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Depois de brilharem na Copa do Mundo feminina, a arbitragem feminina brasileira voltará a campo. Desta vez, para apitar a partida entre Fortaleza e América-RN, que acontecerá no próximo sábado (3), às 16h, pela primeira fase da Copa do Nordeste 2024.

Na audiência extraordinária da arbitragem desta terça-feira (30), o presidente da Comissão de Arbitragem, Wilson Seneme, revelou as seis mulheres que estarão em campo pela primeira vez pela competição. São elas: Ruthyanna Camila, as assistentes, Brigida Ferreira e Karla Santana, a 4ª árbitra Elizabete Esmeralda,  a assessora Simone Xavier e a analista de campo Aldeilma da Silva.

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“É um sexteto que representará o quadro feminino com  muita competência. A Ruthyanna esteve conosco na primeira sessão de trabalhos da homologação VAR e se destacou. Ano passado, ela já havia se destacado durante o ano todo, então nada mais justo do que darmos o retorno que ela merece. A gente espera realmente que seja a primeira escala de muitas que ela tenha, não só na Copa do Nordeste, como que ela e as suas companheiras tenham uma ótima temporada e possam se destacar no trabalho da arbitragem”, disse Seneme.

Integrando o quadro da CBF desde 2016, Ruthyanna Camila entrou para a história do futebol paraibano ao se tornar a primeira mulher a atuar no clássico entre Campinense e Treze, pelo Campeonato Paraibano de 2022. As assistentes também são muito experientes, Brigida, Karla e Esmeralda atuam em jogos da série A do Brasileirão Masculino.

“É uma conquista muito grande para a arbitragem do Nordeste, para a arbitragem feminina do estado. Elas demonstraram no campo de jogo a capacidade de dirigir um jogo da Copa do Nordeste. Essa escala foi pensada pela Comissão de Arbitragem em cima do desempenho e qualidade que elas apresentaram no campo de jogo. Isso mostra para as outras meninas que se elas se dedicarem, se elas se atualizarem à arbitragem moderna que o futebol exige hoje, que qualquer uma pode ter as suas chances”, disse Regildênia Moura, responsável pelo desenvolvimento da arbitragem feminina.

“Estou muito feliz, realizada e agradecida ao presidente Ednaldo pela confiança ao presidente Seneme, quando me convidou para fazer parte da comissão de arbitragem e a parte disso ser responsável pelo desenvolvimento da arbitragem feminina."

Da assessoria da CBF

A partir deste ano, o Brasil terá mais cinco árbitros no quadro da Fifa, entre juízes de campo, árbitros assistentes e de vídeo. No total, o "time" brasileiro passará a contar com 60 integrantes, entre árbitros de futebol, futsal e beach soccer.

Os reforços são o pernambucano Rodrigo Pereira e o gaúcho Rafael Klein, como árbitros de campo; a mato-grossense Fernanda Kruger e a gaúcha Maíra Mastella Moreira, como árbitras assistentes; e o baiano Diego Pombo Lopez, como árbitro de vídeo.

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A equipe brasileira de arbitragem soma agora 17 árbitros de campo, 19 assistentes, 12 árbitros assistentes de vídeo, oito de futsal e quatro de beach soccer. Os profissionais que passam a contar com o emblema da Fifa em seus uniformes se tornam aptos a atuar em jogos internacionais.

Se uns entram na lista, outros estão de saída. É o caso de Sávio Pereira Sampaio (DF) e Wagner do Nascimento Magalhães (RJ).

Confira abaixo a lista completa:

ÁRBITROS

Anderson Daronco

Bráulio Silva Machado

Bruno Arleu de Araújo

Flavio Rodrigues de Souza

Paulo Cesar Zanovelli da Silva

Rafael Rodrigo Klein

Ramon Abatti Abel

Raphael Claus

Rodrigo José Pereira de Lima

Wilton Pereira Sampaio

Andreza Helena Siqueira

Charly Wendy Straud Deretti

Daiane Caroline Muniz dos Santos

Deborah Cecilia Cruz Correia

Edina Alves Batista

Rejane Caetano da Silva

Thayslane de Melo Costa

ÁRBITROS ASSISTENTES

Alex Ang Ribeiro

Bruno Boschilia

Bruno Raphael Pires

Danilo Ricardo Simon Manis

Fabrício Vilarinho da Silva

Guilherme Dias Camilo

Luanderson Lima dos Santos

Nailton Junior Sousa Oliveira

Rafael da Silva Alves

Rodrigo Figueiredo Henrique Correa

Anne Kesy Gomes de Sá

Barbara Roberta da Costa Loiola

Brígida Cirilo Ferreira

Fabrini Bevilaqua Costa

Fernanda Kruger

Fernanda Nandrea Gomes Antunes

Leila Naiara Moreira da Cruz

Maíra Mastella Moreira

Neuza Inês Back

ÁRBITROS ASSISTENTES DE VÍDEO

Daniel Nobre Bins

Diego Pombo Lopez

Igor Junio Benevenuto de Oliveira

José Cláudio Rocha Filho

Pablo Ramon Gonçalves Pinheiro

Rodolpho Toski Marques

Rodrigo D'Alonso Ferreira

Rodrigo Guarizo Ferreira do Amaral

Rodrigo Nunes de Sá

Wagner Reway

Charly Wendy Straud Deretti

Daiane Caroline Muniz dos Santos

ÁRBITROS DE FUTSAL

Alfredo Carlos Wagner

Felipe de Fabio Ventura

Guilherme Schwinden Gehrke

Ricardo Amaral Messa

Aline Santos Nascimento

Anelize Meire Schulz

Juliana Caroline Angelo

Paula Kamila Silva Cirilo

ÁRBITROS DE BEACH SOCCER

Lucas Estevão

Luciano Andrade

Mayron Frederico Reis Novais

Paula Madeira Liberato

O pênalti marcado para o Santos nos últimos minutos do clássico com o Corinthians, no domingo, continua sendo assunto entre os boleiros. Nesta segunda-feira, o ex-zagueiro e comentarista Diego Lugano, criticou a decisão do árbitro Anderson Daronco de marcar falta de Bruno Méndez em Soteldo após analisar o lance no VAR. O ídolo do São Paulo também detonou o excesso de simulações por parte dos jogadores no futebol brasileiro. O lance permitiu que a equipe santista buscasse o empate por 1 a 1 fora de casa.

"A questão é outra. No Brasil, nos últimos anos, os juízes pegaram o costume de que todo contato é falta. Falta é quando o impacto faz o jogador cair no chão. Por isso que o futebol vira um teatro, é cênico, o jogador que faz mais cena é o que mais engana o juiz e, em consequência, o VAR", disse Lugano, em participação no programa "Resenha da Rodada", da ESPN.

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No lance, Soteldo avança pelo lado esquerdo da área corintiana e vai ao chão após um impacto com o pé de Méndez. Daronco não marca falta e diz que estava com a visão encoberta na hora do lance, após o VAR avisar sobre um possível pênalti. Também pede para ir ao televisor. Em sua avaliação, Daronco entendeu que Bruno Méndez "calçou a passada" de Soteldo na área. O lance gerou indignação nos corintianos, que reclamaram bastante após a partida

"Nem o juiz nem o VAR nunca jogaram futebol, eles não sabem quando um contato significa uma falta, e quando o contato é esse escasso, e o jogador finge e se joga no chão. O Soteldo faz uma cena de Hollywood para enganar o VAR e o juiz, que são muito fáceis de enganar. Esse lance, obviamente, não é pênalti. Qualquer contato para eles é falta, e o jogador sabe disso", complementou Lugano.

O empate deixou o Corinthians em 14º lugar no Brasileirão, com 37 pontos, a cinco do Goiás, time que abre a zona de rebaixamento. O Santos, por sua vez, ficou em 16º, com 34, logo acima dos goianos. Brigando para não cair para a Série B, as equipes voltam a campo nesta quarta-feira, pela 31ª rodada da competição. A equipe corintiana recebe o Athletico-PR, às 19h, na Neo Química Arena, enquanto o time santista enfrenta o Flamengo, às 20h, no Mané Garrincha, em Brasília.

Está em pauta no Senado Federal um projeto de lei que pode profissionalizar o trabalho da arbitragem de futebol no Brasil. O PL 864/2019, de autoria do senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), altera a Lei Geral do Esporte e determina que árbitros e assistentes tenham vínculo empregatício com as entidades pelas quais atuam. Segundo a legislação vigente, juízes e bandeirinhas são trabalhadores autônomos, pagos a cada partida realizada.

A proposta está sendo analisada pela Comissão do Esporte e o tema já foi debatido em audiência pública. O texto original cita falta de garantias para os profissionais da área em caso de acidente de trabalho, além do fato de a equipe de arbitragem ser escolhida mediante sorteio, mantendo árbitros e assistentes sem uma remuneração assegurada no mês.

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Para 2023, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) determinou que um árbitro de Série A recebe R$ 6.500 por partida, se tiver escudo Fifa, ou R$ 4.700, se for vinculado à própria federação brasileira. Um bandeirinha Fifa, por sua vez, ganha R$ 3.900, enquanto um auxiliar da CBF recebe R$ 2.820. A remuneração do assistente de vídeo (VAR) em jogos da primeira divisão é de R$ 2.800, independentemente do vínculo. Os valores contrastam com os altos salários de algumas das estrelas da elite do futebol brasileiro, que chegam a receber mais de R$ 1 milhão por mês.

Presidente da Comissão do Esporte e relator do texto, o senador Romário (PL-RJ) classifica o tema como de suma importância para o desenvolvimento do esporte em geral. Ao Estadão, o ex-jogador afirma haver pontos de consenso no debate com os parlamentares, mas que ainda é preciso consolidar uma visão compartilhada por todos.

"Nossa proposta foi criar um grupo de trabalho bem objetivo, trazendo os árbitros, a CBF, as federações, os Ministérios do Esporte e do Trabalho, outros parlamentares, entidades privadas e advogados, para que a gente consiga rapidamente chegar a um modelo que garanta a valorização e a proteção dessa profissão tão importante", diz Romário. "O tema é complexo. Não há unanimidade nem mesmo entre os árbitros, e a dificuldade maior é saber quem seria o empregador central e como se daria esse arranjo com as demais instâncias, arcando com os custos totais ou não", completa o senador.

DEDICAÇÃO EXCLUSIVA

Entre os convidados para o debate está Leonardo Gaciba, ex-presidente da Comissão de Arbitragem da CBF e atual comentarista dos canais ESPN. Com mais de 15 anos dedicados ao apito, ele argumenta que a profissionalização já existe, e o que falta é a sistematização de como realizá-la - trabalho de carteira assinada, por exemplo. O gaúcho conta que exerceu a função de maneira exclusiva durante a carreira. "Não há condições de ser um árbitro de ponta no Brasil e conciliar outro trabalho. A alta exigência exige dedicação exclusiva."

Fernanda Colombo, ex-árbitra e criadora de conteúdo digital, acredita que uma mudança na legislação, com árbitros tendo direitos garantidos, aumentaria os acertos em campo do profissional pela possibilidade de trabalhar exclusivamente com isso. Ela conta que precisou conciliar a carreira na arbitragem com o trabalho dando aulas de natação, hidroginástica e personal.

"Perdi muitos dias de trabalho devido às viagens que a função de árbitro exige e, com isso, acabei perdendo meus empregos. Era completamente inviável. A arbitragem nunca me deu garantia de nada, sempre foi uma escolha arriscada", conta.

A Inglaterra é o único país onde a arbitragem é profissionalizada, com uma estrutura que disponibiliza preparador físico, psicólogo, médico e fisioterapeuta aos juízes. Em Portugal, apenas árbitros com escudo Fifa podem aderir à profissionalização. A federação do país limita o número argumentando os altos custos com encargos trabalhistas.

PRESSÃO NA ARBITRAGEM

Atualmente, árbitros que cometem erros graves em partidas do Brasileirão são "rebaixados" para as Séries B e C, onde as remunerações são inferiores. Outros são afastados, ficando consequentemente sem receber, e passam por uma reciclagem até serem readmitidos aos sorteios das equipes de arbitragem. Entre os argumentos a favor do projeto no Senado é de que a profissionalização amenizaria a pressão sofrida pela arbitragem no Brasil, contribuindo para o seu aprimoramento. Gaciba rechaça a tese e acredita que a pressão será a mesma ou ainda maior.

"O simples, e importante, fato de ser CLT trará segurança aos árbitros que vivem na incerteza de escalas, mas não tem relação nenhuma com desempenho por si só. Erros acontecem em toda parte e de todos tamanhos. A diferença é como estes erros são abordados. Toda a arbitragem mundial precisa de melhoria, a brasileira não está fora deste contexto", diz.

Fernanda Colombo também acredita que a pressão sobre os árbitros será maior e cita uma cobrança desigual feita atualmente pelo fato de jogadores e treinadores serem profissionais, enquanto a arbitragem ainda é "amadora". "Dentro das condições que são dadas aos árbitros e como o ecossistema do futebol no Brasil reage, nossos árbitros são muito bons. Eles lidam com todos os tipos de pressão possíveis, dentro e fora de campo, sempre com a insegurança de não saber se vai ou não apitar no próximo mês", comenta.

A Justiça da Espanha está fechando o cerco contra o Barcelona. Nesta quinta-feira, o juiz responsável pelo chamado "Caso Negreira", Joaquin Aguirre, formalizou nova acusação contra o clube, formalizando a suspeita de pagamento de suborno. Até então, o caso era investigado como evasão fiscal, com foco no ex-árbitro José María Enríquez Negreira.

A partir de agora, o Barcelona se torna o maior foco da acusação. A suspeita é de que o clube espanhol pagou suborno a Negreira. O valor seria de 7,3 milhões de euros (cerca de R$ 38,5 milhões, pelo câmbio atual), recebidos entre os anos de 2001 e 2018, por ser integrante da Comissão de Arbitragem da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF).

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"O crime de suborno foi consumado uma vez efetuado o pagamento, esteja ou não demonstrada a corrupção sistêmica da arbitragem espanhola devido a tais pagamentos", afirmou o juiz, para quem o Barcelona não usou um "método de pagamento tradicional", mas "uma nova forma de possível remuneração ilegítima".

Na sua avaliação, em documento obtido pelo jornal espanhol El Confidencial, isso representa "possível corrupção sistêmica" na comissão de arbitragem, uma vez que Negreira era quem escolhia os juízes para cada rodada do Campeonato Espanhol.

De acordo com autoridades, no momento não há previsão de prisão dos então dirigentes do clube catalão e da RFEF. Mas isso pode mudar a médio prazo porque também nesta quinta a polícia espanhola fez uma busca e apreensão na sede da federação, com foco na Comissão de Arbitragem, em Madri. Não houve detenções.

Além do Barcelona, são acusados no caso os ex-presidentes do clube Sandro Rosell e Josep Maria Bartomeu e os ex-executivos Oscar Grau e Albert Soler. A direção atual do clube nega qualquer acusação de corrupção e alega que os pagamentos se referem à contratação de Negreira como consultor de arbitragem para orientação do elenco e da comissão técnica.

Do ponto de vista esportivo, o clube catalão não corre o risco de sofrer punições, uma vez que o caso já prescreveu. Mas há risco de sanções na esfera da Uefa, além da Justiça comum.

O empate entre Corinthians e Grêmio por 4 a 4 nesta segunda-feira, em partida atrasada da 15ª rodada do Campeonato Brasileiro, terminou com um lance polêmico de arbitragem. Já nos acréscimos da segunda etapa, Ferreira cruzou a bola na grande área, que bateu no braço de Yuri Alberto, atacante corintiano. Ele tentava bloquear o lance e conseguiu. A CBF entende que houve um erro da arbitragem no lance em questão. E, segundo apurou o Estadão, os árbitros serão afastados, em procedimento já comum na entidade, entre eles Wilton Pereira Sampaio (GO-Fifa), que apitou jogos da Copa do Mundo do Catar.

O árbitro do jogo não marcou nada na jogada. A partida chegou a ser paralisada para a análise do árbitro de vídeo (VAR), comandado por Emerson Ferreira de Almeida Ferreira, que acompanhou a decisão e não chamou o companheiro para a revisão na cabine do VAR. Ambos ficarão um tempo, ainda não determinado, sem apitar jogos do primeiro escalão do futebol brasileiro.

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Emerson Ferreira já havia sido afastado em 2022, após clássico entre Palmeiras e São Paulo, na Copa do Brasil. Na ocasião, à frente da cabine do VAR, ele não checou um impedimento na origem do lance do gol do time tricolor, na derrota por 2 a 1, mas que levou a decisão para os pênaltis. Jonathan Calleri, em posição irregular, foi derrubado por Gustavo Gómez. Emerson chamou o árbitro de campo para a revisão, sem checar a posição do atacante argentino na jogada.

"O árbitro assistente de vídeo deveria ter observado os melhores ângulos disponíveis. Em lances ajustados, a linha virtual deve ser utilizada para a confirmação da decisão de campo", disse a CBF à época admitindo o erro de Emerson de Almeida Ferreira. Na ocasião, o São Paulo avançou às quartas de final.

Desde que Wilson Seneme, chefe da comissão de arbitragem da CBF, assumiu o cargo, a entidade passou a preservar a figura de seus profissionais. Por isso, a análise da atuação do árbitro de vídeo nesta terça-feira, focou em reconhecer e assumir o erro no lance de Yuri Alberto.

Segundo a entidade, que acompanha os critérios definidos pela International Football Board Association (Ifab), que define e regulamenta as regras do jogo, Yuri Alberto tem um movimento antinatural ao executar a jogada de bloqueio no cruzamento de Ferreira - fato que caracteriza, por si só, o pênalti.

Além disso, na revisão do lance pela cabine do VAR, foi buscado a possibilidade de a bola resvalar no pé de Fagner, lateral-direito corintiano, antes de chegar ao braço de Yuri Alberto. Nos ângulos utilizado, é possível determinar que não houve este contato sugerido. Caso fosse detectado, o pênalti não deveria ser marcado e caracterizaria um acerto da arbitragem.

"O jogador (Yuri Alberto) mesmo 'tando' com a mão nessa posição, está natural para essa disputa da bola e não 'tá' com a intenção de bloquear", afirma Emerson, comandante do árbitro de vídeo na partida, no áudio divulgado pela CBF nesta terça-feira. "Você não acha que ele está com o braço muito aberto", argumenta o assistente do VAR. "Está, mas para mim não tem intenção de bloquear, mas, sim, de disputar a bola. Ele está recolhendo o braço", responde Emerson.

Pela primeira vez na história do futebol brasileiro, uma equipe de arbitragem totalmente feminina vai comandar uma partida oficial no País. Ao todo, serão oito árbitras, entre assistentes e VAR, no comando do jogo entre Ituano e Tombense, na próxima quarta-feira, pela 21ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro.

A árbitra principal da partida, a ser disputada no estádio Novelli Junior, em Itu (SP), será Thayslane de Melo Costa (SE-Fifa). Ela terá a companhia das assistentes Maira Mastelia Moreira (RS) e Vanessa Santos Azevedo (SE). A quarta árbitra será Marianna Nanni Batalha (SP), que terá Simone Xavier de Paula e Silva (RJ) como assessora.

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O VAR vai contar com Charly Wendy Straub Deretti (SC-Fifa) no comando. Lilian Silva Fernandes Bruno (RJ) será a assistente e Silvia Regina de Oliveira (SP), a observadora.

No comando geral da arbitragem do jogo, Thayslane agradeceu pela oportunidade. "Quero agradecer ao presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, juntamente com o presidente da Comissão de Arbitragem, Wilson Seneme, pela oportunidade, por acreditarem no nosso trabalho e valorizar o nosso desempenho e performance. Vamos entregar o nosso melhor ao futebol brasileiro. Em nome de toda equipe, quero dizer que sabemos o quanto isso é importante e valorizamos cada oportunidade", comentou

A juíza exaltou a trajetória de Regildenia Moura, primeira mulher a integrar a Comissão de Arbitragem da CBF. "Quero agradecer de maneira especial a Regildenia. Ela tem feito um trabalho brilhante no departamento de arbitragem feminino, nos proporcionando um ambiente acolhedor e oferecendo a melhor maneira de realizar nosso trabalho. Essa representatividade da arbitragem feminina é uma grande conquista para todas", declarou.

Wilson Seneme disse que a escalação 100% feminina na arbitragem é uma conquista das mulheres. "É uma conquista muito importante uma equipe só de mulheres chegar na série B do Campeonato Brasileiro. Isso demonstra a evolução da arbitragem feminina, um dos nossos objetivos na comissão. Estamos vivendo também um momento de Copa do Mundo feminina, portanto nada mais justo do que darmos prosseguimento ao nosso trabalho apoiando o desenvolvimento das árbitras", afirmou.

Os constantes erros de arbitragem na temporada, reforçados por reclamações contundentes de clubes e jogadores, levou a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) a antecipar a concentração dos árbitros escolhidos para apitar as semifinais da Copa do Brasil. Eles passarão por uma preparação especial para minimizar o risco de falhas.

Os profissionais serão submetidos a treinamentos no campo, a ser realizado no Clube da Aeronáutica, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, com a presença de atletas para simular situações reais de jogo. Simultaneamente, os árbitros assistentes de vídeo farão atividades no Centro de Excelência da Arbitragem Brasileira (CEAB).

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Na concentração, os árbitros também receberão alimentação, preparação física, tática e psicológica. Ao todo, 19 árbitros vão participar dos treinamentos, os 14 que estarão nas semifinais, além de cinco convidados.

A primeira semifinal será entre Corinthians e São Paulo, nesta terça-feira, às 21h30, na Neo Química Arena. O jogo será apitado por Wilton Pereira Sampaio (GO), que terá como seus auxiliares: Bruno Pires (GO), Nailton Junior (CE) e Yuri Elino (RJ). Estarão no VAR: Rodrigo Guarizo (SP), Alisson Furtado (TO) e Fabricio Porfirio (SP).

Já a partida entre Grêmio e Flamengo, que será nesta quarta-feira, às 21h30, na Arena do Grêmio, terá no apito o árbitro Raphael Claus (SP), com Bruno Boschilia (PR), Guilherme Camilo (MG) e João Gobi (SP) como auxiliares. Os árbitros de vídeo serão Igor Benevenuto (MG), Dyorgenes Padovani (ES) e Fabrício Vilarinho (GO).

Mesmo com a classificação às semifinais da Copa do Brasil, após a vitória por 2 a 0 em cima do Athletico-PR, o Flamengo saiu do gramado da Ligga Arena, em Curitiba (PR), protestando contra a arbitragem. Por determinação da diretoria, ninguém concedeu entrevistas como protesto pelo que foram considerados 'erros e absurdos'.

Restou apenas um comunicado lacônico: "Por determinação da direção de futebol, atletas e o técnico Jorge Sampaoli não concederão entrevistas após a classificação do Flamengo na Copa do Brasil. Trata-se de um protesto pelos erros repetidos e absurdos durante a partida."

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O lance mais polêmico alegado pelo Flamengo foi um gol anulado, de Gabigol, após revisão no VAR. As linhas para detectar impedimento causaram divergências. Pela primeira imagem mostrada no telão, ficou a nítida impressão de lance legal, com o pé do flamenguista antes do pé do zagueiro Thiago Heleno. Instantes depois, foi mostrada outra imagem, onde o ombro de Gabigol está mais à frente do atleticano.

O árbitro central, o catarinense Bráulio da Silva Machado manteve a decisão do VAR, comando pelo paulista Rodrigo Guarizo Ferreira do Amaral. Os especialistas criticaram a escolha da linha de impedimento, cujo ângulo teria causado dúvida e, por consequência, tirado um pouco da credibilidade do sistema eletrônico.

A direção do clube carioca também reclamou da expulsão do meio-campista Gerson, expulso junto com Thiago Heleno, que chegou para apaziguar um princípio de tumulto entre Gabigol e Vitor Bueno, mas acabou se desentendendo com o zagueiro, com o qual trocou empurrões.

Agora, o Flamengo vai encarar o Grêmio na semifinal. O time gaúcho eliminou o Bahia nos pênaltis após empatar novamente por 1 a 1, em Porto Alegre (RS). Por avançar às semifinais, o Flamengo chegou a R$ 18,7 milhões em premiação. Na final, o vice-campeão garante outros R$ 30 milhões, enquanto o campeão embolsa R$ 70 milhões.

Pelo Brasileirão, o vice-líder Flamengo, com 26 pontos, vai fazer no domingo mais um clássico contra o Fluminense no Maracanã, válido pela 15ª rodada.

O Campeonato Brasileiro deste ano é a primeira competição em nível nacional a adotar novos critérios de arbitragem da International Football Association Board (Ifab), da Fifa e da própria CBF. No início deste ano, a entidade estimulou que o quadro fosse mais combativo na reclamação de jogadores e comissão técnica no campo de jogo. Indicou também que a arbitragem fosse mais generosa nos acréscimos, compensando paradas para, além de atendimento médico e substituições, comemorações dos gols.

Essas novidades já eram tendência na última Copa do Mundo, disputada no Catar. A competição foi o primeiro Mundial a adotar punições com cartões vermelhos e amarelos à comissão técnica e ditou a "moda" que segue no Brasileirão deste ano: longos períodos de acréscimos ao final de cada tempo.

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De acordo com levantamento do Estadão, completada a nona rodada do Campeonato Brasileiro, cerca de 13 minutos a mais são acrescidos em média ao tempo de jogo. Isso equivale a 15% do tempo total do jogo. Wilton Pereira Sampaio e Raphael Claus, árbitros brasileiros que atuaram no Catar, acrescem dez e 12 minutos, em média.

A cada súmula, disponibilizadas na íntegra no site oficial da CBF, os árbitros apontam quais foram os principais pontos que determinaram o acréscimo no tempo de jogo. Wilson Seneme, chefe da comissão de arbitragem, afirmou ao Estadão que a entidade enxerga com bons olhos esses parâmetros adotados a partir deste ano. De acordo com ele, o futebol brasileiro passa a estar alinhado com as tendências da Fifa.

"Estamos super felizes com o que os árbitros têm feito, e que é uma estratégia nossa. Posso garantir que o Brasil, juntamente com a Fifa, é um dos poucos países que coloca esse tipo de instrução na prática, ou seja, um acréscimo elevado, de acordo com a perda de tempo que os jogadores têm. Isso tem sido algo positivo no futebol brasileiro e, o mais interessante, em todas as divisões e em todas as categorias", afirma.

Seneme esteve presente no último Mundial, in loco, por ser membro da comissão de arbitragem da entidade máxima do futebol. "Nós vimos acréscimos de seis, sete, oito, até dez minutos, tanto na Série A do Campeonato Brasileiro quanto nos jogos da Série D, por exemplo. Isso é muito importante porque é uma instrução universal", continua.

O tempo de jogo é uma questão importante para a Fifa e a Ifab há tempos. Neste ano, em reunião, foi discutida a possibilidade de acabar com os 90 minutos do tempo regulamentar e a possibilidade de o relógio parar quando a bola sair de campo, a exemplo de outras modalidades, como o basquete. As medidas não foram adotadas, mas seguem como possibilidade para o futuro.

Manoel Serapião Filho, ex-árbitro da Fifa e autor do projeto VAR, adotado pela Fifa na última década, é um dos críticos desse modelo de acréscimo adotado atualmente. "Uma coisa é contabilizar momentos de clara paralisação do jogo. Outra é medir coisas pequenas, como tempo de cobrança de tiro de meta ou lateral. Isso fere a essência do futebol e transforma o árbitro em contabilista", afirma, ao Estadão.

O tempo de comemoração de gols passou a ser um critério para o acréscimo no tempo do jogo a partir desta temporada. Foi determinado na última reunião entre Ifab e Fifa. A partir da próxima temporada europeia, 2023/2024, os árbitros deverão ter isso em mente na adoção dos acréscimos. No Brasil, a medida já está em vigor desde o início do Brasileirão.

"Se os jogadores comemorarem dentro da própria essência do jogo, não exagerarem, não há necessidade de acrescer este tempo ao final da partida", pontua Serapião. Não é raro observar mais de dez minutos acrescidos ao fim de cada tempo nas partidas do Brasileirão. O recorde até a nona rodada em um só tempo foi a partida entre Cruzeiro e Fluminense, em que o árbitro Flávio Rodrigues de Souza acresceu 14 minutos na segunda etapa.

Essa tendência da Fifa se mostra na média dos árbitros do Brasileirão. Paulo Cesar Zanovelli, Edina Alves e Anderson Daronco, todos com licença da CBF, são os três que mais acresceram tempo ao final de cada etapa - entre 14 e 15 minutos, em média.

QUINTO ANO DO VAR

Adotado pela Fifa no Mundial de 2018, o VAR foi testado pela CBF na Copa do Brasil do mesmo ano e, a partir da temporada seguinte, utilizado à exaustão no Campeonato Brasileiro. Serapião, autor do projeto que foi adotado pela entidade máxima do esporte, não previa o recurso do monitor no campo de jogo para que a arbitragem fosse capaz de revisar os lances com o recurso das câmeras de vídeo.

"A adoção do monitor criou um 'elefante branco' ao meu ver porque diverge do conceito de erro claro da arbitragem. O VAR passou a chamar o árbitro para rever lances em que é necessário uma interpretação, sendo que esse não é o conceito original", afirma Serapião.

Vale ressaltar que houve uma redução no tempo que o VAR leva para realizar as checagens de vídeo. Seneme destaca a evolução da operação das cabines de vídeo. "Os avanços do VAR são muito claros e os números representam isso. Não houve uma mudança de perfil ou de regra do jogo e, sim, pelo bom entendimento do critério de correta linha de intervenção que o VAR deve exercer sobre o jogo."

Um dos planos da comissão de arbitragem da CBF foi designar árbitros específicos e exclusivos para a operação do VAR. Wagner Reway, por exemplo, é um dos nomes que deixou o campo de jogo para se concentrar exclusivamente no recurso de vídeo. "Antes havia uma rotatividade muito grande, o que acabava não desenvolvendo profundamente todos os árbitros. Hoje, temos um grupo reduzido, porém muito mais especializado no trabalho de VAR e isso tem dado uma qualidade melhor neste ano", destaca Seneme.

"Alcançamos uma interpretação melhor das jogadas. Isso faz com que essas ferramentas de treinamento com jogadores, de simulações com o VAR, nos dê uma prática maior. Entendemos que saímos da teoria e hoje temos árbitros muito mais práticos do que teóricos." Novos árbitros, ainda obtendo experiência no Brasileirão, foram lançados por Seneme. Ex-árbitros, ouvidos pela reportagem do Estadão, destacam como um ponto positivo da liderança de Seneme.

Até o momento, 22 juízes diferentes apitaram os 90 jogos da Série A - uma média de um juiz a cada quatro partidas. Braulio da Silva Machado, árbitro Fifa, foi o que mais trabalhou neste início de Brasileirão, tendo arbitrado oito partidas. Rafael Rodrigo Klein e Raphael Claus ficam logo atrás, com sete jogos cada.

VÍDEOS CBF TV

Novidade para este ano, as revisões do árbitro de vídeo passaram a ser anunciadas nos alto-falantes e telões do estádio. É uma forma encontrada pela entidade para solucionar e clarificar a atuação do VAR e da arbitragem no País. De acordo com fontes ouvidas pela reportagem, é reflexo de uma tendência da CBF de proteger seu corpo de árbitros, desde que Leonardo Gaciba foi chefe da comissão.

"A transparência é a chave. Quanto mais nós demonstrarmos transparência para o público em geral, maior vai ser a credibilidade que iremos obter. Todos os recursos que temos utilizado, em nenhuma parte do mundo, nem mesmo na Fifa, acontece da forma como fazemos", ressalta Seneme.

Lances polêmicos de cada rodada são revisados no programa "Papo de Arbitragem" por Seneme e postados, com a análise do chefe da comissão, nos canais oficiais da entidade. Também são reveladas conversas entre a cabine do VAR e o árbitro de campo, para entender como se deu o diálogo na revisão de lances polêmicos na partida.

"Ele tem o sentido didático de demonstrar a correta interpretação que vem da Fifa das regras do jogo, os áudios públicos. Quando a Fifa nos permitir, queremos que as decisões sejam tomadas pelos árbitros ao vivo nos estádios, com os áudios ao vivo. Tudo que for para dar mais transparência e humanizar a atividade dos árbitros, vamos fazer", afirma Seneme.

Na maioria das vezes, há um consenso entre as partes - comissão de arbitragem e revisão do VAR. "Há uma ideia, muito clara com Gaciba, de preservar o árbitro. Nomes de peso, como os de Daronco, Claus e Wilton Pereira Sampaio, não serão punidos por erros pontuais, mas em outros casos a CBF deve chamar os árbitros para instruí-los, mas preservando seu trabalho", destaca Serapião.

CARTÕES AMARELOS E FALTAS

No início do Brasileirão, os árbitros foram instruídos a serem mais punitivos com reclamações de jogadores e comissão técnica nos jogos. Dos dez árbitros que mais apitaram partidas neste ano, Paulo Cesar Zanovelli da Silva é o que mais aplica cartões amarelos a cada partida (média de 7,6 por jogo). Em número de faltas por jogo, três árbitros ficam empatados. Bruno Arleu de Araújo, Rafael Rodrigo Klein e Braulio da Silva Machado. Destes, Braulio é o único com licença da Fifa.

O clássico entre Atlético-MG e Cruzeiro, no último domingo, foi o que registrou o maior número de cartões (12). Sávio Pereira Sampaio ficou responsável pela arbitragem em campo. O árbitro apitou outros quatro jogos, além do clássico mineiro.

A fim de ter árbitros mais rigorosos na definição dos acréscimos, fortalecer o novo protocolo de VAR e, ao menos, tentar uniformizar critérios na hora de marcar faltas e mostrar cartões, a CBF decidiu levar 168 profissionais do apito, entre árbitros e assistentes, para uma pré-temporada no Rio. Metade deles passa por treinamento nesta semana e outra estará na cidade na próxima, às vésperas do Brasileirão.

As atividades ocorrem sob supervisão - e pulso firme - do presidente da Comissão de Arbitragem, Wilson Seneme. Em fevereiro, durante o Conselho Técnico da Série A, ele apresentou as novidades aos dirigentes dos 20 clubes: acréscimos mais longos, como os vistos na Copa do Mundo, revisões do VAR no telão dos estádios, com áudio em tempo real, e linhas de impedimento que, na dúvida, passarão a beneficiar os atacantes.

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Agora, todas essas medidas estão sendo passadas diretamente aos árbitros da elite nacional. "A ideia geral segue a linha da Fifa, do departamento de arbitragem da Fifa. Em todos os eventos os árbitros passam por avaliações teóricas, atualizações da regra, interpretação de cada situação de mão, de entradas, a parte teórica em sala de aula e também em campo, com a participação de jogadores", disse nessa quarta-feira, durante atividade com 84 profissionais, no Rio.

A principal novidade está na linha do VAR. Agora, quando as linhas vermelha e azul - que indicam as posições de defesa e ataque - ficarem sobrepostas, a orientação é que o lance seja dado como válido. "Existe uma adaptação nova, que a Europa, muitas ligas e a própria Fifa já usam, de que quando as linhas se sobrepõem, elas vão agora favorecer o ataque. A gente não consegue ter o ponto zero do contato do pé com a bola na hora do lançamento, então a gente tem que dar essa margem de flexibilidade em função disso", explicou Seneme. "Esse um centímetro (que pode ser de dúvida) passa a ser a favor do ataque. Isso inclusive vem de encontro também a uma solicitação dos clubes."

As revisões do VAR, tal qual são mostradas para quem assiste o jogo pela TV, serão exibidas no telão. Além disso, o áudio da conversa entre a cabine do VAR e o árbitro no momento da revisão também será disponibilizado no sistema de som dos estádios.

Seneme se diz tranquilo sobre isso, mas durante a atividade no campo com os árbitros nesta quarta-feira ele corrigiu em mais de um momento a postura dos juízes. "Minha preocupação é que seja feita com organização e palavras corretas. A gente está trabalhando com os árbitros para que eles usem os termos corretos e palavras simples, sem se estender na decisão."

Outra mudança que já havia sido anunciada e que está sendo reforçada diz respeito aos acréscimos nos dois tempos de jogo. "É verdade quando dizem que a Copa do Mundo é referência para a arbitragem e para o futebol, assim como são referência aqueles desfiles de moda anual para a moda", comparou Seneme. "Os acréscimos, realmente os árbitros vão estar mais atentos a situações que antes eles não prestavam tanta atenção. Por exemplo, eu marco um pênalti. Quanto tempo eu levo para cobrar? No mínimo um minuto. Saiu um gol, quanto tempo demora para recomeçar? No mínimo um minuto. Então, se eu tenho um pênalti num tempo de jogo e três gols, eu tenho quatro minutos para repor só nisso. Não vai ser difícil você ver acréscimo de tempo de sete, oito, nove ou dez minutos. Isso tem que ser normal, mas de acordo com a necessidade do que ocorreu no jogo."

O árbitro Fernando Hernández, que ganhou o noticiário no final de semana por agredir o ex-cruzeirense Lucas Romero, em jogo do América do México com o León, fez um pedido de desculpas por meio de suas redes sociais nesta segunda-feira. "Ciente disso, vou acatar a resolução que a Comissão Disciplinar tomar como consequência", postou o juiz em seu Twitter.

A entidade que comanda a arbitragem no México se manifestou pelo ato e informou anteriormente que faria uma investigação. Nesta segunda-feira, a posição da Comissão de Arbitragem é de que a punição de Hernández será anunciada em data indeterminada porque quer "conceder às partes envolvidas o direito a uma audiência".

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O lance polêmico aconteceu aos 20 minutos do segundo tempo em partida válida pelo Torneio Clausura. Hernández deu uma joelhada em Lucas Romero, do León, que o enfrentava e cobrava a decisão.

Visivelmente arrependido, Hernández fez um pedido geral de desculpas. "Aos torcedores e ao público em geral, peço desculpas, assim como a Lucas Romero, por minha reação, jamais o atacaria, assim como qualquer jogador de ouro." Aos 39 anos, ele fez sua estreia na primeira divisão em 2015. Três anos depois, entrou para o quadro da FIFA.

O regulamento de sanções da Liga MX contempla uma punição que vai desde um jogo de suspensão com no máximo 15, além de uma sanção econômica. O caso ganhou repercussão e o técnico do León, o argentino Nicolás Larcamón também falou sobre o assunto em questão.

"É uma situação que pode implicar em sanção, mas não precisa ser crucificada", disse nesta segunda-feira o treinador do León. "É uma ação que vai levar a uma sanção, mas considero-o um árbitro muito bom. Ele pode cometer erros, mas você sabe que ele é um cara direto e sério."

Criticado por agredir um jogador neste sábado, Hernández também já foi alvo de violência em uma partida de futebol. Em março de 2017, ele levou uma cabeçada do jogador Pablo Aguilar, que à época defendia o América. Na ocasião, por meio do sindicato de arbitragem, o juiz exigiu uma punição de um ano para o atleta paraguaio, que acabou pegando dez partidas de gancho pela agressão.

A Comissão de Arbitragem da CBF não esperou nem 12 horas para afastar o árbitro Paulo Roberto Alves Júnior, da federação paranaense, que na noite de quarta-feira apitou o confronto entre Tombense e Retrô, pela segunda fase da Copa do Brasil. Na reta final da partida, Paulo Roberto assinalou um pênalti inexistente em favor da equipe mineira. Àquela altura, a partida estava empatada e a penalidade acabou resultando no gol que classificou o Tombense.

O lance aconteceu aos 35 minutos do segundo tempo. A bola sobrou no interior da área e três jogadores do Tombense tentam alcançá-la. Dois deles acabam se chocando e um vai ao chão. Nenhum jogador do Retrô acerta qualquer um dos adversários, mas ainda assim o juiz assinalou o pênalti. Como não há árbitro de vídeo nessa fase da Copa do Brasil, o lance não passou por qualquer revisão.

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Com a marcação equivocada do pênalti, os jogadores da equipe pernambucana se revoltaram e reclamaram muito. Dois deles receberam cartão amarelo. O jogo ficou paralisado por mais de três minutos. Na cobrança do pênalti, Jean defendeu o chute de Alex Sandro, mas no rebote o próprio Alex Sandro marcou o gol que classificou o Tombense.

Além de ser eliminado da competição, o Retrô teve um prejuízo milionário com o erro do árbitro. Isso porque a classificação à próxima fase da competição renderia uma premiação de R$ 2,1 milhões, garantida pelo regulamento da Copa do Brasil.

No início da manhã desta quinta, a Comissão de Arbitragem da CBF emitiu nota informando que "o árbitro Paulo Roberto Alves Júnior foi incluído no Programa de Assistência ao Desempenho da Arbitragem (Pada)". O Pada é como é chamado atualmente as atividades de "reciclagem" dos árbitros. Durante esse período, Paulo Roberto não será escalado para jogos.

A torcida do Náutico saiu na bronca com o árbitro Diego Fernando Silva de Lima, que apitou o empate em 1 x 1, contra o Retrô, nesta quarta-feira (25), no Arruda, pelo Campeonato Pernambucano. A torcida só não, os jogadores, a diretoria do clube e o treinador Dado Cavalcanti.

Segundo todo esse pessoal, o juiz prejudicou o Timbu. “Foram dois pênaltis a favor, ainda no primeiro tempo. Cobrei o Diego no intervalo. Teve que ter um terceiro para ele marcar. O Paul (Villero) jogou o tempo todo, com o cara (árbitro) dizendo ‘vou te expulsar’. O cartão para o Júlio também foi desnecessário”, reclamou Dado Cavalcanti.

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O treinador, no entanto, preferiu dar mais ênfase às qualidades do seu elenco. “A gente só cria casca com jogos contra time difíceis, jogos grandes, com provocação. Não posso passar pano em cima de um gol tomado nos acréscimo, isso precisa ser ajustado, comentado internamente, mas é satisfatório o poder de agressividade que nossa equipe vem tendo”, elogiou.

A CBF agiu rapidamente após as polêmicas de arbitragem no jogo entre Flamengo e Santos, no Maracanã, e soltou uma nota oficial já nesta madrugada de quarta-feira (26) para anunciar que o árbitro goiano Andre Luiz de Freitas Castro e o responsável pelo VAR, o goiano Adriano Milczvski, estão suspensos por tempo indeterminado e passaram por reciclagem.

A decisão, em nota assinada por Wilson Seneme, responsável pelo comando da arbitragem na CBF, se deu em decorrência do lance do primeiro gol da partida, vencida pelos cariocas por 3 a 2. A jogada, no fim do primeiro tempo, começou com pênalti claro de Matheuzinho em Camacho ignorado pelo árbitro. O Flamengo atravessou o campo e Marinho cruzou para Pedro anotar o gol. Os santistas protestaram muito no lance e André Luiz acabou confirmando o lance, para revolta dos paulistas.

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"A Comissão de Arbitragem da CBF informa que o árbitro André Luiz de Freitas Castro e o VAR Adriano Milczvski foram incluídos no Programa de Assistência ao Desempenho do Árbitro (PADA). A decisão foi tomada após análise da atuação de ambos durante a partida entre Flamengo e Santos, pelo Brasileirão", traz a nota divulgada 0h28 pela CBF. "O desempenho foi abaixo dos padrões exigidos."

O presidente do Santos, Andres Rueda, enviou uma carta de repúdio à CBF cobrando ação imediata da entidade contra André Luiz e Adriano Milczvski, pedindo a suspensão da dupla e que jamais voltem a ser escalados em jogos do clube.

O Santos acabou perdendo por 3 a 2, o que dificulta sua busca por vaga na Libertadores de 2023. Não foi a primeira vez que o clube repudiou contra a arbitragem. Sentindo-se bastante prejudicado no Brasileirão, o clube já havia enviado outros ofícios cobrando a Comissão de Arbitragem por erros sucessivos contra o time. Na rodada passada, por exemplo, Lucas Barbosa tinha sido expulso em lance no qual nem tocou no goleiro Cássio, do Corinthians.

Uma cena lamentável marcou o futebol do Equador neste final de semana. No sábado, o árbitro Álex Cajas, responsável por apitar a partida entre Aucas e Macará, líder e lanterna do Campeonato Equatoriano, respectivamente, foi agredido com um soco no rosto após a marcação de um pênalti. As imagens viralizaram nas redes e causaram revolta.

A agressão aconteceu nos acréscimos do segundo tempo da partida. Cajas foi chamado ao VAR para revisar um possível pênalti para o Aucas. Após rever o lance, o árbitro decidiu pela marcação da penalidade máxima, revoltando jogadores e comissão técnica do Macará, que partiram para cima do juiz.

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Um dos mais revoltados, o treinador de goleiros Héctor Lautaro Chiriboga não se conteve e desferiu um soco no rosto de Álex Cájas. O árbitro chegou a ir ao chão com a agressão e a partida ficou paralisada por cerca de cinco minutos. Dois cartões vermelhos foram distribuídos.

Apesar da confusão, o jogo seguiu e o zagueiro Luis Cangá converteu a penalidade para o Aucas. O mais curioso é que ainda houve tempo para o árbitro marcar um outro pênalti, desta vez para o Macará. Facundo Rodríguez foi para a marca da cal e deixou tudo igual. A partida terminou em 1 a 1.

Nesta segunda-feira, a Federação Equatoriana de Futebol (FEF) divulgou um comunicado oficial lamentando o episódio, afirmando ainda que Álex Cajas passou por exames médicos e se encontra bem.

"Repudiamos todo tipo de agressão, física ou verbal que atentem contra a integridade de todos os atores do futebol equatoriano e vão de encontro com o bom nome e prestígio do nosso esporte", escreveu.

Essa não é a primeira vez neste ano que o futebol equatoriano é palco de um episódio de violência contra um árbitro. No início do mês, cerca de 30 torcedores do Deportivo Quito invadiram o gramado do Estádio Olímpico Atahualpa e bateram no árbitro Diego Lara na partida contra o Espoli pela terceira divisão do Campeonato Equatoriano.

O caso gerou grande repercussão no país. Os torcedores se irritaram com as expulsões de Carlos Angulo e Luis Mosquera e entraram no gramado após o apito final. Segundo a imprensa equatoriana, um torcedor foi detido pela polícia durante a revolta e foi levado para uma Unidade Judicial.

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Uma cena de violência interrompeu e finalizou um jogo de futebol na Argentina na noite de domingo. A árbitra Dalma Magalí Cortadi foi agredida pelas costas durante o segundo tempo de Deportivo Independencia x Garmense, em jogo do campeonato regional, na cidade de González Chaves, na província de Buenos Aires.

A agressão aconteceu após Cortadi assinar uma falta na intermediária contra o Garmense. Jogadores da equipe ficaram insatisfeitos com a marcação e reclamaram com a árbitra. Até que, quando a situação parecia resolvida e o jogo seria retomado, Cristian Tirone correu por trás dos companheiros de equipe e surpreendeu a árbitra.

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Ele tentou acertar um soco na cabeça de Cortadi, pelas costas. Na corrida, acabou acertando de raspão a cabeça da árbitra e também as costas e o ombro direito. Ela caiu no chão, mas levantou rapidamente, sem indicar concussão. Tirone foi contido rapidamente pelos companheiros de time, até que a polícia entrou no gramado e o deteve.

O jogo acabou sendo finalizado logo após a agressão - a equipe de Tirone venceu por 2 a 1. A árbitra foi encaminhada a hospital, onde ficou em observação. "Fiquei em observação por causa do golpe na cabeça e nos braços. Fizeram uma tomografia. Depois fui fazer a denúncia (na polícia). Agora ficarei impossibilitada de trabalhar. Terei que ser forte porque estou toda dolorida", disse a juíza ao jornal argentino "Olé".

Cortadi afirmou que não havia motivos para qualquer agressão por parte do jogador. "Não tinha acontecido nada. Nada justifica a reação deste homem. Eles estavam ganhando o jogo e eu apenas marquei uma falta", disse a árbitra, que admitiu que repensará sua carreira no futebol depois da agressão covarde.

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O futebol brasileiro passa, mais uma vez, por grandes críticas à arbitragem. Assim como em outros anos, 2022 vem sendo marcado por erros graves de árbitros e assistentes em várias partidas. Entre junho e julho, o tom das cobranças de jogadores, técnicos e dirigentes subiu e sete árbitros foram afastados pela CBF, que tenta contornar mais uma crise envolvendo o setor.

Bruno Arleu de Araújo (Fifa), Savio Pereira Sampaio (Fifa), Rafael Traci (Fifa), Emerson de Almeida Ferreira, Marcus Vinicius Gomes, Luiz Flávio de Oliveira (Fifa) e Wagner Reway receberam punições e foram temporariamente afastados. Não há padronização para o afastamento de profissionais, seja quanto ao tempo na "geladeira", seja entender quais erros são passíveis dessa punição.

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O primeiro árbitro a ser punido foi Bruno Arleu de Araújo (Fifa), ainda em junho, na décima rodada do Brasileirão, quando não marcou um pênalti em Yago Pikachu, na partida entre Fortaleza e Goiás. Ele voltou a apitar um mês depois, no duelo entre Coritiba e Juventude.

Já Savio Pereira Sampaio e Rafael Traci (VAR) foram criticados e punidos por suas atuações no jogo entre Internacional e Botafogo, no dia 19 de junho. Desde então, Sampaio ainda não voltou a apitar na Série A, enquanto Traci retornará neste domingo no duelo entre Athletico-PR e São Paulo, em Curitiba. Traci, inclusive, esteve como VAR no confronto entre Sport e Guarani pela Série B, na quinta-feira, e solicitou que o gol bugrino fosse revisado pelo árbitro André Luiz de Freitas Castro, que decidiu pela anulação por ver uma suposta falta. A decisão revoltou o Guarani em campo, que saiu derrotado da Ilha do Retiro.

Emerson de Almeida Ferreira e Marcus Vinicius Gomes foram afastados após a partida entre Palmeiras e São Paulo pelo jogo da volta das oitavas de final da Copa do Brasil no dia 14 de julho. Eles ainda não retornaram a apitar na competição ou no Brasileirão. Já Luiz Flávio de Oliveira e Wagner Reway foram punidos na última quinta-feira por uma sucessão de erros no duelo entre Flamengo e Athletico-PR pela Copa do Brasil.

A arbitragem do futebol brasileiro teve que lidar com correções de rota neste ano. Em abril, a Comissão de Arbitragem passou a ter um novo presidente. Wilson Seneme assumiu a vaga, após deixar a mesma função na Conmebol, onde esteve por seis anos. Seneme chegou à CBF para preencher oficialmente a lacuna deixada após a saída de Leonardo Gaciba, demitido do cargo em novembro do ano passado, após uma série de episódios polêmicos envolvendo árbitros na reta final do Brasileirão. Ainda em abril, foram oficializados os desligamentos de dez funcionários, que tinham cargos de comando na arbitragem brasileira.

"A gente gostaria que a arbitragem não fosse lembrada após os jogos. A gente gostaria que os outros segmentos do futebol lembrassem dos gols bonitos, das jogadas maravilhosas, e que se falasse pouco da arbitragem. O grande objetivo dos árbitros é influenciar os resultados dos jogos o mínimo possível. Essa é a nossa busca", declarou Seneme ao Estadão após ser empossado no novo cargo.

ARBITRAGEM TERÁ INTERTEMPORADA PARA TREINAMENTO

A ausência de um padrão de arbitragem confunde e incomoda jogadores, técnicos e dirigentes. O futebol brasileiro vive sempre em ebulição por conta das críticas e cobranças a um melhor desempenho dos árbitros. Na manhã de terça-feira, ao falar a dirigentes dos 40 clubes das Séries A e B do Campeonato Brasileiro, o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, admitiu que tem feito cobranças à Comissão de Arbitragem e afirmou que o próprio Wilson Seneme, às vezes fica "indignado" com marcações de campo.

Seneme anunciou que 95 árbitros de todo o Brasil passarão por uma "intertemporada" no Rio de Janeiro na próxima semana. Além disso, a partir de agosto haverá sessões de treinamento no Centro de Arbitragem da CBF todos os meses, com pequenos grupos. O dirigente também informou que foram criados 840 perfis em plataforma de vídeo e estatísticas para que os árbitros assistam aos lances dos jogos em que atuam, para análises de lances e orientações de instrutores. Além disso, está sendo criado um quadro com 128 árbitros VAR-CBF.

O treinamento será realizado entre 1º e 5 de agosto, em três sedes diferentes, e contará com trabalhos práticos em simuladores de VAR e em campo de jogo. A partir deste mês, a Comissão também realizará treinamentos práticos presenciais mensais com o quadro.

DOIS PESOS, DUAS MEDIDAS?

A árbitra Edina Alves (Fifa) apitou 17 jogos da Série A do Campeonato Brasileiro nos últimos dois anos, mas em 2022 ainda não atuou em nenhuma partida da competição após 14 rodadas. Em fevereiro, ela ficou marcada por dois erros no clássico entre Santos e São Paulo, pelo Paulistão.

À época, a Federação Paulista de Futebol admitiu que Edina deixou de assinalar dois pênaltis a favor do time da Vila Belmiro na partida que terminou com vitória da equipe tricolor por 3 a 0.

A CBF anunciou no fim da tarde desta quinta-feira que incluiu os árbitros Luiz Flávio de Oliveira e Wagner Reway no Programa de Assistência ao Desempenho do Árbitro (PADA) - o que, na prática, significa que eles ficarão afastados de jogos do Brasileirão e da Copa do Brasil por tempo indeterminado.

Luiz Flávio de Oliveira foi o árbitro principal da partida disputada quarta-feira no Maracanã, entre Flamengo e Atlhetico-PR, pelo jogo de ida das quartas de final da Copa do Brasil. Wagner Reway, por sua vez, comandou o árbitro de vídeo naquela partida. Os dois foram muito criticados por jogadores, dirigentes e torcedores dos dois times após a partida.

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As polêmicas recaíram principalmente sobre quatro lances. O Flamengo reclama de um suposto pênalti de Fernandinho sobre Léo Pereira, e da expulsão de David Luiz já no fim da partida. Na súmula, Luiz Flávio justificou o cartão vermelho porque o zagueiro fez "um movimento de tapa no ar com a palma da mão aberta, em minha direção", além de ofendê-lo.

O Athletico, por sua vez, considera que o juiz da partida foi condescendente em pelo menos outros dois lances. "O quê? Eles (Flamengo) estão reclamando de alguma coisa? Passa o lance do Gabigol chutando o Fernandinho. Passa o lance do Arrascaeta. Vergonhoso! É pra expulsar 30 dias seguidos! Não é um dia, são 30 dias seguidos", esbravejou o técnico Luiz Felipe Scolari.

"(O Arrascaeta) não quebrou o pé do Erick por milagre. Pelo amor de Deus, não me venha com choradeira. Quem tem que chorar somos nós, que poderíamos ter o jogador por seis meses fora", sustentou Felipão. "Não procede nada (a reclamação do Flamengo), é gritinho de histeria."

CONFIRA NOTA DA CBF

"A Comissão de Arbitragem da CBF informa que o árbitro Luiz Flávio de Oliveira e o VAR Wagner Reway foram incluídos no Programa de Assistência ao Desempenho do Árbitro (PADA). A decisão foi tomada após análise da atuação de ambos durante a partida entre Flamengo e Athletico Paranaense, pela Copa Intelbras do Brasil.

A CBF reitera o compromisso com a modernização e o constante desenvolvimento da arbitragem no futebol brasileiro. Na próxima segunda-feira, a Comissão inicia uma intertemporada que reunirá 95 árbitros das séries A e B do Campeonato Brasileiro.

O treinamento será realizado entre 1º e 5 de agosto, em três sedes diferentes, e contará com trabalhos práticos em simuladores de VAR e em campo de jogo. A partir deste mês, a Comissão também realizará treinamentos práticos presenciais mensais com o quadro."

Em meio a uma nova onda de críticas à atuação da arbitragem brasileira, a CBF anunciou no fim da manhã desta quarta-feira um plano de ações para qualificar o quadro nacional. Entre as medidas estão o treinamento em simuladores de VAR, uma intertemporada para a arbitragem ao final do primeiro turno e a contratação de uma plataforma para que todos os árbitros e assistentes tenham acesso às próprias estatísticas ao final de cada rodada. Além disso, a médio prazo os árbitros deverão decidir se querem atuar no campo ou como árbitro de vídeo.

As medidas foram apresentadas pelo presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, Wilson Seneme. Segundo ele, as ações se baseiam em um diagnóstico que ele fez desde que assumiu a função, no início de abril.

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Um dos pontos mais críticos diz respeito ao VAR. Ainda que a CBF sempre tenha exaltado o fato de ser uma das primeiras confederações a implantar o sistema, Seneme apontou que não havia nem sequer um gerente técnico para o árbitro de vídeo. A função, agora, caberá ao ex-árbitro Péricles Bassols.

"Quando cheguei aqui, não havia uma pessoa técnica de VAR. Existia uma figura administrativa para o VAR, que nunca palestrou, que nunca deu uma palestra técnica de arbitragem. Agora a gente define um gerente técnico de VAR, que vai estar dia a dia desenvolvendo um trabalho técnico do VAR", afirmou.

Ainda sobre o sistema, Seneme anunciou que a construção da linha de impedimento pela equipe do VAR passará a ser disponibilizada ao vivo para a transmissão da TV. Atualmente, apenas a imagem congelada, já com as linhas traçadas, é exibida. A mudança acontecerá a partir da próxima rodada.

"A gente admite que foi uma semana ruim de arbitragem, mas não teve relação a organização deste evento com o que ocorreu (na última rodada)", disse Seneme. Segundo ele, o anúncio do programa de ações e a contratação de novos profissionais para a Comissão de Arbitragem já vinha sendo planejado há semanas.

Antes do anúncio, durante a oficialização da nova comissão, o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, discursou fazendo uma 'defesa das críticas'. "Eu acredito que a crítica constrói. Por isso, eu peço que os senhores debatam muito e façam as cobranças aos árbitros. Façam isso sempre, para o bem da arbitragem do futebol brasileiro. Nós não estamos aqui com fins de paternalismo. Isso já acabou, e não só com a arbitragem", disse.

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