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O ministro Kássio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta segunda-feira, 20, que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), preste informações sobre a tramitação de Medidas Provisórias (MPs) no Congresso. O ministro é relator de ação ingressada pelo senador Alessandro Vieira (PSDB-SE) para obrigar Lira a restabelecer a apreciação de MPs em comissão mista.

O pedido do senador visa a resolver o impasse formado entre Lira e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). O regimento do Congresso estabelece que as MPs editadas pelo presidente da República devem ser analisadas em comissão mista (formada por deputados e senadores). Mas em 2020, em meio à pandemia de covid-19, o Congresso definiu que as MPs poderiam ir direto ao plenário da Câmara - o que beneficia os deputados no debate legislativo.

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Em fevereiro, a Mesa Diretora do Senado decidiu retomar a análise das MPs nas comissões mistas, mas a decisão não foi ratificada pela Câmara. Vieira quer, via medida liminar, a suspensão do ato firmado em 2020 para forçar o retorno ao regime ordinário de tramitação.

Vieira considera que Lira está sendo omisso e tem interesse em não firmar o novo ato conjunto. "A apreciação das medidas provisórias não pode continuar a desprezar a exigência constitucional da submissão às comissões mistas, negando aos congressistas o poder-dever de discutir com densidade as matérias, realizar audiências públicas e empregar todos os expedientes necessários para a maturação da discussão", afirmou o senador.

A defesa de Wilson Witzel (PSC), governador afastado do Rio de Janeiro, entrou com recurso contra a decisão do desembargador Claudio de Mello Tavares de interromper o prazo de conclusão do processo de impeachment, que deveria ser concluído em abril de 2021. O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) informou que o pedido será analisado e que Mello Tavares vai preparar a sua decisão, que será apreciada pelos dez integrantes do Tribunal Especial Misto, composto por cinco desembargadores e cinco deputados estaduais.

A data de votação, no entanto, não foi definida. O Tribunal Especial Misto pretende aproveitar a ocasião para ouvir as duas últimas testemunhas do processo que não haviam sido localizadas e que por isso ainda não foram ouvidas. O TJRJ informou ainda que a definição do dia para a votação do recurso, portanto, será feita após a intimação das testemunhas.

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A decisão de Mello Tavares ocorreu após o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes ter aceito o pedido de adiamento do interrogatório de Witzel, que estava agendado para a última segunda (28). Moraes justificou que a defesa do governador afastado poderia ser prejudicada e concedeu a suspensão do interrogatório até que todas as testemunhas fossem ouvidas e que a defesa tivesse acesso aos documentos encaminhados pelo Superior Tribunal de Justiça ao TEM.

Desde agosto Wilson Witzel foi afastado do Governo do Estado do Rio. Pesam contra ele três denúncias de corrupção. Ele é acusado de ter lavado R$ 554 mil, utilizando-se do escritório de advogacia da primeira-dama, Helena Witzel; de integrar o núcleo político de uma organização criminosa; e de ter recebido R$ 53 milhões em propina em um esquema de corrupção envolvendo organizações sociais (OS) da área da saúde.

Diversos projetos de lei em análise na Câmara dos Deputados preveem o uso obrigatório de máscaras pela população em locais públicos, enquanto durar o estado de calamidade pública decorrente da pandemia de Covid-19.

Uma das propostas é o PL 2156/20, do deputado Luciano Ducci (PSB-PR). Segundo o projeto, as máscaras, ainda que artesanais, serão obrigatórias para todos os cidadãos em todos os espaços públicos, nas vias públicas, no transporte público coletivo e nos estabelecimentos comerciais e industriais. Os estabelecimentos públicos e privados autorizados a funcionar deverão fornecer máscaras a seus servidores, funcionários e colaboradores e deverão exigir deles o uso.

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Estados, municípios e Distrito Federal deverão fiscalizar o uso das máscaras. Infratores poderão ser punidos com base na Lei 6.437/77, que trata das infrações sanitárias, e no Código Penal (Decreto-lei 2.848/40), na parte que trata dos crimes contra a saúde pública. Por essa regra, quem infringir determinação do poder público, destinada a impedir a propagação de doença contagiosa, poderá ser punido com detenção de um mês a um ano e multa.

Luciano Ducci observa que, apesar das recomendações de isolamento social, as pessoas continuam circulando e descumprindo as orientações das autoridades sanitárias. “Ademais, alguns estados e municípios estão afrouxando as regras de combate à Covid-19, sob a alegação de que o fechamento do comércio trará danos econômicos irreversíveis”, afirma.

Ainda conforme o texto, caberá aos estados e ao Distrito Federal estabelecer critérios para garantir o fornecimento gratuito de máscaras à população mais pobre.

EPI para funcionários

Na mesma linha, o PL 2059/20, do deputado Giovani Cherini (PL-RS), determina o uso de máscaras em qualquer lugar público, durante todo o tempo. Além disso, todos os estabelecimentos que funcionem com atendimento ao público deverão fornecer aos trabalhadores, além de máscaras, equipamentos de proteção individual (EPI) indicados para a atividade.

Assim como Ducci, Giovani Cherini argumenta que, apesar dos esforços de isolamento social, é inevitável que persista a circulação de pessoas, ainda que seja daquelas que desempenham atividades essenciais. “Todo o distanciamento social pode ser perdido em um único contato desprotegido”, lamenta o parlamentar.

A proposta acrescenta a regra à Lei 13.979/20, que trata do enfrentamento da Covid-19 no Brasil.

Máscaras para clientes

Apresentado pelo deputado Alexandre Frota (PSDB-SP), o PL 2118/20 obriga as empresas autorizadas a retomar suas atividades, em meio à pandemia de Covid-19, a fornecer máscaras de tecido e álcool em gel 70% a seus clientes e consumidores, que só poderão entrar nos estabelecimentos se fizerem uso do equipamento de proteção. Ainda segundo o texto, os funcionários desses estabelecimentos deverão, além das máscaras, usar luvas descartáveis, devendo trocar ambos periodicamente.

Frota observa que paulatinamente as atividades produtivas do País estão voltando à normalidade após um período de restrições, o que não significa deixar de ter cuidados para evitar a disseminação do novo coronavírus.

“Medidas de prevenção ainda são necessárias para a mínima proteção da sociedade. Não podemos pôr tudo a perder quando do retorno das atividades. O sacrifício que a população em geral fez não pode ser em vão”, afirma Frota.

Bancos

Mais restrito, o PL 2173/20, da deputada Rejane Dias (PT-PI), obriga bancos públicos e privados a fornecer gratuitamente máscaras descartáveis para funcionários das agências e também para clientes.

Conforme a proposta, as agências bancárias deverão ainda sinalizar no chão o espaçamento mínimo de 1,5 metro entre os clientes em atendimento e entre aqueles que estejam aguardando na parte externa. Um cartaz com essas informações deverá também ser afixado em local visível ao público.

“Pesquisas vêm apontando que a utilização de máscaras impede a disseminação de gotículas expelidas do nariz ou da boca do usuário no ambiente, garantindo uma barreira física que vem auxiliando na mudança de comportamento da população e na diminuição de casos”, aposta Rejane Dias.

Ainda segundo o texto, os infratores estarão sujeitos a penalidades a serem definidas pelos Procons. Ao mesmo tempo, o projeto estabelece que a não distribuição dos equipamentos será considerada crime contra a saúde pública, punido com reclusão de 10 a 15 anos.

A proposta também acrescenta a medida à Lei 13.979/20.

*Da Agência Câmara de Notícias

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse hoje (23), que a reforma da Previdência deverá ser aprovada dentro de 60 a 90 dias, pelo Congresso Nacional. O ministro ressaltou que está otimista quanto a uma tramitação rápida das novas normas que vão alterar o sistema de aposentadoria no país.

“Acho que 60 a 90 dias isso [reforma da Previdência] está passado e nós vamos entrar em uma agenda extraordinariamente positiva”, disse em evento da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo, na capital paulista.

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“O que eu sinto lá [no Congresso Nacional] é que está havendo enorme colaboração. [Sinto] o senso da classe política de que isso é uma missão importante, uma tarefa importante, e que eles vão estar à altura da responsabilidade que o momento exige. Essa é minha sensação”, acrescentou.

Guedes disse que a rapidez na aprovação deve ocorrer porque o Senado já está acompanhando o assunto em uma comissão paralela, o que, segundo o ministro, evitará o alongamento do prazo para a votação depois de aprovada na Câmara dos Deputados.

“O Senado montou imediatamente uma comissão para acompanhar junto, para justamente não perder mais seis meses. A aprovação deve ser relativamente rápida, ao contrário desse pessimismo geral que está por aí. Eu acredito que nós vamos ter uma reforma interessante”, disse.

 

O julgamento das contas de campanha do presidente eleito, Jair Bolsonaro, no plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), deve ocorrer no próximo dia 4 de dezembro. A aprovação é necessária para que a diplomação de Bolsonaro e do vice-presidente eleito, Hamilton Mourão, ocorra no dia 10 de dezembro, conforme acertado entre o TSE e a coordenação da transição de governo.

O relator do processo no TSE, ministro Luís Roberto Barroso, determinou que a campanha de Bolsonaro apresentasse uma prestação de contas retificadora para esclarecer inconsistências na documentação entregue anteriormente ao tribunal. A prestação retificadora e os documentos complementares foram protocolados no TSE na semana passada.

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Segundo o TSE, todos os candidatos a presidente da República entregaram as relações de receitas e despesas de campanha dentro dos prazos estipulados pela legislação eleitoral. Porém, balanço feito pelo TSE mostra que, dos 28.070 candidatos que concorreram em outubro, somente 20.546 entregaram à Justiça Eleitoral as prestações de contas de campanha - 73,2% do total.

Os prazos para apresentar a movimentação financeira da campanha, no primeiro e no segundo turnos, já se encerraram, mas ainda estão pendentes 7.524 prestações de contas. De acordo com o TSE, a Justiça Eleitoral vai cobrar a prestação de contas, dando prazo de 72 horas para a apresentação dos documentos, a partir da notificação.

Dos 203 candidatos a governador, 190 entregaram os documentos, o que representa 93,6% do total. O índice de prestação de contas entre os candidatos ao Senado é de 88,1% e à Câmara dos Deputados, 74%.

Entre os que concorreram a deputado estadual, 72% entregaram as contas de campanha. Esse índice chegou a 77,7% em relação aos que disputaram uma das 24 vagas de deputado distrital.

O TSE julga as contas de campanha dos presidenciáveis, cabendo aos tribunais regionais eleitorais a análise da movimentação financeira dos candidatos a governador, senador, deputado federal, estadual e distrital.

Segundo o TSE, os candidatos com pendências na prestação de contas não recebem a certidão de quitação eleitoral enquanto perdurar a omissão. Já os partidos que não prestarem contas podem ter suspensa a cota do fundo partidário.

Presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE), desembargador Luiz Carlos Figueirêdo, emitiu uma nota, na noite dessa quinta-feira (28), afirmando que o órgão age com isenção e celeridade diante dos processos eleitorais que são impetrados pelos candidatos a governador do Estado. O posicionamento dele aconteceu após uma visita da chapa Pernambuco Vai Mudar, liderada por Armando Monteiro (PTB), a sede do TRE para uma conversa com o magistrado. 

Após o encontro, Armando disse ter pedido ao presidente celeridade na apreciação de liminares e ter tratado sobre uma denúncia de uso da máquina pública em favor do governador e candidato à reeleição, Paulo Câmara (PSB).

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Na nota, Luiz Carlos Figueirêdo diz que "em nenhum momento" tratou de assuntos que diziam respeito a "suposto uso da máquina" e esclareceu que "todos os processos e demais atos deste Regional estão rigorosamente em dia e que, independentemente do pedido, esta casa tem total interesse e compromisso com o julgamento célere das demandas. Não há pendências".

Na sessão do Pleno do TRE dessa quinta, os desembargadores deferiram uma das liminares apresentadas por Armando, proibindo a veiculação de uma propaganda que faz referência a questões da reforma trabalhista. O "Colegiado reconheceu que houve publicação, em vídeo, de mensagem inverídica que fazia referência a escravos, pelo fato do candidato ter votado a favor da reforma trabalhista". Armando ganhou direito de resposta e Paulo foi condenado a uma multa de R$ 100 mil, com possibilidades de recorrer da decisão.

Na mesma sessão foi deliberado também o direito de resposta em favor de Paulo Câmara e a proibição da veiculação de uma propaganda que liga o governador às operações Lava Jato e Torrentes.

Leia a nota na íntegra:

Em relação à nota publicada pela Coligação Pernambuco Vai Mudar, veiculada na mídia estadual nesta quinta-feira (27/09), a propósito de visita de seus candidatos aos cargos majoritários a este Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE), vem o presidente deste Regional esclarecer:

1 - Em nenhum momento da conversa entre os candidatos e o presidente do TRE-PE foram tratados assuntos que digam respeito a suposto uso da máquina pública em favor de candidato adversário;

2 - Da conversa, participaram apenas o presidente do TRE-PE, o candidato a governador, Armando Monteiro Neto, e seu candidato a vice-governador, Fred Ferreira, além dos dois candidatos a senador, Mendonça Filho e Bruno Araújo.

3 - Na ocasião, os visitantes solicitaram a agilização de julgamentos de processos de seu interesse. O presidente do TRE esclareceu que TODOS os processos e demais atos deste Regional estão rigorosamente em dia e que, independentemente do pedido, esta casa tem total interesse e compromisso com o julgamento célere das demandas. Não há pendências.

4 - De maneira imparcial, foi solicitado a desembargadora relatora do referido processo, bem como aos relatores de TODOS os demais processos que envolvessem possibilidade de atingimento da honra dos candidatos, que - nos termos previstos na legislação e no regimento interno do Tribunal - fossem estes colocados em pauta para julgamento no dia de hoje, caso as suas respectivas relatorias já estivessem sido concluídas, o que de fato ocorreu.

5 - Quanto às matérias jornalísticas que davam conta de que os visitantes vieram ao TRE para "cobrar", diz o presidente que não aceita ou cede a cobrança ou pressão de nenhum candidato, partido ou coligação.

6 - Este Tribunal pauta os seus trabalhos pela absoluta isenção. Além disso, a celeridade é uma das marcas da Justiça Eleitoral pernambucana, desta Corte e dos servidores da casa. Em tempo: desde o início da campanha eleitoral, considerando decisões monocráticas e colegiadas, o TRE-PE julgou 1.309 processos envolvendo registros de candidatura, recursos em geral e representações que envolvem, entre outras, matérias relacionadas à propaganda eleitoral, todos com a maior celeridade possível;

Desembargador Luiz Carlos Figueirêdo

Presidente do TRE-PE

Deputado federal e candidato à reeleição Daniel Coelho (PPS) afirmou, nesta quinta-feira (30), que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) “está fazendo um grande desserviço ao Brasil”, à medida que não toma uma decisão definitiva sobre a candidatura ou não do ex-presidente Luiz Inácio Lula Silva ao comando do Palácio do Planalto.

Em vídeo divulgado nas redes sociais, o TSE “tem que julgar imediatamente se ele é candidato ou não” e aplicar a Lei da Ficha Limpa, já que Lula foi condenado por corrupção e lavagem de dinheiro na Lava Jato.

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“A gente sabe que tem uma Lei da Ficha Limpa, que não permite que aqueles que sejam condenados em segunda instância, em órgão colegiado, disputem eleições. A campanha já começou e a gente continua com uma novela sobre uma possível candidatura de Lula. Agora a gente está vendo uma discussão se ele deve ou não participar do programa eleitoral. O TSE tem que julgar imediatamente. Julgar se ele é candidato ou não, se vai se aplicar a Ficha Limpa ou não”, afirmou o presidente estadual do PPS.

Para Daniel, a indefinição traz um “prejuízo gigantesco” para o processo eleitoral, criando confusão na população. “Isso que está ocorrendo é um desserviço à democracia. Como cidadão brasileiro, como deputado federal, a gente exige que o TSE faça em definitivo esse julgamento para que a gente possa ter uma eleição limpa, honesta e respeitando o que diz a lei: condenado não pode disputar a eleição”, argumentou.

O TSE deve convocar para esta sexta-feira (31) uma sessão extraordinária para analisar os últimos pedidos de registros de candidaturas à Presidência da República, uma vez que o início da propaganda eleitoral no rádio e na televisão para o cargo está marcada para o dia seguinte. Na sessão, pode ser julgado o pedido de registro de Lula, mas não há nada confirmado porque o TSE tem até 17 de setembro para concluir a apreciação dos pedidos. 

Lula está preso desde 7 de abril na sede da Superintendência da Polícia Federal (PF) em Curitiba, em função de sua condenação a 12 anos e um mês de prisão na ação penal do caso do triplex em Guarujá (SP).

As crianças nascidas com microcefalia causada pelo vírus Zika poderão receber uma pensão mensal pelo resto da vida. Esta medida está prevista em dois projetos de lei em tramitação no Senado.

A concessão do benefício para pessoas de famílias com renda inferior a quatro salários mínimos consta no projeto (PLS 452/2017), de autoria do senador Lindbergh Farias (PT-RJ), que está em análise na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). Na última sessão deliberativa do Senado antes do recesso parlamentar, Lindbergh pediu urgência para a votação do projeto no Plenário.

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"As mães de crianças com Zika têm uma verdadeira luta diária para fazerem fisioterapias, para fazerem trabalhos de reabilitação. As pessoas geralmente têm que abandonar os empregos. Eu queria pedir urgência, porque é um projeto em que o Estado brasileiro é obrigado a pagar um salário mínimo a essas mães a título de reparação, porque a Zika, na verdade, tem muito disto: de ausência do Estado, de falta de saneamento básico. E eu sei que é importante a gente votar esse projeto no próximo semestre", disse.

A microcefalia é identificada pelo tamanho da cabeça da criança, bem menor que o de outras da mesma idade e sexo. Com menos espaço para o cérebro crescer, pode haver consequências no desenvolvimento, como dificuldades na coordenação motora e equilíbrio, atraso no crescimento, na linguagem e no aprendizado, epilepsia e paralisia cerebral. A microcefalia não tem cura.

Saúde Pública

Lindbergh lembra na justificativa do projeto que entre as causas da microcefalia está a infecção da gestante pelo vírus Zika, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. O senador argumenta que a erradicação do mosquito era tarefa do governo por conta das consequências danosas à saúde pública, principalmente em razão da dengue.

O senador classificou a proposta como uma “indenização parcial”, pois “é evidente que o ônus material e espiritual que recai sobre as pessoas e as famílias não é passível de ser devidamente indenizado por qualquer dinheiro no mundo”, observa.

Pensão

Pelo texto, o valor da pensão será estipulado de acordo com indicadores da natureza e do grau da dependência resultante da doença microcefálica e não será inferior a um salário mínimo. Os critérios para classificação dos níveis da enfermidade serão baseados em avaliações de incapacidade para o trabalho, para caminhar, para a higiene pessoal e para a própria alimentação.

Para ter acesso ao benefício a pessoa diagnosticada com microcefalia ou seu responsável deverá apresentar um requerimento de pensão ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) acompanhado de um atestado médico comprobatório das condições do paciente, emitido pelo próprio INSS. O Instituto se responsabilizará pelo processamento, a manutenção e o pagamento da pensão.

O recebimento da indenização, de acordo com a proposta, não prejudicará outros benefícios de natureza previdenciária ou assistencial. Além disso, é vedada qualquer redução por conta de acúmulos de outros benefícios.

A matéria tem voto favorável da relatora na CAE, senadora Lídice da Mata (PSB-BA), que destacou o baixo impacto financeiro-orçamentário do projeto para as contas públicas; levando-se em conta que são em torno de 3 mil crianças com microcefalia em decorrência da infecção da mães, o gasto anual seria de R$ 54 milhões.

Alterações

Lídice apresentou duas emendas, uma delas para garantir que a pensão especial seja recebida pela pessoa responsável pela guarda do menor para facilitar a operacionalização do pagamento e também para aumentar o limite de renda familiar de quatro para cinco salários mínimos mensais sem que isso venha a incorrer em aumento dos custos do programa.

“Ao mesmo tempo, seriam incorporadas famílias que estão acometidas pelo mesmo flagelo da dor de ter um ente querido com microcefalia e cujo padrão de renda pouco difere daquele das famílias ora contempladas, sobretudo aquelas com renda próxima do teto”, justifica Lídice.

A outra mudança é para esclarecer os critérios de diferenciação dos valores para a pensão especial que levem em conta as variadas condições de dependência e de incapacidade do beneficiário. Os valores seriam estipulados de acordo com cada caso, tendo como limite inferior o salário mínimo e como limite superior o valor do teto do benefício previdenciário.

A senadora ainda sugere que em caso de morte da pessoa com microcefalia, seja garantida ao responsável uma pensão mínima vitalícia equivalente a 50% do valor da pensão especial, não podendo, entretanto, ser inferior ao salário mínimo.

Após ser avaliada pela CAE, a matéria também será analisada na Comissão de Assuntos Sociais (CAS), que terá a decisão final.

Outro projeto

Também garante pensão vitalícia para pessoas diagnosticadas com microcefalia causada pelo vírus Zika o projeto (PLS 255/2016) do senador Eduardo Amorim (PSDB-SE). A matéria já foi aprovada na CAS e aguarda na CAE o relatório da senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM).

Para o autor, como a doença tem consequências graves e permanentes, a iniciativa busca minimizar o sofrimento e reforçar o orçamento das famílias.

"Diante da gravidade da situação e dos enormes prejuízos físicos e emocionais causados nas crianças microcéfalas e em seus familiares, julgamos que o poder público deve assumir sua parte da responsabilidade e, além de lhes prestar assistência à saúde e educação integral, garantir-lhes o pagamento de benefício mensal e vitalício, com o intuito de custear parte dos enormes gastos necessários para propiciar vida digna a esses indivíduos", explica Amorim.

Zika

De novembro de 2015 a maio de 2018 o Ministério da Saúde notificou 16.028 casos de malformações resultantes do Zika vírus, com confirmação de 3.124 casos. No mesmo período, também foram confirmadas 327 mortes de bebês relacionadas com o vírus.

Os dados, no entanto, apontam para uma redução significativa dos casos de microcefalia registrados no Brasil. A situação mais alarmante foi em 2015, com a confirmação de 1.161 casos. Já em 2016, esse número caiu para 857 casos. Atualmente, o número de casos de microcefalia voltou aos patamares residuais de ocorrência.

Laboratórios do Brasil e de outros países das três Américas estão cada vez mais perto da vacina contra a infecção provocada pelo vírus Zika. Testes já foram realizados com sucesso em animais e agora a vacina está sendo testada em humanos que começaram a produzir os primeiros anticorpos. A eficiência da imunização deve ser confirmada nos próximos dois anos.

*Da Agência Senado

Uma sessão extraordinária está convocada hoje (2) pelo presidente da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, Jorge Felippe (MDB), para apreciar sete projetos de lei (PLs) apresentados pela vereadora Marielle Franco (PSOL), assassinada no dia 14 de março. O crime ainda não foi esclarecido.

As propostas são relacionadas aos direitos de pessoas de baixa renda, mulheres, negros e integrantes da comunidade LGBT - Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros.

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Segundo informações da página do mandato de Marielle na internet, que continua sendo alimentada por sua equipe, os projetos foram colocados em pauta como resultado de uma articulação junto a alguns vereadores.

O objetivo é manter vivo o legado da vereadora. Um abaixo-assinado virtual foi criado para cobrar o voto favorável de cada um dos parlamentares. Até o momento, há mais de 12 mil apoiadores. A cada assinatura, um e-mail é enviado a todos os vereadores.

"As últimas semanas mostraram que milhões de pessoas, no Rio, no Brasil e no mundo inteiro sentem-se representadas pelos projetos e sonhos que Marielle levava para a Câmara. (...) Tentaram assassinar o projeto de uma sociedade mais justa, menos desigual e com mais visibilidade para as mulheres, a população negra, LGBT e favelada. Mas não seremos interrompidas! A voz de Marielle está agora com todos nós: vamos mostrar que seus projetos seguem vivos e que a cidade pede aos vereadores que honrem seu legado!", registra texto publicado na página do mandato.

Projetos

O PL 17/2017, um dos sete que serão apreciados, estabelece a estruturação do Espaço Coruja, um local voltado para o acolhimento noturno de crianças durante o período em que os pais ou responsáveis estiverem trabalhando ou estudando.

De acordo com a proposta, seriam aproveitados espaços já existentes em unidades de educação infantil. "Todos os dias, milhares de mães e pais que estudam ou trabalham à noite, não têm com quem deixar suas crianças. E pior: na maioria dos casos, são famílias pobres, que correm o risco de perder seus empregos ou ter que largar seus estudos por não ter condições de contratar alguém", diz a justificativa do projeto.

Se aprovado, o Espaço Coruja funcionará de 17h às 23h, mas não se propõe a ser uma creche. Para serem recebidas, as crianças precisarão estar matriculadas em alguma unidade no turno da manhã ou da tarde. Além disso, os pais deverão comprovar que trabalham ou exercem atividades acadêmicas no período noturno.

Outra proposta é o PL 642/2017, que estabelece um programa de assistência técnica pública e gratuita para habitações de interesse social. Pretende-se ajudar a população de baixa renda a viabilizar o acesso à moradia, com segurança e qualidade, além de proporcionar o aproveitamento racional dos terrenos e do entorno para a formalização do processo de edificação junto ao poder público.

A medida é apoiada pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro e pelo Instituto de Arquitetos do Brasil. Para as entidades, a construção sem apoio profissional traz riscos aos moradores. Além disso, o projeto contribuiria para evitar a realização de obras em áreas de risco.

De acordo com a proposta, famílias com renda mensal de até três salários mínimos, que possuam um único imóvel e residam no Rio de Janeiro há pelo menos três anos, poderiam buscar junto ao poder profissionais para auxiliá-los na elaboração de projeto arquitetônico e na construção, reforma, ampliação ou regularização fundiária de interesse social.

Já o projeto 417/2017 cria a campanha educativa permanente Assédio Não É Passageiro. A meta é a conscientização e o enfrentamento ao assédio e à violência sexual no Rio, envolvendo espaços públicos e o transporte coletivo.

Medidas socioeducativas

O PL 515/2017 cria o programa de efetivação das medidas socioeducativas em meio aberto para adolescentes infratores. O objetivo é garantir que esses jovens consigam cumprir as determinações judiciais relacionadas à liberdade assistida e à prestação de serviços comunitários.

Segundo dados da Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos, em agosto de 2017 havia 1.107 adolescentes nessas condições no Rio. Segundo a justificativa do projeto, muitos não conseguem vagas para cumprir as medidas determinadas.

Entre as medidas propostas, figura a reserva de um percentual dos empregos do programa Jovem Aprendiz exclusivamente para adolescentes em conflito com a lei. Órgãos públicos municipais deveriam preencher 20% dessas vagas com os que cumprem medidas socioeducativas. Já empresas e entidades que possuem contratos com a prefeitura reservariam 10% dos empregos da referida modalidade.

Os dois últimos projetos de lei que serão apreciados se destinam à criação de datas no calendário oficial da cidade. O PL 103/2017 institui em 25 de julho o Dia de Tereza de Benguela, mesma data em que já se reconhece o Dia da Mulher Negra.

Ícone da luta contra a escravidão, Tereza de Beguela foi uma líder quilombola que viveu em Mato Grosso. Já o PL 72/2017 define o 17 de maio como o Dia de Luta contra a Homofobia, Lesbofobia, Bifobia e Transfobia. A data escolhida faz referência ao dia em que a Organização Mundial de Saúde (OMS) retirou a homossexualidade do Código Internacional de Doenças, o que ocorreu em 1990.

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, decidiu que o ministro Edson Fachin  será o relator do novo recurso no qual a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenta suspender a decisão do juiz federal Sérgio Moro que determinou a execução provisória da pena de 12 anos de prisão na ação penal do triplex do Guarujá (SP).

A defesa havia pedido que o recurso, protocolado no início da noite, fosse encaminhado para o ministro Marco Aurélio, que é contra a prisão em segunda instância. No entanto, a seção responsável pela distribuição das ações entendeu que o caso deveria ser relatado por Fachin, que também atuou em outros casos envolvendo o ex-presidente. Diante do impasse, o ministro pediu que a presidência do STF se manifestasse sobre a questão. Marco Aurélio é relator das ações que discutem de forma mais ampla a questão da segunda instância.

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Na reclamação, a defesa de Lula sustenta que Moro não poderia ter executado a pena de prisão porque não houve esgotamento dos recursos no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), segunda instância da Justiça Federal. Para os advogados, a decisão do STF que autorizou, em 2016, as prisões após segunda instância, deve ser aplicada somente após o trânsito em julgado no TRF4.

Nessa quinta (5), ao determinar a prisão, Moro explicou que, embora caiba mais um recurso contra a condenação de Lula, os chamados embargos dos embargos, a medida não poderá rever os 12 anos de pena. "Não cabem mais recursos com efeitos suspensivos junto ao Egrégio Tribunal Regional Federal da 4ª Região. Não houve divergência a ensejar infringentes. Hipotéticos embargos de declaração de embargos de declaração constituem apenas uma patologia protelatória e que deveria ser eliminada do mundo jurídico. De qualquer modo, embargos de declaração não alteram julgados, com o que as condenações não são passíveis de alteração na segunda instância", afirmou.

A votação da Reforma Trabalhista no plenário do Senado deverá ser o principal tema a movimentar a Casa nesta semana que se inicia. Os senadores deverão primeiro analisar o requerimento de urgência do projeto, na terça-feira (4), e depois votar a reforma, prevista para quarta-feira (5). Para que a reforma seja aprovada é necessária apenas a maioria simples dos senadores presentes.

Outra matéria que está pronta para ser votada pelos senadores há várias semanas e pode ser finalmente concluída é a proposta de emenda à Constituição que torna estupro crime imprescritível. A PEC já foi aprovada em primeiro turno e precisa ser votado em segundo turno.

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Na próxima terça-feira (4), ainda, o presidente da Comissão Mista de Orçamento (CMO), senador Dário Berger (PMDB-SC) colocará em votação o projeto de lei que libera crédito suplementar ao Ministério da Justiça, da ordem de R$ 102 milhões, para a confecção de passaportes. O serviço está suspenso pela Polícia Federal porque o dinheiro previsto para este fim acabou na última semana. Depois que for votado pela CMO, o projeto ainda precisa ser votado no plenário do Congresso Nacional, que está com a pauta trancada por vetos presidenciais.

Ainda se tratando de orçamento, esta semana será a última para que as comissões temáticas do Senado definem as emendas que pretendem apresentar à Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2018. Cada uma das 13 comissões permanentes tem direito a apresentar até duas emendas ao anexo de metas e prioridades, que lista as ações prioritárias para o próximo ano. Elas serão encaminhadas à CMO até quarta-feira à noite.

A Comissão Parlamentar de Inquérito da Previdência também deverá manter sua agenda de reuniões às segundas e quintas-feiras. A próxima audiência pública deverão falar os representantes dos maiores devedores da Previdência no setor comercial. Já foram ouvidos representantes das empresas nas áreas de educação, bancos e indústria.

A Comissão de Assuntos Econômicos do Senado rejeitou, por 10 votos a 9, o relatório do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) sobre a reforma trabalhista. A votação aconteceu no início da tarde desta terça-feira (20) e foi conduzida pela presidente da CAS, senadora Marta Suplicy (PMDB-SP), de forma nominal. Senadores oposicionistas comemoram a rejeição do relatório. 

Com a rejeição do relatório de Ferraço, o voto em separado apresentado pelo senador Paulo Paim (PT-RS) foi aprovado, por unanimidade, e segue agora para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde o relator é o senador Romero Jucá (PMDB-RR).

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"Conseguimos, depois de muita discussão e debates, rejeitar este relatório. Ainda falta uma Comissão tomar sua posição para que a reforma vá ao Plenário, mas esta derrota de hoje fragiliza demais o governo e faz com que muita gente da sua base de sustentação no Senado vá pensar duas vezes antes de votar a favor desta matéria. Isso representa um grau de fragilização que é mais uma forte pá de cau para que possamos derrubar Temer e lutar pelas Diretas Já", enalteceu o líder da oposição no Senado, Humberto Costa (PT-PE). 

A Comissão de Constituição de Justiça (CCJ) do Senado aprovou na última quarta-feira (30) a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prevê eleições diretas no caso de vacância dos cargos de presidente e vice-presidente nos três primeiros anos de mandato. Com isso, a possibilidade de realização de eleição indireta para ambos os cargos ficaria restrita ao último ano do mandato. O texto agora será encaminhado para votação no plenário do Senado e, se aprovado, seguirá para a Câmara dos Deputados.

Entenda a proposta

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A PEC 67 foi apresentada em dezembro do ano passado pelo senador Reguffe (sem partido-DF) e dá nova redação ao parágrafo 1º do Artigo 81 da Constituição Federal. Atualmente, o texto determina que uma nova eleição deve ser convocada 90 dias após a vacância dos cargos de presidente e vice-presidente da República e o parágrafo 1º especifica a forma como deve ser feita a escolha: caso os cargos fiquem vagos nos últimos dois anos de mandato presidencial, a eleição deve ser realizada de forma indireta pelo Congresso Nacional, em até 30 dias.

Caso a emenda votada esta semana na CCJ seja aprovada pelo Congresso Nacional a regra mudaria e a eleição indireta, que é feita pelos próprios parlamentares, só seria adotada se a vacância ocorresse no último ano do período presidencial.

Na justificativa do texto, Reguffe afirma que o objetivo é "devolver à população brasileira o direito de escolher o presidente da República". O senador argumenta que "a proposta atende aos anseios da sociedade brasileira”, desde o movimento pelas Diretas Já, na década de 1980.

O atual relator do projeto, senador Lindbergh Farias (PT-RJ) apresentou um substitutivo ao texto original de Reguffe para que a emenda, se aprovada, passe a vigorar imediatamente após uma eventual saída do presidente Michel Temer do cargo. No entanto, o senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) apresentou um relatório alternativo para derrubar o texto de Lindbergh e recuperar a proposta original.

A polêmica está em torno do prazo mínimo para a convocação da possível eleição direta. O senador Ferraço lembrou jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF) para rebater o relatório de Lindbergh, o qual classificou como inconstitucional. Ele defendeu o chamado princípio da anualidade eleitoral, que diz que qualquer mudança eleitoral deve entrar em vigor um ano após a sua aprovação. Ou seja, a partir deste argumento, a emenda só teria valor no prazo de 12 meses após aprovada, independentemente de quando os cargos ficassem vagos.

Ficou aprovado, após acordo entre os dois senadores, a proposta original aprovada por Reguffe. Mesmo com a aprovação do texto original, Lindbergh disse acreditar que há jurisprudência para que a nova regra passe a valer imediatamente após aprovada.

Tramitação

Após a aprovação na CCJ, a medida agora segue para o plenário do Senado, onde precisa ser votada em dois turnos. O primeiro deve ser feito em cinco sessões de debates e o segundo em três sessões. O quórum para a aprovação é de três quintos dos parlamentares, ou seja, 49 senadores.

Se aprovada, a PEC que permitirá eleições diretas seguirá para a Câmara dos Deputados, onde novamente deverá ser aprovada em dois turnos de votação e por maioria de três quintos dos deputados, equivalente a 308 votos.

Câmara

Além da proposta que avança no Senado, tramita na Câmara dos Deputados uma outra PEC sobre o mesmo tema. A proposta, cuja autoria é do deputado Miro Teixeira (Rede-RJ), prevê eleições diretas caso a vacância nos cargos presidenciais ocorra até seis meses antes do fim do mandato.

No dia 31 de maio, pela quinta reunião consecutiva, os membros da CCJ da Câmara não entraram em acordo para discutir a chamada PEC das Eleições Diretas (227/16). Neste caso, a eleição também seria para mandato-tampão e a votação ocorreria em até 30 dias após a vacância do cargo.

Em reunião da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) nesta terça-feira (30) no Senado, o senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), relator da reforma trabalhista (PLC 38/2017), propôs que seis pontos do texto sejam vetados pelo presidente da República, Michel Temer.

Ferraço afirmou que os pontos são polêmicos e que merecem mais estudos e debates. Ele adiantou que alguns vetos já estão acordados com Temer. Segundo o relator, caso sejam vetados, a expectativa é que retornem ao Congresso por meio de projetos de lei ou de medidas provisórias.

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O pedido foi duramente criticado por senadores de oposição que defendem que as mudanças sejam feitas pelo Legislativo. O senador Lindberg Farias (PT-RJ) chegou a questionar a legitimidade do governo Temer para fazer os vetos.

O senador Jorge Viana (PT-AC) lembrou a proximidade do julgamento de cassação da chapa Dilma-Temer, marcada para a próxima terça-feira (6), no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Para o mesmo dia, também está marcada a votação do texto da reforma trabalhista na CAE.

Vetos

Na lista dos pontos em que o relator sugere vetos está o tratamento da gestante e do lactante em ambiente insalubre. O texto prevê que a trabalhadora gestante deverá ser afastada automaticamente, durante toda a gestação, apenas das atividades consideradas insalubres em grau máximo. Para atividades insalubres de graus médio ou mínimo, a trabalhadora só será afastada a pedido médico.

Outro tema diz respeito ao serviço extraordinário da mulher. O projeto enviado ao Senado pelos deputados federais revoga o artigo 384 da CLT, que determina que a trabalhadora deve ter 15 minutos de descanso obrigatório antes de iniciar o horário de serviço extraordinário, a chamada hora-extra.

Há, ainda, o que trata do acordo individual para a jornada 12 por 36. Para o relator Ricardo Ferraço, Temer deveria vetar também a alteração que permite que o acordo individual estabeleça a chamada jornada 12 por 36, na qual o empregado trabalha 12 horas seguidas e descansa as 36 horas seguintes. Ferraço acredita que o texto aprovado pelos deputados sobre este assunto “não protege suficientemente o trabalhador, que pode ser compelido a executar jornadas extenuantes que comprometam sua saúde e até sua segurança”.

Em relação ao trabalho intermitente, o relator recomenda veto aos dispositivos que regulamentam a prática na qual a prestação de serviços não é contínua, embora com subordinação. Neste tipo de trabalho, são alternados períodos de prestação de serviços e de inatividade, determinados em horas, dias ou meses, independentemente do tipo de atividade do empregado e do empregador. Segundo ele, o melhor seria regulamentar por medida provisória, estabelecendo os setores em que a modalidade pode ocorrer.

O relator defende ainda que uma MP poderia regulamentar a criação da comissão de representantes dos empregados nas empresas com mais de 200 funcionários. O PLC 38/2017 prevê que os representantes não precisam ser sindicalizados e terão o objetivo de ampliar o diálogo entre empresa e empregados, sem estabilidade do emprego.

Sobre a negociação do intervalo intrajornada, o texto aprovado pelos deputados permite que trabalhador e empregador acordem, por meio de convenção coletiva ou acordo coletivo, respeitado o limite mínimo de 30 minutos para jornadas superiores a seis horas”. Para o relator a mudança precisa ser melhor analisada para não gerar “precarização das condições de trabalho, com consequências sobre a saúde e a segurança do trabalhador”.

O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Edison Lobão (PMDB-MA), marcou a votação do projeto que atualiza a lei do abuso de autoridade para próxima quarta-feira (26). Ele disse que não vai mais admitir "obstrução, nem nenhum outro tipo de chicana regimental" para protelar a apreciação do texto.

A leitura do relatório na CCJ, nesta quarta-feira, 19, durou mais de duas horas. Como já era previsto, o relator da proposta, senador Roberto Requião (PMDB-PR), rejeitou o projeto de autoria do líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), e apresentou um substitutivo baseado na proposta alternativa do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, com diversas alterações.

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Desde o final do mês de março, havia um acordo informal para que a votação do texto ocorresse hoje. Porém, após o fim da leitura, diversos parlamentares pediram vista, o que impediria a apreciação. Eles argumentavam que, como Requião fez modificações no texto do Ministério Público, precisariam de mais tempo para análise.

No final do mês passado, Requião havia apresentado outro parecer sobre o mesmo tema, com base no projeto de Renan. Depois do pedido de vista coletiva de uma semana, houve um acordo para que a votação do texto ocorresse hoje. Nesta quarta, o relator justificou que pedidos de vista só podem ocorrer uma vez e que a intenção do adiamento seria de caráter protelatório.

Já o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) argumentou que o próprio relator mostrou que este é um projeto novo, que "nada tem a ver" com o parecer anterior. Lasier Martins (PSD-RS) disse que o novo texto tem diversos trechos subjetivos que precisam ser revistos pelos parlamentares.

O senador Magno Malta (PR-ES), favorável ao projeto, afirmou que o projeto é polêmico e precisa ser melhor discutido. "Ainda mais na situação atual, a situação não é de cair o queixo, é de cair os dentes, está aí o senador Hélio José (PMDB-DF) para provar", brincou. Ontem, a prótese dentária do parlamentar caiu durante discurso em uma comissão. Na sessão de hoje, Hélio José disse que estava defendendo os interesses dos trabalhadores e que já foi ao dentista arrumar a prótese, provocando risos no colegiado.

A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) alegou que o relatório de Requião traz o resultado das vistas concedidas da última vez. "Não cabe dizer que temos pressa, esse é um projeto de 2009", justificou. Ela defendeu que qualquer mudança poderia ser discutida durante a votação hoje. "Não tem por que isso se arrastar ainda mais", ponderou.

Enquanto Jorge Viana (PT-AC) disse que, não fosse a pressão popular, todos os senadores já teriam decidido pela votação. Jader Barbalho (PMDB-PA) também entrou na discussão para pedir que a votação ocorresse impreterivelmente na próxima semana, pois aprovar um adiamento novamente representaria que o Congresso está "com medo" da Justiça.

O senador Roberto Requião (PMDB-PR) afirmou nesta quarta-feira (5) que vai apresentar novo relatório sobre o projeto que atualiza a lei do abuso de autoridade no dia 19 de abril, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Na mesma data, o texto deverá ser votado pelo colegiado. Requião também comunicou, em sessão da CCJ realizada hoje, que vai analisar em conjunto o projeto do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) com base na proposta alternativa do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

A principal diferença entre os textos de Requião e Janot é em relação ao chamado crime de hermenêutica. Pelo texto do senador, se o acusado na primeira instância for inocentado na segunda instância, o juiz da primeira instância pode ser punido. O procurador apresentou uma proposta alternativa para assegurar que um agente público não poderá ser punido por divergências de interpretação de uma lei se apresentar motivos para isso. Na semana passada, entretanto, Requião ignorou todas as sugestões do procurador-geral durante a leitura do relatório na CCJ.

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Apesar de o assunto ser o 25º item da pauta de hoje, a proposta veio a tona durante a reunião devido a uma interferência feita por Jader Barbalho (PA). O senador disse que fica "assustado" quando dizem que a tramitação da proposta visa prejudicar investigações em curso no Brasil, como a Operação Lavo Jato. "O projeto trata do assunto em todas as esferas da Administração Pública brasileira, no Judiciário, no Legislativo, no Ministério Público, no Poder Legislativo, onde ocorrer abuso de autoridade, não especificamente em determinada área", ressaltou.

O parlamentar questionou Requião sobre quem seria responsável por apreciar representações contra autoridades do Executivo, do Legislativo, do Ministério Público ou do Poder Judiciário. "São os integrantes do Judiciário? Ou será que é a classe política que irá apreciar a representação? Eu fico a me perguntar, face ao noticiário, porque me parece que esse instrumento que estaria sendo apreciado aqui, é um instrumento para estabelecer um tribunal de exceção que será instalado no Poder Legislativo; e será a classe política se vingando das apurações", ironizou.

Requião respondeu que são os juízes que julgam o abuso de poder. "Se não cair o foro privilegiado, senador Jader, conforme a proposta do Senador Alvaro Dias, os juízes serão julgados por conselhos de juízes, os promotores também, e os agentes todos que têm foro privilegiado." O relator destacou que incluiu no seu parecer a possibilidade de qualquer cidadão ofendido, privadamente, processar também o agente ofensivo. "E, fundamentalmente, a proposta não é contra agentes públicos, nem contra juízes, nem contra promotores, é contra o abuso de autoridade", defendeu.

Jader Barbalho disse que fica "bastante preocupado" com a possibilidade de que o Ministério Público e os magistrados, contrários ao texto de Requião, estejam "com medo" de seus colegas e dos tribunais de Justiça. "Quem vai julgar crime de responsabilidade é juiz, e será que o pessoal do Ministério Público está com medo dos seus colegas? E será que os juízes estão com medo do julgamento dos seus colegas integrantes do Poder?", indagou.

A comissão especial para analisar o mérito da proposta de reforma da Previdência se reúne nesta terça-feira (14) para definir o roteiro de trabalho. A intenção do relator, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), é conseguir apresentar o parecer até o fim de março.

O texto com a proposta de emenda à Constituição (PEC) 287/16 foi encaminhado ao Congresso Nacional, pelo Palácio do Planalto, em dezembro passado. A proposta é considerada, ao lado da reforma trabalhista, um dos pontos principais do governo do presidente Michel Temer para enfrentar a crise econômica.

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A comissão terá até 40 sessões plenárias da Câmara para debater a matéria, de modo que ela seja levada à votação, em dois turnos, no plenário da Casa. Maia disse que pretende acelerar as discussões e seguir o calendário desejado pelo governo, que quer votar a proposta na Câmara e no Senado até o fim do primeiro semestre deste ano.

No roteiro, Maia adiantou que planeja fazer oito audiências públicas e um seminário internacional para conhecer os sistemas de outros países. Uma das primeiras audiências será sobre a polêmica do déficit previdenciário.

A proposta de reforma da Previdência encaminhada pelo governo estabelece que o trabalhador precisa atingir a idade mínima de 65 anos e, pelo menos, 25 anos de contribuição para poder se aposentar. Nesse caso, ele receberá 76% do valor da aposentadoria - que corresponderá a 51% da média dos salários de contribuição, acrescidos de um ponto percentual dessa média para cada ano de contribuição.

Todos os trabalhadores ativos entrarão no novo sistema. Aqueles que têm menos de 50 anos (homens) ou 45 anos (mulheres) deverão obedecer às novas regras integralmente. Quem tem 50 anos ou mais será enquadrado com uma regra diferente, com tempo adicional para requerer o benefício. Aposentados e aqueles que completarem os requisitos para pedir o benefício até a aprovação da reforma não serão afetados porque já têm o direito adquirido.

Os servidores das empresas públicas e sociedades de economia mista de todo o Brasil podem ficar sujeitos ao teto constitucional de remuneração do serviço público — equivalente ao salário de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), atualmente em R$ 33.763,00. A mudança acontecerá caso uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) apresentada recentemente no Senado, que estende a limitação salarial também a esses funcionários, seja aprovada.

Atualmente, apenas os servidores da administração direta têm seus salários restritos pelo teto — de acordo com a Constituição, nenhum servidor da União, dos estados ou dos municípios pode receber mensalmente mais do que um ministro do STF. A PEC 58/2016, do senador Dário Berger (PMDB-SC), leva essa regra para os servidores das estatais.

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O senador argumenta que tem ficado claro que as estatais praticam políticas salariais “incondizentes com a realidade estatal” e “inteiramente desatrelada da realidade de mercado”.

“A cultura da inesgotabilidade dos recursos públicos empurrou a gestão administrativa dessas entidades aos limites da irresponsabilidade remuneratória, permitindo a captura da estrutura por poderosas corporações de empregados, transformando os meios em fins, em inaceitável inversão de valores e finalidades”, afirma o senador na justificativa da PEC.

O senador afirma,  ainda, que a PEC objetiva apenas restabelecer a regra constitucional que vigorou até 1998, quando uma emenda dispensou os salários das estatais da necessidade de obedecerem ao teto.

A PEC será analisada pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) antes de seguir para o Plenário do Senado. Ela já recebeu voto favorável do relator, senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO) e deve entrar em votação ainda no primeiro semestre. 

O projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA) 2017 começa a ser votado na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) nesta quarta-feira (23). Os pareceres parciais ao texto vão ser analisados hoje pela Comissão de Finanças. Oito parlamentares foram designados como relatores pelo colegiado para avaliar itens específicos das receitas e despesas. A apreciação dos pareceres geral e de redação final está agendada para o próximo dia 30.

A tramitação do LOA 2017 na Alepe teve início em 5 de outubro, quando o secretário estadual de Planejamento e Gestão, Márcio Stefanni, apresentou a proposta em audiência pública promovida pela Comissão de Finanças. De acordo com o projeto, a receita do Estado no ano que vem foi estimada em R$ 33,172 bilhões, montante 1,8% superior ao de 2016 [R$ 32,579 bilhões], mas 3,1% abaixo de 2015 [R$ 33,618 bilhões].

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Ainda no que diz respeito às receitas, há uma estimativa de redução de 19% nas operações de crédito e de 3,1% em convênios no próximo ano. Por outro lado, a arrecadação com fontes próprias deve crescer 3,2%. Quanto às despesas, está previsto crescimento de 3,4% nos gastos com pessoal, 5,6% em custeio e 5,2% na transferência para municípios. Já o desembolso com amortização e juros da dívida deve diminuir em 9,8% e os investimentos, em 1,2%.

No último dia 11, foi encerrado o prazo para que os deputados apresentassem emendas ao Orçamento. Em Pernambuco, cada parlamentar tem direito a uma reserva de R$ 1,43 milhão na LOA, e a execução dos créditos é obrigatória.

Minutos antes da votação do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff (PT), o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PT), afirmou, nesta quarta-feira (31), que a eventual gestão de Michel Temer (PMDB) “não vai se sustentar” por muito tempo. Segundo ele, a partir de hoje, caso a destituição do mandato da petista seja aprovada, o país passara por uma “profunda instabilidade”.

“Espero, sinceramente, que os senadores ajam com responsabilidade e impeçam essa atrocidade jurídica e aberração histórica, caso contrário o Congresso será responsável por um golpe parlamentar que diminui nossa democracia e pode precipitar o país no caos”, cravou. “Esse governo golpista, cujo chefe é alvo de delação no MPF, não vai se sustentar. Cairá muito em breve. O Brasil pode mergulhar, a partir daí, em uma profunda instabilidade”, acrescentou.

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Há pouco, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, que conduz a sessão, concluiu a leitura do relatório do processo, informando que o documento possui cerca de 27,4 mil páginas e 72 volumes. Aliados de Dilma apresentaram um requerimento solicitando o desmembramento da votação: uma para a perda do mandato de Dilma, outra para decidir se, caso se confirme a cassação, a presidente será inabilitada de ocupar cargos públicos por 8 anos.

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