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O Brasil tem 2,24 milhões de habitantes que vivem em terras indígenas ou quilombolas, a maioria deles em estados do Norte e Nordeste. Os dados fazem parte de um estudo realizado pelo IBGE que combinou médias de moradores por domicílio do censo de 2010 e as estimativas de domicílios levantadas junto à Base de Informações sobre os Indígenas e Quilombolas de 2019.

Os números foram tornados públicos nesta sexta-feira, 15. O estudo do IBGE surgiu a partir de um pedido feito pelo Ministério da Saúde em dezembro de 2020. O objetivo era planejar a logística de vacinação contra a covid-19 nesses grupos específicos.

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Segundo o instituto, no fim do ano passado estimava-se que 1.108.970 pessoas viviam em áreas indígenas, e outras 1.133.106 em localidades quilombolas do País. O IBGE ressalva, contudo, que o estudo tem caráter experimental, e que trata somente da estimativa de pessoas que vivem nessas áreas. Esses números não são o total da população indígena ou quilombola do País.

De acordo com a análise, do total de 1,13 milhão de residentes em localidades quilombolas, 698,1 mil estão na Região Nordeste. Bahia (268,6 mil) e Maranhão (170,9 mil) concentram quase metade da população brasileira em áreas quilombolas. As regiões Sudeste e Norte têm, respectivamente, estimativa de 172 mil e 154,9 mil pessoas em áreas quilombolas. O Sul, com 73 mil, e o Centro-Oeste, com 35 mil, completam o levantamento.

Quando são considerados os moradores de localidades indígenas, o IBGE aponta que mais da metade (560,4 mil) estão na Região Norte.

Os Estados com maior concentração indígena são Amazonas (284,5 mil), Mato Grosso (145,3 mil), Pará (105,3 mil) e Roraima (83,8 mil). Juntos, eles contabilizam 55,8% do total de residentes em áreas indígenas. Pernambuco (80,3 mil) e Mato Grosso do Sul (78,1 mil) também registram grande presença de moradores nesses locais.

Uma criança de apenas três dias de nascida que vivia em uma aldeia indígena morreu no município de Floresta, no Sertão pernambucano, em decorrência da Covid-19. A secretária Estadual de Saúde confirmou o caso, mas explicou nesta segunda-feira (4) que por se tratar de um bebê o caso segue sendo investigado. 

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O primeiro teste realizado no recém-nascido em um hospital municipal onde foi atendida deu positivo para o coronavírus. "Tomamos conhecimento hoje desse caso, ele ainda não entrou na estatística. A gente está investigando a situação dessa criança de apenas três dias", afirmou André Longo. 

O parto foi realizado em um hospital privado no dia 27 de abril. Na madrugada de sábado (2) a criança foi levada em um hospital no município de Floresta. "Ela chegou a ser atendida, foi medicada, mandada para casa e chegando em casa ela evoluiu para insuficiência respiratória e foi a óbito".

Jaílson Correia, secretário de Saúde do Recife e pediatra de ofício lamentou a morte e explicou que com poucos dias de nascido a fragilidade do sistema imunológico da criança pode ter sido um dos motivos da evolução da doença. A mãe da criança está assintomática. 

 

O Ministério da Saúde anunciou uma série de medidas para evitar que populações indígenas sejam contaminadas pelo novo coronavírus (covid-19). As ações constam do Plano de Contingência Nacional para Infecção Humana pelo novo Coronavírus em Povos Indígenas.  O documento, apresentado a gestores, colaboradores e aos povos indígenas conta com orientações sobre como deve ser o atendimento em caso do novo coronavírus.

O plano lembra que casos suspeitos “terão prioridade no atendimento à população de modo a diminuir o tempo de contato com os indígenas presentes no local de atendimento”. O registro do atendimento deve ser feito no prontuário do paciente e também deverá ser inserido no Sistema de Informação da Atenção à Saúde Indígena (SIASI), “no menor tempo possível”.

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“O Plano de Contingência ainda orienta as Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena (EMSI) e pede que os agentes indígenas de saúde e agentes indígenas de saneamento também recebam as informações para que possam ajudar na conscientização da comunidade sobre as medidas de prevenção e controle da doença, na identificação precoce de sinais e sintomas de Síndrome Respiratória Aguda Grave”, informou por meio de nota o Ministério da Saúde.

Segundo a pasta, os integrantes das equipes multidisciplinares devem também ser capazes de compreender o fluxo de encaminhamento dos casos suspeitos da covid-19, bem como adotar as medidas de proteção individual diante de um caso suspeito.

Funai

Por meio de nota divulgada hoje (11), a Fundação Nacional do Índio (Funai) lamentou a morte do indígena Yanomami de 15 anos Alvaney Xiriana Pereira, da sub-etnia Xiriana, em decorrência da doença.

Alvaney estava internado no Hospital Geral de Roraima, onde faleceu no dia 9. Originário da comunidade Rehebe, o indígena teria apresentado os primeiros sintomas na comunidade do Boqueirão. Segundo a Funai, equipes de saúde já estão no local para “auxiliar no mapeamento daqueles que mantiveram contato com o jovem, além de realizar o isolamento do grupo para melhor acompanhamento”.

Acesso aos indígenas

No documento, o ministério apresentou uma série de recomendações à Funai que, entre outros assuntos, aborda o acesso às terras indígenas. No ofício, pede ao órgão indigenista que adote “medidas restritivas à entrada de pessoas em todos os territórios indígenas devido à vulnerabilidade das populações indígenas às doenças respiratórias”.

Também foi recomendadas restrições de acesso a territórios habitados por povos isolados ou de recente contato, o que inclui a necessidade de quarentena para profissionais de saúde e membros da Funai antes do acesso a esses povos.

Na nota divulgada pelo ministério, o secretário especial de Saúde Indígena, Robson Santos da Silva, diz que o material pode ser acessado por toda a comunidade indígena e não-indígena. “Fizemos questão de disponibilizar tudo no Portal do Ministério da Saúde, na área da Saúde Indígena, para que todos possam conhecer nossas recomendações, nossas ações e nos auxiliar na prevenção do Novo Coronavírus” disse o secretário.

Ao todo, 12 documentos foram produzidos e disponibilizados pela pasta, com informações e orientações destinadas aos 34 Distritos Especiais de Saúde Indígena responsáveis pelo atendimento a quase 800 mil indígenas aldeados em todo o Brasil. Os documentos podem ser acessados no site da Secretaria Especial de Saúde Indígena.

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