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Em um navio militar francês perto da costa do Egito, palestinos feridos recebem atenção médica, algo que se tornou inalcançável na sitiada Faixa de Gaza depois de meses de guerra.

Sentado em uma cadeira de rodas, Abdulrahman Iyad torce as mãos no colo, apoiando-as suavemente perto dos pregos que se projetam de suas coxas. No celular, ele vê fotos de sua família, todos mortos em uma explosão que destruiu seu rosto.

"Saí voando e bati na parede da casa do nosso vizinho. Minha perna ficou presa debaixo de um telhado que desabou", contou Iyad à AFP no porta-helicópteros francês "Dixmude", convertido em hospital para cuidar de civis palestinos feridos.

"Quando acordei no hospital, meus tios me disseram que tinham me visitado, mas eu não me lembrava de nada", disse ele.

A casa de Iyad, assim como grande parte do território palestino onde Israel enfrenta o movimento islamista Hamas desde o início de outubro, foi transformada em escombros.

A guerra começou em 7 de outubro, quando os combatentes do Hamas lançaram um ataque sem precedentes contra Israel. O ataque deixou 1.140 mortos, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em números israelenses. Entre os mortos, estão mais de 300 soldados.

Israel respondeu com uma ofensiva militar que deixou pelo menos 25.295 mortos em Gaza, a grande maioria mulheres, adolescentes e crianças, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas.

As missões de busca e resgate se tornaram quase impossíveis no território, deixando milhares de pessoas presas e talvez mortas sob os escombros, segundo os médicos.

O sistema de saúde está quase completamente em colapso, com os hospitais sobrecarregados e os médicos forçados a cuidar de um número crescente de vítimas com cada vez menos recursos.

- Choque -

O navio francês começou a atender pacientes em novembro, perto da costa do porto de El-Arish, 50 km a oeste da fronteira do Egito com Gaza. No convés do navio, um grupo de pacientes e seus familiares se reúnem em torno de uma mesa, jogando cartas.

Entre eles estava Nesma Abu Gayad, uma palestina gravemente ferida quando sua casa foi bombardeada.

"Fui tratada em alguns hospitais de Gaza antes de chegar ao Egito", disse ela à AFP, que perdeu o pé esquerdo.

"O próximo passo será uma prótese, mas preciso de uma referência e de viajar para o exterior para recebê-la", explicou.

Marine, uma médica francesa do "Dixmude" que forneceu apenas seu primeiro nome, disse que o navio recebeu apenas 120 pacientes, todos casos graves que exigiram longos períodos de internação.

Trata-se de uma pequena minoria entre as mais de 62.000 pessoas feridas em Gaza, segundo o Ministério da Saúde do território.

Salle, outra médica francesa a bordo do "Dixmue", ficou chocada com os ferimentos que diz ter encontrado.

"Sou militar, de modo que trato dos ferimentos de guerra dos nossos soldados franceses e aliados. Mas o que me chocou foi encontrá-los em civis", afirmou.

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O último dia do mês de fevereiro foi escolhido para marcar o Dia Mundial das Doenças Raras, desde 2008, pela Organização Europeia de Doenças Raras (Eurordis). A data tem como maior objetivo dar visibilidade às doenças raras, além de chamar a atenção dos governantes, profissionais de saúde e da população sobre a existência dessas doenças. Também é a oportunidade para conscientizar as pessoas sobre a importância de políticas públicas, das dificuldades que os pacientes enfrentam no seu dia a dia e buscar incentivo para pesquisas e tratamentos.

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            Neste ano, durante o Mês Mundial das Doenças Raras, uma campanha realizada pelo Unidos Pela Vida - Instituto Brasileiro de Atenção à Fibrose Cística, em parceria com o Instituto Vidas Raras, tem o tema "Ilumine com Solidariedade", com o objetivo de chamar a população a espalhar solidariedade, atenção e empatia às pessoas que vivem com uma doença rara no mundo, compartilhando informações para o conhecimento de todos. A campanha ganhou força nas redes sociais com as hastags #Iluminecomsolidariedade #DiaMundialdasDoençasRaras #RarediseaseDay2023.

 Doença rara, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), é aquela que afeta até 65 indivíduos em um grupo de 100 mil pessoas. O número exato de doenças raras existentes é incerto, mas estima-se que são de 6 a 8 mil tipos em todo o mundo, o que corresponde a cerca de 300 milhões de pessoas, em um universo de 7,88 bilhões de habitantes, uma média de 5% da população mundial. Mais de 70% das Doenças Raras se manifestam na infância e o diagnóstico precoce, logo no nascimento, pode ser realizado por meio da triagem neonatal, conhecida popularmente como o teste do pezinho, ou em exames do pré-natal.

 O diagnóstico das doenças geralmente é complicado, demorado e muitos pacientes relatam passar por inúmeros profissionais de saúde, até conseguir ter um laudo conclusivo. Isso pode ocorrer pelo fato de os sintomas variarem de paciente para paciente, de doença para doença e se confundirem com outras doenças mais comuns, levando esses pacientes a um sofrimento na busca pelo diagnóstico, não só clínico, como psicossocial. 

        Esse é o caso da estudante de Odontologia Lia Leão Góes, de 21 anos, que possui o diagnóstico de uma doença rara, a Miastenia Gravis, e relata a dificuldade que foi chegar a ele. “O meu diagnóstico foi muito difícil, porque foram dois anos buscando vários profissionais, para ter um laudo e entender o que estava acontecendo, meus sintomas, até que encontrei um profissional que conseguiu me diagnosticar”, disse Lia. A estudante relata que chegou a passar por cerca de 10 profissionais em Belém e a realizar até mesmo uma viagem a São Paulo em busca do diagnóstico. 

        A Miastenia Gravis é uma doença autoimune que afeta as conexões entre os nervos e os músculos do corpo, levando o paciente a apresentar sintomas como fraqueza muscular e cansaços extremos. Pode afetar os músculos da face e respiratórios e a visão, causando queda de pálpebras e visão dupla, dificuldades para deglutição, fala, com comprometimento até mesmo dos movimentos de braços e pernas.

A doença se manifesta, na maioria das vezes, em mulheres entre as idades de 20 e 40 anos. No caso dos homens, menos frequentemente, entre 50 e 80 anos. Raramente é manifestada na infância. A Mistenia Gravios não tem cura, apenas tratamentos que melhoram o quadro do paciente para ter uma vida mais confortável.

 O tratamento para a Miastenia Gravis é oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), conforme a Política Nacional de Atenção Integral às Pessoas com Doenças Raras, e também nos planos de saúde. Mas essa não é a realidade para todas as doenças raras: cerca de 95% delas não possuem tratamentos, apenas cuidados paliativos para os sintomas, é o que destaca o neurologista Antônio de Matos. “O paciente com doença rara em geral tem um cunho genético associado, não é comum nós mudarmos o gene do paciente, visando ao tratamento dele. Porém, com os avanços das pesquisas, nós já temos medicamentos hoje que conseguem realizar esse tratamento. Fazendo um acompanhamento multidisciplinar, o paciente com doença rara consegue melhorar o dia a dia, dessa família, fazendo com que ele receba uma inclusão social. O tratamento vai muito além de um remédio, o tratamento é abraçar o paciente na causa e nas demandas dele como indivíduo complexo”, observou o médico.

            Atualmente tramita na Câmara dos Deputados um projeto de lei aprovado no Senado, e enviado para revisão na Câmara, o PL 4691/2019, da senadora Leila Barros (PDT-DF), que inclui uma ementa à Lei nº 6.259, de 10 de outubro de 1975, que “Dispõe sobre a organização das ações de Vigilância Epidemiológica, sobre o Programa Nacional de Imunizações, estabelece normas relativas à notificação compulsória de doenças, e dá outras providências”, para tornar obrigatória a notificação de doenças raras, visando assim ter um número correto de casos no Brasil e oferecer políticas públicas aos pacientes. O projeto está parado desde novembro de 2021. 

Uma vida com ressignificação

Lia Leão relata que no início a falta de informações, o não entendimento dos sintomas e a falta de um diagnóstico chegaram a lhe provocar vergonha de se socializar com amigos e familiares. Para ela, o diagnóstico, além do tratamento adequado, permitiu o entendimento sobre sua condição e melhora no bem-estar psicológico. “Agora que eu tenho mais acesso à informação e sei muito mais sobre a minha doença, me sinto melhor pra falar com as pessoas, minha família, meus amigos, sair, socializar e perdi a vergonha sobre o assunto”, assinalou.

O médico Antônio de Matos explica também que pacientes com doenças raras costumam ter uma vida com dificuldades principalmente relacionadas ao desconhecimento da sociedade, ocasionando a não inclusão do paciente em tarefas do dia a dia. “Falar sobre as doenças raras faz com que esses pacientes sejam mais incluídos na sociedade, recebam adaptações no seu dia a dia para que eles possam ter o mais próximo do habitual de independência, qualidade de vida. O Dia das Doenças Raras vem nos trazendo mais informações sobre isso", destacou. 

           A vida de um paciente com doença rara requer cuidados de uma equipe multiprofissional que busca o bem-estar, qualidade de vida e equidade dos pacientes para um convívio em sociedade. A estudante de Odontologia, que há menos de um mês passou por internação devido a uma crise miastênica, quadro agudo da doença, em um hospital particular, pelo plano de saúde, relata que a maioria dos profissionais que a acompanham são particulares. “Faço pilates para melhorar a minha força muscular, faço acompanhamento também com fonoaudiólogo, uma vez por semana, que me ajuda nos sintomas da disfagia, e também terapia com psicólogo e neurologista. Quando fiquei internada, no hospital eles realizaram um tratamento com a imunoglobulina, que é um tratamento que regula os anticorpos da doença que atacam meu corpo, é um tratamento que tem tanto particular como no SUS, caríssimo, difícil de conseguir e que eu não teria condições de pagar, só é realizado em hospitais”, disse Lia.

A estudante conta que há dois anos passou por mudanças e adaptações em sua rotina diária. “Eu vejo o que consigo fazer, dentro dos meus limites em relação ao esforço físico. Quando tô com uma maior dificuldade de me alimentar, por exemplo, procuro alimentos mais pastosos, líquidos, mais fáceis de mastigar, deglutir, a proteína que seja mais fácil de ter, utilizo também suplementos alimentares”, afirmou.

Ela relata que, além da dificuldade para se alimentar, já apresentou momentos com visão dupla em períodos quando precisou estudar mais, como semanas de prova da universidade, e tem dificuldade na fala, nos membros superiores em atividades como levantar peso. Há dias, informa, em que até mesmo para tomar banho e escovar o cabelo ela sente dificuldade. Como também para realizar tarefas corriqueiras do dia a dia e até para sorrir. 

A dentista Helen Damasceno, 40 anos, enfrenta situação complexa. Portadora de Lúpus e da Síndrome Rara de Anticorpo Fosfolípide, que causa distúrbios na coagulação, trombose e em casos mais extremos acidentes vasculares cerebrais, com diagnóstico há 20 anos, ela disse que saber o que estava tratando foi fundamental para buscar uma qualidade de vida e a diminuição das crises de dores na cabeça, anteriormente só tratadas como crises de enxaqueca. 

Hoje, consciente do seu quadro, Helen conseguiu um carro adaptado às suas necessidades, uma vez que desenvolveu uma diminuição das forças nos membros superiores e inferiores, alterando também a sua forma de dirigir. "Hoje eu preciso dirigir um carro adaptado, eu sou considerada uma pessoa com deficiência (PCD)", disse. 

         A dentista deixa um recado para a sociedade nessa data: "Eu acho importante frisar um alerta para as pessoas estarem sempre atentas aos seus sintomas, procurarem médicos quando apresentarem sintomas de algum problema, porque nunca se sabe se pode chegar a um diagnóstico de doença rara. Algumas são mais complicadas, mas possíveis de serem controladas. Isso que é importante, a gente ter a consciência de realizar o tratamento adequado para ter qualidade de vida. Assim como a importância do diagnóstico precoce. Se você tiver o diagnóstico precoce de qualquer doença é mais fácil de realizar o controle e não sofrer as formas mais graves delas", orienta.

Diagnóstico e tratamento 

         Pacientes com doenças raras podem procurar atendimento, diagnóstico e acompanhamento nas Unidades Básicas de Saúde ( UBSs) ou em hospitais ou serviço de média e alta complexidades, como ambulatórios especializados e serviços de reabilitação. As Universidades federais e estaduais, com seus hospitais universitários, também oferecem serviços voltados para pacientes com erros inatos do metabolismo. Além disso, existem 21 estabelecimentos de saúde habilitados como Serviços Especializados e Centros de Referência no País. 

Para maiores informações sobre a campanha nacional e global acesse https://vidasraras.org.br/sitewp/ , https://diamundialdoencasraras.unidospelavida.org.br/, http://www.rarediseaseday.org/ .

Por Monique Leão (sob a supervisão do editor prof. Antonio Carlos Pimentel).

 O grupo Laço Rosa retomou suas reuniões após dois anos. Esses encontros são destinados para mulheres que lutam contra o câncer. O projeto é coordenado por uma equipe multiprofissional. O intuito do grupo é ouvir as superações e compartilhar histórias de mulheres que enfrentam lutas diárias contra o câncer e estão dispostas a encorajar outras mulheres.

 O câncer de mama é o mais prevalente entre as brasileiras. São cerca de 60 mil novos casos por ano no país e estima-se que entre 20% e 50% dos pacientes em fase inicial vão desenvolver a doença em estágio metastático, que é quando se espalha por outros órgãos.

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A psicóloga e coordenadora do grupo Laço Rosa, Carolina Fernandes Freitas, afirma que a parceria com a clínica Oncológica do Brasil garante uma equipe multiprofissional para o atendimento desses pacientes.“Quando uma paciente chega recebendo esse diagnóstico oncológico, ela vai precisar de uma escuta multiprofissional e será montado um plano terapêutico: plano da nutrição, fisioterapia, psicologia”, afirma.

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“Nesse primeiro encontro, contamos com a presença de psicólogos que estão à frente desse grupo, mas nos próximos encontros, já temos um cronograma montado até início de 2023, vamos contar com todos os profissionais que temos aqui. O próximo encontro será com a equipe de nutrição. Pensamos naquilo que é uma demanda do paciente, o que ele está precisando e quais são as temáticas que esses pacientes precisam ouvir. A proposta do grupo é trabalhar em cima do que o paciente trás. Nós temos um cronograma com alguns profissionais e algumas pessoas dessa equipe, mas também estamos abertos para outras pessoas virem de fora, outros profissionais, tudo pensado na demanda das nossas pacientes”, ressaltou Carolina Fernandes Freitas.

 A paciente Maria Gracenira Santos Silva, 71 anos, enfrentou câncer de mama  e contou sobre a  sua experiência na roda de conversa. “Nós precisamos desses momentos, de termos uma conversa e dessas reuniões com profissionais”, diz.

 O grupo Laço Rosa está aberto e tem um compromisso social. Acolhe e acompanha, também, pacientes sem vínculo com a Oncológica do Brasil. Gracenira, que faz tratamento há um ano, diz que é gratificante a oportunidade de ter apoio e acolhimento recebido pela clínica e profissionais. Já os pacientes que têm vínculo com a Oncológica do Brasil têm os momentos de consulta, quimioterapia, esportes e atendimentos específicos com a equipe profissional.

Todas as programações realizadas pelo grupo Laço Rosa são divulgadas nas redes sociais da Oncológica do Brasil (@oncologicadobrasil).

Por Amanda Martins, Paulo Ricardo Carneiro e Clovis de Senna (sob a supervisão do editor prof. Antonio Carlos Pimentel).

Após prorrogar as inscrições do processo seletivo do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) do primeiro semestre de 2021 para a próxima quarta (14), o Ministério da Educação (MEC) informa o novo cronograma para os estudantes. Bem como o prazo de inscrições, foram alterados a data de divulgação dos resultados e os prazos para a matrícula do registro acadêmico dos selecionados.

Com a prorrogação, os estudantes terão até as 23h59 da próxima quarta (14) para se inscrever no Sisu. Anteriormente, o prazo terminaria as 23h59 da última sexta (9). A data de divulgação do resultado do processo seletivo também foi alterada para 16 de abril. Já o novo prazo para a matrícula do registro acadêmico dos selecionados será de 19 a 23 de abril. 

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Os candidatos que  não forem selecionados na chamada única ainda poderão disputar uma das mais de 200 mil vagas ofertadas por meio da lista de espera. O prazo para manifestar interesse em participar dessa última etapa do Sisu será de 16 a 23 de abril.

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É chegado o momento de começar a resolver o mistério da Covid persistente, exortou a funcionária da Organização Mundial da Saúde (OMS) encarregada de encontrar uma resposta a este flagelo que parece atacar, sem razão aparente, milhões de doentes com patologias que os enfraquece.

Um ano após o aparecimento da doença que já matou mais de 2,2 milhões de pessoas, o foco agora está nas campanhas de vacinação e variantes do vírus.

A "Covid longa", porém, também merece atenção urgente da comunidade científica, explica Janet Diaz, chefe da equipe clínica responsável pela resposta ao coronavírus, em entrevista à AFP na sede da OMS em Genebra.

"Ainda não sabemos realmente o que é a Covid longa", afirmou Diaz, que pediu um esforço unificado em escala global.

Alguns estudos começam a apresentar pistas, mas ainda não se sabe por que alguns pacientes com Covid-19 apresentam por vários meses sintomas como fadiga extrema, dificuldades respiratórias ou, às vezes, problemas neurológicos e cardíacos graves.

"Ainda há muito a aprender, mas estou confiante na mobilização da comunidade científica", afirma Diaz.

Um exemplo da falta de informação é que a chamada "Covid longa" ainda não tem um nome preciso.

A OMS fala de síndrome pós-covid-19 ou "Covid-19 de longa duração" em um documento recente sobre suas novas recomendações. "Covid longa" é a expressão mais usada e, às vezes, também se fala em Covid de longo prazo.

- Primeiro seminário da OMS -

A OMS organizará no dia 9 de fevereiro o primeiro seminário virtual dedicado à Covid longa com médicos clínicos, pesquisadores e especialistas para encontrar uma definição da doença, dar-lhe um nome formal e harmonizar os métodos para estudá-la.

"É uma patologia que precisa ser melhor descrita, da qual precisamos saber quantas pessoas são afetadas, cuja causa deve ser mais bem compreendida para que possamos melhorar a prevenção, o manejo e as formas de curá-la", destaca a médica americana de 48 anos.

Os estudos disponíveis mostram que cerca de 10% dos doentes apresentam sintomas um mês após a infecção e no momento não há ideia de quanto tempo eles podem persistir.

O que é intrigante com a Covid longa é que o perfil dos pacientes que sofrem este quadro não corresponde ao das pessoas mais vulneráveis: idosos e pessoas com fatores agravantes.

A Covid de longo prazo afeta as pessoas que adoeceram em vários graus "e também inclui os jovens", explica Diaz.

É a prova de que a Covid não é apenas uma simples gripe, como afirmam os negacionistas da pandemia. É também um argumento contra aqueles que apoiam o isolamento apenas de pessoas frágeis.

O sintoma mais comum parece ser fadiga, mas existem muitos outros: cansaço após esforço físico ou doença, dificuldade em pensar com clareza, respiração curta, palpitações cardíacas e problemas neurológicos.

"O que não se entende é como todas essas coisas estão ligadas. Por que alguém tem uma coisa e outra pessoa tem outra?", questiona a médica, destacando que os pesquisadores devem entender os mecanismos íntimos da doença que causam esses sintomas.

"Isso é devido ao vírus? À resposta imunológica? Se soubéssemos mais poderíamos começar a identificar algumas intervenções para reduzir os sintomas", afirma.

Uma "quantidade enorme" de pesquisas está em andamento, acrescenta.

- "Manter a esperança" -

O seminário de 9 de fevereiro será o primeiro de uma série de reuniões.

"No momento, provavelmente temos dados suficientes (descrevendo a Covid longa) para começar a juntar as peças do quebra-cabeça", estima Diaz.

Além de uma definição precisa e um nome, o seminário também deve permitir o estabelecimento de regras para a coleta de dados de controle de pacientes com o objetivo de começar a encontrar formas de curá-los.

Para aqueles que sofrem de Covid longa e que às vezes se sentem incompreendidos, Díaz tem uma mensagem: "Mantenham a esperança".

"As pessoas às vezes apresentam sintomas por muito tempo, mas sabemos que se curam", afirma, e conclui: "Estamos com vocês".

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A arquiteta Míriam Morata, sem nenhum tipo de apoio ou conhecimento na área da saúde, foi cuidadora dos pais, portadores de Alzheimer, do início ao fim da doença, por não ter condições de pagar os cuidados profissionais. Com a morte de Encarnação e Rubens Novaes, ela abriu um grupo no Facebook para pessoas que poderiam se identificar com a história e notou que a grande maioria dos pacientes diagnosticados com Alzheimer no Brasil também recebe cuidados de familiares que não têm auxílio de programas sociais ou políticas públicas. Entendendo o tamanho do problema que a doença causa em inúmeras famílias, a cuidadora decidiu criar a Lei Míriam Morata, que está em discussão no meio político.

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Segundo Míriam, os objetivos da lei são quatro: definir quem é o cuidador familiar, qual o perfil dessa pessoa e suas reais necessidades; definir quais os direitos desse cidadão que assume a responsabilidade de cuidar de um parente e abre mão de sua própria vida e saúde; responsabilidade civil, em relação a abandono material e afetivo dos filhos e parentes que deixam a responsabilidade de cuidar do paciente para apenas um membro da família; e apoio financeiro, com a criação do subsídio ao cuidador.

Junto com outros cuidadores, que são também advogados, Míriam elaborou o texto da proposta da lei, que está sendo discutido e divulgado. "Acredito que vamos conseguir tirar do cuidador familiar o manto da invisibilidade e fazer com que seja respeitado seu direito como cidadão e braço do Estado para responder a esse desafio que não está restrito à saúde pública, mas à economia, relações sociais, educação, entre outros", disse Míriam.

A doenca de Alzheimer e outras demências são desafios mundiais da medicina. Aproximadamente 50 milhões de pessoas que possuem tal diagnóstico. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que no Brasil, onde há mais de 29 milhões de pessoas acima dos 60 anos, quase 2 milhões têm demências, e cerca de 40% a 60% são do tipo Alzheimer. "Os dados são alarmantes, mas se considerarmos que a maioria das famílias não tem condições de contratar profissional para cuidar do seu parente, o Estado não tem estrutura para lidar com a doença, então estamos falando de mais de um milhão de pessoas que param as suas vidas, projetos, estudos, trabalho e muitas vezes se afastam da família para se dedicar o tempo inteiro a alguém que amam e que está morrendo lentamente", explicou Míriam.

"O cuidador tem uma atividade não remunerada, todos os dias está exposto às situações mais bizarras e assustadoras, convive com a orfandade mesmo que os pais estejam vivos e não consegue trabalhar, pois o paciente não pode ficar sozinho. Quando depende da aposentadoria do idoso para sobreviver, muitas vezes tem que ouvir dos familiares que está roubando. E depois que o paciente morre ele fica completamente despreparado para retomar sua vida", detalhou. A arquiteta já escreveu três livros (disponíveis na Amazon) contando as fases de sua experiência com os pais.

Míriam afirma que, geralmente, os parentes do portador de Alzheimer se afastam e apenas um familiar assume os cuidados e todas as sequelas dessa tarefa. Na visão dela, o cuidador pode desenvolver depressão, pânico, dores musculares, esgotamento físico e mental, dívidas, isolamento, não tendo condições de voltar ao normal sem apoio.

"Não existe lei que ampare essas pessoas e proteja seus direitos; muito menos políticas públicas que os ajudem a recuperar a sanidade e a saúde para retornar ao mercado de trabalho. Precisamos mostrar o tamanho do problema, não para despertar piedade ou admiração, mas para exigir que o Estado trate essas pessoas com a dignidade e o respeito que elas merecem, já que fazem o papel que o Estado não consegue fazer", reiterou. 

Veja os canais de Míriam Morata: No instagramacesse aqui. No Facebookaqui. Site Cuida de mim, aqui. 

Informar e orientar

 

Marta afirma que, com apoio dos grupos, é possível que a família identifique os sintomas da doença, busque o tratamento mais adequado e com isso aumentem as chances de um melhor resultado, além de retardar a evolução da doença. Quando há informação e conhecimento de que o comportamento daquele paciente ou daquele familiar já não é normal, orienta, e que faz parte de um sintoma, a família já sabe como lidar com isso. “Dentro do grupo de apoio, a partir das informações que ele (cuidador) vai ter, ele vai reconhecendo sintomas, vai identificando comportamentos com os quais não sabe lidar e vai aprendendo a partir da troca de estratégias. Cada família tem sua peculiaridade e ele vai pegando aquilo que pode adequar como estratégia”, explica.

A voluntária diz que outro fator muito importante no grupo social emocional é o trabalho da aceitação, porque a maioria dos familiares, apesar do diagnóstico fechado, nega a doença. Marta informa que a aceitação favorece a tomada de decisão, a adaptação emocional com relação ao paciente e favorece a criação de estratégias para lidar com os sintomas comportamentais que são freqüentes. “Outra coisa é a adaptação a essa nova realidade, buscar recursos disponíveis pra investir na qualidade da relação, porque é uma nova vivência. E, além disso, tem o convívio com as pessoas que passam pelas mesmas situações, troca de experiências que facilitam a busca de alternativas para situações complexas”, complementa.

Marta explica que o Alzheimer não tem cura, mas tem tratamento e este pode ser farmacológico ou não farmacológico, com estimulação de exercícios. O cuidador pode estar junto com o paciente fazendo as atividades.

O diagnóstico correto é o principal. O cuidador tem que buscar informações e a voluntária informa que a melhor maneira de buscá-las é participando de um grupo em que as pessoas conheçam a doença, fazer leitura, entre outros.

“Quando se procura um médico pra dar um diagnóstico é porque você já está percebendo que a rotina da pessoa (paciente) está mudando, que está havendo mudanças no funcionamento familiar, essa pessoa já não está mais respondendo daquele jeito, você já consegue perceber que há mudança no comportamento, que ela não fazia tal coisa e hoje faz, esquecimento exacerbado, desorientação temporal – coisas que chamam a nossa atenção no dia a dia porque interferem na nossa adaptação social, emocional e principalmente quando afetam aquela pessoa que era muito autônoma”, explica.

Família afetada

Marta diz que essas mudanças afetam os familiares. Quem cuida de um paciente começa a se estressar com ele quando não tem informações, explica, e há também o estresse gerado pelo aumento de responsabilidades. “Começa a ter um estresse até com relação à higiene, nutrição, tudo isso começa a ter alteração. Dessa forma, aumenta sobrecarga, a demanda de cuidados fica muito maior. Essas mudanças a gente percebe mais claramente quando estão relacionadas à tomada de decisões”, esclarece.

Quanto aos temas discutidos nos encontros dos grupos de apoio aos cuidadores, alguns são relacionados às questões que eles trazem, a sobrecarga do cuidador, os afetos, agressividade etc. “A gente precisa falar sobre autoestima, aceitação do cuidador, da importância dele passar pelo processo que é normal de negação, de raiva, de barganha. São várias coisas. Além de a gente fazer esse acolhimento emocional, lá o cuidador relata as questões familiares dele e a gente vai acolhendo ele naquilo que ele traz, nas dores e amores dele. Ao mesmo tempo cada um vai colocando a sua experiência, trazendo algumas estratégias e ele vai se sentindo pertencente ao grupo, vendo como a situação dele não é a pior e ele vai vendo que, apesar do Alzheimer, é possível ele ter uma vida social, cuidar de si próprio sem culpa e são esses temas que falamos dentro do grupo”, Marta explica.

Paciência e dedicação

Daniella Freitas, de 38 anos, cuida da mãe de criação Creuza Maciel de Moraes, de 89 anos, e as duas dormem no mesmo quarto. “Durante a madrugada acordo algumas vezes para trocar fraldas. Como estou sem trabalhar no momento, dou o café, banho e cuido quando estou em casa”, conta. Daniella diz que no início, para se informar sobre a doença de Alzheimer, costumava ver filmes, procurava na internet e algumas amigas falavam de alguns sintomas que vão aparecendo.

Daniella revela que tinha três meses quando passou a ser criada por Creuza, morou com ela a vida toda e sua relação com ela é de muito amor. “Éramos três: eu, ela e o esposo dela que eu chamava de avô. Então, ela é muito apegada a mim. Por exemplo, fui a uma consulta e ela ficou em casa toda hora chamando por mim. É só eu sair que ela fica agitada”, explica.

A atenção à higiene é muito importante, afirma Daniella. Para facilitar o deslocamento, Creuza ganhou uma cadeira de rodas. “Gosto de deixá-la sempre perfumada e com a fralda seca. Quando faz xixi, troco logo. Percebo que a fralda úmida a incomoda quando ela está deitada. A cama dela foi adaptada com um cercado de madeira, ficou igual a um berço porque ela só queria ficar levantando sozinha para ir embora pra casa dela (se referindo à casa que morava quando criança)”, continua.

Em relação aos desafios de cuidar de uma pessoa com Alzheimer, Daniella conta que ter paciência é um deles. “Teve uma fase dela recente que estava difícil alguém ter paciência. Eu estava esgotada. Às vezes ela passava duas noites seguidas sem dormir e nem eu dormia. Eu tive que pedir em casa pra terem compaixão comigo, porque eu precisava dormir. Minha imunidade baixou, fiquei com espinhas e ainda estou. Tirei um final de semana longe de casa, mas sempre estavam me ligando pra falar sobre ela, dizer que ela ficava me chamando, ligavam para perguntar sobre remédios etc”, revela.

Daniella relata que, apesar de não conhecer outros cuidadores, recentemente abriu uma caixa de perguntas em sua conta no Instagram e perguntou se alguém lidava com pessoas que possuem Alzheimer. Duas amigas responderam e elas trocaram informações. Ela também conta que não possui apoio de nenhum grupo social. “Tenho o (apoio) espiritual que foi o que tem ajudado muito”, finaliza. 

Por Ana Luiza Imbelloni e Isabella Cordeiro.

 

 

 

 

 

 

 

 

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Nem sempre a cura significa o fim do tratamento. A covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, deixa sequelas na vida de pessoas que adoeceram até mesmo meses depois da contaminação. Pesquisa publicada pela revista científica de medicina Journal of the American Medical Association (JAMA) mostra que, embora curados da covid-19, 87% dos 143 participantes do estudo apresentaram um ou mais sintomas relacionados com a doença. Os mais frequentes são: cansaço (53,1%); dispneia (43,4%), que é a falta de ar ou respiração ofegante; dores nas articulações (27,3%) e dores no peito (21,7%). Em 44,1% dos pacientes observou-se piora na qualidade de vida.

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O acompanhamento clínico multidisciplinar ajuda na recuperação. A fisioterapia desempenha um papel importante, como relata Daniela Teixeira, professora e coordenadora da Clínica de Fisioterapia da UNAMA - Universidade da Amazônia. “A fisioterapia tem como objetivo reestabelecer a função social desse indivíduo, através de técnicas presentes na fisioterapia respiratória e motora. Tendo em vista que as sequelas presentes nos pacientes pós-covid influenciam diretamente na funcionalidade”, conta.

Na clínica, a faixa etária predominante das pessoas que buscam por fisioterapia é entre 25 e 45 anos, segundo a professora Daniela Teixeira. Ela aponta que pacientes apresentam como sequelas redução nos volumes e capacidade pulmonar, bem como fraqueza muscular respiratória. “Estudos mostram que os pacientes acometidos pelo covid-19, mesmo que em sua forma leve, apresentaram alterações pulmonares com pacotes restritivos leves, ou seja, redução nos volumes e capacidades pulmonares. Além da presença de fraqueza muscular respiratória em até 20% dos indivíduos” ressalta a coordenadora. Ela explica também que, seja devido ao repouso prolongado em casa, seja pela internação hospitalar de longa duração, as sequelas músculo-esqueléticas reduzem a força muscular periférica, causando a perda de massa corporal magra.

Com tratamento medicamentoso e fisioterapia, a coordenadora afirma que é possível atingir a cura. Quanto à fisioterapia, Daniela Teixeira destaca alguns exercícios respiratórios na fase aguda. “Realizar inspirações profundas, no qual o indivíduo deve encher os pulmões o máximo que conseguir observando a expansão do abdômen e expirar realizando a manobra dreno labial. Três séries de 12 repetições de duas a três vezes ao dia”, explica.

A professora lembra a importância das pessoas estarem sempre atentas aos sinais clínicos. “Se possível ficar acertando sua saturação periférica de oxigênio, que deve permanecer acima de 94%, frequência respiratória menor que 25 e sinal de cansaço leve. Qualquer sinal que esteja fora dos parâmetros acima citados, procurar auxílio médico”, recomenda.

Além das sequelas físicas, os pacientes de covid-19 apresentam também problemas psicológicos. Um estudo feito por cientistas italianos, disponível no Science Direct (site que reúne dados e pesquisas cientificas publicadas mundialmente), mostra que 55% dos 402 pacientes acompanhados sofrem com pelo menos um transtorno psicológico. Ansiedade, insônia e depressão foram os mais citados.

A psicóloga Tiara Klautau, especialista em psicanálise com crianças e adolescentes, relatou que os principais transtornos apresentados são ansiedade, crise de pânico e medo da morte. "Estamos lidando com incertezas. O ser humano geralmente tem sua forma de viver, que foi retirada diante da pandemia", conta.

A psicóloga destaca o aumento na procura de ajuda psicológica durante a pandemia. "Chegamos no auge de atendimentos individuais que formamos grupos para o apoio a pacientes com ansiedade, somatizações e luto por conta da covid-19", relatou. Tiara Klautau alerta que não querer sair de casa nem para o essencial, falar o dia inteiro sobre o assunto, choro sem motivo aparente e insônia são indicativos de que a pessoa precisa de ajuda psicológica.

O acompanhamento de um profissional é importante para a recuperação desses pacientes. "Acolher, primeiramente acolher, tantos os que estão fisiologicamente doentes, quanto os que estão emocionalmente doentes. E isso se estende aos familiares também", conclui a psicóloga.

Por Carolina Albuquerque e Karoline Lima.

 

 

O município do Rio de Janeiro retornou ao estágio de mobilização às 6h15 de hoje (26), por causa da redução dos acumulados de chuva, que caiu ontem na cidade. De acordo com o Alerta Rio, não há previsão de intensificação nas próximas horas.

Apesar das imagens do radar meteorológico do alto do Sumaré não terem detectado núcleos de chuva em seu raio de alcance, há previsão de pancadas de chuva nos períodos da tarde e da noite.

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O município estava em estágio de atenção desde às 18h20 desta sexta-feira (25). Segundo o Centro de Operações da Prefeitura do Rio (COR), o estágio de mobilização é o segundo nível em uma escala de cinco e significa que ainda há riscos de ocorrências de alto impacto na cidade, incluindo a possibilidade de nova mudança de estágio causada pela chuva ou outros fatores.

O Alerta Rio informou que o tempo na capital continuará instável neste sábado, devido aos ventos em níveis médios e altos na atmosfera.

“A previsão é de céu encoberto a nublado, com chuva moderada na madrugada e pancadas de chuvas com intensidade moderada/forte, podendo vir acompanhadas de raios e rajadas de vento moderado/forte nos períodos da tarde/noite. As temperaturas estarão em elevação em relação ao dia anterior, com mínima de 18°C e máxima de 31°C", diz a mensagem.

Defesa Civil

A Defesa Civil, vinculada à Secretaria Municipal de Ordem Pública, acionou, entre 19h10 e 20h01, 38 sirenes em 24 das 103 comunidades de alto risco geológico monitoradas pelo sistema de alertas sonoros da cidade, conforme os protocolos de atingimento dos índices pluviométricos. As sirenes tocaram nas comunidades de Inácio Dias, Barão, Cachoeira Grande, Cachoeirinha, Comandante Luiz Souto, Cotia, Dona Francisca, Nossa Senhora da Guia, Ouro Preto, Rocinha, Santa Terezinha, Vidigal, Vila José de Anchieta, Andaraí, Arrelia, Jamelão, Escondidinho, Prazeres, Vila Elza, Barro Vermelho, Vila Cabuçu, Barro Preto, Mangueira e Parque Candelária.

A Defesa Civil registrou chamados para vistorias em desabamento de estrutura ou ameaça, quedas de muros e danos por infiltração ou rachadura. Os bairros com maior incidência de ocorrências foram Quintino, na zona norte; e Bangu e Tanque, na zona oeste.

Interdição

Os impactos da chuva de ontem são vistos em vários pontos da cidade e foi necessário a atuação de diversos órgãos da Prefeitura para reduzir os transtornos. Para atender aos protocolos de segurança definidos pela Geo-Rio, a Avenida Niemeyer, que liga São Conrado ao Leblon, na zona sul foi interditada nos dois sentidos, de forma preventiva.

No Jardim Botânico, também na zona sul, a principal via teve interrupção do trânsito em um trecho por causa do acúmulo de água e foi necessário desviar o movimento dos veículos no local.

Outro ponto que exigiu mudança no trânsito foi no bairro do Catete, também na zona sul, onde houve grande volume de água. Na zona oeste, foram registrados vários bolsões na Barra da Tijuca e um deles provocou o fechamento de uma passagem subterrânea nos dois sentidos. Moradores da Muzema enfrentaram alagamentos.

Na zona norte, os bolsões d'água também ocorreram na pista lateral da Avenida Brasil, na altura de Benfica, sentido zona oeste e as equipes da prefeitura seguiram ainda para o Alto da Boa Vista, a Ilha do Governador, São Cristóvão, Rio Comprido, Tijuca, Maracanã, Praça da Bandeira e Vila Isabel. No Centro, uma queda de árvore bloqueou a Rua Gomes Freire, no trecho entre as ruas Visconde de Rio Branco e Relação.

Comlurb

Equipes da Comlurb atuam desde ontem com cerca de 500 garis, em diversos pontos da cidade, para a desobstrução de ralos, bolsões d'água e quedas de árvores. Os trabalhos continuam nesta manhã com a equipe de prontidão para qualquer ocorrência na capital.

Alertas

Quem quiser receber mensagens da Defesa Civil, via SMS em tempo real, sobre a ocorrência de chuvas fortes no local onde mora, precisa apenas se cadastrar com o envio do CEP da residência para o número 40199.

Guarda Municipal

A Guarda Municipal do Rio está de prontidão desde às 18h20 de ontem com 425 agentes, 166 viaturas e 60 motos, em todas as regiões da cidade. O foco é o ordenamento e a fluidez do tráfego, para reduzir os impactos provocados pela chuva. As equipes estão atuando ainda no Centro de Operações para distribuir informações sobre pontos de atenção e situações emergências.

A pandemia do novo coronavírus forçou a população, para a sua própria segurança,  a ficar em isolamento social e a quarentena disparou os casos de depressão e ansiedade. Com o retorno das atividades sendo autorizado, as pessoas começam um período de readaptação às suas rotinas.

psicóloga Louise Britto, nesta entrevista ao LeiaJá, alerta para os efeitos psicológicos da retomada.

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Como a vida da quarentena pode afetar o psicológico de uma pessoa?

De muitas formas. As pessoas que tinham uma rotina de trabalho, de estudo, lazer, viagem, uma rotina normal, perderam isso e começaram a se sentir presas, destituídas da liberdade, da autonomia, que é algo que todos prezamos. E isto foi algo que não foi previamente trabalhado, foi do dia pra noite. As pessoas que moram sozinhas tendo que lidar com a solidão. Não é fácil, pois durante a rotina do dia dia a gente acaba evitando pensar em coisas que nos deixam tristes, ansiosas e angustiadas. A vida na quarentena pode afetar de todas essas formas, causando ansiedade, tristeza, não necessariamente uma patologia, doença, mas pode afetar muito a saúde mental.

Como identificar os sinais de que a sua saúde mental encontra-se em risco?

Se observar é muito importante nesse processo. Nem sempre as pessoas conseguem se escutar e ter esse autoconhecimento. Isso é muito subjetivo, vai de pessoa para pessoa. Alguns sinais podem ser ficar com vontade de continuar isolado, sem contato com as pessoas, sentir tristeza recorrente, porque ficar triste é normal assim como ficar feliz, agora é necessário prestar atenção na recorrência desse sentimento. Perder a vontade de fazer coisas que antigamente davam prazer, falta de sono ou apetite, comer muito ou não comer nada, às vezes sentir palpitações, sensação de que algo ruim vai acontecer, pensamentos recorrentes de que a pessoa vai perder o controle, de que pode morrer ou de que alguém próximo vai morrer. Esses são alguns dos sinais que podem aparecer quando a pessoa está com a saúde mental em risco.

É normal que as pessoas desenvolvam síndrome do pânico em um momento como este?

Hoje em dia as pessoas gostam de colocar nome em tudo, que tudo é doença. Não é normal que uma pessoa apresente síndrome do pânico por causa de um momento como este, é comum que tenha tristeza e ansiedade. Pessoas que já tinham algo nesse sentido, sintomas depressivos, episódios depressivos, episódios de crise de ansiedade, podem desencadear com mais facilidade uma síndrome do pânico ou uma depressão mais forte. É mais normal a saúde mental ficar abalada e existirem alguns sintomas que podem ser confundidos com uma síndrome do pânico.

O atendimento psicológico on-line na quarenta se provou um serviço eficaz para os psicólogos e seus pacientes? E qual a importância dele no momento em que nos encontramos?

O atendimento on-line foi de extrema importância para pacientes e psicólogos. Para psicólogos, porque conseguiram continuar atendendo seus pacientes, continuar colhendo, escutando e continuaram com uma fonte de renda, com certeza isso conta muito. Psicólogos que só dependem do atendimento clínico continuaram podendo atender. Já para os pacientes foi muito importante porque os que já estavam na terapia precisaram da continuidade e os que não faziam precisaram nesse momento e conseguiram esse espaço mesmo que não fosse o espaço físico. E se mostrou muito eficaz, conseguiu-se ter uma troca através do atendimento on-line, ter escuta e acolhimento. Tanto que muitos pacientes, inclusive meus, preferiram continuar na modalidade on-line mesmo com os atendimentos presenciais voltando ao normal. Ter essa ferramenta é muito importante para que os atendimentos, a escuta, o acolhimento e o suporte emocional não parem.

Para as pessoas que sofrem muito com ansiedade ou síndrome do pânico, qual a melhor maneira que elas podem se readaptar à vida após a quarentena?

Para as pessoas que já sofriam de ansiedade, síndrome do pânico, depressão, algo nesse sentido, o pós-quarentena não vai ser fácil, assim como para ninguém. O ser humano é subjetivo, cada um tem sua forma de lidar. Agora, claro, cuidando da sua saúde mental. Se identificar que já tem algo que possa desencadear, procurar uma terapia, uma psicoterapia, fazer um acompanhamento, ter esse espaço para falar sobre si, para falar sobre medos, para falar sobre angústia e se necessário o psicólogo encaminhará para um profissional da psiquiatria para fazer um tratamento medicamentoso. Não é fácil uma readaptação, é um dia após o outro mesmo, fazer sempre o que é possível, mas com certeza uma ajuda profissional é de grande valia nesse momento, para que as pessoas consigam ir voltando aos poucos para sua realidade.

Como será o retorno ao trabalho para os psicólogos? Já que muitos na verdade não deixaram de trabalhar durante essa época.

Bem, depende muito da área que o psicólogo trabalha. O atendimento na clínica, por exemplo, no consultório, está voltando aos poucos, sempre com a máscara, mantendo o distanciamento que já existe, entre o paciente e o psicólogo, um numa poltrona e o outro na outra. Sempre que entra outro paciente passar o álcool spray na poltrona. Tem aquela proteção para dar aos pacientes quando eles chegam no consultório, eles colocam tipo uma “touca de pé”, para que possa proteger. Álcool em gel sempre. E indo aos poucos, na medida do possível. Em outros ambientes como o psicólogo hospitalar, não parou. E das empresas também não, pelo menos supermercados e outro lugares que têm RH e psicólogos, o psicólogo não parou de trabalhar, mas sempre cumprindo as medidas da OMS e do Ministério da Saúde.

Por Yasmin Seraphico e Júlia Pontes.

A chuva que atinge São Paulo nesta terça-feira, 8, colocou oito áreas da capital em estado de atenção para alagamentos, segundo alerta emitido pelo Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas da Prefeitura de São Paulo (CGE).

De acordo com o órgão, a chuva intensa prossegue na Zona Leste com atenção para Penha, Ermelino Matarazzo, São Miguel paulista, Itaquera e Itaim paulista. Quem está na Zona Oeste também deve ficar em alerta com as novas áreas de instabilidade vindas do interior, já que a chuva deve ser mais intensa nas próximas horas.

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A Defesa Civil orienta a população para o risco de vento e condições de raios em pontos isolados das zona central, sul e oeste da cidade. Em balanço divulgado pelos bombeiros, foram 31 chamados de quedas de árvores nas regiões do Morumbi, Consolação e Perdizes até às 15h21. Na última terça-feira, 1º, a queda de uma árvore sobre um veículo acabou matando uma mulher.

Os registros da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) mostram aumento de lentidão na Zona Leste com 8 km e atenção para a Zona Norte, com 7 km.

Para os próximos dias a tendências é de instabilidade. A quarta-feira deve ter mínima de 19°C e máxima que não deve superar os 26°C. A umidade do ar se mantêm entre 55% e 95%.

Veja as regiões que ficaram em estado de atenção para alagamentos:

Zona Norte, às 15h03

Zona Leste, desde às 14h09

Zona Sudeste desde, às 14h09

Zona Oeste, às 14h09

Centro, desde às 14h09

Zona Sul, desde às 14h09

Marginal Tietê, desde às 14h09

Marginal Pinheiros, desde às 14h09

Em coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira (31), o secretário de saúde de Pernambuco, André Longo, admitiu que o estado observa relaxamento da população em relação ao uso da máscara, sobretudo nas praias. O equipamento é obrigatório, por decreto, desde maio, em prevenção à disseminação da covid-19.

“É fundamental manter a educação sanitária para que continuemos podendo dar passos adiante dentro do nosso plano de convivência. Todos temos aspirações do ponto de vista de retorno à normalidade, mas temos que estar sempre conscientes de que a covid-19 ainda é uma realidade, então todas as atividades devem ser feitas com cuidado. O estado não é onipresente. Precisamos da ajuda da população para fazer as denúncias quando encontrarmos alguma infração”, apelou Longo, ao ser questionado sobre a fiscalização nas praias.

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Em ronda no último fim de semana, a reportagem do LeiaJá voltou a observar a formação de aglomerações de pessoas nas praias da região metropolitana do Recife, onde é comum observar pessoas sem máscara permanecendo por longos períodos na faixa de areia. “Temos realmente percebido que as pessoas, em menor número, mas de forma significativa têm relaxado em relação ao uso da máscara e isso é muito ruim, porque amplia o potencial de transmissão do vírus. A gente vem buscando apoio das prefeituras para fazer esse disciplinamento”, colocou Longo.

Nesta segunda, Pernambuco registrou 445 novos casos da covid-19 e 19 óbitos causados pela doença. Assim, o estado totaliza 125.539 casos e 7.593 mortes em consequência do novo coronavírus.

Na proa da canoa, o menino Francisco Uruma olhava para o pai e para o avô, que, em concentração, buscavam o pirarucu nas águas do rio, no Alto Solimões. Era mais do que uma pesca. Da mesma forma, o caminho pela mata para buscar açaí era mais gostoso até que a pequena fruta. O que importavam mesmo eram as histórias ao longo dos caminhos. Uruma de 40 anos de idade, é cacique da Aldeia Tururucari-Uka, do povo da etnia Omágua-Kambeba. Eles vivem em terra na área rural de Manacapuru (AM) desde 2004. O cacique já tem três netos (que vivem em outra aldeia, a sete horas de barco) e espera ser para eles o que os ancestrais representaram na sua vida. Domingo, o pai, de 82 anos, ainda trabalha e gosta de contar histórias. Até pelos exemplos que teve, o cacique orienta que toda a comunidade mantenha contato permanente com os mais velhos para que as tradições e os saberes não se percam. Neste domingo (26), porém, Dia dos Avós, vai ser mais um dia em que os mais velhos serão ouvidos, mas com distância.

“Como a aldeia é em círculo, conversamos aos gritos, cada um da sua casa”. Todos de máscara. A aldeia tem 60 pessoas. Nas conversas, os mais velhos contam histórias de superação e de lendas que revigoram a raiz da comunidade. Falam também que é necessário se proteger e se isolar, caso o vírus contamine alguém. No único caso positivo confirmado, a doença não evoluiu. “Precisamos cuidar dos mais velhos que estão conosco”.

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Para Uruma, que também tem curso de coaching, é preciso que os mais jovens, também em situações como essa, tenham atenção e respeito cada vez que os mais velhos falam. Estar com os netos é mostrar união, dedicação, passar conhecimentos vividos e mostrar que ser avô indígena também faz parte da sabedoria milenar”, diz o jovem avô cacique, que é pedagogo e agente de saúde. Em tempos de pandemia, ele organizou o povo para não receber visitantes. Nem mesmo a família. A saudade dos netos é uma parte dolorosa dessa história. A aldeia que recebia grupos de turistas teve que se fechar para se proteger. Assim, nem mesmo os familiares que vivem em outras regiões podem entrar. “A gente se fala por telefone e mensagens”.

Ouvir os idosos

A geógrafa Márcia Kambeba, que é mestre e pesquisadora sobre a identidade de sua etnia, ratifica que os avós na aldeia ocupam espaço destacado. “Quando criança, nós somos orientados a ouvir as narrativas dos nossos avós. Os avós são fundamentais na construção do ser-pessoa. É normal na aldeia a gente se reunir ao redor da cadeira de um idoso. Enquanto ele fala, todos têm que ouvir em silêncio. Nós somos treinados a ouvir”, afirma.

Ela lembra que a família a estimulava a visitar casas dos mais velhos para ouvir, a cada dia, uma história diferente. “É preciso prestar atenção em cada detalhe falado. Assim, fui aprendendo sobre o rio, sobre a mata e a espiritualidade. Isso contribui para crescermos num ambiente saudável. Os idosos são o eixo de transmissão dos saberes de um povo”. Como pilar de vida, Márcia destaca que a avó, Assunta, falecida em 2001, foi referência fundamental de vida para ela.

“Deitada em uma rede com fibra de tucum, ela contava sobre as dificuldades que eu iria enfrentar”. E apontou os caminhos. A avó falava de natureza à literatura. Hoje, Márcia, que também é escritora, leva poesia a asilos em grandes cidades. “O lugar do idoso não é no quarto do fundo da casa. Eles são nossos troncos velhos e não podem ser silenciados nem ficar à margem de uma família. Há jovens que não querem mais ouvir narrativas. Isso entristece os mais velhos”.

Transmissão da cultura e saberes

O agricultor Simplício Arcanjo Rodrigues, de 59 anos, um dos fundadores da Coordenação Nacional de Articulação de Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), vive na comunidade de Rio das Rãs, em Bom Jesus da Lapa (BA), onde vivem pelo menos 800 famílias e mais de duas mil pessoas. Ele é avô de quatro netos. Todos estão longe: três, a 150 km de distância, em outra comunidade na Bahia, e uma caçula em São Paulo. A pandemia adiou os encontros que costumavam ser frequentes nas férias.

Ele entende que um dever de avô é garantir a transmissão da cultura e dos valores de luta do povo dele. Rodrigues reconhece que a invasão de outras influências acabam afastando os jovens mesmo das comunidades centenárias. “O que eu passo para eles é a cultura afro-brasileira, e os valores de respeito à família e a história do povo negro aqui no país. Conhecimento representa empoderamento”. Escravidão, mortes, fugas e preconceito fazem parte das discussões na comunidade.

Ele testemunha uma conquista local que foi direito à terra onde a comunidade vive. A vitória na justiça, mediante laudo antropológico, completou 14 anos, mesmo havendo registro da presença de quilombolas no local há mais de dois séculos. “Foi muita luta porque havia disputa dessa área por outros grupos”. Essa história é uma das preferidas dos mais jovens. Tanto que ele faz questão de visitar as três escolas da comunidade quilombola para repetir a história do lugar. Por isso, ele se considera um avô também para a comunidade. “Nossos ancestrais morreram na esperança que a gente melhorasse a situação. A história não pode morrer na gente”. E não morre. Há um cemitério nas proximidades da comunidade. E ele considera isso importante para “lembrar de onde viemos”. "Os mortos carregaram os vivos. São nos nossos ancestrais que nós buscamos força e resistência”.

Mesmo com as influências de fora, afinal uma comunidade “não é uma bolha”, Simplício Arcanjo testemunha que tradições são mantidas, como pedir as bênçãos aos mais velhos e as festas religiosas em várias denominações. “Uma das coisas que a gente combinou por aqui é que um deveria respeitar a religião do outro”. São os mais velhos que devem passar isso para os mais jovens. “Aí tanto faz se é neto de sangue ou não”. Simplício sabe que, quando há eventos turísticos na região, que atraem brasileiros e até estrangeiros, os mais jovens conseguem explicar de onde vieram.

Mesmo de longe, a pequena Emanuele, de sete anos, neta de Simplício, diz que tem muito orgulho do que representa o avô para a comunidade. “Ele é um homem batalhador. Ele é muito bom”. A esposa de Simplício, Paulina Souza Rodrigues, de 59, professora de escola da comunidade, sente muito a falta da neta e está angustiada porque sabe que dificilmente terá a visita da neta no final do ano. “Temos nos falado sempre. Ela diz que está com muita saudade. A neta não desgruda dos avós nas férias. Quando ela vem, não para de brincar. Vai no rio comigo e pede para a gente contar histórias. Agora, está sendo por telefone”. Paulina considera que o papel dos avós está sendo desafiador porque as crianças estão encantadas pelas novidades tecnológicas e nem sempre eles nos escutam.

Quem celebra ter escutado a avó é a professora de português Rosângela do Socorro Ramos, de 52 anos, que nasceu e foi criada na comunidade quilombola de Curiaú, em área rural de Macapá (AP). Hoje, a docente mora na cidade em função do trabalho, mas ela recorda que foi Maria Jovina Ramos (já falecida), que não pôde estudar, que estimulou que ela fosse fazer faculdade na Universidade Federal do Pará. Na formatura, em 1991, a avó esbanjava orgulho da neta. “Minha avó me mostrou uma visão muito além do tempo dela. Mais do que escolaridade, ela e outras mulheres de minha comunidade fizeram questão de passar para a gente que as mulheres deveriam estudar e ocupar espaço”.

Rosângela é professora em área urbana, mas sempre volta à comunidade. Um dos compromissos é com a Associação das Mulheres Mãe Venina do Quilombo do Curiaú. A missão do grupo é promover discussões com mulheres de várias faixas etárias sobre independência feminina. “Mesmo com tantas influências que os mais jovens recebem de fora, as avós que criaram muitas pessoas na comunidade querem ser ouvidas”. Entre as mensagens, o estímulo ao estudo e ao trabalho para que não fiquem confinadas em uma perspectiva doméstica. “A associação foi criada por inspiração de mulheres como a minha avó”. E de outras mulheres, como a professora Celeste Silva, de 75 anos, 30 netos e 15 bisnetos. “Os dias são difíceis com as novas gerações, mas nós precisamos continuar ensinando o respeito, independentemente de ser família ou não. Aqui na comunidade quilombola, tentamos trazer essas conversas sempre. Nesse momento, ficamos mais distantes por causa do vírus”.

Em grandes cidades

A aposentada Antônia Braz da Silva, de 74 anos, mora na zona leste de São Paulo desde a infância, quando os pais deixaram o distrito de Pedra Tapada, na cidade de Limoeiro (PE), para começar tudo de novo na capital econômica do país. Avó de sete netos e viúva, ela mora sozinha e tem se sentido angustiada e “presa” com a pandemia. A comunicação passou a ser apenas por videoconferência.

“Não sei quando os verei de perto de novo e quando virão aqui (três dos quatro filhos não vivem mais em São Paulo)”. Mesmo acostumada com a distância, ela se sentiu agora mais isolada. Sente falta, por exemplo, da possibilidade da presença e de contar histórias da família. “Quando eles eram menores, faziam mais perguntas e ouviam mais. Hoje, já são adultos e têm menos tempo”. Ficou mais satisfeita no ano passado, quando precisou fazer uma cirurgia, e os netos passaram a perguntar mais sobre ela. Durante a quarentena, vibra com cada ligação que recebe.

Cada ligação também tem um sabor especial para a enfermeira Eleuza Martinelli, em Brasília. Só que, no caso dela, ser avó é uma novidade que surgiu durante a pandemia. “Sempre sonhei em me tornar avó e em julho de 2019 recebi a notícia de que este sonho iria se realizar. Tudo muito escolhido e preparado para recebermos a Rafaela. Minha primeira neta”. A menina nasceu em Goiânia (GO), em 26 de fevereiro, data em que foi registrado o primeiro caso de covid-19 no país.

“Não imaginávamos que a doença iria trazer tantos transtornos e mudar muitos nossos planos. A alegria era muito grande. Uma mistura de sentimentos de avó e de mãe que é indescritível. Porém a pandemia mudou nossos planos e achamos melhor nos distanciar”. A partir daí, as conversas, orientações e carinhos tornaram-se virtuais, mesmo que tão reais. “Trocas de mensagens e chamadas de vídeos viraram rotinas. Neste domingo (26), ela faz 5 meses e está cada dia mais esperta”. Não era de longe como Eleuza e o marido, Jaime, esperavam passar o dia dos avós, mas...“Falo todos os dias com minha filha Mariana, recebemos vídeos e fotos de cada novidade. Sempre reinventando uma nova forma de compensar o contato físico. Aprendemos uma nova maneira de amar que transcende todas as barreiras que a pandemia trouxe”.

A comerciante Graça Carvalho, de 61 anos, avó de três netos, mora em Parnamirim (RN), na Grande Natal, e optou por ficar longe para se proteger e também à mãe dela, Maria, de 95 anos. Está passando um tempo na casa da família, em Santana do Matos, a 200 km da capital potiguar. Graça foi avó pela terceira vez durante a pandemia. Ana Letícia completou um mês de vida. “O que a gente deseja para os netos é amor, proteção. Nesse momento, a forma de fazer isso é todo mundo se cuidar ficando longe”.

O cuidado com os idosos

Avós têm razão em estar em alerta e serem cuidadosos, mas a contaminação não significa uma sentença de morte, segundo o médico Thiago Rodrigues, presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, no Distrito Federal. Ele testemunha que a possibilidade da infecção tem elevado a tensão entre os mais velhos, mas é necessário, sobretudo, fazer a prevenção adequada. “Nesse momento, guardar distanciamento é importante. Os idosos são elos mais fracos e vulneráveis. Nesse Dia dos Avós, a celebração tem que ser com distanciamento dos mais jovens”. O médico explica que o organismo dos idosos é mais suscetível principalmente por causa da pneumonia que o vírus pode provocar.

“A pneumonia viral acaba inflamando o nosso pulmão e diminui a capacidade de oxigenação do nosso sangue. Nos idosos, pelo processo de envelhecimento natural, eles estão mais vulneráveis às doenças crônicas que afetam o organismo de forma sistêmica. Quem tem alguma comorbidade acaba tendo uma descompensação das doenças que já possuía”, explica. Além da preocupação com o distanciamento, o médico indica que é necessária também atenção com o estado emocional dos mais velhos. “O distanciamento físico não deve significar isolamento de carinho. Um reflexo positivo desse momento tem sido uma preocupação das pessoas se conectarem mais. Uma condição de muitos idosos em momento de não-pandemia já era o de isolamento e eram colocados à margem. Nesse momento, os jovens também estão experimentando isso e percebem também que existe solidão. Uma ligação nesse Dia dos Avós é um gesto importante nesse contexto. Após a pandemia, imagino que pode haver um renascimento do desejo de abraçar e de estar mais perto dos idosos”.

No outro lado desse abraço, pode estar a criança. Presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade de Pediatria de São Paulo, o médico Marco Aurélio Sáfadi, explica que as complicações com crianças e bebês são muito raras. “Não quer dizer que não exista risco. A maioria das crianças que tem a doença passa de uma forma tranquila. Temos dúvidas sobre o papel das crianças na transmissão do vírus. Dados preliminares indicam que os principais transmissores são adultos jovens. Mas é necessária muita cautela e especial cuidado em caso de convivência entre crianças e avós”. O médico recomenda que as crianças, de todas as idades, devem utilizar máscara para proteção dos mais velhos. No aspecto emocional, ele considera que, em uma situação de pós-pandemia, os mais novos terão condições de se readaptar à realidade. “Elas têm uma capacidade de superar o que ocorreu. Mas devemos considerar os contextos sociais de muitas famílias em situação de precariedade”.

A psicóloga Daniela Taborianski Lima, que atua em Bauru (SP), concorda que as crianças têm uma compreensão maior e capacidade de readaptação que os adultos desconhecem. Mesmo diante da distância dos avós, há um lugar reconhecido pelos menores. “Os avós trazem um modelo de amorosidade, que representa segurança. Tanto é assim que, em momentos de dificuldade e dor, costumamos recordar da experiência com eles e elas”. A psicóloga recomenda que os adultos devam conversar abertamente sobre a situação com os menores, explicando que essa situação é temporária e que, por isso, se deu o isolamento. Da mesma forma, ela salienta que, tanto para crianças como para os idosos, momentos como esse podem requerer acompanhamento profissional de forma que as pessoas sejam cuidadas emocionalmente. Inclusive, Daniela Lima experimenta aos 40 anos a experiência de ser avó. “Está sendo uma experiência enriquecedora e amorosa com minha pequena Alice, de dois anos”.

"Amorosidade também é ensinado"

Seja nas comunidades centenárias, em área rural, sob o movimento da natureza, ou apreendido nas correrias das vidas urbanas, chamar vó e vô costuma aliviar o dia. “Amorosidade também é ensinado”, explica a psicóloga. Amor para ensinar a pescar, lutar e traduzir os “mistérios da vida”. Por enquanto, de longe. “Em breve vamos nos encontrar em um novo normal. A vida vai seguir e em cada etapa vamos reinventar uma forma de viver intensamente esse amor que até então eu desconhecia”, diz a avó Eleuza Martinelle, em Brasília. “Eu não sei se tenho tanto a ensinar. Mas sei falar do passado”, como diz o avô Simplício Rodrigues, em comunidade quilombola na Bahia. Avós são feitos desse saber vivo, de uma saudade em andamento, e desse lugar-amor multiplicado.

A eventual necessidade de se adiar as eleições deste ano é um cenário monitorado de perto por um grupo de trabalho instituído em abril pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Apesar da pandemia do novo coronavírus, o tribunal afirma que, por enquanto, tem dado conta de manter o seu cronograma de providências materiais e testes para que o calendário eleitoral não sofra alterações.

Como a constituição prevê que a eleição deve ser realizada "no primeiro domingo de outubro do ano anterior ao término do mandato dos que devam suceder", qualquer mudança de data, por menor que seja, requer aprovação de uma proposta de emenda constitucional. Ou seja, precisa de duas votações na Câmara - com aprovação de ao menos 308 dos 513 deputados - e outras duas no Senado, com o aval de 49 dos 81 senadores.

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No mês passado, pouco depois de tomar posse como presidente do TSE, o ministro Luís Roberto Barroso afirmou que se empenharia para "evitar qualquer tipo de prorrogação na medida do possível". Ele admitiu, porém, que o contexto da pandemia é que definiria a data da votação. "Se não tivermos condições de segurança, teremos de considerar o adiamento pelo prazo mínimo." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Maisa Silva, desde pequena, sempre foi conhecida por falar o que pensa. Sem filtro, a apresentadora do SBT opina sobre assuntos da vida pessoal e artística. Nesta terça-feira (14), a jovem fez um breve desabafo sobre sua intimidade. Em uma postagem, ela declarou que a sua autoestima não estava elevada. Após a publicação, Maisa recebeu a atenção de Deborah Secco.

No Twitter, a atriz da Globo deixou uma mensagem bastante carinhosa para Maisa. "Ô Maísa, você é gênia, amada e fundamental nos nossos dias! Levanta essa poeira! E se não conseguir, tudo bem também", escreveu a intérprete de Alexia, da novela Salve-se Quem Puder. Depois de dar uma gás de ânimo para a apresentadora, Deborah colecionou elogios dos internautas.

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Mesmo depois que um empresário recifense morreu por ter contraído uma bactéria que existia nas ostras que comeu na praia de Boa Viagem, Zona Sul do Recife, parece que a preocupação das pessoas na hora de escolher o que vai comer na praia não mudou. O LeiaJá conversou com alguns banhistas que estavam curtindo um dia de sol no 'buraco da veia', no Pina, Zona Sul da capital pernambucana, indagando sobre o medo de ser a próxima vítima.

A nutricionista Dryelle Castro dá algumas dicas do que pode ser observado para amenizar as chances das pessoas contraírem alguma infecção ou até morrerem por conta do que comeu. Confira:

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As festas de fim de ano costumam ser fartas em comidas e bebidas. Familiares e amigos se juntam em torno da mesa e as ceias tendem a ser preparadas com os mais diversos pratos. É preciso, no entanto, tomar alguns cuidados para evitar desconfortos e até, intoxicações e contaminações que podem azedar o fim de ano. A Vigilância Sanitária do Recife (Visa) ensina algumas estratégias para aproveitar as ceias sem riscos. 

O cuidado deve começar desde o ato da compra dos alimentos. A Visa Recife orienta que os consumidores fiquem atentos ao acondicionamento dos produtos e à temperatura de exposição. Também é importante observar a integridade das embalagens e os prazos de validade, além de verificar cor, odor e textura do alimento quando este for de origem animal. Aqueles que forem consumir maionese devem optar pela industrializada. 

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Já na hora do preparo, é importante evitar o uso de anéis e pulseiras, além de manter as mãos higienizadas. Utensílios de cozinha devem ser lavados antes e depois da manipulação de cada alimento. Outra recomendação é preparar os alimentos com água potável. A Visa também indica preparar as refeições pouco antes de serví-las. Saladas, maioneses e molhos devem ser retirados da refrigeração pouco antes de irem para a mesa. 

As sobras da ceia também demandam certos cuidados. Embora pareçam deliciosas no dia seguinte à festa, é desejável ter certa cautela na hora de consumí-las. As sobras devem ser guardadas em potes limpos e com tampas e devem ser refrigeradas ou congeladas. Alimentos diferentes devem ser guardados separadamente para evitar qualquer tipo de contaminação. 

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A instituição beneficente Lar de Maria atua há mais de 70 anos em Belém e trabalha com aproximadamente 260 pessoas em situação de vulnerabilidade social, sendo 140 crianças, 40 adolescentes e 80 idosos. A instituição atende crianças e adolescentes em tempo integral, com faixa etária de 6 a 17 anos, e idosos.

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O objetivo do Lar é promover a proteção do público infantojuvenil em situação de vulnerabilidade social e fortalecer os vínculos familiares e comunitários por meio de ações socioeducativas e lúdicas. Conheça um pouco mais sobre a instituição no vídeo.

Um novo golpe aplicado através do WhatsApp tem feito vítimas por todo o país. Os criminosos usam informações encontradas em plataformas como o OLX e o Mercado Livre para clonar o WhatsApp do usuário e tentar pedir dinheiro para familiares e amigos da vítima, se passando por ela. 

Munidos das informações coletadas em plataformas de compra e venda, os criminosos entram em contato com a vítima informando que é necessário enviar um código de confirmação que chegará por SMS. Esse código é, na verdade, um autenticador de duas etapas do WhatsApp do usuário, que é a última informação necessária para que o golpista consiga clonar a conta. 

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Em seguida, os criminosos enviam mensagens para amigos e familiares, se passando pela vítima, pedindo quantias em dinheiro. Segundo especialistas da agência especializada em mídias sociais, MF Press Global, é preciso estar atento para não cair no golpe. É importante deixar a verificação em duas etapas do aplicativo sempre ativada e ficar atento ao receber e-mails de serviços que deixam dados de contato expostos publicamente. 

Consagrada no mundo da teledramaturgia, Vera Fischer não é de dispensar trabalhos. A eterna Helena da novela "Laços de Família", do autor Manoel Carlos, voltou algumas casas e relembrou um fato curioso de 2002, durante as filmagens do filme infantil "Xuxa e os Duendes 2 - No Caminho das Fadas".

Entrevistada pelo site Uol, Vera contou que ficou estarrecida com uma atitude de Xuxa Meneghel no set de gravação. "A Xuxa nem olhou na minha cara. Tive que usar aquelas orelhas de elfo, peruca e lente branca. Quando me olhei tomei um susto, parecia o monstro das trevas", revelou, dizendo que Xuxa não tinha sido atenciosa. A atriz fez uma participação especial em "Duendes 2" a convite do diretor Rogério Gomes.

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"Fiquei horrorizada com o jeito que a Xuxa tratava os atores, dando ordens o tempo todo, 'faz isso, faz aquilo'. Eu até perguntei para o Rogério sobre isso, afinal ele era o diretor, mas ele disse que não podia fazer nada porque ela era também a produtora do filme", disse. Em 1982, Vera Fischer e Xuxa Meneghel trabalharam juntas no filme "Amor Estranho Amor".

Na época, Xuxa entrou em uma polêmica ao fazer uma cena de nudez com um garoto de 12 anos. Em 1991, Xuxa entrou com uma ação na Justiça para que o longa nacional não fosse comercializado. Sobre o assunto, Vera disparou novamente contra a apresentadora da Record: "Essa proibição foi um desrespeito a todos que trabalharam no filme".

A edição deste ano da Bienal Internacional do Livro de Pernambuco conta com uma programação extensa, com mais de 100 expositores, milhares de obras e produtos literários e culturais, além das atividades de formação, lançamentos de livros e palestras. Neste sábado (30), o auditório Círculo das Ideias recebe uma série de profissionais dispostos a trocar conhecimento com os visitantes da feira.

A contadora de histórias, coach vocacional e Mindfulness, Larissa Cirello, é uma dessas pessoas. A palestra ministrada por ela busca incentivar o público a desenvolver a criatividade por meio da atenção plena. "É um estilo de vida aonde a gente treina a nossa mente para que ela possa estar presente no agora. Livres de julgamentos e com aceitação", explicou.

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Durante a palestra Larissa contou ao público que pessoas que são mais criativas geralmente são mais felizes e a forma de alcançar êxitos através da criatividade é tentando manter sempre o foco nas coisas que realmente importam. Uma forma de se beneficiar é fazer exercícios de respiração, evitando pensamentos aleatórios e viagens ao passado. "É saber ouvir os pensamentos para tomar as melhores decisões", disse.

Ela ainda ressaltou que ter atenção plena colabora com o aprendizado e a melhora no rendimento escolar. "Como a gente aprende a manter o foco, ajuda a gente a escolher onde vai colocar a nossa atenção. Já foi comprovado que a prática aumenta a massa cinzenta, a área do cérebro responsável pela memória e o aprendizado. Melhora o estresse e a ansiedade", explicou a coach Larissa.

Para começar a treinar o cérebro a profissional sugeriu uma técnica simples: escovar os dentes com a mão não habitual. De acordo com ela isso faz com que o órgão trabalhe mais ativamente o dia inteiro.

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