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Neste sábado (04), a Casa da Cultura receba o Projeto “O Povo das águas – Ano 2”. Na ocasião, o local sediará a realização de um grande ensaio aberto do Afoxé Ará Omim, em preparação para o carnaval 2023.

O Projeto é incentivado pelo Funcultura e ocupa a área externa da Casa da Cultura, aos sábados, com a realização de oficinas de dança e percussão. As oficinas serão abertas ao público a partir das 14h na área externa da Casa da Cultura e logo em seguida o ensaio aberto do Afoxé Ará Omim.

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Com incentivo do Funcultura, o projeto “O Povo das Águas” se propõe a viabilizar o intercâmbio entre os diferentes grupos de cultura popular da região metropolitana do Recife, tendo como palco a Casa da Cultura buscando espaço de valorização e visibilidade.

Criado em 2014, o Ará Omim é formado por jovens de axé da zona norte do Recife. Desde sua fundação participa de grandes eventos do cenário da cultura popular Pernambucana como: O encontro de afoxés, o UBUNTU, o Festival de Inverno de Garanhuns e a programação do carnaval.

Da assessoria

O ano de 2021 deixará marcas profundas naqueles que amam o Carnaval. A não realização da festa, em virtude da pandemia do coronavírus, deixou triste os foliões que aguardam vários meses para curtir a folia e causou impactos severos naqueles que dependem do ciclo carnavalesco para sobreviver. Para os profissionais que se dedicam à manutenção de agremiações da cultura popular, a falta do Carnaval provocou muito mais que apenas lágrimas, causando baixas financeiras em seus cofres e, também, comprometendo a continuidade de saberes e tradições muitas vezes seculares. Com a possibilidade da repetição desse quadro em 2022, algumas agremiações pernambucanas temem o risco de fecharem em definitivo as portas e não voltarem mais às ruas. 

No mundo do samba, poucas são as escolas promovendo ensaios regulares para esquentarem suas baterias e desfilantes. Em entrevista ao LeiaJá, Rafael Nunes, presidente da Liga Nordeste das Escolas de Samba e da Escola Pérola do Samba, além de vice-presidente da Federação Nacional das Escolas de Samba (Fenasamba), revelou que muitas agremiações do segmento  preferiram aguardar pela definição do Governo do Estado de Pernambuco quanto à realização do Carnaval em 2022 antes de promoverem qualquer atividade.

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A espera apertou o cronograma para as escolas, que necessitam de bastante tempo, mão de obra e recursos financeiros para produzirem um desfile. Somando isso ao prejuízo acumulado durante o ano de 2021, a viabilidade de um espetáculo totalmente novo para 2022 fica cada vez menor. “Não há tempo de se fazer fantasias e carros alegóricos até fevereiro. Na minha opinião, como cidadão, acredito que não vai ter Carnaval oficial. Carnaval vai ter porque o povo faz de qualquer jeito, mas bancado pelo poder público acredito que não terá”. 

Nunes conta, também, que muitas escolas da Região Metropolitana do Recife estão com as contas apertadas, sofrendo corte de energia por falta de pagamento e até correndo o risco de fecharem de fato. Para tentar reverter o quadro, a Federação propôs à Prefeitura do Recife que, em caso de realização do Carnaval, fossem realizados desfiles simbólicos, com número reduzido de componentes e sem a disputa do tradicional concurso de Carnaval para que todas pudessem garantir suas subvenções e terem os valores dos prêmios divididos de forma igual. “Se não fizermos isso, vai ser mais um ano sem ganhar novamente. Sofremos um forte impacto e para se recuperar, para o concurso, as escolas vão precisar de muito mais que um ano”.

As escolas de samba pernambucanas estão aguardando a definição do Governo do Estado quanto à uma possível realização do Carnaval em 2022. Foto: Chico Peixoto/LeiaJáImagens/Arquivo

Já para os afoxés o ritmo de retomada tem sido um pouco diferente. Segundo Fabiano Santos, presidente da União dos Afoxés de Pernambuco (UAPE) e do Afoxé Alafin Oyó, todas as agremiações já estão desenvolvendo atividades, sobretudo as religiosas. A expectativa é de que haja alguma “celebração” do Carnaval 2022, ainda que seja de forma reduzida, em clubes ou espaços fechados, ou até mesmo de maneira híbrida ou remota. 

Fabiano lamenta que, após um ano sem Carnaval e sem a renda que ele proporciona às agremiações, “as pessoas estão quebradas,  tentando literalmente sobreviver” e afirma que o auxílio emergencial ofertado pela Prefeitura do Recife e ainda a  Lei Aldir Blanc, no último ciclo, não foram suficientes para suprir as demandas de todos. “O auxílio do Carnaval 2021 foi a maior balela. As pessoas se iludiram com essa  possibilidade, mas não conseguiu atender a cadeia produtiva geral. Como foi dividido por porcentagem, tiveram entidades que ganharam o que se tinha almejado, mas que também não serve pra nada, se você pensar em toda a cadeia produtiva, cantores, dançarinos, costureiras, você não consegue fazer a distribuição. Houve entidades que receberam R$ 980. Nas linhas miúdas do auxilio, não só os afoxés mas maracatu e outras entidades se prejudicaram muito”.

Para o presidente da UAPE, um segundo ano consecutivo sem a realização do Carnaval representa o risco de fragilizar ainda mais essas agremiações, muitas delas correndo o risco de encerrarem suas atividades em definitivo. Fabiano acredita que o momento servirá para  consolidar uma já existente “relação inferiorizada” da cultura popular com o poder público e que muitas entidades do segmento acabarão caindo novamente “na indução do erro de aceitar qualquer coisa” como remuneração, ou auxílio.

“A gente vive uma disputa de classe a qual nós permanecemos ainda nesse lugar do prestador de serviço, de mão de obra barata, inclusive fazendo a releitura da própria escravidão. A escravidão tinha essa mão de obra em valor tranquilo para estabelecer lucro, é o que temos hoje. A cultura popular é essa mão de obra que permanece na mesma relação trazendo lucro para o estado. A gente recebe muito menos do que deveria ou o velho pão para se alimentar e estar mantendo esse ciclo vicioso de que os coronéis ganham, é a escravidão paga”, disse o presidente da Uape. 

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Outra organização que cuida de um dos maiores símbolos da cultura tradicional pernambucana, o maracatu de baque virado, também teme passar mais um ano sem atividades. Fábio Sotero, presidente da Associação dos Maracatus Nação de Pernambuco (Amanpe) e da Nação Aurora Africana, diz que no meio, todos estão bastante preocupados com o surgimento da nova variante do coronavírus, a ômicron; e com a possibilidade de passar mais um ano sem ir às ruas, “poucos maracatus estão realizando algum tipo de atividade”. 

No lugar do sonho com mais um ano de brilho e muito batuque, a realidade das nações é a perspectiva de mais um período amargando prejuízo. “Já estão acontecendo diversos eventos como se estivesse tudo normalizado mas as agremiações ainda estão sofrendo com a  pandemia porque elas vão ser as últimas a terem alguma coisa, enquanto os eventos estão acontecendo a todo vapor, as agremiações estão ainda a ver navios sem perspectiva de nada”. 

Sotero também criticou a aplicação da Lei Aldir Blanc para os fazedores de cultura popular. Para ele, o auxílio foi mesmo “um balde de água fria” com poucos contemplados, ao passo que "artistas grandes, já consagrados” acabaram levando uma fatia maior do bolo. “As agremiações ficaram ao relento, ou com apenas alguma migalha”. No último mês de outubro, a Amanpe chegou a promover um protesto em frente à Prefeitura do Recife exigindo melhorias nas subvenções pagas às nações e outras medidas que dariam maior suporte a elas, no entanto, até o momento não houve, segundo o presidente, nenhuma definição quanto às pautas apresentadas. 

Para Fábio, passar mais um ano sem colocar os batuques nas ruas causará impactos quase irreparáveis. Com as nações ‘no vermelho’ e muitos maracatuzeiros que tiveram que parar sua dedicação ao ‘brinquedo’ para conseguirem gerar renda através de outros ofícios, as consequências e prejuízos precisarão de muito tempo e apoio para serem revertidas. Algumas, talvez, não conseguirão ser solucionadas.

“Algumas manifestações vão deixar de existir porque tem gente que não vai dar continuidade. Se o próximo Carnaval for no mesmo formato deste de 2021, no qual a prefeitura inventou um auxílio emergencial para calar a boca que foi uma vergonha, uma migalha, então mais uma vez a gente vai ter perdas de extrema importância, uma perda irreparável. Não foi fácil, não está sendo fácil e vai ser pior ainda caso isso se repetir. A gente vai tentar negociar uma possível apresentação virtual ou alguma coisa nesse sentido que não seja apenas aquele auxílio emergencial vergonhoso”, finalizou o presidente da Amanpe. 

As nações de maracatu também estão em situação de fragilidade. Foto: Chico Peixoto/LeiaJáImagens/Arquivo

Auxílio do poder público

O LeiaJá procurou as prefeituras do Recife e de Olinda para questionar sobre as tratativas para um possível Carnaval em 2022. Através de sua assessoria de imprensa, a gestão recifense afirmou estar discutindo o assunto com a ajuda de um comitê formado por cidades que realizam grandes carnavais, como Rio de Janeiro e São Paulo, e que a decisão levará em conta as orientações das autoridades sanitárias.

Sobre as subvenções pagas às agremiações, eventuais auxílios financeiros aos grupos da cultura popular e artistas, ou outras estratégias de apoio a esses profissionais, a Prefeitura do Recife não emitiu resposta. “As tratativas sobre o Carnaval 2022, neste momento, no Recife, são conduzidas pela comissão formada em setembro, da qual faz parte a Secretaria de Saúde, realizando o monitoramento permanente do quadro sanitário e das recomendações”, diz a nota. 

A gestão de Olinda também afirmou, através de sua assessoria, estar trabalhando “com três hipóteses: não realização; que a festa aconteça com controle de acesso; realização do Carnaval em um cenário epidemiológico de 90% da população brasileira totalmente imunizada”. Além disso, colocou que a decisão será tomada “conjuntamente com outros municípios”. A respeito de possíveis auxílios financeiros à artistas e agremiações também não houve resposta. 

Na última quarta (1º), o secretário de saúde do estado de Pernambuco, André Logo, estipulou um prazo para a definição sobre a realização do Carnaval do próximo ano em terras pernambucanas. Durante reunião da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe), o secretário afirmou que até o dia 15 de janeiro de 2022 a pauta será decidida.

 

Para celebrar o Dia Nacional da Consciência Negra, comemorado em 20 de novembro, o Paço do Frevo recebe o Afoxé Omô Nilê Ogunjá no seu projeto Sábado no Paço. Além da musicalidade percussiva do Afoxé, o espetáculo contará com bailarinos que, através da dança, reforçarão os sentidos das letras que festejam as culturas de matrizes africanas e contestam questões do nosso contexto social contemporâneo. A apresentação acontecerá às 17h, na Praça do Frevo, no terceiro andar do museu, com ingressos a R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia).

O evento reverencia as raízes negras do Frevo, que nasceu nas ruas do Recife entre o final do século 19 e início do século 20, ao misturar ritmos e passos de expressões culturais de matriz africana, como a Capoeira. Considerado um símbolo de resistência, o Frevo dá corpo a cortejos que ocupam as ruas e o espaço público, disseminando  saberes e tradições da Cultura Popular. Para aproximar ainda mais as bases culturais que formam o gênero, o Paço do Frevo abre espaço para o Afoxé do Omô Nilê Ogunjá.

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Criado em 2004, na comunidade do Ibura, o grupo busca fomentar ações que valorizem a cultura negra com o intuito de promover políticas afirmativas, fortalecendo a identidade étnico-racial através do Afoxé. O Omô Nilê Ogunjá, cujo nome significa “Filhos da Casa de Ogunjá”, define-se como um trabalho cultural, artístico e religioso. Entre suas atividades, estão shows e formações em espaços comunitários e escolas para onde levam sempre a força da cultura de matriz africana e propõem políticas públicas que proporcionem mais respeito e dignidade para as vidas negras.

O projeto Sábado no Paço convida os visitantes do museu e a comunidade a participarem de atividades culturais que aproximam o público do universo diverso do Frevo. O ingresso para o evento está incluso no valor da entrada do museu. Aos sábados, o Paço do Frevo funciona das 11h às 17h, com última entrada para visitação às 16h30 - 30 minutos antes do horário de fechamento.

PAÇO DO FREVO 

O Paço do Frevo é reconhecido pelo IPHAN como centro de referência em ações, projetos, transmissão, salvaguarda e valorização de uma das principais tradições culturais do Brasil, o frevo. Patrimônio imaterial pela UNESCO e pelo IPHAN, o frevo é um convite à celebração da vida, por meio da  ativação de memórias, personalidades e linguagens artísticas, que no Paço do Frevo encontram seu lugar máximo de expressão, na manutenção de ações de difusão, pesquisa e formação de profissionais nas áreas da dança e da música, dos adereços e das agremiações do frevo. Ao longo de sete anos, recebeu mais de 700 mil visitantes, teve mais de 2 mil alunos formados em suas atividades e promoveu mais de 600 apresentações artísticas, em atividades presenciais e virtuais, que incluem o denso engajamento de seus mais de 60 mil seguidores nas redes sociais.

O Paço do Frevo é uma iniciativa da Fundação Roberto Marinho, com realização da Prefeitura do Recife, por meio da Fundação de Cultura Cidade do Recife em consonância com a Secretaria Municipal de Cultura, e gestão do Instituto de Desenvolvimento e Gestão (IDG). O projeto conta com o patrocínio do Itaú, da Uninassau e da White Martins, apoio cultural do Itaú Cultural e apoio do Grupo Globo e do Ministério do Turismo, por meio da Lei de Incentivo à Cultura

SERVIÇO

Dia da Consciência Negra

'Sábado no Paço' recebe o Afoxé Omô Nilê Ogunjá

Paço do Frevo: Praça do Arsenal da Marinha, s/n, Bairro do Recife - Recife/PE

Dia: 20/11, sábado, às 17h

Ingresso: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia-entrada) - incluso no bilhete do museu

 

*Via assessoria de imprensa.

O cortejo desce a rua ao som dos atabaques e xequerês. Acompanhando o batuque, as pessoas dançam e cantam, rendendo louvores aos deuses do panteão africano, os orixás. O desfile de um afoxé inunda as ruas de colorido, mas, o evento é muito mais que uma manifestação de alegria e diversão, representando um movimento de resistência, amor e religiosidade. Em Pernambuco, existem pouco mais de 40 grupos de Afoxé. Eles mantém viva uma tradição iniciada ainda no século 19, fazendo da sua expressão artística ferramenta de luta contra o preconceito racial e religioso. O presidente de honra do Afoxé Ogbon Obá, Pai Everaldo de Xangô, mais conhecido como Pai Vevé, falou, em entrevista exclusiva ao LeiaJá, da importância dessa manifestação. “O afoxé é o representante do candomblé na rua. A gente faz nossas oferendas, nossos rituais para colocar o cortejo na rua, pedindo proteção aos nossos ancestrais. Ele (o cortejo) leva toda a arte, a cultura, a musicalidade, a dança, a estética afro, a moda. É uma festa, mas dentro dos preceitos”. Pai Vevé explica que é indispensável pedir permissão aos orixás para colocar o afoxé na rua. Nada é feito sem que o lado espiritual esteja bem cuidado. No entanto, não é obrigatório fazer parte da religião de matriz africana para integrar um grupo. \"Você precisa se identificar, gostar, porque é uma cultura para todos. Na hora que você vem e participa, você tá vivendo uma experiência, isso não quer dizer que você precisa ser adepto do candomblé\". Para fazer o Carnaval também é necessário investimento, de tempo, dedicação e dinheiro. Os preparativos começam cedo, em meados do ano. Na sede do Ogbon Obá, localizada no bairro de Água Fria, Zona Norte do Recife, os integrantes do grupo se preparam durante os ensaios e oficinas. O dinheiro que custeia os desfiles, que vão de R$ 28 a R$ 35 mil, a depender do tema de cada Carnaval, vem de pagamento de cachês, contribuições dos próprios integrantes e filhos da casa, o Ylê Axé Ogbon Oba. As dificuldades financeiras, no entanto, se acumulam, visto que o dinheiro público investido na agremiação demora a chegar. O Ogbon Oba ainda tem cachês de 2017 a serem recebidos, segundo Pai Vevé. \"O governo procurou dar um porte de empresa aos grupos, de artista que nós somos, mas dentro de uma documentação, de um edital, mas valorizar realmente a nossa cultura, o estado ainda está aquém\", lamenta. VisibilidadeUma das missões dos afoxés é dar visibilidade à cultura negra e ao povo de terreiro, através de sua música e dança. A luta acompanha os grupos durante todo o Carnaval e a busca pela ocupação de espaços resulta em momentos como o Encontro dos Afoxés - tradicional evento do calendário carnavalesco recifense, que acontece no Pátio do Terço no domingo de Carnaval - e a Cerimônia Ubuntu. Esta última, recentemente incorporada à agenda momesca da cidade, chegou como uma \'vitória\' em Pernambuco. \"É essencial o encontro, mas ainda é um gueto, onde não tem aquela visibilidade grande, onde as pessoas ainda são mais vistas apenas pelo povo do terreiro, não tem uma divulgação muito grande. Aí Carmem Virgínia (presidente do Ogbon Obá), ela teve a ideia de fazer um encontro com a lavagem das baianas, mulheres de terreiro, vendo que o maracatu tinha esse espaço, Carmem disse: ‘Por que o afoxé também não pode ter?’”O Ubuntu acontece pela terceira vez, em 2020, na semana pré-carnavalesca, no Marco Zero. O evento reúne mais de 20 grupos de afoxé para uma celebração que inclui a lavagem da praça do Marco Zero com o intuito de abrir os caminhos para os foliões pedindo bençãos e paz para a festa de Momo.

O Afoxé Alafin Oyó vai ganhar uma casa nova. Após uma luta de 30 anos em busca de uma sede própria, o grupo recebeu, por meio da Secretaria de Patrimônio, Cultura, Turismo e Desenvolvimento Econômico de Olinda, um espaço, localizado no bairro do Carmo, para desenvolver suas atividades. 

O local, que pertencia ao Governo de Pernambuco e foi cedido ao município de Olinda, já foi usado para abrigar o Núcleo de Segurança Comunitária e, depois, a Junta de Alistamento Militar. Agora, o imóvel será destinado para fins culturais, após autorização do prefeito da cidade, Professor Lupércio (SD). A casa, localizada na Rua do Sol, bairro do Carmo, tem cerca de 20 m² e será a nova sede do Afoxé Alafin Oyó. 

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Para dar ao lugar a cara do afoxé, diretores e integrantes do grupo estão colocando a mão na massa para deixar tudo novo. Eles estão trabalhando na ampliação dos banheiros, troca de parte do telhado e renovação da pintura. Com inauguração prevista para o dia 9 de novembro, a sede social e cultural do Alafin Oyó vai abrigar a área administrativa, escola de artes marciais, local para desenvolvimento de trabalhos científicos na área de estudos afro-racial, além de ponto para ensaios e shows de grupos culturais. 

Para a festa de inauguração, estão previstos cortejo de grupos afros, blocos e orquestras de frevo - que sairão do Largo do Guadalupe até a nova sede. Também haverá, durante a solenidade, o encontro com outros grupos do cenário cultural do Carnaval de Olinda. O evento começa às 18h.

 

O grupo de afoxé Ará Omim, do Vasco da Gama, estreia no próximo sábado (17), o projeto O Povo das Águas, na Casa da Cultura. Trata-se de uma série de oficinas e shows que visam compartilhar com o público um pouco da cultura afro. 

Abrindo o projeto, neste sábado (17), o diretor do Povo das Águas, Lourival Santos, e o coordenador do evento, Genivaldo Francisco, participam de uma mesa de debate abordando a história do grupo artístico-cultural Ará Omim. Em seguida, a Fábrica Fazendo Arte faz uma participação especial na área externa. Os anfitriões do projeto encerram o dia, com uma apresentação até às 16h30.

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Até maio de 2020, os sábados da Casa da Cultura serão preenchidos com a programação do Povo das Águas, com a participação de grupos como oco do Gavião, de Rio Doce, o Samba-reggae Obá Nijé, de Água Fria, e a Escola Pernambucana de Circo, da Macaxeira. As oficinas de dança e percussão, assim como as mesas de formação emitirão certificados. Para participar, é preciso se inscrever com antecedência através do site Sympla. 

Serviço

Estreia do projeto O Povo das Águas

Sábado (17) - 14h

Casa da Cultura

Informações: (81) 3224-0557

 

O grupo recifense de afoxé Ará Omim, também conhecido como o Povo das Águas, promoverá de setembro de 2019 a maio do próximo ano um projeto em busca de visibilidade. Oficinas e mesas de formação serão oferecidos gratuitamente ao público de modo a divulgar a existência e luta desta forma de arte religiosa de matriz africana.

Oriundos do Vasco da Gama, o Povo não encontra tantas atividades para se apresentar. “É para facilitar, o acesso da Cultura da periferia no espaço central de fácil acesso. Como afoxé ou maracatu e são poucas as atividades pontuais que acontecem no centro, como a Terça Negra, que não estão recebendo o mesmo apoio”, comenta o diretor do projeto, Lourival Santos.

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Uma vez por mês, sempre aos sábados, o grupo vai oferecer oficinas de dança e percussão gratuitamente. Os que não quiserem colocar a mão na massa e aprender poderão curtir os shows que dão continuidade ao evento.

Foto: Divulgação

Serão sempre duas apresentações, uma do Povo das Águas e outra de um convidado, promovendo um intercâmbio com outros grupos semelhantes. Os chamados foram o afoxé Omonilê Ogunjá, do Ibura, o maracatu Raízes de Pai Adão, de Água Fria, o Coco do Gavião, de Rio Doce, o Coco das Estrelas, de Chão de Estrelas, o Boi Treloso, da Iputinga, e a Escola Pernambucana de Circo, da Macaxeira.

Ao todo serão oito encontros que ocorrerão uma vez por mês de setembro a maio, sempre aos sábados. A exceção fica para fevereiro e março, devido ao Carnaval. Toda programação é gratuita.

O projeto conta ainda com iniciativas de formação. Em novembro e maio, mesas de debate vão permitir discutir os caminhos desses grupos artístico-culturais. Essas trocas, assim como as oficinas, terão certificados e vão ocorrer em espaços fechados, sendo ideal a inscrição antecipada, via Sympla.

Foto: Divulgação

Serviço

Afoxé Ará Omim, o Povo das Águas

Sábado (17) | 14h

Casa da Cultura (Rua Floriano Peixoto, s/n - São José)

 Informações: (81) 3224 0557

Com Informações da Assessoria

No próximo domingo (26), o Afoxé Oxum Pandá promove uma oficina de Ijexá no Museu de Artes Afro-Brasil Rolando Toro, no Bairro do Recife. A aula será ministrada pelo bailarino e coreógrafo Washington San's e começa às 14h.

Anualmente, o Oxum Pandá abre suas oficinas de dança para que as pessoas possam conhecer o afoxé. Os bailarinos do grupo também participam, recepcionando o público que poderá, futuramente, fazer parte do grupo.

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Na oficina do domingo (26), Washington vai ensinar sobre o Ijexá, ritmo africano adotado como base para o afoxé. Esta dança é utilizada para entoar os cânticos para os orixás Oxum, Oxóssi, Logun Edé, Iemanjá e Oxalá. A participação é gratuita.

Serviço

Oficina de dança do Afoxé Oxum Pandá

Domingo (26) - 14h

Museu de Artes Afro-Brasil Rolando Toro (Rua Mariz e Barros, Bairro do Recife)

Gratuito

O Carnaval de Olinda não é para amadores. Prova disso é a dedicação das agremiações e blocos que meses antes da festa já começam a preparar roupas, coreografias e batuques, para que seus integrantes estejam tinindo nos dias de folia.

Mas os ensaios de blocos percussivos, afoxés e orquestras de frevo são tão bons e divertidos que acabam virando um Carnaval fora de época arrastando para as ladeiras do Sítio Histórico aqueles foliões que não sabem esperar. Para ajudar a localizar alguns desses (mini) eventos, o LeiaJá preparou um roteiro com parte dos ensaios que tomam as ruas olindenses semanas antes da festa oficial.

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Prepare a animação e planeje a folia:

Orquestra Mistura Fina - Terça - 20h, Grêmio Henrique Dias (Quatro Cantos)

Bloco Alafia - Quarta - 20h, Mercado da Ribeira

Orquestra do Maestro Carlos - Quinta - 19h, Clube Vassourinhas (Amparo)

Orquestra do Maestro Oséas - Sextas - 19h ,  Grêmio Henrique Dias (Quatro Cantos)

Aparte Percussiva - Sábado - 17h, Bica dos Quatro Cantos (Amparo)

Maracatu Nação Pernambuco - Sábado e Domingo 15h às 18h, Praça do Carmo

Bateria Cabulosa -Domingo - 16h às 18h, Praça do Carmo

Samba Sol Delas - Domingo - 15h às 17h, Praça do Carmo

Maracatu Batadoni -Domingo - 15h às 18h, Praça do Carmo

Maracatu Batuques de Pernambuco - Domingo - 15h às 18h, Praça do Carmo

Tambores de Saia - Domingo - 15h às 18h - Receptivo Turístico (Praça Maxabomba, no Carmo)

Bloco da Dinda -  Domingo - 16h às 18:00h, Vila Popular

Patusco - Domingo -  15h às 20h, Espaço Cultural do Patusco (Santa Tereza)

Sambadeiras -  Domingo - 15h às 18h, Mourisco (Carmo)

Tambores Dumundo - Domingo - 16h,  Prefeitura de Olinda

Pitombeira dos Quatro Cantos  - Domingo - 13h, Carmo

Afoxé Alafin Oyó - Domingo - 14h, Fábrica do Carnaval (Varadouro)

Afoxé Oxum Pandá - Domingos - 15h, Solar da Marquesa  (Varadouro)

*Algumas agremiações fazem uma parada para as festas de final de ano, retomando os ensaios no mês de janeiro.

As manifestações e protestos contra a postura considerada intolerante da vereadora Michele Collins (PP) seguem ganhando voz durante este Carnaval. Dessa vez, na noite deste domingo (11), as vaias direcionadas para a política vieram do Encontro dos Afoxés, no Pátio do Terço, área central do Recife. Polêmica teve início após uma postagem feita por ela no Facebook no último domingo (4), quando divulgou um evento evangélico que acontecia na Orla de Boa Viagem, Zona Sul do Recife, para, segundo ela, clamar e quebrar “toda maldição de Iemanjá lançada contra nossa terra”.O presidente do Afoxé Omô Nilê Ogunjá, Dario Junior, fez uma breve pausa na apresentação do grupo e pediu união e mais respeito com os negros e povos de terreiros. “O país está completamente corrompido pelo racismo e pela intolerância religiosa. A esperança que nos resta está em nosso povo. A Câmara dos Vereadores já têm quase 70% de políticos evangélicos. Infelizmente tivemos um pronunciamento muito infeliz de uma vereadora que integra a Comissão de Direitos Humanos. Já está na hora dela sentir quem é o povo negro da atualidade. Estamos organizados e precisamos nos organizar mais ainda”, afirmou o representante do afoxé.Presidente do Afoxé Omô Nilê Ogunjá pede vaias destinadas à Michele Collins (Foto: Chico Peixoto/LeiaJáImagens)Após a postagem, Collins se retratou, por meio de nota, e pediu desculpas aos representantes de religiões de matrizes africanas. Mas, os advogados Pedro Josephi e Danielle Portela, ambos do PSOL, protocolaram, na última quinta-feira (8), uma representação contra a vereadora na Comissão de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara do Recife. O documento apresentado à Casa José Mariano diz que ela cometeu crimes contra o sentimento religioso (art. 208 do Código Penal), de injúria (art.  140, § 3º do Código Penal) e de intolerância religiosa (previsto nos arts. 1º e 20 da Lei 7.716/89).Mulheres do Candomblé contra o preconceito (Foto: Chico Peixoto/LeiaJáImagens)Para a mãe Ana de Oyá, o Carnaval é o momento de mostrar para o mundo a religião de matriz africana através da cultura. “A gente fica o ano todo sendo humilhado e guardando o que a gente é. Eu não posso ser negra e ser mulher toda hora. O racismo é muito grande, mas hoje, dentro do afoxé, eu posso fazer isso e ser quem sou. Eu tenho terreiro, sou mãe de santo e sofro muita intolerância religiosa. Quero ser livre e mostrar que sou do axé e do santo”, disse, após se apresentar na noite do Encontro dos Afoxés.Em uma luta diária contra o preconceito, a apresentação dos afoxés contou com um grande público que aplaudiu e assistiu atento a todas apresentações da noite deste domingo (11). Cantora, mãe de santo, mulher e negra, a Mãe Andréa de Oyá ressaltou a importância da tradição do afoxé para a cultura pernambucana. “Somos responsáveis por levar nossas manifestações culturais para todos conhecerem. Queremos respeito. Essa é a nossa negritude e nossa força. É uma jornada muito intensa colocar todo mundo aqui hoje, não é fácil porque não temos ajuda e nem subsídios”, relatou.Para ela, a apresentação é uma forma de engrandecer a religiosidade e mostrar o orgulho de vestir a bandeira do afoxé, não só para um público restrito, mas para todos os dispostos em conhecer e respeitar”, disse. Apesar do esforço, Mãe Andréa salienta que ainda é muito difícil conviver com preconceitos expostos, como o dos evangélicos, principalmente nas comunidades. “A gente coloca nossas vestes e nos olham tortos, nos chamando de macumbeiros. É um constrangimento e para combater isso, só com orgulho do que somos O afoxé é o candomblé nas ruas”, explicou.

Mangue beat e afoxé são os ritmos que irão imperar na próxima edição da Terça Negra, que será realizada no dia 4 de agosto. A festa será animada pela banda Conexão PE e pelos grupos de afoxés Obá Ayrá e Ará Omin.

No repertório, canções que fizeram sucesso na voz de Chico Science, como Maracatu Atômico e Manguetown. O evento é uma iniciativa do Movimento Negro Unificado, em parceria com a Prefeitura do Recife. A festa está marcada para as 20h, no Pátio de São Pedro.

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Serviço

Homenagem a Chico Science e Afoxé na Terça Negra

Terça (4) l 20h

Pátio de São Pedro (Bairro de São José – Recife)

Gratuito

O grupo de Afoxé Alafin mimi fez a alegria da garotada, nesta segunda-feira (16), no polo infantil de Olinda, localizado na Praç do Carmo. A apresentação contou com a participação de 40 crianças, com idades entre 2 e 13 anos de idade. O grupo já tem 20 anos de existência e atua em prol do fortalecimento da cultural pernambucana.

De acordo com o coordenador do grupo, Fabiano Santos, o projeto contribui para a formação da identidade da garotada. “O Alafin Mimi atua desde o nascedouro, enquanto o bebê ainda está na barriga da mãe até a pré-adolescência, com o propósito de despertar a identidade das nossas crianças. Estamos aqui encantando, tocando, revitalizando, reestruturando a família”, pontuou. 

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A administradora de empresas Rosely Santiago ficou encantada com a apresentação do grupo de afoxé. Segundo ela, a apresentação é repleta de doçura e desperta no folião o interesse pela cultura pernambucana. “Não temos dimensão de quão rica é nossa cultura pernambucana. A seriedade e o encantamento dessas crianças mostram que o nosso Estado é muito mais rico do que se pensa. Somos ricos em diversidade cultural, temos que explorar tais iniciativas e apresentá-las para o mundo inteiro”, concluiu a administradora.

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A cultura negra brasileira estará em evidência num dos maiores festivais de jazz do mundo, o New Orleans Jazz e Heritage Festival, marcado para ser realizado de 25 de abril a 4 de maio deste ano, em New Orleans (EUA). Fundado há dez anos no Ibura, bairro da Zona Sul do Recife, o Afoxé Omonilê Ogunjá se apresenta entre os dias 25 e 27 de abril, no palco em que artistas como Christina Aguilera e Eric Clapton também farão seus shows.

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“O Omonilê Ogunjá bebe na fonte dos antigos e é isso que vamos levar para New Orleans”, comenta Dario Junior, diretor da agremiação. Segundo ele, o festival proporcionará uma visibilidade muito grande para o afoxé. E para que a ocasião seja aproveitada da melhor forma possível, o grupo está montando um repertório especial para levar aos EUA. “Quando as pessoas descobrem que estamos indo para os Estados Unidos, representando a cultura afro-brasileira num dos maiores festivais de Jazz do mundo, portas se abrem pra gente", conta.

"Estamos ensaiando há trinta dias porque queremos levar algo que fale da gente, da África e da relação brasileira com o continente africano. O repertório terá desde música autoral ao hino da África, além de músicas como o Canto das Três Raças. A gente sabe que tem brasileiro lá que conhece isso e essa é uma forma de identificar o povo, até porque queremos fazer um show com interação”, explica o diretor do Omonilê Ogunjá, afoxé batizado pelos Filhos de Gandhi em 2010.

Ainda segundo Dario, além da musicalidade de New Orleans, considerada o berço do jazz, a religiosidade da cidade americana tem uma forte relação com a cultura negra de Pernambuco. “Lá eles tem o voodoo, que é uma das religiões mais discriminadas na região, e foi associada àquela história do boneco com alfinetes. Nós do Omonilê Ogunjá sentimos essa realidade do preconceito”, comenta Dario Junior. Dos trinta integrantes que atuam diretamente no afoxé, 17 nomes foram escolhidos para ir aos EUA. Mas até o momento 15 integrantes tiveram seus vistos liberados. “Mesmo com uma petição por parte dos organizadores do festival entregue ao Governo Americano, eles negaram o visto de duas pessoas”, reclama Dario.

O convite da produção do New Orleans Jazz e Heritage Festival ao afoxé pernambucano foi feito após uma apresentação do Omonilê Ogunjá durante o Festival Lula Calixto, em Arcoverde, Sertão de Pernambuco. “A gente estava apresentando o nosso segundo disco, o Odara, quando o produtor do festival de New Orleans nos assistiu e lá mesmo fez várias referências da negritude do povo de sua cidade, como a dança, a vestimenta e a forma de interação, com o povo negro pernambucano. Agora estamos no palco principal do festival e vamos desembarcar nos EUA no dia de Ogum, dia 23 de abril”, revela Dario Junior ao LeiaJa.

Nalva Silva, uma das vocalistas do afoxé, conta que o convite pegou todo mundo de surpresa. “A gente estava em Arcoverde e de repente veio a proposta. Mas a expectativa é de fazermos o nosso melhor por lá. Apesar de ser outro local e que não fala a nossa língua, vamos tentar mostrar através da dança, da música, do canto, a cultura afro-brasileira, e tomara que a gente consiga, porque estamos nos esforçando pra isso”, diz a cantora.



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Relação com a religião afro-brasileira

De acordo com Dario Junior, o afoxé é uma manifestação afro-brasileira vinculada ao candomblé e que tem o intuito de desmistificar a visão negativa que as pessoas têm da religiosidade e da cultura negras. “Uma questão histórica, e que já dura quinhentos anos de construção no inconsciente do brasileiro, é a demonização dos deuses africanos. O afoxé é um instrumento que serve para desmistificar isso, e nesse processo a gente traz na prática questões religiosas do povo negro”, explica o diretor do Omonilê Ogunjá. “Todo afoxé tem um orixá (ori=cabeça, xá=guardião) patrono. No nosso caso é Ogum, Ogunjá, que é uma qualidade de Ogum quando ele traz consigo Oxalá (Omo=filho, nilê=da casa, Ogunjá=qualidade de Ogum com Oxalá). Nossa proposta é contar a história do povo negro a partir de uma outra ótica, porque ela é contada na escola formal a começar pela escravidão. E a gente sabe que a construção desse país foi feita pela mão de obra dos negros”, ressalta Dario Junior.

Na opinião do diretor do Omonilê Ogunjá, o afoxé possui um poder encantador. “Tem gente que dança sem querer, que vem aos ensaios só pra assistir e quando vê já está dançando. E tem também aquelas pessoas que chegam aqui sem nem saber que estão vindo”, brinca Dario.

Assim como numa procissão católica, que leva às ruas um santo, o afoxé carrega um babalotim (baba=pai, lotim=festividade) que representa o orixá patrono da agremiação. “Ele passa por vários procedimentos de cunho religioso antes de ir pra rua, e a gente traz essa religiosidade pra dentro da festividade. A função maior do babalotim é simbolizar a presença desse universo religioso”, explica Dario Junior.

A relação com o religioso é tão intrínseca que a ida do afoxé pernambucano a New Orleans só foi possível após autorização de Ogum. “Não vou sair daqui para os EUA como se não tivesse nada por trás disso tudo. A cabeça pode estar na lua, mas os pés têm que estar no chão, firmados na terra, que é a base, que tem a ver com origem, com princípio, com essência. Nesse âmbito não dá pra ser só artista, e eu digo isso direto dentro do afoxé. A musicalidade negra tem que ser guia e a gente tem que ter cuidado com essa referência, até pra servir de exemplo para as futuras gerações”, comenta. 

Trabalhos lançados

O Afoxé Omonilê Ogunjá completa dez anos em outubro e tem dois discos e dois documentários (Ikomòjadé e Sou Eu) lançados. O primeiro álbum foi Berço dos Ancestrais (2008), gravado ao vivo. Já o segundo CD, Odara, foi gravado no mês de novembro passado com recursos do próprio afoxé. “Por enquanto, quem quiser conferir nossos trabalhos pode entrar em contato com a gente através da nossa fanpage. O documentário Ikomòjadé, que conta como foi nosso batismo pelos Filhos de Gandhi, está disponível na nossa conta no Youtube. Algumas músicas podem ser encontradas na nossa conta no Myspace. E em breve vamos lançar um site onde vamos disponibilizar todo esse material”, revela Sérgio Augusto, um dos integrantes do afoxé.

Um grupo de cerca de 30 estrangeiros será recebido nesta segunda (17) por uma Roda de Afoxé no Mercado da Ribeira, Cidade Alta de Olinda. O grupo está visitando Recife e Olinda devido à participação no Seminário Internacional Carnaval, Identidade Negra e Economia Criativa

Quem recepciona o grupo é a Associação Recreativa Carnavalesca Afoxé Alafin Oyó. A intenção é mostrar a identidade negra do Carnaval pernambucano, além de promover o intercâmbio cultural de grupos da etnia negra nas Américas, África e Caribe.

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O evento será aberto ao público e acontece às 17h.

Nesta terça (19), o Pátio de São Pedro recebe mais uma edição da Terça Negra, desta vez para celebrar o Dia da Consciência Negra. O projeto traz as expressões de matriz africana no palco e pretende colocar o público para dançar coco, afoxé e jurema. As apresentações começam às 20h, com a sambada do Mestre Reizinho e a Tribo de Raiz, da Bomba do Hemetério.

Em seguida, o Afoxé Oxum Pandá se apresenta. Às 22h é a vez do grupo Voz Nagô, formado por cantoras negras do Recife, animar o público. Para encerrar, a banda Tronco de Jurema apresenta a mistura de instrumentos elétricos, como baixo e guitarra, aos cantos da jurema, culto sagrado indígena, também influenciado por religiões afro-brasileiras.

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Além da programação musical, um telão vai projetar o resultado do ensaio fotográfico Negra, mostra tua beleza negra, produzido pelo fotógrafo Fernando Azevedo. O projeto foi idealizado como uma ação permanente de valorização da mulher negra, através de rodas de diálogos, debates e ações artísticas e políticas. Dez mulheres da Região Metropolitana do Recife participaram do ensaio.

Inscrições abertas para as oficinas de percussão e dança promovido pelo Grupo Artístico Percussivo Conxitas. Os cursos, que começaram neste último sábado (14), acontecem todos os sábados, às 15h, em frente à Biblioteca Municipal de Olinda, na Praça do Carmo. Os interessados nas oficinas não precisam ter experiência prévia e nem os instrumentos, que estarão à disposição no local.

Durante o período das aulas, os alunos aprendem a tocar e dançar ritmos como maracatu, coco, ciranda, frevo, samba, reggae, afoxé e mangue. Apesar do grupo ser formado exclusivamente por mulheres, o workshop é voltado tanto para os homens quanto as mulheres.

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A mensalidade da oficina custa R$50 e a inscrição, que não vincula o aluno aos desfiles do carnaval, pode ser feita através do email gapconxitas@gmail ou pelo telefone (81) 9849 1214.

Nesta terça-feira (24), a partir das 20h, acontece mais uma edição do projeto Terça Negra. Grupos de maracatu, percussão e afoxé irão embalar a noite no Pátio de São Pedro, no bairro de SDão José, área central do Recife.

O evento será aberto pelo Maracatu de Nação Cambinda Africana. Em seguida, apresentam-se o Maracatu Baque Mulher, o grupo de percussão Resistência Negra e o Afoxá Obá Ayrá, encerrando a programação.

O Pátio de São Pedro recebe, no tradicional projeto cultural Terça Negra, neste dia 16, o afoxé Filhos de Oguntê, como parte da programação em homenagem ao orixá Exú.

A programção começa a partir das 20h, com a banda gravataense de hip hop Realidade Expressiva. Em seguida, o palco será comandado pelo samba reggae do grupo Obá Nidejé, de Água Fria e, fechando a noite, o afoxé Filhos de Oguntê, originário do Terreiro de Pai Adão

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De forte conteúdo e vínculo com o candomblé, o afoxé não se resume apenas ao aspecto cultural, mas à junção entre arte e religiosidade. O evento é coordenado pela Prefeitura do Recife e pelo Movimento Negro Unificado (MNU), e é aberto ao público.

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