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  Hoje (26) faz 37 anos do acidente nuclear de Chernobyl, localizada em  Pripyat, a 130 quilômetos de Kiev, capital da Ucrânia,20 quilômetros ao sul da fronteira cmo Belarus. Devido a uma explosão que espalhou material radioativo por milhares de quilômetros, o elemento tóxico deixou rastros no DNA de cães que vivem hoje nas áreas afetadas. A pesquisa que identificou a mudança foi publicada pela Science Advances na edição de março.  

De acordo com a publicação, os cães que vivem ainda nos arredores da Usina de Chernobyl são diferenciados tanto de cães de raça livre (cachorros sem raça definida) quanto de cães de raça pura. “Cães que vivem em Chernobyl são geneticamente distintos daqueles de fora da região”, certifica o estudo. A diferenciação dos animais é fruto da exposição à radiação ionizante de baixa dose em longa duração.

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No local, foram encontrados descendentes de cães que viviam na região da usina há 15 gerações. Em 2017, foram analisados 302 cães que vivem em raios diferentes do desastre, em três grupos dispostos: um que vive dentro da própria usina, um que vive a 15 quilômetros do desastre e um último que vive a 45 quilômetros da usina. O primeiro grupo é o que apresenta maior diferenciação genética.  

“Populações de cães semi selvagens provavelmente povoaram o local do desastre nuclear de Chernobyl nas últimas décadas desde o acidente. Alguns cães estão vivendo e se reproduzindo em áreas altamente contaminadas, como a estrutura do novo confinamento seguro de Chernobyl, construída para conter a radioatividade do reator danificado e áreas de armazenamento de combustível nuclear usado”, aponta a publicação de pesquisadores da Universidade da Carolina do Sul e do Instituto Nacional de Pesquisa do Genoma Humano feita na Science.

EXPOSIÇÃO À RADIAÇÃO

A pesquisa abre precedentes para compreender o impacto das duras condições ambientais para a vida selvagem e de seres humanos sob exposição de radiação em longo prazo. Ou seja, a adaptação a duras condições de vida no decorrer do tempo exposto à radiação.  

A pesquisa, conduzida por cientistas dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos em Bethesda, Maryland, foi baseada em amostras de sangue dos animais. Segundo o estudo, alguns locais da usina têm de dez a 400 vezes os níveis de césio-137 – elemento químico altamente radioativo. Já o físico de radiação da Universidade de Columbia, David Brenner, que não contribuiu para a pesquisa, disse em entrevista à Nature News que “não será fácil para os cientistas descobrirem quais diferenças genéticas podem ser causadas por essa exposição em relação a outros fatores”.

Apesar disso, estudiosos dizem que a pesquisa é o início de um esforço para entender melhor como a exposição prolongada a baixos níveis de radiação pode afetar a genética dos animais – e como eles podem sobreviver em condições tão severas.

 

Uma equipe de pesquisadores do Reino Unido desenvolveu a primeira vodca produzida a partir de insumos oriundos da zona de exclusão que ainda vigora ao redor da antiga usina nuclear de Chernobyl. Chamada de Atomika, a bebida é o primeiro produto feito para consumo proveniente da área abandonada desde o pior acidente nuclear da história, em 1986.

A fabricação da vodca se deu a partir do cultivo de cereais em uma fazenda na zona de exclusão, na Ucrânia. Os pesquisadores trabalham na área desde a década de 1990 estudando como a terra se recuperou desde o acidente nuclear.

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Para a produção da Atomika foram destilados o centeio levemente contaminado e água encontrada no aquífero de Chernobyl. Pesquisadores da Universidade de Southampton, no Reino Unido, analisaram os ingredientes à procura de radioatividade neles mas nada foi encontrado.

Até agora, foi produzida somente uma garrafa da bebida. O objetivo da equipe do professor Jim Smith é provar que a terra do lugar pode ser reaproveitada além de gerar renda com a venda das próximas 500 garrafas a serem produzidas para as famílias que ainda vivem na região que sofrem com uma condição econômica precária.

Desde março de 2011 a praia de Usuiso, em Fukushima, no Japão, estava fechada para visitantes. Isto porque a cidade foi vítima de um acidente nuclear neste período. Após o trabalho de descontaminação radioativa, o local foi reaberto para a população japonesa no último final de semana. 

Depois de seis anos, a praia, que é localizada a 40 quilômetros de onde aconteceu o acidente, em Fukushima Daiichi, recebeu os primeiros banhistas em uma cerimônia. A praia também recebeu melhorias na sua infraestrutura, afinal, o local também havia sido atingido pelo tsunami que provocou o acidente nuclear. 

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Durante o período que esteve fechada, os resíduos radioativos foram retirados e o nível de radiação foi acompanhado tanto na praia quanto no mar. Antes do acidente, a Usuiso recebia mais de 200 mil visitantes por ano, além dela, outras 17 praias também foram fechadas pelo mesmo motivo. Com o desastre, 16.893 pessoas morreram, mais de 2.550 ficaram desaparecidos, conforme os órgãos oficiais confirmaram à imprensa europeia.

Igor Magala ainda se lembra do gosto metálico que sentiu na boca quando se aproximou da usina nuclear de Chernobyl na manhã do dia 26 de abril de 1986. Naquele momento, no entanto, ele não se deu conta da magnitude da catástrofe que enfrentaria.

Horas antes, Magala, sub-diretor de construções da usina, tinha recebido uma ligação, na qual lhe disseram que tinha acabado de ocorrer um acidente em um dos reatores. "Não havia informação, tudo era confidencial. Eu pensei que ficaria lá uma semana, e no fim das contas fiquei por um ano", contou à AFP.

Ao chegar na usina, percebeu que havia uma grande quantidade de soldados nas instalações. Ele ainda não sabia que o reator número quatro da usina que havia ajudado a construir e onde trabalhava desde 1980 tinha explodido à 01h23 da madrugada.

O acidente, causado por uma falha humana e por um defeito no projeto da usina soviética, provocou a maior catástrofe nuclear civil da história. O balanço de vítimas continua sendo motivo de controvérsia, mas alguns estimam que milhares, e inclusive dezenas de milhares de pessoas morreram.

"O quadro era deprimente", afirmou o construtor, de 78 anos, que hoje mora na cidade de Vychgorod, localizada na região de Kiev (centro-norte da Ucrânia) e cerca de 100 km ao sul de Chernobyl. Na primeira noite após o acidente, ele notou um estranho clarão, que se elevou no céu por cima do reator.

"Era um lampejo vermelho, visível principalmente durante a noite. Essa coluna continuo brilhando durante vários dias", lembrou. O combustível nuclear ardeu por mais de dez dias, liberando no ar elementos radioativos que tinham intensidade equivalente a 200 bombas de Hiroshima.

A ameaça de outra explosão

Magala fez parte dos "liquidadores", como ficou conhecida a equipe de 600.000 soviéticos, entre soldados, policiais, bombeiros e operários que durante quatro anos se encarregaram de minimizar as consequências do acidente.

Eram principalmente trabalhadores ucranianos, russos e bielorrussos, que participaram, com roupas de proteção inadequadas, da construção do sarcófago projetado para conter parte da radiação do reator acidentado. "Não tínhamos nenhuma proteção. Tudo isso veio depois", conta. "Tínhamos o senso do dever", disse, para explicar a coragem daqueles homens.

Para Magala, os bombeiros se encarregaram da pior parte do trabalho, assim como os que subiram no teto do reator para varrer com pás os blocos de grafite radioativo que foram espalhados com a explosão. No chão, os blocos eram apanhados por tratores controlados por rádio.

"As máquinas quebravam, mas os homens resistiam", lembrou. "Chamávamos aqueles homens de guerrilheiros. Eles recebiam um capacete e um avental de chumbo", disse Magala. Até hoje, o agente mostra grande respeito pelos que assumiram os maiores riscos para limpar a zona. "Cinco anos depois, os soldados começaram a cair como moscas", lamentou.

"Cada um cumpriu seu destino. Muitos já se foram. Muitos morreram", disse. Magala, por sua vez, teve sorte. Nunca teve nenhum problema de saúde vinculado à radiação, apesar de, um mês depois do acidente, ter entrado em contato com outros dez voluntários para verificar se a água e o magma formado pelo combustível radioativo tinham penetrado na piscina do reator acidentado.

"Havia o risco de uma explosão termonuclear caso a água entrasse na piscina, o que transformaria Pripyat (a pequena localidade a três quilômetros da usina) em uma grande cratera e provocaria uma retirada urgente e em massa de toda a região de Kiev", explicou. Depois de trabalhar durante quatro dias na equipe, constatou com alívio que seus piores medos não procediam, e tal retirada não seria necessária.

No final de 1986, após a conclusão da construção do sarcófago gigante sobre o reator, Magala voltou a Kiev e continuou trabalhando no setor de energia. Nunca mais voltou a trabalhar em Chernobyl.

Um rato foi apontado nesta quinta-feira com a provável causa da grave interrupção do fornecimento de energia à central nuclear japonesa de Fukushima, que entre a noite de segunda-feira e a manhã de quarta paralisou parte do sistema de refrigeração do complexo.

"Confirmamos a presença de um pequeno animal", explicou um porta-voz da companhia Tokyo Electric Power (Tepco) ao apresentar uma foto do rato, de cerca de 15 cm, que teria provocado um curto-circuito.

O apagão começou na noite de segunda-feira, paralisando os sistemas de refrigeração das piscinas de armazenamento de combustível usado da central nuclear.

Durante a interrupção do fornecimento de energia, a temperatura da piscina central, que contém mais de 6 mil barras de combustível usado, subiu a 31,8 graus, mas se manteve distante do limite de segurança de 65 graus.

Sem a adequada refrigeração, a água na piscina se aquece em contato com o combustível nuclear e diante de um calor muito intenso, ocorre a evaporação e a consequente contaminação do ar.

O incidente não afetou a injeção de água nos reatores 1 e 3 da central, cujo combustível se fundiu após o acidente de 2011, quando um tsunami inundou Fukushima Daiichi (220 km a nordeste de Tóquio) e levou à suspensão da refrigeração dos reatores e das respectivas piscinas de armazenamento, provocando fuga de material radioativo.

O acidente nuclear de Fukushima foi o pior desastre atômico desde a crise na central ucraniana de Chernobil (Ucrânia), em 1986.

O tsunami gigante de março de 2011 provocou a suspensão do fornecimento de energia e a paralisação dos sistemas de refrigeração da usina atômica, onde importantes quantidades de radiação se disseminaram no meio ambiente.

A fase crítica do acidente foi considerada superada em dezembro de 2011, mas os trabalhos de proteção da área não avançam pelos altos níveis de radioatividade.

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