Tópicos | apática

Durante protestos sobre temas diversos sociais, uma onda de “todos juntos” por um ideal toma conta de quem vai às ruas. Não foi diferente o que aconteceu, no final da tarde desta quinta-feira (15), no centro do Recife, durante o ato marcado em manifestação ao assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL), que aconteceu na noite dessa quarta (14), no Rio de Janeiro. O protesto, que teve concentração na Câmara Municipal de Vereadores, saiu em caminhada até o Palácio do Campo das Princesas. Em um só tom, os que participaram do ato, em sua maioria jovem, clamavam por justiça e repetiam com insistência a frase “não vão nos calar”. 

No entanto, os militantes, manifestantes e até colegas de Marielle tiveram que durante a caminhada se deparar com o outro lado da história: a apatia. Se, de um lado, o momento era de dor e comoção onde muitos se abraçavam, do outro, não raro, foi visto pessoas que passavam reclamando a começar pelos motoristas que, impedidos de passar, de forma agressiva ressaltavam que travar o trânsito é algo “injusto”. 

##RECOMENDA##

Mais a frente, enquanto caminhavam, muitos dos que passavam a pé também pareciam incomodados. Na hora em que os líderes pediram um minuto de silêncio, um cidadão que provavelmente voltava do trabalho gritou sem pensar: “Isso tudo aqui não resolve nada”. O outro chegou a dizer: "Palhaçada". Os manifestantes calados continuaram como que já conformados com esse tipo de tratamento. 

[@#galeria#@]

No exato momento, uma das que discursaram na hora do silêncio, disse que existe luta enquanto há homens que “planejam” a morte dos que incomodam. “Todos querem o nosso silêncio, o silêncio da nossa liberdade, o silêncio do nosso corpo, mas não nascemos para a dor, não nascemos para o silêncio. O silêncio já não é mais um caminho. Não venha nessa de chamar uma mulher de vagabunda e engole esse assobio”, desabafou uma mulher que se definiu como uma “Marielle Presente”, em referência que todas representam a vereadora. 

No final do ato, que terminou em frente do Palácio do Campo das Princesas, foi mostrado uma outra face: o tumulto gerado pela “ausência” do Estado. Uma fileira de policiais e uma grade separou os manifestantes do palácio, o que gerou revolta por parte de alguns. “Cadê o governador que não vem falar com o povo”, indagou um dos presentes, apesar do horário avançado. “Para que esta grade?”, perguntou outro. Uma confusão iniciou quando alguns tentaram avançar derrubando as grades, mas a reação foi imediata: spray de pimenta contra o grupo. 

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando