Tópicos | Abu Bakr al Bagdadi

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou neste domingo (27) a morte do líder do grupo Estado Islâmico (EI), Abu Bakr al Bagdadi, durante uma operação militar americana no noroeste da Síria. Veja as principais reações internacionais:

RÚSSIA

Igor Konachenkov, porta-voz do Ministério da Defesa da Rússia: "Desde a derrota final do Estado Islâmico pelo Exército do governo sírio com o apoio das forças aéreas russas no início de 2018, uma enésima 'morte' de Abu Bakr al-Baghdadi não tem significado operacional para a situação na Síria, nem para as ações dos terroristas restantes em Idlib".

"O ministério da Defesa russo não dispõe de informações confiáveis sobre as ações do Exército americano na zona de segurança de Idlib (...) sobre uma 'nova morte'", acrescentou.

GRÃ-BRETANHA

Boris Johnson, primeiro-ministro britânico: "A morte de Bagdadi é um momento importante em nossa luta contra o terrorismo, mas a batalha contra o flagelo do Daesh (sigla árabe para o EI) ainda não acabou" (Twitter)

ISRAEL

Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel: "Quero parabenizar o presidente Trump por essa conquista impressionante que levou à morte do líder do EI, al Bagdadi. É um passo importante, mas a batalha continua" (declaração de uma base militar)

FRANÇA

A ministra francesa das Forças Armadas, Florence Parly, "parabenizou nossos aliados americanos por esta operação", que levou à morte do chefe do grupo Estado Islâmico (EI) Abu Bakr al-Baghdadi, garantindo "continuar a luta implacavelmente" contra sua organização.

"Aposentadoria antecipada para um terrorista, mas não para sua organização", disse ela no Twitter.

CURDOS

Mazlum Abdi, comandante das Forças Democráticas Sírias (FDS), parcerias de Washington na luta contra o EI na Síria: "As células adormecidas vingarão Bagdadi. Então devemos esperar de tudo, incluindo ataques às prisões" controladas pelas forças curdas nas quais milhares de jihadistas são mantidos, alertou.

TURQUIA:

O presidente turco Recep Tayyip Erdogan: saudou a "morte do líder do Daesh, que marca um ponto de virada em nossa luta conjunta contra o terrorismo" (Twitter)

O líder del grupo extremista Estado Islâmico (EI), Abu Bakr al Bagdadi, teria sido morto durante um ataque militar dos Estados Unidos na Síria, informou a imprensa americana, horas antes de o presidente Donald Trump fazer, neste domingo (27), um anúncio "muito importante" da Casa Branca.

Segundo as emissoras CNN e ABC, que citam funcionários de alto escalão, Al Bagdadi morreu em uma operação do Exército americano no nordeste da Síria.

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A CNN afirmou que estão sendo feitas análises para confirmar formalmente sua identidade. Já uma autoridade citada pela ABC disse que Al Bagdadi explodiu um colete e se matou.

De acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), que tem uma ampla rede de informantes no terreno, comandos americanos foram deixados de helicópteros na província de Idlib (noroeste sírio), em uma área onde estavam "grupos próximos ao EI".

"A operação tinha como alvos altos dirigentes do EI", disse a ONG.

A Casa Branca anunciou, sem dar detalhes, que Trump "fará um anúncio muito importante" neste domingo às 9h locais (10h de Brasília). Pouco antes, o presidente tinha dito no Twitter: "Algo enorme acaba de acontecer!".

Mazlum Abdi, chefe das Forças Democráticas Sírias (FDS), dominadas pelos combatentes curdos - aliados de Washington na luta contra o EI -, disse no Twitter que a operação foi resultado de um trabalho "conjunto de informação com os Estados Unidos", sem confirmar, entretanto, a morte de Bagdadi.

A Turquia - que também realizou uma ofensiva contra os curdos no norte da Síria - afirmou neste domingo que houve uma "coordenação" e "troca de informações" entre Ancara e Washington antes da operação.

Se ela for confirmada, seria a maior operação contra um dirigente jihadista desde a morte, em 2 de maior de 2011, de Osama Bin Laden, líder da Al Qaeda abatido pelas forças especiais americanas no Paquistão.

- 'Pânico' -

De acordo com o OSDH, os ataques aéreos lançados contra os extremistas deixaram nove mortos em Idlib. Oito helicópteros dispararam contra uma casa e um automóvel nos arredores de Barisha, perto de Idlib, detalhou.

"Não podemos confirmar nem negar a presença de Bagdadi", afirmou o diretor da OSDH, Rami Abdel Rahman.

Um morador contactado pela AFP na zona de Barisha disse ter ouvido helicópteros e ataques de aviões poucos minutos depois da meia-noite.

"Os aviões voavam a uma altura muito baixa, provocando grande pânico entre as pessoas", relatou à AFP Ahmed al Hassaui, deslocado instalado em um dos acampamentos informais perto do Barisha. Segundo ele, "a operação durou pelo menos até as 3h30" de domingo.

"Tem uma casa destruída, barracas de campanha e um veículo civil danificado, com dois mortos dentro", contou à AFP Abdelhamid, outro morador da Barisha.

- Aparição pública em 2014 -

Abu Bakr al Bagdadi não deu sinais de vida desde uma gravação de áudio divulgada em novembro de 2016, após o início da ofensiva iraquiana para retomar Mossul, na qual pediu para seus homens lutarem até se tornarem mártires.

Foi em Mossul a única aparição pública do líder do EI da qual se tem conhecimento, em julho de 2014, na mesquita Al Nuri.

Vestido de preto e com turbante, o extremista pediu para todos os muçulmanos lhe jurarem lealdade, após ser nomeado chefe do califado proclamado pelo EI nos extensos territórios que tinha conquistado no Iraque e na vizinha Síria.

Bagdadi, cujo verdadeiro nome é Ibrahim Awad al Badri, teria nascido em 1971 em uma família pobre da região de Bagdá. Apaixonado por futebol, fracassou em sua tentativa de ser advogado e militar, e começou a estudar teologia.

Durante a invasão americana do Iraque em 2003, criou um pequeno grupo jihadista sem muito impacto, antes de ser detido na gigantesca prisão de Bucca.

Liberado por falta de provas contra ele, se uniu a um grupo de guerrilha sunita vinculado à Al Qaeda, e liderou-o anos depois. Aproveitando o caos da guerra civil, seus combatentes se instalaram na Síria em 2013 e, de lá, lançaram uma ofensiva no Iraque.

O grupo, que mudou seu nome para Estado Islâmico, ocupou o lugar da Al Qaeda. Seus sucessos militares iniciais e a propaganda eficaz levaram milhares de pessoas a se alistarem em suas filas. O EI reivindicou diversos atentados violentos no mundo todo.

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