Curitiba; Aqui se cumpre a lei". Por unanimidade, os conselheiros acompanharam o voto do corregedor nacional Rinaldo Reis, que considerou haver "indícios suficientes de cometimento da infração disciplinar" para que o caso fosse apurado pelo "Conselhão".

Em seu voto, Rinaldo Reis apontou que a suposta falta funcional imputada a Castor seria punível inicialmente com demissão, mas, por "juízo de proporcionalidade", considerou que seria necessário converter tal penalidade originária em suspensão de 90 dias. O corregedor também apontou que a falta em questão "tem correspondência com atos de improbidade administrativa e potencialmente com crimes previstos no Código Penal".

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O entendimento foi acompanhado integralmente pelos conselheiros Luciano Maia, Marcelo Weitzel, Sebastião Caixeta, Silvio Amorim, Luiz Fernando Bandeira, Otávio Luis Rodrigues Júnior, Oswaldo D"Albuquerque, Sandra Krieger, Fernanda Marinela e Humberto Jacques de Medeiros, presidente da sessão.

Durante o julgamento, os conselheiros destacaram que o próprio procurador "confessou a autoria" - Castor reconheceu que custeou a propaganda com recursos próprios, mas negou ter participado de detalhes da contratação. "Pivô" do PAD, o outdoor em questão foi colocado na saída do aeroporto de Curtiba em março de 2019 e dizia: "Bem-vindo a República de Curitiba - terra da Operação Lava Jato, a investigação que mudou o país. Aqui a Lei se cumpre. 17 de março - 5 anos de Operação Lava Jato - O Brasil Agradece".

Rinaldo Reis apontou que em declaração dada no âmbito de sindicância conduzida pelo Ministério Público Federal, o procurador disse que "concordou em finnciar a divulgação de uma mídia para elogiar a moral do grupo (da Lava Jato) e pagou com recursos próprios algo em torno de R$ 4 mil" pelo outdoor". Segundo o corregedor, tais elementos seriam suficientes para a abertura do PAD. Na mesma linha, o conselheiro Sebastião Caixeta ressaltou os indícios de "materialidade e autoria" no caso.

Ao acompanhar o voto do relator, Luciano Maia afirmou que o caso não só tratava de "autopromoção", mas também indicava "sectarismo federativo" - o que, segundo ele deve ser repelido. A conselheira Fernanda Marinela frisou ainda que "promoção pessoal não é compatível com a conduta de bem servir", e que o servidor que cumpre com sua função "não faz mais do que sua obrigação".

Durante seu pronunciamento, o conselheiro Otávio Rodrigues abordou as apurações anteriores sobre o caso que já foi arquivado duas vezes, uma pela Corregedoria do próprio CNMP e outra pela Corregedoria do Ministério Público Federal (MPF). "Na origem nada se fez ou o que se fez não foi adequado", afirmou ao indicar que seria necessária atuação do "Conselhão". "Não há monopólio da moralidade em regiões ou instituições", completou.

Nesta terça-feira (28) ocorre a abertura dos shoppings centers com sistema de ar-condicionado em Natal-RN. No Midway Mall, uma extensa fila se formou uma hora antes da reabertura.

Os shoppings ficaram quatro meses fechados. O decreto para retomada integral foi assinado pela Prefeitura de Natal na segunda-feira (27). O texto destaca que a reabertura é possível graças à diminuição de atendimentos de pacientes acometidos pela Covid-19 na rede municipal de saúde e pela estabilização da ocupação dos leitos.

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Em Natal, os shoppings estão incluídos na primeira fração da terceira fase de reabertura. A autorização limita a presença de pessoas em 30% da capacidade máxima de operação do local.

O decreto do prefeito Álvaro Dias estabelece o horário de funcionamento das 12 às 20h durante todos os dias da semana. Segue proibido o funcionamento dos serviços das praças de alimentação, que podem atender exclusivamente pelos sistemas de retirada e entrega em domicílio.

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