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Um grupo de ativistas ambientais foi expulso da coletiva organizada pelo Governo de Pernambuco junto ao Exército Brasileiro nessa quarta-feira (17), no Recife. O evento abordou o projeto da Escola de Sargentos (ESA) que será construída no Campo de Instrução Marechal Newton Cavalcanti (CIMNC), em Aldeia, na Zona da Mata de Pernambuco, dentro de uma área de proteção ambiental (APA). À ocasião, representantes de etnias indígenas do Estado, movimentos sociais e integrantes do Fórum Socioambiental de Aldeia foram “convidados a se retirar” da coletiva, a pedido de uma representação do Governo Federal. 

A medida gerou indignação entre os ativistas, que argumentaram estar presentes apenas para a escuta do anúncio, que não teria sido previamente comunicado nem mesmo ao fórum, que é uma representação da sociedade civil. No grupo, também estava a co-deputada Carol Vergolino (Juntas), representando o mandato do Psol. A escola, que precisará invadir área protegida para ser construída, terá seu Termo de Compromisso assinado nesta sexta-feira (19). 

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“Como nós [Fórum] não sabíamos o que seria anunciado nessa coletiva, viemos assistir e ouvir o que é que seria anunciado. Ao chegar aqui, encontramos outros coletivos, o movimento indígena e representantes do Consema. O fórum veio com quatro ou cinco pessoas, praticamente a diretoria toda. Para nossa surpresa, no intervalo, percebemos que os povos indígenas foram convidados a se retirar da sala. Estranhamos a movimentação e a diretora de relações institucionais do fórum desceu para uma sala onde os indígenas estavam sendo abordados por um representante da Presidência da República. Até aquele momento, achávamos que a decisão de retirada tinha sido do Governo do Estado de Pernambuco”, disse Herbert Tejo, do Fórum Socioambiental de Aldeia, ao LeiaJá. 

Segundo Herbert, a secretária de Meio Ambiente, Ana Luiza Ferreira, informou que a decisão não era do Governo Estadual e que não estava ciente do motivo da retirada. Posteriormente, uma representante do Governo Federal informou que a coletiva seria exclusiva à imprensa e que as entidades presentes possuíam interesse em realizar um protesto. O LeiaJá realizava a cobertura do evento, mas não conseguiu confirmar com a Secretaria de Comunicação (Secom) se essa foi a justificativa. 

“Soubemos o que foi noticiado nas redes sociais, de que haveria uma coletiva à tarde, em que o Governo do Estado e o Exército iriam anunciar um acordo com relação à ESA em Pernambuco. O Fórum é representante da sociedade civil no conselho gestor da APA de Beberibe e nós recebemos a delegação do conselho gestor da unidade de conservação para representar o conselho e a sociedade, no grupo de trabalho que foi criado pela governadora para aprofundar o debate sobre o projeto em Pernambuco”, continuou Herbert, que considerou o grupo como “produtivo e positivo”. 

O grupo de trabalho (GT), de iniciativa da governadora Raquel Lyra (PSDB), já passou por três reuniões. Na primeira, o Exército fez uma apresentação; na segunda, o Fórum apresentou alternativas; e na terceira, houve um debate junto à Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), que integra o GT. 

O que querem as organizações 

Organizações sociais e entidades pelo Meio Ambiente questionam a área desmatada para a construção da próxima Escola de Sargentos (ESA) do Estado. Na próxima sexta-feira (19), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participará da solenidade de assinatura do Termo de Compromisso para a construção 

Segundo o Exército, haverá desmatamento para a construção da escola e, posteriormente, o Ibama é quem vai indicar a compensação ambiental. A área é protegida e está em um grande trecho de Mata Atlântica, podendo comprometer cerca de 180 hectares, o equivalente a 180 campos de futebol. A preocupação das organizações é com o impacto ambiental da área desmatada, sobretudo pensando nas reações climáticas a longo prazo. 

Exército diminuiu área desmatada 

Durante a coletiva, o Exército anunciou que diminuiu pela metade a área a ser desmatada para a instalação da Escola de Sargentos que será construída no Campo de Instrução Marechal Newton Cavalcanti. Segundo o general Joarez Alves Pereira Júnior, comandante militar do Nordeste e diretor do projeto da escola, o terreno tem, ao todo, 7.549 hectares, mas o planejamento da unidade prevê a ocupação de 180 hectares. 

"Fomos trabalhando como poderíamos reduzir. Trabalhamos em parceria com o governo para ver o que poderia ser colocada em área desapropriada. Chegamos a um número perto de 90 hectares onde necessitamos suprimir a vegetação", explicou o general. 

Na prática, o Exército mexeu na localização da vila militar para adequar as sugestões da sociedade civil e reduzir a área de mata atlântica a ser desmatada. Segundo o general, 6,2 mil pessoas vão residir na área da escola – que contará com uma base de suporte localizada no Recife, incluindo questões de saúde, hospitalar, depósito de suprimentos e familiar. 

 

Diferente do entendimento de ambientalistas, a governadora de Pernambuco Raquel Lyra (PSDB) entende que a construção da Escola de Sargentos em Aldeia, na Região Metropolitana do Recife (RMR), trará ganhos ambientais ao estado. O investimento de R$ 1,8 bilhão deve ser anunciado pelo presidente Lula (PT) nesta sexta (19).

A gestora destacou que os impactos causados pela construção do equipamento vem tendo amplo debate. "A gente tem o compromisso do Governo Federal de que não haverá perdas ambientais. Muito pelo contrário, haverá ganhos. E a gente tem discutido isso num grupo de trabalho com diversas secretarias, o Fórum Socioambiental de Aldeia e o Ministério da Defesa", disse Raquel.

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O presidente do Fórum Socioambiental de Aldeia, Herbert Tejo, apontou que, apesar da criação do grupo de trabalho, não houve acordo em relação à pauta ambiental. "Um grupo de trabalho foi instalado, mas não houve construção de um acordo. O Exército ainda não concordou em iniciar o reflorestamento antes de desmatar. Vamos saber o que eles têm a dizer", afirmou Tejo, que deve acompanhar a apresentação com mais detalhes do projeto na tarde desta quarta (17).

O júri popular de Danilo Paes Rodrigues chega ao segundo dia nesta quarta (25). A expectativa é que o réu - acusado de participar na morte do pai, o cardiologista Denirson Paes da Silva, em Aldeia, no ano de 2018 - seja interrogado pela juíza Marília Falcone Gomes Lócio, titular da 1ª Vara Criminal de Camaragibe.

A sessão deve ser retomada às 9h, no Salão do Júri Popular do Fórum Desembargador Agenor Ferreira de Lima, na Av. Doutor Belminio Correia, no Centro de Camaragibe. Também está prevista a fase de debates entre Ministério Público (MPPE) e defesa de Danilo.

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O júri teve início nessa terça (24), às 9h42, com o sorteio dos sete jurados para compor o Conselho de Sentença do julgamento. Em seguida, foram ouvidas as testemunhas de acusação arroladas pelo MPPE: o perito criminal da Polícia Civil, Fernando Henrique Benevides; o médico legista do Instituto Médico Legal de Pernambuco, João Batista Montenegro; e a comissária da Polícia Civil, Natália Lemos.

Os trabalhos foram interrompidos por volta das 13h50 e retomados às 14h50, com a ouvida da delegada Carmém Lúcia de Oliveira e da empregada doméstica Josefa da Conceição dos Santos.

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A ouvida das testemunhas arroladas pela defesa começou com a mãe de Danilo, Jussara Rodrigues da Silva, condenada, em novembro de 2019, a 19 anos e 8 meses de reclusão, em regime fechado, pelo homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver de Denirson.

Em seguida, prestaram depoimento o pedreiro Iraquitan Ferreira de Lima, a ex-namorada de Danilo, Gabriele Freitas, e Indalércio Rodrigues, que respondeu na condição de informante por ser parente com o réu. A sessão se estendeu até às 19h40. 

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A sessão do julgamento, nesta terça-feira (24), de Danilo Paes, acusado de ter matado o próprio pai, Denirson Paes, em maio de 2018, começou a ouvir a primeira testemunha apontada pela acusação, uma das dez que deverão ser ouvidas ainda neste dia. 

Entre as testemunhas indicadas pela acusação estão uma das irmãs de Denirson, Cleonice Paes da Silva, e a antiga empregada da família, Josefa Conceição dos Santos.  

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Josefa trabalhou na casa da família por cerca de oito anos, em um condomínio de luxo em Aldeia, bairro de Camaragibe, na Região Metropolitana do Recife, tendo sido cinco anos antes do assassinato de Denirson, e permaneceu por mais três anos, prestando serviço como diarista, contratada pelo filho mais novo, Daniel. Ela conta que demorou para começar a estranhar algo em relação ao paradeiro do patriarca da família. “Eu sentia o que ele [Danilo] tava falando, o pai viajou, e eu não percebi nada. A única coisa que eu percebi foi quando a polícia chegou. Aí eu senti que tinha algo estranho lá”, comentou. 

Josefa relembra que no dia da morte de Denirson, ela havia sido dispensada do serviço por Jussara, sem o conhecimento do esposo. “[eu disse] ‘quinta é minha folga também, né’, ele disse ‘não Zefinha, você não tem folga quinta-feira não. Eu vou trabalhar, que é o último plantão, e sexta eu vou viajar’. Deixei ele vivo, conversando normalmente”, contou. 

Ela ainda comentou como encontrou a casa quando voltou no dia seguinte, após Denirson já ter sido morto, apesar de ninguém saber ainda. “A casa limpa, ela [Jussara] com muitas dores nas costas, na coluna, se queixando, a casinha, que a polícia tanto fala, ela derrubou tudo, eu pensei ‘nossa, ela derrubou tudo, e quando seu Denirson chegar?’”, relembrou. 

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Linha da acusação 

O advogado assistente de acusação do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), Carlos André Dantas, comentou o que a família espera como resultado. “A expectativa de acusação é que se faça justiça. Esse é o sentimento da família, e esse é o sentimento que eu trago aqui hoje”, afirmou. 

Advogado Carlos André Dantas, assistente de acusação. Foto: Rachel Andrade/LeiaJá 

Segundo o promotor de Justiça de Camaragibe, Leandro Guedes, a acusação deverá se manter nas provas técnicas. “A gente vai se ater às provas técnicas, bem técnicas mesmo, porque todo o momento Danilo negou participação, até hoje tá assim, então o que vai resolver são as perícias que foram realizadas nesse processo. Teve perícia de revisão simulada, constatação de sangue, etc”, declarou. 

Promotor de Justiça de Camaragibe, Leandro Guedes. Foto: Rachel Andrade/LeiaJá 

Danilo Paes é acusado de homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver, tendo ajudado a mãe, Jussara Rodrigues, no crime. Jussara foi condenada em 2019 e segue em www.leiaja.com/noticias/2019/11/05/jussara-e-condenada-19-anos-e-8-meses...">https://www.leiaja.com/noticias/2019/11/05/jussara-e-condenada-19-anos-e...">regime fechado cumprindo uma pena de 19 anos, 8 meses e 46 dias. 

 

Acontece nesta terça-feira (24) o primeiro dia do júri popular de Danilo Paes, acusado de matar o próprio pai, o médico cardiologista Denirson Paes, em maio de 2018. O julgamento acontece no Fórum Agenor Ferreira de Lima, em Camaragibe, na Região Metropolitana do Recife (RMR), e tem previsão de se estender até a próxima sexta-feira (27) desta semana. 

O julgamento teve início às 9h, presidido pela juíza da 1ª Vara Criminal de Camaragibe, Marília Falcone Gomes Lócio, e com a presença do réu e sua defesa, assim como a promotoria do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), além da esposa da vítima, Jussara Rodrigues, que está presa desde 2019, condenada pela participação no crime.  

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Defesa aponta culpa de Jussara 

Segundo o advogado de defesa de Danilo, Rafael Nunes, os indícios apontam que não existiam atritos entre pai e filho, como diz a acusação. “Era o pai dele, as pessoas se esquecem disso. Denirson era pai de Danilo, eles tinham uma relação boa, eles tinham uma relação maravilhosa, de admiração, de respeito”, comentou, na entrada do fórum. 

Indícios não parecem justos, aponta defesa 

O advogado ainda levanta algumas inconsistências nos apontamentos da acusação, assim como da investigação feita pela polícia. “O que tem pra Danilo tem pra Daniel. Daniel estava na casa, Danilo também estava. Daniel não estranhou nada, Danilo também não estranhou nada. Foram encontrados resquícios de sangue, tão pouco que nem suficiência tinha para poder identificar geneticamente, no quarto de Danilo e no quarto de Daniel. Não dava nem para identificar se era sangue de Denirson. Ele não estranhou assim como também Daniel não estranhou o comportamento estranho da mãe. Se for pra seguir à risca, o que tem pra Danilo tem pra Daniel. Agora a polícia se precipitou, a polícia investigou com um afã de querer indiciar e querer prender Danilo querendo dar uma resposta rápida pra sociedade”, listou. 

“Eu não tenho qualquer tipo de dúvida que Danilo será absolvido. Estou indo certo, estou com meu time em campo e eu falo tranquilidade que eu conheço a prova dos autos. Danilo Paes é inocente, ele sempre teve uma boa relação com o pai, não existe absolutamente nada pra Danilo que não tenha pra Daniel”, continuou o jurista. 

Testemunhas 

O julgamento deverá ouvir dez testemunhas, sendo cinco indicadas de cada uma das partes. A acusação apresenta um perito, uma Comissária, um médico legista, apontados pelo Ministério Público, além da delegada à frente das investigações, Carmem Lucia e a antiga empregada doméstica da família, dona Josefa Conceição. 

Já a defesa indicou para testemunhar, além do próprio Danilo Paes, sua mãe, Jussara, que chegou ao Fórum em uma viatura da polícia penitenciária, Indalécio Rodrigues, irmão de Jussara, a ex-namorada de Danilo, Gabrieli, e o pedreiro Uraquitan, ex-colega de trabalho de Jussara. 

Começa nesta terça-feira (24) o julgamento de Danilo Paes, acusado de ter assassinado o próprio pai, o médico cardiologista Denirson Paes, em maio de 2018, no condomínio de luxo onde moravam, em Aldeia, bairro do município de Camaragibe, na Região Metropolitana do Recife. O réu irá a júri popular no Fórum Desembargador Agenor Ferreira de Lima, no centro de Camaragibe. O julgamento tem previsão de se prolongar por cerca de três a quatro dias, com a confirmação do veredito ao final de todos os ritos. 

Nesta segunda-feira (23), familiares do Denirson estiveram presentes no Fórum de Camaragibe, juntamente com o advogado assistente de acusação, Carlos André Dantas, que sustenta a convicção de que Danilo será, de fato, condenado. “A expectativa é grande. Nós não temos nenhuma dúvida da participação deste acusado no cometimento desse crime”, afirmou. 

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O que diz a acusação 

De acordo com Dantas, foram feitas perícias no telefone de Danilo, onde encontraram mensagens do filho chamando o próprio pai de ‘lixo’, na semana anterior ao crime. O advogado ainda exemplifica que a perícia encontrou marcas de sangue no cômodo do acusado, levantando a suspeita de sua participação no crime. 

O jurista ainda aponta as contradições identificadas durantes os depoimentos prestados por Danilo. “A própria perícia comprova, e isso foi desvendado e esclarecido em audiência, que no momento do crime ele se encontrava acordado. Até mesmo por conta das contradições que existiram na fala dele desde o início desse inquérito”, relatou o advogado. 

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O caso será julgado pela juíza Marília Falcone Gomes Lócio. O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) informou que o Ministério Público do estado (MPPE) sustenta a denúncia de que o filho mais velho, Danilo, teria ajudado sua mãe, Jussara Rodrigues da Silva, esposa de Denirson, a matar, esquartejar e jogar o corpo de Denirson em uma cacimba localizada no terreno da casa onde morava a família. 

A denúncia acusa Danilo de homicídio triplamente qualificado, tendo como qualificadores: motivo torpe; com emprego de meio cruel; e cometido à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa da vítima. O réu também é acusado de ocultação do corpo da vítima. 

Jussara chegou a ser julgada e condenada, no dia 5 de novembro de 2019, a 19 anos e 8 meses de reclusão, em regime fechado, pelo homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. Danilo foi preso ainda em 2018, por seis meses, mas foi liberado em dezembro daquele ano. Desde então, ele vem respondendo ao caso em liberdade. 

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Entenda as etapas do julgamento 

Segundo o TJPE, o julgamento de Danilo Paes será realizado na seguinte ordem: 

A sessão do júri terá início com a seleção de sete jurados entre 25 voluntários convocados; 

Em seguida, ocorrerá o depoimento de cinco testemunhas de acusação indicadas pelo MPPE e depoimentos de cinco testemunhas de defesa indicados pelos advogados do réu; 

Concluída essa fase, o réu será interrogado em plenário; 

Depois disso, teremos a fase de debates entre a acusação e a defesa: Primeiro o MPPE expõe sua tese em 1h30. Depois a Defesa apresenta sua tese no mesmo período; 

Se houver réplica do Ministério e tréplica da Defesa, ambos têm mais 1 hora para falar no plenário; 

Encerrada a fase de debate, a magistrada se reunirá com o conselho de sentença, formado pelos sete jurados, em uma sala secreta, para decidir se o réu é culpado ou inocente das acusações; 

Em seguida, a juíza voltará para o plenário para ler a sentença. 

Uma criança morreu e cinco indígenas ficaram feridos durante um ataque a tiros a uma aldeia yanomami na região de Parima, em Roraima, nessa segunda-feira (3). Um helicóptero foi enviado de Boa Vista para auxiliar no atendimento às vítimas. 

O Ministério dos Povos Indígenas (MPI) não informou quem foram os responsáveis pelo ataque, mas disse que eles fugiram do local. Servidores do MPI se deslocaram para a aldeia, junto com policiais federais, militares e agentes da Força Nacional de Segurança. 

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“O MPI reforça que segue trabalhando com as demais esferas de governo buscando a completa retirada dos garimpeiros das terras indígenas. Essa atividade degrada não só o meio ambiente, mas ataca o modo de vida e toda a organização social dos povos indígenas”, informa a nota do ministério.

Um dos menores e talvez mais antigos povos indígenas do Brasil, os karipuna, de Rondônia, têm atualmente apenas 62 integrantes e sua luta por direitos não tem ganhado visibilidade.

Conforme o Instituto Socioambiental (ISA), em 2004, o povo karipuna era composto por apenas 14 "sobreviventes". O termo define com precisão o que se passou com eles e os assombra até hoje, já que resistiram ao ciclo da borracha, à gripe, à pneumonia e a inundações de seu território, localizado entre os municípios de Porto Velho e Nova Mamoré. A primeira inundação ocorreu em 2014 e a última, recentemente, em março deste ano, provocando a queda de uma das pontes de acesso à comunidade, informou o Ministério Público Federal (MPF).

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Atualmente, eles enfrentam o assédio de madeireiros e grileiros, relatou à Agência Brasil o cacique da aldeia, André Karipuna. Quanto às inundações, o MPF suspeita que sejam resultado do funcionamento das usinas hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio.

Os karipuna de Rondônia se organizam em torno de somente uma aldeia, a Panorama. A terra indígena (TI) fica próxima aos rios Jaci-Paraná e Formoso, foi demarcada em 1997 e homologada em 1998, com 152.930 hectares. São cerca de 40 mil hectares a menos do que a proposta inicial, área no lado sul que foi invadida por colonos e entregue por um acordo entre a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), o governo estadual e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Conforme os pesquisadores Josélia Gomes Neves, Mary Gonçalves Fonseca e Cristovão Teixeira Abrantes, em artigo divulgado neste ano, os primeiros registros desse povo datam de 1745, sendo que os estudos pouco se ampliaram até 

O cacique karipuna destaca a gravidade da situação, com o risco de extinção de seu povo. Ainda que o cenário dos karipuna de Rondônia tenha atingido a linha do inaceitável, órgãos do Estado, "principalmente os de proteção do meio ambiente, como a Funai e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama)", segundo André, têm virado as costas e deixado de prestar socorro. "Não é de agora isso. Todos os órgãos competentes têm ciência, sabem disso. Um tempo atrás, chegamos a ser oito pessoas e agora estamos na fase de crescimento [populacional]. A gente vê isso com uma preocupação muito grande", lamentou.

Os karipuna de Rondônia, que se distinguem, aliás, dos karipuna do Amapá - já não contam mais mais lideranças espirituais. Além disso, há pouca documentação de pesquisadores sobre esse povo, o que reduz a percepção sobre o nível de perigos, dificultando a cobrança de ações do Poder Público. Outra consequência é que fica reservado a eles um lugar de esquecimento de sua cultura e seu modo de viver.

Na página que o ISA dedica aos karipuna de Rondônia está escrito o seguinte: "Aparentemente, os remanescentes karipuna são advindos de dois grupos locais (malocas): o de Jacaré’humaj e o de Tokwa. Mas a situação atual dos Karipuna, nem mesmo remotamente, lembra aquela antes do contato. Outros grupos da região, depois do impacto inicial do contato, conseguiram refazer (ou ainda estão refazendo, como os Uru-Eu-Wau-Wau) sua demografia e, com isso, mantiveram os padrões principais de sua organização social. O problema demográfico pós-contato, ocorrido entre os Karipuna, não lhes deu qualquer chance de reprodução de suas estruturas de organização tradicionais". Eles já perderam parte significativa dos costumes dos antepassados, em um caminho sem volta.

Os primeiros testemunhos sobre os karipuna de Rondônia chamavam-nos de "Bocas Pretas", por causa das faixas de jenipapo ao redor da boca, tradição também entre os uru-eu-wau-wau e outros grupos tupi kawahibi. Eles se autodenominam ahé (“gente verdadeira”) e falam uma língua da família tupi guarani, dominando também a língua de grupos com os quais convivem, como tupi kawahibi e mawé.

Fazem parte do dia a dia dos karipuna de Rondônia a pescaria e a caça. E também o plantio de arroz, feijão, mandioca, milho e frutas próprias de sua dieta, como o buriti e a bacaba, usadas em rituais e festas. A fabricação de farinha e a coleta de castanha são fontes de renda. Esses meios de subsistência, porém, estão sob ameaça, devido à presença dos invasores no território. O solo, que antes servia ao cultivo de itens da medicina tradicional, agora dá lugar, sem sua permissão, ao pasto. Outra perda são os lugares sagrados.

De acordo com informações do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), em maio de 2017, ano em que a invasão já havia aumentado, a Funai desocupou um posto de fiscalização localizado na entrada da TI, que foi aberto com recursos de compensação ambiental da obra da Usina Hidrelétrica de Santo Antônio. O gerador de energia elétrica do posto foi roubado, a unidade foi incendiada e as placas foram arrancadas. "O procurador Daniel Azevedo Lôbo estranha 'a coincidência' da desativação do posto da Funai com o início do chamado verão amazônico, caracterizado pela estiagem, que facilita as ações de retirada de madeira e desmatamentos", acrescenta, em matéria, a entidade.

Luta com peixe grande

A matéria da organização lembra que, até o ano 2000, a área de desmatamento da terra indígena era de 342 hectares. Nos primeiros oito meses de 2017, 1.045,76 hectares de floresta haviam sido derrubados.

Uma das pessoas da comunidade que detêm o conhecimento da mitologia de seu povo e têm estado à frente de mobilizações é o estudante de direito Adriano Karipuna, que também usa o nome Tangare’i e. Os karipuna creem, por exemplo, na existência do que não indígenas entendem como “céu”, que denominam ywagá e que se assemelha aos moldes da vida na terra, com a possibilidade de casamento entre eles e atividades como a caça, mas sem armas de fogo.

Tangare'i publicou, recentemente, o livro Da Floresta para o Mundo, em que narra o processo de deixar a aldeia Panorama para defender os direitos de seu povo, ao redor do mundo. Ele perdeu o pai aos oito anos de idade e, aos 16, já era um dos porta-vozes dos karipuna. Desde então, apresentou denúncias até mesmo à Organização das Nações Unidas (ONU), com o apoio do Greenpeace e o Cimi, e a entidades do Peru. "Em 2019, denunciei isso no Vaticano, no Partido Verde alemão. Fiquei quase dois meses fora, estive no Parlamento Europeu", relata. "Levei essa preocupação, dizendo que estava denunciando esses ataques vindos da força política. Porque estão vindo da força política. Dizendo que não aceitamos a tese do marco temporal."

Para Adriano, o que se fez, ao reduzir a área da TI na demarcação, foi "premiar os invasores, como sempre". Os loteamentos, afirma, são frutos da ação de pessoas e grupos com poder econômico e de influência, para o cultivo de soja e café, mas também para a pecuária, com "bois piratas", e a piscicultura, que surgem depois que os invasores extraem madeira para repassar a serrarias da região.  Um dos pastos, acrescenta ele, que sobrevoou a área no ano passado, fica a apenas três quilômetros.

"Eles dizem que é o pequeno agricultor. O pequeno agricultor, na região, não consegue destruir o tamanho da floresta que ele destruiu, até porque não tem corpo técnico nem orçamento para isso. Então, é uma mentira que esse povo está vendendo. É peixe grande, porque, se você for ver, como é que o pequeno agricultor, que tem renda de até R$ 3 mil, vai abrir uma estrada no meio da Floresta Amazônica, no meio do nada, de quilômetros e quilômetros, sem máquina pesada? Dentro de três meses, é isso que eles fazem. Então, essa mentira cai por terra. Há, por trás disso, grandes autoridades", afirma Adriano. Ele cita as articulações do governo e da Assembleia Legislativa de Rondônia para reduzir a área de unidades de conservação, como ocorreu com o Projeto de Lei Complementar 080/2020, que previa a exclusão de 171 mil hectares da Reserva Extrativista Jaci-Paraná, reduzindo-a em quase 90%, e a retirada de 55 mil hectares do Parque Estadual de Guajará-Mirim. "E essas unidades estão no entorno das terras indígenas, não só a dos karipuna".

O líder indígena comenta que já aconteceu de autoridades envolvidas com os invasores mandarem a ele recados de ameaça, como também a companheiros seus, e de tentarem colocá-lo no centro de emboscadas, que sempre falharam. Para tentar surpreendê-lo, os invasores chegaram a derrubar árvores no trajeto que faz até a aldeia, para deixá-lo mais vulnerável e impedi-lo de escapar.

"A minha visão, com relação a tudo isso, é que o governo brasileiro, e aí eu digo estadual e federal, cumpriu pouca coisa quanto à proteção do território indígena karipuna, a integridade física dos karipuna, porque nós já sofremos ameaças", declara.

"Nós, karipuna, estamos nos sentindo muito cansados, porque não há mais como denunciar ao Ministério Público Federal (MPF). Nós ajuizamos ação civil pública, que até agora não foi cumprida", conta, em relação à ação aberta, em 2018, contra a União, a Funai, o Ibama e o governo de Rondônia, por meio da qual pressionaram para garantir o afastamento dos invasores e a reativação do posto de vigilância. "Há 89 cadastros rurais [propriedades que constam do Cadastro Ambiental Rural] e já tem o nome das pessoas. Isso está na Justiça."

O constante estado de prontidão e luta tem provocado exaustão em Adriano. "Eu sempre digo, parem de romantizar a luta dos povos indígenas que estão sofrendo. Estou revoltado, porque espero há muito tempo."

Solidão na luta

Apesar da ausência do Poder Público no território dos karipuna, há figuras que estendem a mão, buscam fortalecer o apoio em tarefas do dia a dia e compor, com eles, a frente de resistência, denunciando o que acontece e atenuando a sensação de desamparo. É o caso da irmã catequista franciscana Laura Vicuña, do Cimi e do MPF, que têm se somado ao coro que pede providências com urgência. A Embaixada da Alemanha também contribuiu, a partir da instalação de aparatos de energia solar na aldeia Panorama.

"De 2015 para cá, o povo vem sofrendo muitas invasões, sobretudo na época da PEC [Proposta de Emenda Constitucional] 2015", recorda Laura, em referência à proposta do  deputado federal Almir Sá (PP-RR), que pretendia deixar, exclusivamente ao Congresso Nacional a competência de realizar processos de demarcação de territórios indígenas e quilombolas. "O que mais preocupa é a grilagem de terra, em que os invasores buscam legitimar a posse, inclusive com delegações indo a Brasília."

A missionária lembra ainda que, no auge da pandemia de covid-19, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou, em atendimento à Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 709, movida pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), a retirada dos invasores da TI Karipuna, em agosto de 2020. A determinação foi novamente ignorada.

"Você vai a uma aldeia nova que o povo estava querendo começar. Na porta da casa, está escrito: Amigo, fica de boa, tá? Isso é uma ameaça velada. Área desmatada de um lado, área desmatada de outro e esse recado na porta", conta Laura.

André Karipuna diz que os dias, hoje são preenchidos por aflição, diferentemente do que viveu quando tinha menos idade. "O que eu tinha quando era criança era muita alegria, paz, muito sossego. Porque eu era criança, mas também porque o nosso território não era invadido. Tinha os órgãos competentes muito fortalecidos, e jamais eu esperava e pensava que isso ia acontecer. Era muito boa a minha infância, creio eu, como todos nós, karipuna. Não tinha esses problemas todos no dia a dia e no território."

Em resposta a solicitação da Agência Brasil, o Ministério da Justiça e Segurança Pública disse que "a retirada dos invasores da TI Karipuna faz parte do plano de desintrusão apresentado pelo governo federal no âmbito da ADPF 709". "O plano envolve a articulação de diversos órgãos, assim como ocorreu na TI Yanomami, e será executado de acordo com o pactuado nessa ação. A Polícia Federal segue investigando e apurando denúncias de invasão no território para assegurar o cumprimento da lei."

Em nota, a Santo Antônio Energia afirma que "nenhuma terra indígena sofre impacto direto pela implantação da hidrelétrica", que já implementou ações "que minimizam possíveis impactos indiretos" à TI Karipuna e aguarda tramitação da segunda fase do planejamento para colocá-la em prática. "A Terra Indígena Karipuna (aldeia Panorama) está localizada a cerca de 20 quilômetros do reservatório da Hidrelétrica Santo Antônio e, portanto, não há possibilidade de ter sido afetada por sua implantação ou operação. Uma estação de monitoramento no Rio Jaci-Paraná, em um ponto entre a terra indígena e o distrito de Jaci-Paraná, indica que houve aumento significativo da vazão, resultante das fortes chuvas ocorridas. O alagamento na região foi causado pela limitação de escoamento do solo em casos de chuvas atípicas, resultando no transbordamento da calha do rio", destaca na nota.

A Agência Brasil também procurou a Funai, o Ibama, o governo de Rondônia e a administração da usina hidrelétrica de Jirau, mas não houve retorno até o fechamento desta reportagem.

Na manhã desta quarta-feira (1º), um protesto na entrada de Camaragibe, na Região Metropolitana do Recife, bloqueou a PE-05 na faixa no sentido Centro. Amigos e familiares de Paulo Roberto Nascimento, de 39 anos, conhecido como Paulista, cobram celeridade nas investigações do seu desaparecimento, ocorrido há 11 dias.

Paulo Roberto foi visto pela última vez em um bar na Estrada dos Sete Caminhos, próximo ao km 9,5 de Aldeia. A irmã dele, Ana Cláudia Nascimento, foi informada no local que ele teria ido para Tiúma e retornado ao estabelecimento antes de desaparecer.

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Ela confirmou que um inquérito foi aberto, mas cobra uma resposta efetiva das autoridades em relação às buscas. "A gente só quer uma resposta para encontrar meu irmão, só isso. A gente não tá aqui para prejudicar ninguém. Minha família não tá aguentando essa aflição", relatou.

 A irmã reuniu um grupo decidiu ir à região de mata para procurar Paulo Roberto por conta própria. A família foi informada que a prefeita Nadegi Queiroz teria solicitado que uma comissão fosse formada para conversar diretamente com ela. Os manifestantes pedem apoio da Brigada Ambiental para auxiliar nas buscas.

Por volta das 7h50, o Corpo de Bombeiros chegou no local para apagar as chamas dos pneus que bloquearam a via e liberar o trânsito. Apesar da resistência dos manifestantes, o fluxo foi liberado às 8h40.

Os telefones 98964-2858, 98684-6496 e 99434-9050 foram disponibilizados pelos familiares para quem tiver informações sobre o paradeiro de Paulo Roberto.

Em nota, a Polícia Civil informou que o desaparecimento foi registrado no dia 24 e que a investigação é feita pela delegacia do municípios. "A vítima, um homem de idade não informada, teria saído de sua residênca, no Cha de Tábua, em São Lourenço da Mata, no dia 21 e não retornado até o momento do registro. As investigações foram iniciadas na ocasião e continuam até o esclarecimento do caso", pontuou no comunicado.

A aldeia Marataro Kaeté, em Igarassu, na Região Metropolitana do Recife, está ameaçada por um pedido de reintegração de posse da Prefeitura. Cerca de 60 famílias vivem na ocupação e reivindicam o território ancestral Karaxuwanassu. 

Sem acesso à moradia, os indígenas buscam o direito sobre a terra e pedem acesso a serviços básicos, como saúde e escola para as crianças. Com a alimentação restrita, as famílias vêm sobrevivendo com o apoio de doações do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST).   

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Localizada na Estrada do Monjope, no espaço do antigo Polo Empresarial Ginetta, a aldeia Marataro Kaeté foi erguida no último dia 31. Três dias depois, a Prefeitura de Igarassu conseguiu uma liminar para a reintegração de posse do local. 

A gestão explicou que o espaço havia sido desapropriado com recursos do Fundeb com o objetivo de ser usado para a construção de uma escola integral. O projeto é construir 13 salas de aula, quadra poliesportiva, laboratórios de informática e ciências, e um refeitório para a entrega de quatro refeições diárias aos futuros estudantes. 

Em nota enviada à reportagem, a Prefeitura informou que a Guarda Municipal (GCM) foi à região e constatou que foram feitos danos no contador para interromper o fornecimento de energia e que o portão principal foi arrombado, com a substituição do cadeado. Uma equipe de manutenção elétrica foi ao local com o GCM para restabelecer a energia e religar o circuito de câmeras dos galpões. 

A gestão disse estar comprometida com o acolhimento, mas informou que o município não dispõe dos recursos para atender às famílias, pois vem prestando assistência às pessoas prejudicadas pelas chuvas e ampara 239 venezuelanos.

A deputada estadual diplomada Dani Portela (PSOL) visitou a aldeia nessa segunda (10) e se posicionou em defesa dos indígenas. "Estamos do lado de todo o povo karaxuwanassu. Seguiremos acompanhando esse caso de perto", escreveu em seu perfil nas redes sociais.

No comunicado oficial, a gestão municipal afirmou que tem tratado do assunto com compromisso e respeito junto aos órgãos federais, estaduais e municipais para solucionar o problema, e que busca a desocupação voluntária para evitar os atritos que as ações de reintegração de posse costumam envolver.

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Desde julho, o Fórum Socioambiental de Aldeia vem se reunindo com candidatos ao Governo do Estado, à Câmara Federal e à Assembleia Legislativa de Pernambuco, com o objetivo de cobrar esforços pela preservação de uma das maiores área de proteção do estado, a APA Aldeia-Beberibe. Nos encontros, os políticos são convidados a assinar uma carta de compromisso tornando público seu interesse em promover ações concretas de proteção e fortalecimento da APA.

Atualmente, a área é ameaçada por grandes projetos envolvendo o Governo Federal e Estadual, como o “Arco Viário”, a “Escola de Sargentos” e as termelétricas. “Precisamos chegar um pouco mais próximo dos políticos, conhecer melhor essas pessoas que fazer parte do dia a dia do Estado, em diferentes níveis, e ver as propostas que eles têm para Aldeia e para o meio ambiente”, diz Ludmila Portela, vice-presidente do Fórum.

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Embora exista há 19 anos, o Fórum vem se renovando para manter a luta por preservação. “Somos apartidários. Receberemos qualquer candidato que tenha propostas para Aldeia e para o meio ambiente”, acrescenta Portela.

Os encontros acontecem às terças, sempre às 19h, com transmissão ao vivo pelo Instagram do Fórum. Dentre as políticas e políticos que já participaram estão a deputada estadual Carol Vergolino (Psol), a candidata à deputada estadual Sylvia Siqueira (Rede), o deputado federal Túlio Gadêlha (Rede), a vereadora do Recife e candidata à Alepe Liane Cirne (PT) e Sérgio Urt (PT), que também é candidato a deputado estadual.

Serviço

Rodas de Diálogo do Fórum Socioambiental de Aldeia

 Quando: Sempre às terças-feiras, às 19h, com transmissão ao vivo pelo instagram do Onde: Pizzaria Tomassa. Estrada de Aldeia, km 9

Qualquer pessoa pode participar 

 

Na noite da última sexta (21), uma jovem guarani-kaiowá foi espancada por quatro homens nas proximidades de sua aldeia, localizada no município de Amambaí, no Mato Grosso do Sul. Momentos antes da emboscada, Aline Guarani havia participado de uma live que denunciava o aliciamento de indígenas de sua comunidade pelo tráfico de drogas.

De acordo com um integrante da Organização da Juventude Guarani-Kaiowá (RAJ) que preferiu não se identificar, a jovem sofreu traumatismo craniano em razão de pancadas na cabeça e se encontra hospitalizada em um hospital local. Seu estado de saúde é estável.

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“Temos muitos indígenas desempregados que são abordados por traficantes. Eles entram nas aldeias oferecendo emprego em plantações de soja e eucalipto, levam os indígenas para o Paraguai e muitos de nossos parentes nunca mais voltam. Na verdade, é um processo de aliciamento do tráfico de drogas”, comenta um dos ativistas da juventude guarani-kaiowá.

De acordo com ele, são crescentes os casos de violência contra seu povo, que incluem assassinatos, agressões físicas e atos de intolerância religiosa, como o recente incêndio criminoso praticado contra a oga psy, uma casa de reza, do povo guarani-kaiowá do município de Douradina, também no Mato Grosso do Sul. Na ocasião, idosos e crianças que dormiam no local conseguiram sair das chamas. Ninguém ficou ferido.

“É sempre assim nossa luta, sempre somos ameaçados de morte, é a realidade do nosso território, de nossa luta para sobreviver no Brasil. A monocultura, a soja e o gado invadem nossas terras, gerando o aumento da violência e de casos de depressão, fome e suicídios nas aldeias”, lamenta o indígena.

O povo guarani-kaiowá já acionou o Ministério Público do Mato Grosso do Sul e a Defensoria Pública da União cobrando apoio para exigir que as autoridades garantam a segurança da comunidade. “Ainda não recebemos nenhum retorno deles e não temos nenhum programa de proteção. A Funai também se encontra totalmente abandonada e dá suporte pra gente”, lamenta o ativista. A reportagem do LeiaJá também cobrou posicionamento do Ministério Público. Até o fechamento desta reportagem, nenhuma resposta foi obtida.

Campanha

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A Aty Jovens Guarani-Kaiowá está recolhendo doações para promover um mapeamento de violação de direitos sofridos pela juventude do povo indígena. O grupo recebe alimentos, combustível e dinheiro. Interessados podem contribuir através dos seguintes dados bancários: 

Pix

047.558.951.38

ou

Banco Bradesco

Agência :1277

Conta:0046661_1

Uma criança indígena da etnia Guarani Kaiowá ficou gravemente ferida após ser atacada por um pitbull no sábado (6), em Dourados, no Mato Grosso do Sul. Um fazendeiro vizinho à aldeia Panambizinho teria soltado o animal de propósito na reserva indígena.

A informação das Mulheres Nhandesy, um dos grupos de liderança da aldeia Panambizinho, aponta que a menina foi encaminhada ao Hospital Regional de Dourados, onde deu entrada na UTI.

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O Parlamento Indígena do Brasil (Parlaíndio) criticou os recorrentes ataques de latifundiários ao povo local. “Há anos, o povo Guarani Kaiowá vem sofrendo severas ofensivas dos latifundiários da soja como chuvas de veneno, perseguições, expulsões de suas terras ancestrais, sendo a pistolagem e o assassinato de lideranças uma forma contumaz dos ruralistas da região de coibir a organização indígena”, publicou.

Conforme o MS Notícias, nenhum boletim de ocorrência foi registrado no dia do ataque e o Conselho Tutelar só foi informado na noite dessa segunda (8). A coordenadora Janine Matos apontou que nem as lideranças locais, nem os familiares, nem o próprio hospital informaram sobre o caso e que a entidade só soube do ataque através da repercussão na internet.

Ela vai visitar o hospital nesta terça (9) para adquirir informações pessoais e verificar o estado de saúde da criança. A expectativa é que o Conselho Tutelar acione as autoridades para abrir investigação, pois uma das linhas é de que o pitbull tenha sido doado para um indígena.

A escola Eccoprime, localizada em Aldeia, município de Camaragibe, usou o perfil oficial da instituição no Instagram, na tarde desta segunda-feira (28), para emitir nota oficial. O texto responde os questionamentos e acusações de homofobia após a primeira publicação criticando um comercial pró LGBTQIA+ da rede de fast food Burguer King.

Na legenda da publicação, a Eccoprime agradece o apoio recebido nos últimos dias e afirma que "Amar não é concordar. Discordar não é odiar".

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Confira o comunicado na íntegra:

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No texto, a escola afirma repudiar "toda e qualquer violência contra a comunidade LGBTQIA+" e rejeitar "qualquer espécie de preconceito e discriminação". Entretanto, no mesmo parágrafo, a instituição ressalta que "a prática homossexual não seja apoiada pela Bíblia (Romano 1:18-32), que é a regra de fé e prática do cristão".

Em outro trecho, a Eccoprime aponta que houve excesso por parte da rede de fast food e que não foi levado em consideração o Estatudo da Criança e do Adolescente (ECA), pois, trata-se de "pessoas ainda em desenvolvimento das suas faculdades e, portanto, devem ser protegidas de determinadas exposições".

Sobre a repercussão negativa e acusações de homofobia, a intituição de ensino destaca que é "uma atentado desreispeitoso à diversidade de opinião e as liberdades resguardadas pela Constituição". Ao finalizar o comunicadao, a Eccoprime diz que está aberta ao "diálogo respeitoso".

O atacante do Santa Cruz Madson deu entrevista coletiva na manhã desta segunda-feira (17) e falou sobre sua sequência de jogos no clube, sua maior como profissional, desde 2018 quando defendia o Joinville, e as críticas que vem recebendo por não ter marcado gols ainda com a camisa tricolor. “Quando sair o primeiro gol, pode ter certeza que vão ouvir muito falar de mim”.

Perguntado sobre como vem se sentindo, com a sequência de jogos, 15 partidas na temporada até agora, Madson disse que está muito feliz pelo momento no clube. “Pra mim é muito bom, jogador sempre é bom ter sequência, a gente tem que trabalhar o máximo pra ser uma solução, então é isso que eu venho fazendo. Tô muito feliz, com a camisa do Santa Cruz”.

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Sobre os elogios a sua dinâmica dos jogos e as críticas por não ter marcado gols ainda, Madson disse saber lidar com as críticas e tentar não ficar pensando nelas o tempo todo. “Lido de forma construtiva, a gente tem que saber enfrentar as cobranças e eu entendo também o lado torcedor. Me incomoda muito como eu já falei em outras entrevistas, só que se for ficar martelando isso na minha cabeça vai ser ruim pra mim, então tem que manter o foco, trabalhar firme e manter sempre o pensamento positivo que vai dar certo, que quando sair o primeiro, pode ter certeza que vão ouvir muito falar de mim”.

O Santa Cruz começa nesta segunda a temporada de treinos em Aldeia, visando se preparar para a estreia na Série C. Sobre a importância do momento para o time, o atacante disse enxergar de forma positiva. “Uma intertemporada vai ser muito boa, até para os que chegaram agora, para poder se conhecer melhor, até porque, querendo ou não, aqui é como se fosse uma família, é a convivência do dia a dia, então creio que vai ser muito bom, os trabalhos estão sendo ótimos. Creio que quando tem dificuldade assim é porque vai vir algo muito bom a frente”.

Sobre a Série C e as cobranças do treinador e entre eles, Madson disse que o foco é total no acesso. “Só de vestir a camisa do Santa Cruz já é uma cobrança e responsabilidade imensa. Creio que o objetivo maior é subir, não se fala em outra coisa. Não é soberba, a gente tem que ter ambição na vida, não ganância, mas ambição, isso não é ruim, a meta maior é subir, com o apoio da torcida vai dar tudo certo”.

O jovem Eik Júnior Monzilar Parikokoriu, de 23 anos, da etnia Umutina, teve a garganta perfurada por um pássaro enquanto andava de motocicleta em Barra do Bugres, Mato Grosso. Com a ave presa em seu pescoço, ele percorreu nove quilômetros até chegar, ferido, em sua aldeia. 

Eik chegou a desmaiar de dor, recebendo os primeiros socorros pela família. Em seguida, ele foi levado para a Unidade Básica de Saúde, localizada na própria aldeia, onde conseguiram tirar o pássaro, sem vida, do pescoço do jovem. 

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Ao G1, a técnica de enfermagem Elizete Ariabo Calomeroze, que fez os primeiros socorros na UBS, contou que nunca tinha atendido casos parecidos. "Ele puxou o pássaro e começou a sangrar pelo pescoço e pelo nariz. Fiz a limpeza e liguei para o médico, que me passou as orientações para o atendimento", disse.

O indígena contou que ficará com a carcaça da ave, como forma de recordação pela nova chance de vida.

Um novo local de vacinação vai atender à população de Camaragibe apenas nesta terça-feira (30). Ele receberá os idosos a partir de 65 anos das 9h às 16h, no quilômetro 10,5, no antigo Espaço Saber, em Aldeia.

A Prefeitura reforça que os idosos só poderão receber a dose com agendamento prévio, documento com foto, CPF ou cartão do SUS, além de um comprovante de residência. O cadastro pode ser feito tanto pelo site vacinacovid.camaragibe.pe.gov.br, quanto pelos contatos 9 9945-4405 e 2129-9570.

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A gestão informa que as doses são aplicadas em todos os 45 postos de saúde do município e em mais cinco pontos destinados ao enfrentamento da infecção.

Doação de alimentos

Os três centros de vacinação drive-thru localizados no Privê Vermont; em Aldeia, nas proximidades da Galeria Boulevard; e no Camará Shopping, terão ponto de coleta de alimentos para 26 famílias em situação de vulnerabilidade. A campanha Camaragibe na Corrente do Bem recebe as doações das 10h às 14h.

Um acidente envolvendo um carro e uma van ocorreu na manhã desta segunda-feira (8), na Avenida Vera Cruz, na ladeira do Rachão (Aldeia), no município de Camaragibe, Região Metropolitana do Recife (RMR). De acordo com informações do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), o motorista do carro veio à óbito; ele estava no carro com a esposa e a filha de dois anos.

O acidente ocorreu por volta das 5h28 da manhã e na van havia apenas o motorista. O Samu disse que a criança de dois anos foi atendida pela unidade de saúde do município de Camaragibe e outra vítima, não identificada, foi atendida no Hospital Português.

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Segundo a prefeitura de Camaragibe, além do Samu, foram acionadas a Brigada de Trânsito da Guarda Municipal e a Polícia Militar. As vias seguem interditadas até o momento e o Instituto de Criminalística (IC) foi solicitado no local para investigar as causas do acidente.

O técnico do Santa Cruz Futebol Clube, Itamar Schulle, viralizou na internet ao ser flagrado ‘batendo uma bolinha’ com algumas crianças em Aldeia, Região Metropolitana do Recife, onde fica localizado o centro de treinamento do clube. A ‘pelada’ contou ainda com outros integrantes da comissão técnica e teria acontecido quando o grupo retornava à concentração. 

No vídeo, é possível ver Itamar e outros dois integrantes da equipe do Santa Cruz, jogando uma partida de futebol com quatro crianças no meio de uma rua em Aldeia. Apenas um, entre os três adultos, usa máscara de proteção individual durante o jogo. Nenhum dos menores fazia uso do acessório. As imagens circularam bastante na internet e foram criticadas. “Isolamento social mandou lembrança”; “Nem a máscara usou. Se o treinador não faz correto, imagina seus subordinados”; “Só basta um moleque deste está com o vírus e assintomático... parabéns aos envolvidos”.

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Em entrevista divulgada à imprensa, o técnico explicou a brincadeira e pediu desculpa para os que acharam a  atitude irresponsável.  Itamar garantiu que havia tomado todos os cuidados de higiene necessários à prevenção do coronavírus e que estava seguro por ter sido testado negativo para a Covid. Segundo ele, o convite das crianças para jogar bola era irrecusável. “Com tanta maldade que tem hoje no mundo, tanta coisa ruim, eu sei que não eu não transmiti (o vírus)  pra ninguém porque eu não tenho o vírus,e eu queria dar aquele momento de alegria pra mim, em primeiro lugar, pra relembrar a infância, e também  para aqueles meninos que eu vi que ficaram contentes. Eu não vi maldade naquele momento. eu fiquei muito emocionado. Posso ter errado, então peço desculpas, mas aquele momento ali eu queria me ver feliz um pouco”. 

Veja o vídeo:

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O Ministério Público Federal (MPF) solicitou, nessa quarta-feira (25), que a Polícia Federal (PF) investigue uma suposta expedição missionária à Terra Indígena Vale do Javari, no Amazonas. Para órgão, a entrada de pessoas de fora da aldeia representa grave risco à saúde dos nativos, o que pode acarretar em um aumento expressivo da taxa de mortandade em decorrência da pandemia.

A suposta intenção do missionário americano Andrew Tonkin de invadir o território Igarapé Lambança, tomado por indígenas em isolamento voluntário, poderia ser irremediável. Pois, os moradores são "extremamente vulneráveis a doenças", aponta o MPF. Além do risco, a entrada não autorizada no território pode configurar crime contra a saúde pública, dentre outros ilícitos penais, visto que, a Constituição determina uma política de não contato com povos indígenas isolados.

Além de requisitar a abertura do inquérito, o MPF solicitou informações ao próprio missionário e à Fundação Nacional do Índio (Funai). A intenção é saber quais providência serão adotadas para impedir a entrada de pessoas no território. Andrew Tonkin tem 24 horas para se manifestar e revelar se tem autorização oficial, quem financia a expedição e a identidade dos envolvidos na jornada.

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Nessa segunda-feira (23), a Funai seguiu a recomendação do MPF para alterar a Portaria 419/2020 - que estabelecia medidas temporárias de prevenção à infecção e propagação da covid-19 em terras indígenas - para prever que só a Coordenação Geral dos Índios Isolados e de Recente Contato possa autorizar, em caráter excepcional, atividades no território.

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