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Alegria em triplo. As trigêmeas Maria Eduarda, Maria Gabriela e Maria Fernanda Guimarães Cordes, de 17 anos, foram aprovadas no vestibular para o curso de medicina do Centro Universitário de Adamantina (UniFAI), em São Paulo. As irmãs são da cidade de Quatá, no interior paulista e serão beneficiadas com descontos de 15% e 30% em duas das mensalidades.

Maria Eduarda foi classificada em 1º lugar, Maria Gabriela em 70º e Maria Fernanda em 78º das 100 vagas disponíveis. Vale ressaltar que as estudantes se preparam sozinhas para as provas. “Eu fiz o 3º ano [do Ensino Médio] normal e estudava a matéria do dia à tarde”, afirma Maria Eduarda.

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Maria Fernanda pontua que o curso de medicina é um sonho antigo. “Quando eu era pequenininha sempre tive vontade. Ia nos consultórios e sempre quis fazer. A gente foi conversando, uma foi despertando na outra e as três resolveram juntas fazer Medicina. É bom porque as três ficam unidas e assim vai ser para sempre”, afirma.

As matrículas do centro universitário serão efetuadas nos dias 8 e 9 de janeiro e o curso de medicina tem duração de seis anos em horário integral. “Eu estou muito emocionada, muito orgulhosa delas e vou tentar realizar esse sonho, que é o que elas querem: cuidar de pessoas”, comemorou a mãe das trigêmeas, Ana Alberta Guimarães Cordes.

A Polícia Civil de Adamantina, no interior de São Paulo, identificou cerca de 10 pessoas suspeitas de terem participado do trote violento que causou ferimentos nas pernas da estudante de pedagogia Nathália de Souza Santos, de 17 anos, nas Faculdades Adamantinenses Integradas (FAI). Nathália teve queimaduras de 3° grau nas pernas e no umbigo por uma substância química, ainda não identificada, jogada por estudantes veteranos na festa de recepção dos novos alunos na noite de segunda-feira, 2.

Segundo o delegado Rodrigo Pigozzi Alabarse, as pessoas identificadas são estudantes da faculdade. "Essas pessoas foram identificadas por fotos divulgadas na rede social e pela investigação. Elas deverão ser ouvidas a partir desta sexta-feira", afirmou o delegado, acrescentando que a polícia ainda não identificou qual o tipo de produto químico jogado em Nathália e outra colega do curso de pedagogia, que também ficou ferida, mas em menor grau. "Essas meninas são até de outro câmpus, mas acho que vieram para onde ocorreu o trote para participar da festa de recepção aos calouros e acabaram sendo surpreendidas", completou o delegado.

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Nas imagens da polícia, jovens aparecem usando luvas e manipulando garrafas pets. "Não queremos cometer injustiças porque pode ser que nem todos participaram do trote", disse o delegado. Segundo ele, os depoimentos das vítimas e dos suspeitos deverão esclarecer o que ocorreu e quem foram os responsáveis pelo trote violento da noite de segunda-feira.

A Polícia Civil também levanta paralelamente as responsabilidades do trote violento contra o estudante de engenharia ambiental Caio Eduardo Castilho, de 18 anos, que teve a córnea atingida por uma substância desconhecida e corre o risco de ficar cego do olho esquerdo.

Alabarse falou por telefone na tarde de quinta-feira, 5, com o estudante, que mora em Tupã. "Acredito que não será difícil identificar os responsáveis por este trote", afirmou. "Temos algumas informações de que quem participou das agressões foram estudantes veteranos do curso de engenharia ambiental, por isso, nossa intenção já é identificar a partir de amanhã (sexta) quem foram os responsáveis por essas agressões", declarou o delegado.

O bispo de Marília (SP), dom Luiz Antonio Cipolini, foi acuado dentro da Igreja Matriz de Adamantina, também no interior paulista, e teve de sair escoltado por policiais militares, na noite deste domingo, 7.

O bispo estava na cidade para comandar a missa de Crisma, quando cerca de 2 mil pessoas se reuniram em um protesto do lado de fora da igreja para lhe cobrar explicações sobre a substituição do padre negro Wilson Luís Ramos. Com medo, dom Luiz se trancou na igreja e só saiu por volta das 23h, 1h50 depois do final da missa.

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Antes de sair escoltado, o bispo enfrentou momentos de constrangimento já dentro da igreja, que estava lotada. Dom Luiz teve de interromper a cerimônia religiosa, que já estava na sua fase final, ao ser vaiado pelos fiéis, revoltados com a saída de padre Wilson.

Sem que o bispo desse alguma explicação sobre a saída do padre em seu sermão, manifestantes, na maioria jovens com narizes de palhaço, levantaram cartazes e gritavam "fica, padre Wilson". Em seguida, gritando a palavra "indignação", os manifestantes passaram a jogar moedas no altar da igreja. Diante do barulho provocado pelo protesto, o bispo interrompeu a missa e repassou o microfone ao padre Wilson, que pediu aos manifestantes para parar, mas não foi atendido.

Os jovens continuaram gritando, ainda por alguns minutos, e foram apoiados pelo restante dos fiéis, que lotava a igreja - de 1,2 mil lugares - e batia palmas. A revolta com a substituição do padre continuaria do lado de fora da igreja, após o encerramento da missa. Cerca de 2 mil pessoas gritavam frases contra o racismo e contra o bispo, porque ele demorava a sair.

"Nós só queremos que ele nos explique por que está retirando o padre de nossa cidade. Para nós, fica cada vez mais evidente que se trata de um ato de racismo", disse o vendedor Paulo Roberto Scavassa, que frequenta a Paróquia Santo Antônio de Pádua há mais de 30 anos.

Padre Wilson foi o primeiro negro a assumir a principal paróquia de Adamantina, mas, ao contrário dos padres anteriores que ficaram mais de dez anos, Ramos permaneceu na cidade somente por menos de dois anos.

Depois de quase uma hora de espera, padre Wilson saiu e tentou conversar com os manifestantes. "Deixem o bispo sair, por favor", implorou ele. Em resposta, os manifestantes gritavam "não", para em seguida gritar "explicação, explicação".

Ao perceber que não conseguiria convencer ninguém, o padre retornou para dentro da igreja, aos gritos de "Fica, padre Wilson". Já passava das 23 horas quando o bispo deixou a igreja, escoltado por dezenas de PMs.

Enquanto dom Luiz saía, a multidão o chamava de "racista" aos gritos. Mas o bispo ainda teria de retornar a Marília dentro do carro de um sargento da PM, porque o carro dele teve os pneus esvaziados e foi riscado pelos manifestantes.

A manifestação foi a segunda ocorrida em dois dias seguidos em Adamantina. No sábado, 6, cerca de 2 mil pessoas, vestidas de preto e com velas nas mãos e faixas condenando o racismo, fizeram uma passeata em apoio ao padre.

Colaboradores

A substituição foi pedida ao bispo por um grupo de fiéis ricos e conservadores, colaboradores da igreja, que tinham sido substituídos pelo padre de cargos de coordenação da paróquia que ocupavam havia 13 anos.

O grupo estaria descontente com a opção dada pelo padre aos pobres e jovens usuários de drogas, que passaram a frequentar a principal igreja da cidade desde que o padre chegara a Adamantina havia dois anos. Neste período, Ramos sofreu preconceito por parte de fiéis.

"Outro dia vi duas mulheres dizendo que deveriam substituir o galo do alto da torre da igreja por um urubu", contou o padre em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo na semana passada. Na mesma ocasião, o próprio bispo relatou o preconceito sofrido pelo padre.

Nesta segunda-feira, 8, padre e bispo não foram localizados para falar sobre as manifestações. Padre Wilson deixou o celular na caixa postal e o telefone da casa do bispo estava no fax. Segunda-feira é dia de folga dos religiosos. Pela circular expedida pelo bispo na sexta-feira, 5, padre Wilson deve deixar a casa da paróquia até esta terça-feira, 9.

Moradores de Adamantina, no interior de São Paulo, se vestiram de preto e carregaram velas e faixas em um protesto, na noite de sábado, 6, pelas principais ruas do centro da cidade, contra a substituição do padre Wilson Luís Ramos, o primeiro padre católico negro da cidade.

Cerca de duas mil pessoas, segundo os organizadores, participaram do protesto, que teve início na frente da igreja matriz, após o padre Wilson encerrar a missa. Os manifestantes carregaram faixas, pedindo o fim do preconceito contra o padre e manifestando o apoio da população local a ele.

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Ramos, que é responsável pela igreja matriz de Adamantina, é vítima de preconceito por parte de um grupo de fiéis, que pediu sua saída da cidade ao bispo de Marília, Dom Luiz Antônio Cipoli. O grupo é contra com a opção que o padre fez pelos pobres e jovens excluídos, que, desde que ele assumiu a matriz há dois anos, passaram a frequentar a principal igreja da cidade.

Na tarde de sexta-feira, Cipoli divulgou uma circular anunciando a transferência. Ele pede que Ramos deixe a cidade até terça-feira, 9. O padre será transferido para o Santuário Nossa Senhora de Fátima, de Dracena (SP).

Em seu lugar assumirá o padre Rui Rodrigues da Silva no dia 14 de dezembro.

O anúncio revoltou integrantes do Conselho de Pastoral da Paróquia, que havia se reunido pela manhã com o bispo pedindo que ele desse o prazo de um ano para fazer uma substituição "sem traumas". "Ele decidiu tudo na calada", disse um dos integrantes do conselho. Segundo ele, a maior revolta em Adamantina é com o fato de o bispo substituir o padre sem um motivo aparente.

"Nunca existiu divisão de paróquia alguma, como o bispo alegou. O que podemos afirmar é que o preconceito imperou em nossa cidade", afirmou.

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