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Os agricultores franceses obstruíram nesta terça-feira (30), pelo segundo dia consecutivo, rodovias cruciais na região de Paris e ameaçam bloquear o importante mercado atacadista de Rungis, à espera do anúncio das "novas medidas" prometidas pelo governo.

O primeiro-ministro Gabriel Attal deve fazer um discurso sobre política geral no período da tarde, no qual são aguardados novos anúncios para tentar reduzir a ira dos trabalhadores rurais da terceira maior potência agrícola europeia e sexta do planeta.

"Vamos assistir o discurso (...) mas há poucas possibilidades de saia alguma coisa", declarou à AFP Yohan François, do sindicato FDSEA, que elogiou a determinação dos agricultores para uma resistência de longo prazo.

A bordo de tratores, os agricultores iniciaram na segunda-feira um "cerco da capital com duração ilimitada", convocado pela maior central agropecuária do país, a FNSEA, e seus aliados do grupo Jovens Agricultores (JA), após 11 dias de protestos.

"Foi uma noite curta, precisamos nos recuperar, mas estamos preparados", afirmou Samuel Vandaele, um trabalhador rural que estava debaixo de uma ponte na rodovia A4, 30 quilômetros ao leste de Paris.

Os agricultores que passaram a noite no local aguardam a chegada de mais de 100 colegas procedentes do noroeste da França. Eles contam com barracas, braseiros, geradores, cerveja e garrafas térmicas de café.

No início da manhã foram registrados mais de 100 quilômetros de engarrafamentos na região de Paris, segundo o site Sytadin.

Do sul do país também avança um comboio de 200 tratores, que saiu na segunda-feira de Agen com destino ao mercado atacadista de Rungis, um dos maiores do mundo, com o objetivo de bloquear o local após a convocação do sindicato Coordenação Rural.

As autoridades mobilizaram um grande dispositivo das forças de segurança para impedir a ação, que não tem unanimidade dentro do movimento agrário. "Nosso objetivo não é matar os franceses de fome", alertou o líder da FNSEA, Arnaud Rousseau.

O setor exige medidas para solucionar a queda das receitas, as aposentadorias baixas, a burocracia administrativa, a inflação das normas ambientais e a concorrência estrangeira, em particular o acordo negociado entre UE e Mercosul.

Na manhã desta quarta (4), agricultores protestam nas rodovias 116 e 323, na altura dos municípios de Belém de São Francisco e Floresta, no Sertão de Pernambuco. As quatro saídas do Trevo do Ibó foram fechadas pelos trabalhadores rurais.

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Os manifestantes fazem parte dos projetos de irrigação Pedra Branca, Fulgêncio e Brígida e apontam que a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) descumpriu um acordo e que as plantações estão sem receber água e luz há três dias.

Os bloqueios ocorrem no km 82 da BR-116 e no km 323 da BR-316. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) acompanha as manifestações.

Fotos: Divulgação/PRF

O chão estala quando Guillermo Cuitino atravessa as terras secas que deveriam estar verdes e exuberantes nesta época do ano. Ele pega um pé de soja e facilmente pulveriza suas folhas com as mãos. "A seca este ano foi extrema", disse o engenheiro agrônomo esta semana, na fazenda onde trabalha em Urquiza, uma cidade a cerca de 230 quilômetros de Buenos Aires.

Cuitino normalmente tem uma política de não caminhar sobre terra cultivada, mas está tudo tão seco agora que não há absolutamente nada para danificar: nem as ervas daninhas estão crescendo. Essa cena se repete em fazendas por toda a Argentina, onde a colheita deveria estar a todo vapor, mas que foram arruinadas por meses de tempo seco.

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Os agricultores estão lutando para sobreviver, e uma queda brusca na expectativa de receita com exportação de produtos agrícolas será um duro golpe para a instável economia argentina. "Esta seca não tem precedentes", disse o agricultor Martín Sturla, de pé no meio de seus campos empoeirados na vizinha San Antonio de Areco.

"É dantesco. Ninguém nunca viu nada assim."

A situação é especialmente desastrosa porque a Argentina já vinha sofrendo com dois anos de clima excepcionalmente seco. "Os últimos dois anos foram ruins, mas sempre tivemos algumas chuvas que nos permitiram sobreviver", diz Cuitino. Até os especialistas estão tendo dificuldade em se adaptar à crise.

"Não há palavras para descrever o impacto de um ano agrícola marcado por recordes históricos: escassez de chuva no verão pelo terceiro ano consecutivo, ondas de calor que persistem até meados de março, e geadas que chegaram até outubro de 2022 e já em fevereiro de 2023", segundo um relatório recente da Junta Comercial de Rosário, que reduziu drasticamente as estimativas para a colheita deste ano. "As condições das plantações, animais e recursos naturais deterioram a cada semana, e nos deixaram à beira do inverno com uma tempestade de prejuízos."

Em seu último relatório semanal, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires informou que a produção de soja deste ano será de aproximadamente 25 milhões de toneladas, uma queda de 44% em relação à média dos últimos cinco ciclos. A produção total de trigo, por sua vez, está prevista para 36 milhões de toneladas, uma queda de 31% em relação ao ano anterior.

Safras foram perdidas

Osvaldo Bo sentiu isso na própria pele em sua fazenda, em Urquiza. "Perdemos 90%", disse Bo, enquanto mostrava uma plantação seca de milho. "Nunca vi uma seca como esta, porque já houve secas em que não havia soja, grão, mas havia trigo e milho. Agora, porém, todas as safras foram perdidas."

Levando em conta as safras de soja, trigo e milho, que compõem 87% da produção de grãos da Argentina, o prejuízo chega a um total aproximado de US$14,4 bilhões (R$75,5 bilhões), segundo a Junta Comercial de Rosário.

Os Consórcios Regionais de Experimentação Agrícola informaram recentemente em um relatório que as condições atuais levarão a quase US$20,5 bilhões (R$107,5 bilhões) de prejuízo nas exportações. Embora muitos tenham se apressado em culpar o aquecimento global pela seca, os especialistas dizem que não é tão simples.

La Niña

"Por enquanto, não temos indícios de que se trata de mudança climática", diz Anna Sörensson, pesquisadora de mudanças climáticas no instituto de pesquisa CONICET, financiado pelo governo. "Pelo contrário, vemos que a precipitação aumentou em razão das mudanças climáticas."

Ela acrescenta que há "grande certeza" de que a atual seca tenha sido gerada pela condição climática conhecida como La Niña, que envolve um resfriamento do Pacífico central, levando a mudanças no clima de todo o mundo. O fenômeno durou muito mais do que o normal desta vez. Mesmo não sendo diretamente responsáveis pela seca, as mudanças climáticas ainda desempenham um papel, segundo a cientista.

"O que acontece em razão das mudanças climáticas é que as ondas de calor se tornam mais frequentes e mais intensas", disse Sörensson.

Segundo ela, isso significa que "o solo seca mais rapidamente".

A Argentina sofreu com o verão mais quente desde 1961, de acordo com o Serviço Meteorológico Nacional. Na capital, os moradores enfrentaram o verão mais quente desde o começo dos registros, em 1906.

Os agricultores estão tentando descobrir como seguir em frente. "Já fiz algumas projeções e não tenho dinheiro para pagar as contas do ano e plantar novamente", diz Jorge Bianciotto, que administra a fazenda onde Cuitino trabalha.

"Perdemos muito capital de giro, então o que estou fazendo agora é procurar financiamento para cobrir o buraco financeiro, solicitando crédito na esperança de que o próximo ano seja melhor", disse Bianciotto.

"A gente sempre acredita que o que está por vir é melhor do que o que já passou." (Com Daniel Politi)

A estudante Sabrina da Silva Santos, de 20 anos, emocionou todo o Brasil ao compartilhar um momento especial de sua vida nas redes sociais. A jovem gravou e divulgou, no Instagram, o instante em que descobre que foi aprovada em medicina na Universidade Federal de Roraima (UFRR). Filha pai agricultor semi analfabeto e mão doméstica analfabeta, a maranhense prestou vestibular 17 vezes antes que alcançar a conquista.

Moradora de Itinga, no interior do Maranhão, Sabrina relata que passou por muitas dificuldades na vida. "Durante um bom tempo só o pai trabalhava para sustentar a família, enquanto a mãe cuidava das crianças", relatou a jovem. 

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Com outros sete irmãos, a jovem conta que se mudou para São Luís para tentar o sonho. Lá, frequentou escola pública e conquistou a aprovação nos cursos de odontologia e enfermagem, ao final do terceiro ano do ensino médio. Porém, não desistiu do sonho de cursar medicina.

Em uma palestra, conheceu um casal que a apoiou emocionalmente e financeiramente: "Deus me mandou  um anjo que me acolhei por 6 anos em sua casa como babá do seu filho e como uma filha também. Logo em seguida, Deus mandou outros dois anjos que ajudaram nos estudos".

Sabrina ainda conta que as 17 tentativa de passar em medicina se deram em três anos de estudo. "E, no fim das contas, essa garotinha, após 3 anos de luta no cursinho, finalmente conseguiu realizar o seu sonho e acaba de ser aprovada na tão sonhada universidade federal para cursar o seu tão sonhado curso de medicina", publicou.

"Estou neste momento vivendo um turbilhão de emoções e sentimentos indescritíveis. Obrigada a todas as pessoas que fizeram parte disso", agradeceu Sabrina, nas redes sociais. 

Em mais essa mudança, Sabrina irá precisar de ajuda para custear as despesas extras que terá enquanto estuda em Roraima. As doações podem ser enviadas para o Pix: (98) 981122372.

A onda de frio que vai atingir grande parte do país até domingo (22) deixa agricultores em alerta, principalmente os que plantam hortaliças, banana e cana-de-açúcar. Isso porque, em caso de geada, essas culturas costumam ser mais sensíveis, dizem os especialistas em produtos agrícolas. Caso esses alimentos sejam afetados, o frio pode resultar em produtos com menos qualidade e ainda mais caros – sendo que alguns legumes, frutas e café estão entre os itens que mais subiram o preço nos 12 últimos meses, até abril.  

A geada ocorre quando é formada uma camada de gelo nas superfícies por conta da intensa redução de temperatura quando a umidade do ar está elevada.  Há ainda uma chance do atual cenário de massa de ar polar trazer geadas esta semana. Todas as regiões brasileiras produzem hortaliças folhosas. Entretanto, as regiões Sudeste e Sul concentram a maior parte da produção.

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“Com a geada, sempre haverá a perda do limbo foliar (parte principal) e, consequentemente, afetará a planta. Claro que as hortaliças folhosas, por a folha ser justamente o produto comercial, são as mais afetadas”, afirmou Thiago de Oliveira, chefe do setor da economia da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp).  

Para o gado de corte, por exemplo, a principal orientação para evitar a queima do pasto com geadas muito fortes é usar o máximo da vegetação para alimentar o gado antes do frio intenso, principalmente onde se cultiva aveia, que é mais sensível ao frio. Outra cultura prejudicada pelo frio é a apicultura,  pois baixas temperaturas provocam o resfriamento do ninho e até a mortalidade das larvas.  

Por Camily Maciel

 

O presidente Jair Bolsonaro promulgou nesta sexta-feira (24) a prorrogação de socorro financeiro a agricultores familiares em razão da pandemia de Covid-19, após a derrubada de veto integral pelo Congresso Nacional na semana passada. 

A Lei Assis Carvalho 2 (14.725/21), já publicada no Diário Oficial da União, prevê ainda um auxílio de R$ 2.500 por família em situação de pobreza e extrema pobreza, além de estabelecer outras medidas emergenciais. Conforme o texto, os núcleos familiares chefiados por mulheres receberão R$ 3.000. 

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A proposta é oriunda do Projeto de Lei 823/21, do deputado Pedro Uczai (PT-SC), que recuperava trechos vetados na sanção presidencial do PL 735/20, do deputado Enio Verri (PT-PR), que deu origem à Lei Assis Carvalho.

Principais medidas

Entre outros pontos, com a derrubada do veto foram transformados em lei:  linha de crédito para pequenos produtores de leite, com taxa de 0% ao ano e dez anos para pagar;

participação em programa emergencial da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) de compra de alimentos para distribuição a famílias em situação de insegurança alimentar;

adiamento por um ano do pagamento das parcelas vencidas ou a vencer de operações de crédito rural contratadas por agricultores familiares ou cooperativas cujas atividades foram prejudicadas pela Covid-19;

concessão automática de seguro por meio do programa Garantia-Safra a todos os agricultores familiares aptos a recebê-lo;

e reabertura de prazo até 30 de dezembro de 2022 para os agricultores contarem com descontos na quitação ou na renegociação dos débitos de dívidas rurais tomadas com recursos dos fundos constitucionais de financiamento do Nordeste (FNE) ou do Norte (FNO).

Fundos de financiamento

Também após a derrubada de vetos, o presidente promulgou vários pontos da medida provisória (MP 1016/21) que permite uma renegociação extraordinária de dívidas perante o FNE, o FNO e o fundo constitucional do Centro-Oeste (FCO). 

Assim, serão incorporados à Lei 14.166/21 regras mais vantajosas para as renegociações que ocorrerem até 31 de dezembro de 2022, com descontos maiores do que os da regra geral e benefícios adicionais a empreendedores localizados em municípios nos quais tenha sido decretado calamidade pública ou situação de emergência em função de seca ou estiagem.  Ficou garantida a suspensão dos pagamentos de parcelas de dívidas em 2021 para atividades que tenham sido prejudicadas por medidas de distanciamento social em razão do combate à pandemia. Outro trecho permitirá a inclusão de honorários advocatícios no saldo devedor a ser liquidado ou repactuado.  Fonte: Agência Câmara de Notícias

Na manhã desta segunda-feira (2), centenas de agricultores bloqueiam o trecho da PE-126 na entrada de Jaqueira, Mata Sul de Pernambuco, em um ato contra a ameaça de despejo da região. Segundo os manifestantes, eles têm direito sobre as terras, mas sofrem retaliações e suas lavouras são destruídas para pressionar pela saída do local.

A organização do protesto estima que mais de 1.200 famílias vivem há gerações nos engenhos da antiga Usina Frei Caneca, mas ainda precisam lutar pelo direito às terras e pedem uma intervenção das autoridades para reafirmar a posse.

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Sem indicar quem reivindica o controle do território, as comunidades de agricultores alegam que sofrem com ameaças, violência e estão tendo os cultivos destruídos. Eles também pedem que as usinas falidas tenham as dívidas cobradas pela Justiça.

A manifestação conta com apoio da Comissão Pastoral da Terra (CPT), da Federação dos Trabalhadores Rurais, Agricultores e Agricultoras familiares de Pernambuco (FETAPE), da Diocese de Palmares, da Arquidiocese de Olinda e Recife, do Sindicato dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Sintraf) e outras entidades locais.

Após comprar mudas de mangueira a um desconhecido em uma viagem de trem, um casal de agricultores ficou surpreso quando descobriu que tratava-se de um tipo raro de manga, que é vendida por cerca de R$ 1.400. Para afugentar ladrões e proteger a pequena plantação por 24h, quatro seguranças com seis cães foram contratados.

"O homem tinha dito que cuidássemos das mudas como se fossem nossos bebês", contou Sankalp Parihar ao Hindustan Times.

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O fazendeiro lembra que as mudas pareciam comuns quando foram adquiridas no caminho para Chennai, no Leste do país. Após plantar, a árvore cresceu e deu frutos com uma coloração vermelho-rubi, o que deixou o casal desconfiado.

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Para saber sobre o fruto misterioso, eles fizeram uma pesquisa e descobriram que se tratava de um tipo originário da região de Miyazaki, no sudoeste do Japão, e sequer possui registros na Índia.

Depois de sofrer um furto, o casal contratou os vigilantes com a intenção de aumentar a produção das mangas que, inclusive, foram batizadas por eles como Damini, uma homenagem à mãe do agricultor.

Camponeses registraram Boletim de Ocorrência na Delegacia de Jaqueira. (CPT/Cortesia)

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Por volta das 9h desta quinta (22), os moradores da comunidade de Barro Branco, localizada na cidade de Jaqueira, na Mata Sul de Pernambuco, foram surpreendidos pela invasão de 14 homens encapuzados às áreas de plantação em que trabalham, disparando tiros e ameaçando os camponeses. Os trabalhadores afirmam que o grupo é composto pela segurança privada da Agropecuária Mata Sul S/A, com a qual vivem em situação de conflito fundiário.

“Teve rifle, revólver e cachorro na frente. A gente correu, por isso não conseguiram pegar. Eles estavam atirando, ninguém sabe se era pra cima, tiro para tudo quanto é lado. Só tinha oito cidadãos plantando, as donas de casa em casa. Eles chamaram a gente de ‘veado’, ladrão’ e as mulheres de ‘arrombadas’. Disseram que iriam voltar, queimar tudo e atirar na cara da gente, para ninguém reconhecer”, relata um dos agricultores que testemunharam a ação.

De acordo com a Comissão Pastoral da Terra (CPT), que presta auxílio à comunidade, os seguranças chegaram a apontar armas para a cabeça e para o tórax de alguns trabalhadores, que plantavam milho e feijão no entorno de suas casas. Apesar disso, ninguém ficou ferido. Após o ocorrido, os moradores da comunidade também observaram a presença de drones fotografando e vigiando os quintais de suas residências.

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Boletim de Ocorrência

Um grupo de cerca de vinte agricultores de Barro Branco registrou o caso em Boletim de Ocorrência, na Delegacia de Jaqueira. Secretaria de Defesa Social (SDS), Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos e Programa Estadual de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos (PEPDDH) já tinham sido notificados sobre as investidas da Agropecuária Mata Sul S/A contra os trabalhadores. À CPT, foi informado que uma equipe composta por integrantes da ouvidoria da SDS e do PEPDDH realizará uma visita à comunidade na próxima sexta (23), para apurar os fatos e tomar as medidas cabíveis.

Conflito

Em 2017, a empresa Negócio Imobiliária S/A- que posteriormente mudou seu nome para Agropecuária Mata Sul S/A- tornou-se cessionária de arrendamento de parte da desativada Usina Frei Caneca. A área compreende cinco mil hectares, que correspondem a 60% de todo o município de Jaqueira. Neste perímetro, vivem cerca de 1.200 famílias camponesas, distribuídas nas comunidades rurais de Caixa D’água, Barro Branco, Laranjeira, Fervedouro, Várzea Velha, dentre outras. Esta população vive no local há pelo menos 70 anos e reivindica a regularização de suas posses junto ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

Segundo camponeses, Guilherme Petribú já circulou pelas terras, apresentando-se como dono da empresa arrendatária. (Cortesia)

Segundo os trabalhadores, o empresário Guilherme Cavalcanti Petribú Albuquerque se intitula dono da Agropecuária Mata Sul S/A. Membro de uma tradicional família do estado, Guilherme é irmão de Marcello Maranhão (PSB), prefeito de Ribeirão, vizinha a Jaqueira. Desde a chegada da empresa na região, as comunidades que vivem nas áreas arrendadas denunciam uma série de violações, a exemplo de atropelamentos de camponeses, chuvas de agrotóxicos sobre as lavouras, vigilância constante com drones, emboscadas à mão armada, destruição de fontes d'água, ameaças e perseguições, além de esbulho de suas posses, por meio do cercamento das terras. Em agosto do ano passado, passou a circular uma lista com os nomes de dez camponeses marcados para morrer.

O LeiaJá apurou, por meio de consulta à Certidão Narrativa de Débitos Fiscais da empresa que deve R$ 62.522.544,58 à Fazenda Estadual. Já junto ao Tribunal Regional do Trabalho da 6 Região (TRT6), foi possível constatar que a empresa está envolvida em 121 ações trabalhistas. Assessores jurídicos da CPT informam que existe ainda uma dívida com o governo federal, de mais de R$ 92 milhões. Assim, camponeses reivindicam a desapropriação das terras. 

A reportagem já havia levado esta demanda para o Instituto de Terras e Reforma Agrária de Pernambuco (Iterpe), que garantiu que a dívida da usina com o Estado está sendo cobrada pelo Governo de Pernambuco, por meio da Procuradoria Geral do Estado (PGE), a partir de 16 ações de execução fiscal, as quais tramitam na Justiça. O Instituto informa que os processos são físicos e que já há, inclusive, penhora de engenhos para possibilitar o pagamento da dívida.

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Em plena véspera de Natal, a Comissão Pastoral da Terra (CPT) denunciou que agricultores foram ameaçados de morte mais uma vez, no Engenho Batatais, em Maraial, Mata Sul de Pernambuco. O vídeo publicado nesta quarta-feira (24) mostra uma confusão entre posseiros e seguranças armados. Eles seriam contratados por um empresário, que diz ter comprado as terras.

Nas imagens, um agricultor é ameaçado por três homens armados, que disparam para cima e um deles chega a apontar o revólver em sua direção. Entre os gritos, uma mulher identificada apenas como Vanessa, media a discussão e faz com que o trio vá embora. "A situação no local é grave. O empresário ainda mandou o recado de que, caso haja resistências das famílias em impedir o seu avanço na área, a ordem é para matar", expõe a publicação.

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O empresário citado por eles é Walmer Almeida da Silva, que afirma ter comprado o Engenho durante a pandemia. Ele é suspeito de usar o filho, o universitário Walmer Almeida Cavalcante, como 'testa de ferro' na empresa IC Consultoria e Empreendimentos Imobiliários para expulsar cerca de 50 famílias da região. Eles alegam que são cadastrados, pagam o devido imposto e moram nas terras há mais de sete décadas.

Segundo a denúncia, cercas e porteiras foram erguidas e a entrada do Engenho passou a ser controlada pelos funcionários armados, que intimidam os populares e os pressionam a sair do local de 960 hectares. O Engenho Batatais foi negociado por apenas cerca de R$ 500 mil e cada hectare saiu pelo preço aproximado de R$ 540. Contudo, o valor de mercado por hectare gira em torno de R$ 9 mil,  sugere o Relatório de Análise do Mercado de Terras do Estado de Pernambuco, do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

Walmer da Silva chegou a ser preso pela Polícia Federal de Alagoas em 2013, sob a acusação de formação de quadrilha, sonegação, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. A investigação indica que, pelo menos, R$ 300 milhões foram movimentados por mais de 20 empresas laranja, em cinco anos.

Confira

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A nuvem de gafanhotos que está na Argentina volta a preocupar agricultores no sul do Brasil. Com as temperaturas mais altas, a expectativa é de que ela possa chegar ao Rio Grande do Sul até a próxima quarta-feira (22). 

A previsão foi feita na tarde deste sábado (19) à Agência Brasil pelo chefe da Divisão de Defesa Sanitária Vegetal da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul, Ricardo Felicetti.

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Por enquanto, a nuvem de gafanhotos está estável, em Corrientes, na Argentina, a 130 quilômetros do município gaúcho de Barra do Quaraí. As informações sobre os insetos estão sendo repassadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que acompanha a situação com o órgão fitossanitário argentino. 

“Com a elevação das temperaturas no Rio Grande do Sul neste final de semana, estamos apreensivos, mas preparados para o caso de uma eventual ocorrência da praga em território gaúcho. Temos um plano operacional de emergência elaborado como Ministério da Agricultura”, explicou Felicetti. 

Alerta

Ele acrescentou que, apesar do estado de alerta, hoje a tendência é que haja um deslocamento da nuvem para a província de Entre Rios, na fronteira da Argentina com o Uruguai.

Embora não representem um risco direto para os seres humanos, os gafanhotos podem, em grupo, causar grandes prejuízos econômicos, devorando plantações em questões de horas. 

Caso os insetos cheguem ao estado, Felicetti avalia que o potencial de prejuízo é muito grande, especialmente em culturas recém-plantadas como trigo e canola. Além delas, cevada , citricultura e pastagens de inverno para gado de leite e engorda de gado de corte também preocupam.

A orientação é que produtores rurais fiquem atentos à chegada dos insetos e comuniquem sua presença imediatamente à inspetoria de defesa agropecuária da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural ou ao escritório municipal da Emater mais próximo.

Recursos emergenciais

Na última sexta-feira (17), questões operacionais foram discutidas com representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, do Ibama, da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura do Rio Grande do Sul e da Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luis Roessler.

“Falamos também sobre a questão dos recursos emergenciais para trabalhar a supressão dos surtos de gafanhotos”, disse.

Paraguai

Uma segunda nuvem de gafanhotos, que está se movimentando no Paraguai, também está sendo monitorada pelo Brasil, com menos preocupação.

De acordo com o Serviço de Qualidade e Sanidade Vegetal (Senave) do país vizinho, os insetos, que estavam em Madrejón e 4 de Mayio, seguiram para o sudeste, em direção a Teniente Pico, no departamento de Boquerón, também no Paraguai.

Em comemoração aos 45 anos da Comissão Pastoral da Terra (CPT), quilombolas, pequenos agricultores, posseiros e famílias ameaçadas de despejo se organizam em mutirão para colher toneladas de alimentos a serem destinadas para famílias em situação de fome durante a pandemia da Covid-19. A ação, batizada de “Repartir a terra, partilhar o pão”, ocorre na zona da mata, agreste e sertão dos estados de Alagoas, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte.

Tânia Souza, agente pastoral e coordenadora da CPT Nordeste 2, destaca que o gesto de solidariedade estabelece um diálogo com a cidade e demonstra a importância dos povos do campo. “Pessoas que lutaram e que ainda lutam pelo direito à terra e ao território, que ocuparam ruas e praças, agora estão fazendo esse gesto com o povo que vive nas cidades. Estão provando a necessidade e a importância da Reforma Agrária e da democratização de territórios. Se temos a terra repartida, teremos o pão partilhado”, enfatiza.

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Fundada em plena ditadura militar, no dia 22 de junho de 1975, a CPT foi uma resposta às situações de exploração e violência a que estavam submetidos trabalhadores rurais e comunidades camponesas no país. O mutirão das comunidades camponesas e agentes pastorais nos estados que compõem o Regional Nordeste 2 da CPT, poderá ser acompanhado pelo site da instituição.

Por volta das 7h da última terça (19), um grupo de 20 funcionários da empresa Agropecuária Mata Sul S/A foram ao Engenho Fervedouro, na cidade de Jaqueira, na Mata Sul de Pernambuco, e derrubaram cerca de dez mil pés de banana plantados pela família de um agricultor, identificado como Reginaldo Félix. As informações são da Comissão Pastoral da Terra (CPT), que acompanha as famílias do local, região de conflito fundiário com usineiros.

Durante a derrubada, a família estava na escola comunitária, na sede do Engenho Fervedouro, participando da campanha de vacinação promovida pela Prefeitura de Jaqueira. Segundo a CPT, quando eles retornaram ao sítio já estava tudo destruído, mas foi possível identificar a saída de funcionários da Agropecuária Mata Sul S/A do local, em carros e motos.

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Intensificação da violência

Nos últimos meses, houve grande intensificação das denúncias de violência contra agricultores no Engenho Fervedouro, onde vivem 70 famílias de posseiros, em conflito fundiário com a empresa Agropecuária Mata Sul S/A, arrendatária de parte das terras da antiga Usina Frei Caneca. Para a advogada da CPT, Luísa Duque, um dos complicadores para a resolução dos impasses é o fato de o juiz responsável pela inspeção das terras não ter delimitado quais áreas seriam consideradas antigas- isto é, dos posseiros- e quais seriam os terrenos em que as plantações são recentes. “A empresa tem se valido disso, dessa ausência de marcos geográficos, para avançar sobre posses antigas dos posseiros, consideradas antigas pelo próprio juiz. Então, já que não há nada marcado, a empresa vai e escolhe o que ela considera antigo ou novo”, explica.

A advogada comentou ainda que o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) chegou a realizar um levantamento detalhado acerca das posses. "Esse documento foi ignorado", completa. Ela ressalta ainda que a própria caracterização das terras não foi orientada por um técnico, mas decorrente da avaliação do próprio juiz. "Ele delimitou a partir do que achou que era área de uso novo e antigo. Nesse processo, a comunidade já havia perdido muitas áreas antigas", conclui.

Policial flagrado nas terras do Engenho Fervedouro, na última quarta (13). (CPT/divulgação)

A empresa já tinha sido acusada, em janeiro, de destruir dez mil pés de banana de outro agricultor, em Barro Branco, uma comunidade vizinha. Segundo o CPT, no dia 3 de abril, funcionários da Agropecuária Mata Sul S/A tentaram cercar uma das fontes de água utilizada para subsistência da população, ação que não se concretizou, diante da mobilização dos posseiros. No dia 24 de abril, nove agricultores da comunidade Fervedouro denunciaram terem sido ameaçados de morte por Guilherme Maranhão, representante da Agropecuária Mata Sul S/A. Na data de 7 de maio, um camponês da comunidade de Fervedouro registrou Boletim de Ocorrência denunciando estar ameaçado de morte pela "elite da empresa". No mesmo dia, famílias relataram que foram surpreendidas com um helicóptero sobrevoando suas áreas e despejando agrotóxico, atingindo suas lavouras, fontes de água e também alguns camponeses, os quais apresentaram sintomas de intoxicação.

Ainda segundo informações do CPT, no dia 09 de maio, policiais e seguranças privados contratados pela Agropecuária Mata Sul S/A intimidaram e ameaçaram as famílias da comunidade. Na última quarta (13), o LeiaJá noticiou a presença de policiais fortemente armados no Engenho Fervedouro, alegando que davam cobertura a uma ação de cercamento de uma suposta área da empresa.

Flagra de policial apontando arma para camponês, nesta quarta (13). (Reprodução/ Instagram)

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Para os moradores do Engenho Fervedouro, em Jaqueira, na Mata Sul de Pernambuco, cumprir com o isolamento social preventivo ao novo coronavírus recomendado pelo governo de Pernambuco tornou-se impossível nas últimas semanas. Nesta quarta (13), agricultores residentes do Engenho Fervedouro, registraram a presença de policiais na região, tendo um deles sido flagrado apontando uma arma de grosso calibre para um morador. De acordo com a Comissão Pastoral da Terra (CPT), os agentes afirmam estar no Engenho por determinação judicial e dar cobertura para o cercamento de uma área de suposta posse da empresa Agropecuária Mata Sul S/A.

Segundo os agricultores, o local a ser cercado contém plantações comunitárias e uma cacimba de água, utilizada para subsistência da população. No dia 7 de maio, representantes da comunidade registraram Boletim de Ocorrência, relatando que o camponês Ernande Vicente Barbosa da Silva, de 52 anos, está ameaçado de morte em decorrência de sua permanência no Engenho Fervedouro, em que reside há décadas.

No local, vivem 70 famílias de posseiros que enfrentam conflito fundiário com a empresa Agropecuária Mata Sul S/A, arrendatária de parte das terras da antiga Usina Frei Caneca. Outras ameaças de homicídio foram relatadas. Fontes do LeiaJá informaram que um usineiro tentou atropelar um dos posseiros, que conseguiu escapar. A população está deixando a quarentena na tentativa de se manter nas terras.

De acordo com a advogada da CPT, Luísa Duque, o juiz responsável pela inspeção das terras, não delimitou quais áreas seriam consideradas antigas- isto é, dos posseiros- e quais seriam as áreas novas de plantio. “A empresa tem se valido disso, dessa ausência de marcos geográficos, para avançar sobre posses antigas dos posseiros, consideradas antigas pelo próprio juiz. Então, já que não há nada marcado, a empresa vai e escolhe o que ela considera antigo ou novo”, explica. A advogada comentou ainda que o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) chegou a realizar um levantamento detalhado acerca das posses. "Esse documento foi ignorado", completa.

Ela ressalta ainda que a própria caracterização das terras não foi orientada por um técnico, mas decorrente da avaliação do próprio juiz. "Ele delimitou a partir do que achou que era área de uso novo e antigo. Nesse processo, a comunidade já havia perdido muitas áreas antigas", conclui.

Os agricultores europeus levantaram a voz de maneira imediata contra o acordo comercial que UE e Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai) fecharam na sexta-feira em Bruxelas, que eles consideram uma ameaça a sua atividade.

Assim que o acordo foi anunciado, mensagens de revolta no Twitter e comunicados críticos começaram a proliferar, em contraste com os sorrisos dos negociadores europeus e sul-americanos, satisfeitos com o compromisso "histórico" após 20 anos de de discussões.

A Copa Cogeca, o principal sindicato agrícola da UE, criticou uma "política comercial de dois pesos e duas medidas, que aumenta a brecha entre o que se pede aos agricultores europeus e o que se tolera dos produtores do Mercosul", cujas normas fitossanitárias e ambientais não são as mesmas que na Europa.

Na Alemanha, Joachim Rukwied, diretor do sindicato agrícola Deutscher Bauernverband, declarou que o o acordo é "totalmente desequilibrado" e colocará em perigo "muitas atividades agrícolas familiares".

"Poucas semanas depois das eleições europeias é inaceitável a assinatura de um acordo Mercosul-UE, que deve expor os agricultores europeus a uma concorrência desleal e os consumidores a um engano total", tuitou a diretora do maior sindicato agrícola francês, FNSEA, Christiane Lambert.

O acordo, um dos mais importantes do mundo, pois afetará a 770 milhões de pessoas e implicará 25% do PIB mundial (18 trilhões de euros), provocou fortes dúvidas sobre sua aplicação.

Em um contexto de grande tensão, a necessária aprovação dos 28 Estados-membros e do Parlamento Europeu parece mais incerta do que nunca.

Além disso, uma carta aberta recente, assinada por 340 ONGs europeias e sul-americanas, incluindo Greenpeace e Friends of the Earth, criticava as negociações em outras duas frentes: meio ambiente e direitos humanos, enfraquecidas pela política do presidente brasileiro Jair Bolsonaro, segundo as organizações.

- "Riscos alimentares" -

Para alcançar o compromisso, o Mercosul teve que abrir as portas à indústria europeia, particularmente no setor automotivo, mas também aos setores químico e farmacêutico, assim como seus mercados públicos.

Em troca, a UE facilitará o acesso a seu mercado aos quatro países sul-americanos, ávidos por vender açúcar, etanol e carne.

Com o acordo, o Mercosul poderá exportar para a UE quase 99.000 toneladas de carne bovina com uma taxa preferencial de 7,5%, o que enfraquecerá a posição dos europeus.

Na França, este setor, muito dependente dos subsídios europeus, acredita que não conseguirá competir com as "fábricas de carne" latino-americanas.

A situação fica ainda mais complicada quando se considera as diferenças nas práticas nos dois continentes: enquanto na UE cada vez há mais normas ambientais, na América do Sul são utilizados antibióticos, hormônios do crescimento e soja modificada geneticamente.

A principal organização de agricultores da Itália, Coldiretti, advertiu para os "graves riscos alimentares" em alguns países do Mercosul.

Como resposta, o comissário europeu da Agricultura, Phil Hogan, prometeu na sexta-feira uma "ajuda financeira" de até um bilhão de euros "em caso de perturbação do mercado", embora tenha admitido que o texto implica "alguns desafios para os agricultores europeus".

Seu compatriota, o ministro irlandês da Agricultura, Michael Creed, afirmou que está "muito decepcionado" com a "importante contingente tarifário" sobre a carne bovina, justo no momento em que o setor "enfrenta uma grande incerteza".

O presidente francês, Emmanuel Macron, disse que este é um "bom" acordo, mas que a França permanecerá "vigilante".

Macron se declarou satisfeito porque o texto faz uma referência explícita ao Acordo de Paris sobre o clima e que garante, segundo ele, o respeito das normas ambientais e fitossanitárias da UE.

Agricultores e artesãos de 11 comunidades do território de Suape estão vendendo suas produções no Centro Administrativo do complexo industrial portuário, em Ipojuca, Grande Recife, nesta quarta-feira (12), dentro do projeto "Tô na Feira". Entre os itens comercializados, frutas e hortaliças livres de agrotóxicos, plantas de diversos tipos, doces, geleias, licores, pães, mel, artesanatos, cosméticos derivados de argila, sabão ecológico e até pufes.

Participam do evento cerca de 40 agricultores e artesãos das comunidades de Massangana, Vila Nazaré, Vale da Lua, Gaibu, Engenho Algodoais, Vila Claudete, Vila Dois Irmãos, Engenho Boa Vista, Vila Cepovo, Assentamento Valdir Ximenes e Assentamento Bruno de Albuquerque Maranhão. Os produtos são vendidos para colaboradores da administração de Suape e trabalhadores das empresas do complexo, que são convidados a participar da feira. Há produtos de R$ 0,50 a R$ 100 e muitos comerciantes aceitam cartão de crédito. Quem compra acima de R$ 40 recebe uma sacola ecológica.

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O projeto teve início em novembro de 2017. Segundo Suape, o objetivo é fortalecer a relação com os moradores locais, desenvolver a sustentabilidade ambiental e social das famílias do território e dar oportunidade para os agricultores e artesãos divulgarem e comercializarem seus produtos.

Dentro do projeto, são disponibilizadas 19 barracas, que podem ser divididas para dois expositores. Em 2018, foram realizadas seis edições. Nas últimas edições, cerca de 200 pessoas circularam pela feira. O "Tô na Feira" segue até as 15h desta quarta-feira (12).

Manifestantes bloqueiam a rodovia PE-60, no município de Barreiros, na Mata Sul de Pernambuco, na manhã desta segunda-feira (10). O protesto é organizado pela Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado de Pernambuco (Fetape).

O grupo cobra melhores condições para os trabalhadores do Assentamento Valdir Ximenes. A comunidade rural foi montada para antigos moradores dos Engenhos Ilha e Jurissaca, no município do Cabo de Santo Agostinho, Região Metropolitana do Recife (RMR), que foram remanejados pelo Complexo Industrial Portuário de Suape para construção da Companhia Siderúrgica Suape (CCS).

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Os trabalhadores reclamam da falta de infraestrutura no assentamento e cobram melhores condições e investimento. Segundo eles, crianças estariam sem condição de ir à escola, o escoamento de produção estaria prejudicado, assim como o acesso à emergência médica. Em cartazes, os manifestantes se dizem isolados e alegam que Suape não cumpriu com acordo.

Por volta das 9h30, os agricultores decidiram encerrar o protesto após acordo com a Prefeitura de Barreiros. O município teria se comprometido a entregar máquinas e material para obras no local. Uma reunião com a Casa Civil também foi agendada para a próxima quarta-feira (12), para discussão de pautas dos trabalhadores. O trânsito na PE-60 ficou complicado durante o protesto. 

O Assentamento Valdir Ximenes foi entregue em 2013 para 126 famílias. A área do terreno é de 1,1 mil hectares. Cada família recebeu um lote de cinco hectares com título de posse. O assentamento está dividido entre os engenhos Bombarda e Roncador, com área de reserva legal equivalente a 218 hectares; área de preservação permanente do Rio Una correspondente a 81 hectares; área permanente de preservação de nascente igual a 16 hectares e, por fim, área comunitária e para outros usos com extensão de 134 hectares.

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 O presidente Jair Bolsonaro (PSL) ganhou um elogio, nesta segunda-feira (14), de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos. Durante um evento com a presença de agricultores em Idaho, Trump falou que o militar era um “grande líder” do Brasil. No seu discurso, ainda garantiu que seu governo está promovendo a abertura de diversos mercados internacionais aos produtos americanos. 

“A carne bovina americana está sendo enviada ao Brasil pela primeira vez desde 2003. Eles têm um novo líder e dizem que ele é o Donald Trump da América do Sul. E ele gosta desse apelido”, declarou. 

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Assim que saiu o resultado da eleição presidencial, em outubro do ano passado, Bolsonaro chegou a afirmar que recebeu uma ligação de Donald Trump. Segundo o militar, ele teria desejado boa sorte. “Obviamente foi um contato bastante amigável. Nós queremos sim nos aproximar de vários países do mundo sem o viés ideológico”, comentou o presidente, na ocasião. 

O filho de Bolsonaro, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL), já esteve nos EUA para se encontrar com importantes figuras do Partido Republicano e com Steve Bannon, ideólogo da campanha de Trump, mas hoje afastado do governo. Eduardo chegou a ser fotografado com um boné da campanha para a reeleição de Trump. 

A Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) anunciou, neste mês de outubro, seu novo curso de graduação: o ‘bacharelado em agroecologia, campesinato e educação popular’. Diferente de outras formações, a qualificação tem uma proposta que promete beneficiar, prioritariamente, agricultores, indígenas, quilombolas, pescadores, ribeirinhos, assentados e outros cidadãos ligados a atividades rurais.

Na prática, o curso busca entender as necessidades e experiências das comunidades rurais para, posteriormente, criar estratégias sustentáveis que possam melhorar as atividades técnicas de agricultura, além das demandas relacionadas ao contexto social dos grupos. A graduação funcionará em regime de alternância, em que os estudantes, a partir das suas realidades, levarão dinâmicas à academia para reflexão sobre essas realidades. Mensalmente, os alunos passarão três semanas em casa e uma na universidade - Campus Recife ou em outra localidade, dependendo da necessidade dos alunos -. 

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De acordo com a professora do Departamento de Educação da UFRPE e uma das responsáveis pela criação do curso, Gilvânia de Oliveira, a nova formação surge de demandas identificadas entre trabalhadores ligados a atividades rurais. Nesse sentido, das 40 vagas previstas, 30 são exclusivas a esse público, enquanto que as dez restantes ficarão à disposição dos candidatos gerais.

“O curso surge de outro que não vai ser mais ofertado, licenciatura em ciências agrícolas. Ele vem para atender uma demanda histórica; já havia um trabalho com os movimentos sociais, agricultores, indígenas, quilombolas, trabalhadores do campo, porque eles tinham uma demanda de ter um curso que pudesse formar pessoas e até mesmo eles para atuarem nas suas comunidades”, explica a professora.

A educadora destaca que o objetivo do bacharelado é praticar a sustentabilidade além da questão técnica. “Pensamos em uma agricultura sustentável, não só do ponto de vista técnico, mas também do contexto histórico, político, ambiental e social. O termo campesinato vem da afirmação da identidade dos sujeitos do campo e a educação social é uma forma de propagar experiências entre as comunidades”, comenta Gilvânia.

Seleção

Ainda segundo a professora Gilvânia, o curso terá duração de quatro anos. Os candidatos serão selecionados por meio de notas das cinco últimas edições do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), excluindo assim a necessidade de participação no Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Os concorrentes, para que se encaixem na reserva de 30 vagas, deverão comprovar que são agricultores e indígenas por meio de documentos oriundos do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Fundação Nacional do Índio (Funai), sindicatos, entre outras entidades.

“O Sisu não vai aparecer. Será lançado um edital no site da Rural até dezembro. Vamos fazer um ranking de notas para escolher os candidatos”, explicou a professora. Os interessados nas dez vagas gerais também deverão ser selecionados pelas notas do Enem, mas sem a necessidade de vínculo oficial com atividades rurais.

A professora Gilvânia acredita que o curso deve ter uma procura grande de estudantes oriundos de entidades ligadas ao campo no Brasil. Ela aponta, por exemplo, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, organizações não governamentais, entre outros movimentos.

A partir da divulgação do edital, os candidatos terão acesso a toda a grade curricular do curso. A professora alerta que o anúncio oficial será realizado no site da UFRPE - previsão é para dezembro deste ano -.

Cerca de cem famílias de trabalhadores rurais de diversas comunidades em situação de conflito no estado de Pernambuco estão ocupando nesta segunda-feira (1º) a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), no bairro dos Aflitos, na Zona Norte do Recife. Eles estão acompanhados pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) e reivindicam a desapropriação dos imóveis em que vivem há mais de setenta anos.

Segundo os ocupantes, as propriedades têm dívidas com os governos federal e estadual. Eles estariam sendo ameaçados de expulsão. Famílias residentes de engenhos de Maraial, Jaqueira e Palmares, na Zona da Mata Sul, e Moreno, no Grande Recife, fazem parte do grupo que ocupa a sede. Não há previsão para a ocupação acabar. O Incra informou que ainda nesta segunda-feira as famílias serão recebidas pelo órgão.

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