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O LeiaJá publica, nesta quinta-feira (10), a primeira de duas reportagens sobre o deslizamento da área de lazer do residencial Ecovila Yapoatan. O colapso da estrutura causou duas mortes e deixou o condomínio à beira de um precipício, em Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife, em Pernambuco.

A tragédia

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Gláucio José da Silva dormiu na noite chuvosa de 27 de maio de 2022 sem saber que seria a última ao lado da esposa. Soterrado por barro e escombros do que acabava de deixar de ser sua casa, o serralheiro de 57 anos ficou abraçado à Luci Maria da Silva, de 48, enquanto ela se debatia até a morte em uma crise de claustrofobia.

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O casal morava aos pés da barreira da Rua Campo Verde, em Jaboatão dos Guararapes, mas nunca havia sofrido com deslizamentos até o início da construção de um condomínio, no alto. Eles jamais imaginariam que as chuvas intensas de 2022 fariam com que a área de lazer do residencial despencasse dos 50 metros de altura e destruísse sua casa. 

Trabalhador autônomo, Gláucio não costumava deixar a esposa sozinha. A família tinha uma vida financeira estruturada, dois carros na garagem e um patrimônio construído às custas das horas de Gláucio dentro da oficina, no mesmo terreno onde ficava a casa.

"Como pobre, minha casa era excelente. Era de luxo", lembra orgulhoso. Reformas no imóvel e a compra de eletrodomésticos tornaram o local o ponto de encontro das festas da família. A herança que seria deixada para o filho e onde o casal sonhava atravessar a velhice. 

Ferramentas e materiais de trabalho ainda estão embaixo da terra. Júlio Gomes/LeiaJá

Destruição nos olhos

Um estrondo por volta das 5h09 da manhã e, de repente, tudo ficou escuro. Ele ainda não sabia, nem teve tempo para entender, mas aquele som soterrou seu futuro. O muro de arrimo de três metros e meio veio abaixo. Ele ficava no alto da barreira e sustentava o mirante do Condomínio Ecovila Yapoatan. A estrutura, a 50 metros de altura, não suportou o peso da área que reunia pista de cooper, dois quiosques e um mirante circunscrito à piscina. Sem conseguir respirar com facilidade, um pequeno feixe de luz salvou a vida de Gláucio embaixo de quilos de destroços. 

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A algumas casas dali, Rafael Rodrigues se preparava para o trabalho quando ouviu o barulho.

"Teve tipo uma zoada de trovão, só que era o mirante descendo. Aí pegou nas casas aqui embaixo", descreveu.

Sua primeira lembrança ao abrir a porta foi do mar de lama que atravessava a rua, e, no fim, destroços empilhados onde ficava a casa de Gláucio. Fios de alta tensão arrebentaram e caíram no chão, mas risco de uma descarga fatal não impediu a união dos vizinhos para tentar resgatar as vítimas. 

Rafael permanece na Rua Campo Verde e diz que os problemas com a chuva são os mesmos. Júlio Gomes/LeiaJá

O medo que sufoca

A estrutura que veio abaixo colocou Luci frente a frente com seu maior medo. Ela tinha fobia de ambientes fechados e, por conta disso, se recusava a realizar atividades simples do dia a dia, como andar de carro ou de elevador. O deslizamento que tirou sua vida também não deu chances ao marido da sua irmã, Francisco Claudino de Oliveira, de 61 anos, que teve a cabeça esmagada por um pedaço de concreto. 

"Infelizmente eu tô aqui e ela não tá [...] ela não morreu por conta do soterramento, ela morreu de pânico. Ela tinha fobia e não conseguia andar de carro fechado, não andava de metrô. Para ter uma ideia, podia ter os andares que for, mas ela ia de elevador, subia [o prédio] andando", comentou Gláucio. 

Gláucio carrega o trauma de ter perdido a esposa nos braços. Júlio Gomes/LeiaJá

Presos por ferragens e alvenaria, nenhum deles conseguia se mexer. Os dois dividiam espaço e gritaram por ajuda por cerca de 30 minutos, antes de Luci sucumbir à sensação de confinamento e sofrer uma crise de pânico. Ela passou os últimos momentos imóvel, entre as pernas do marido. 

"Ela se viu presa e ficou sem ar. Ela morreu falando, e a pessoa que tá sem ar não consegue mais falar. Teve uma hora que ela travou, calou-se". 

O Corpo de Bombeiros foi chamado, mas a forte chuva e as ocorrências na mesma manhã impediram a chegada ao local. A corporação estava perto dali e se esforçava para buscar sobreviventes em meio ao lamaçal em Jardim Monte Verde, região mais prejudicada pelas chuvas em todo Grande Recife.  

Lonas plásticas colocadas no alto da barreira após o deslizamento. Júlio Gomes/LeiaJá Imagens

Três dias com o corpo

Ainda chovia muito e a lama também dificultava o resgate dos vizinhos quando outros blocos do muro de arrimo se desprenderam e rolaram barreira abaixo. Em meio à correria, três coqueiros em frente à casa de Josélia Alves, ao lado da de Gláucio, vieram ao chão e evitarem que seu imóvel também fosse destruído.  

Amiga da família, Josélia ainda carrega os traumas daquele dia. Ela compartilhou detalhes do resgate de Luci, desde a retirada da mulher dos braços de Gláucio, até os cuidados que recebeu das vizinhas. Após ser lavado e vestido, o corpo passou três dias no terraço do irmão de Josélia à espera da chegada do Instituto Médico Legal (IML).  

Josélia mostra os pedaços do muro de arrimo a poucos metros de casa. Júlio Gomes/LeiaJá

Abalada, Josélia não trabalha e passou a dormir na casa da filha. Sem se afastar muito da barreira, ela ainda vive na Rua Monte Verde. "Quando começa a chover, eu já fico com medo porque pode deslizar isso aí e vai simbora a casa com tudo", revela.  

Ouça o relato de Josélia sobre a remoção do corpo da amiga dos escombros 

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Chuva que não traz paz

Sozinho por quatro horas nos destroços, Gláucio só foi retirado por volta das 11h. Nesse tempo, tentou buscar explicações sobre o que acabava de destruir sua vida. Ele se diz vítima de uma tragédia anunciada e culpa a Mult Técnica Engenharia, responsável pelo Ecovila Yapoatan.   

Ainda em 2017, ele aponta que uma fenda se abriu dentro da piscina do condomínio e infiltrou o talude que sustentava o mirante.

"Só caiu o muro de arrimo, se fosse fatalidade tinha caído toda a barreira. Por conta do vazamento que tava tendo", acusa. 

Parte da estrutura do Ecovila Yapoatan ainda ameaça os moradores da Rua Campo Verde. Júlio Gomes/LeiaJá

Hoje, Gláucio vive sozinho em uma casa não muito distante de onde tinha a vida que acreditava ser intocável. Todos os dias ele chora quando lembra de Luci. Todas as vezes que olha no espelho, se confronta com as cicatrizes do dia mais triste da sua vida e volta ao desastre todos os meses, quando recebe a pensão vitalícia dada pelo governo do estado e o auxílio-moradia da Prefeitura para ajudar no aluguel.  

"Ontem pela manhã passei o dia todinho tirando lama de dentro de casa. Só vim parar de trabalhar era 22h. Perdi o sofá, que já foi de doação, e meu armário", lamenta. 

Na segunda reportagem: quem foi responsável pela tragédia? Moradores do Ecovila Yapoatan fazem denúncias e mostram documentos que sugerem a construtora como culpada. A empresa se defende e faz acusações contra a administração do conjunto habitacional.

Por conta do risco de deslizamento de barreira, na manhã desta quinta-feira (27), parte da linha diesel do metrô do Recife foi suspensa. A Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) informou que o problema impactou o ramal Curado do VLT. 

A operação que liga a estação Curado a Cajueiro Seco é composta pelas estações Marcos Freire e Jorge Lins. Com o impacto causado pelas chuvas, a companhia explicou que os trens farão viagens até a estação Marcos Freire. 

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A CBTU disse que fez contato com os órgãos responsáveis para solucionar o problema e ainda não tem previsão para a normalização do transporte. 

 

 

Pernambuco registrou, nesta segunda-feira (6), a primeira morte em decorrência das fortes chuvas que chegaram à Região Metropolitana do Recife (RMR), ainda na noite do domingo (5). O período chuvoso, que já é preocupação da população local, em especial, dos moradores ribeirinhos e localizados nas encostas da metrópole, se tornou um medo ainda mais presente após as ocorrências de 2022 terem deixado, em apenas um mês, mais de 130 mortes. 

O cenário se repetiu em uma área que já conhece a realidade dos alagamentos e deslizamentos. Desta vez, o deslizamento aconteceu em Águas Compridas, bairro de Olinda. O jovem Israel Campelo dos Santos, de 19 anos, foi a vítima fatal. Seus familiares também ficaram feridos. O rapaz, que era motoboy e trabalhava no próprio bairro, deixou a mãe, o pai e três irmãos.  

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No ano passado, a região foi a primeira a ser atingida por deslizamentos, também com mortes, ainda no mês de maio. À época, as ocorrências foram nos bairros da Caixa D'Água e Córrego do Abacaxi, a 10 minutos de Águas Compridas; todos cortados pelo Rio Beberibe. No deslizamento que vitimou Israel, nesta segunda-feira (6), o local, apesar de não possuir histórico de mortes, era considerado de risco e tinha trechos interditados pela Defesa Civil municipal. 

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“Eu estava dormindo e me acordei com a zoada. A gente tem um galpão atrás de casa e eu pensei que tinha sido algo no galpão. Gritei pelo meu filho, assombrada: ‘tu tás vivo?’, e ele já estava bem na porta me chamando. Ele que estava gritando por mim, para eu sair de dentro de casa, porque achou que era algo lá dentro. Meu menino que chegou primeiro na hora e ficou escavando com a mão, aí ouviu um grito de socorro. Era uma mulher”, relatou a senhora Severina da Silva, de 65 anos. Ela é conhecida como “Dona Biu” e mora em Águas Compridas há cerca de 40 anos. 

Dona Biu diz que, apesar do risco, nunca havia presenciado uma tragédia como esta, com mortes. O caso aconteceu na Rua Seis de Janeiro, que é alta e mais se parece com uma viela. Boa parte da escadaria que leva ao topo do morro não possui corrimão para dar suporte aos moradores. 

“Eles me mandaram sair e que eu só voltasse quando estiasse. Porque tem risco de uma estrutura em cima desabar e cair na minha casa. A minha casa mesmo não tinha risco não, até hoje, mas o solo encharcou e eles precisam que a chuva pare para ver. Eu nunca tinha presenciado uma tragédia como essa. Via na televisão, mas na minha frente, foi a primeira vez. Se não estiar, eu não vou para abrigo, não. Vou dar um jeito de sair daí, porque estou com medo e não vou continuar morando aí. As coisas não só acontecem com os outros, não, acontecem com a gente também”, continuou. 

A casa de dona Severina ficava entre as duas casas atingidas nos deslizamentos desta segunda-feira (6). No total, foram nove pessoas atingidas, e oito sobreviventes. Em uma casa estava um casal e, na outra, sete pessoas da mesma família, a de Israel. Agora em risco, Dona Biu vai procurar abrigo com um dos filhos, ao menos para a primeira noite fora de casa. 

No momento em que falou com o LeiaJá, ela carregava uma bolsa apenas com os documentos e estava acompanhada do genro, Marcelo. O filho Rivaldo, de 40 anos, que mora com ela, também deve ir para a casa de uma das irmãs. As outras filhas de Severina moram em duas comunidades de Olinda, o Alto da Conquista e o Buraco do Afonso, que fica no mesmo bairro, mas nenhuma delas está em área de risco. 

“Eu não sei o que vou fazer. Os escombros não bateram na minha casa, mas ficaram bem próximos. Eu não sei o que pode acontecer, porque com barreira, a gente nunca sabe. Eu não penso só em mim, penso em qualquer ser humano que more em um lugar desses. A gente só mora porque é a única opção. Se pudesse, a gente não morava nesse lugar. É a primeira vez que moro em uma barreira. Sou do interior, vim trabalhar no Recife e por aqui mesmo fiquei”, concluiu. 

“Tragédia anunciada” 

No local do ocorrido, um dos vizinhos da família de Israel comunicava a todos a indignação com a situação das encostas em Águas Compridas. O sentimento do motorista Antônio Souza, de 45 anos, foi endossado pelos demais moradores, que se veem esquecidos pelo poder público há anos. O homem mora em Águas Compridas desde criança. 

“A gente pede lona, mas é o paliativo. Lona não resolve. Temos buscado para que eles venham fazer um projeto amplo, com muros de arrimo, algo nesse nível, mas somos esquecidos pelo poder público. Inclusive pelos vereadores daqui de Olinda, que moram perto da gente. Na época de campanha, aparecem todos, mas depois da campanha, eles somem. Eu amo o local onde eu moro, mas infelizmente, não adianta eu, como morador, fazer alguma coisa, e ser esquecido pelo poder público”, afirmou o trabalhador. 

Antônio fez parte do resgate das vítimas e ajudou a retirar os demais soterrados dos escombros antes mesmo do Corpo de Bombeiros chegar. “Nos deparamos lá com a situação e tinham quatro vítimas soterradas. Conseguimos resgatar o casal e o irmão de Israel, um adolescente, também soterrado. O sofá ficou sobre o corpo dele e a gente conseguiu resgatar ele. Dona Judite [mãe de Israel] teve escoriações nas pernas. Leo [morador da outra casa atingida] teve fraturas nas pernas e em um dos braços. Os bombeiros chegaram uns 45 ou 50 minutos depois do acontecimento, já tínhamos resgatado três vítimas, só ficou Israel, que, infelizmente, saiu sem vida”, acrescentou. 

O que diz a Defesa Civil 

O LeiaJá entrevistou, durante o atendimento à ocorrência, o secretatário de Defesa Civil de Olinda, Irapoan Muniz. Ele reafirmou que a área, agora isolada, é de risco, e que está entre as prioridades do município para as ações de redução de riscos a serem implementadas até o outono-inverno deste ano, quando as chuvas têm maior acúmulo. Atualmente passando por um verão típico, Pernambuco enfrenta dias muito quentes e chuvas intensas com menor frequência. Confira o retorno do secretário abaixo, na íntegra: 

“Três pessoas foram socorridas com vida e a quarta pessoa, Israel, faleceu. O serviço social já está localizando as famílias para viabilizar os abrigos. Nas casas vizinhas e que estão em risco, as pessoas estão sendo comunicadas para saírem das casas e às que estão sem condições de migrar para outras casas, terão acesso a abrigo. Essa área vem sendo monitorada desde o inverno do ano passado. As pessoas que estavam aqui na época receberam os auxílios moradia e emergencial, inclusive, essa família que estava na casa [de hoje] morava de aluguel, pois os donos antigos alugavam a casa [mesmo em risco].  

Estamos monitorando 49 áreas de alto risco no município e essas áreas serão contempladas com obras de contenção de encostas e de aplicação de geomanta. É lamentável que nós tenhamos uma segunda-feira dessas. Estou pegando a relação reunião gabinete prefeito e com a Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos. 

Essa área, podemos admitir, é uma das mais comprometidas em Olinda. Águas Compridas, Caixa d’Água, Córrego do Abacaxi e Alto da Bondade são completamente comprometidos nas encostas. Fizemos estudos durante todo o processo para saber a viabilidade da implantação das geomantas e aqui [Águas Compridas] será a área mais contemplada. O local do deslizamento de hoje estava em um local mais crítico. Mesmo assim as pessoas, talvez pela situação de pobreza e de vulnerabilidade, insistiram em morar nessa residência.” 

 

 

A Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac) informou que esta terça-feira (7) deve ser ensolarada na Região Metropolitana do Recife (RMR) e no litoral de Pernambuco. A previsão de clima estável se mantém até a quinta (9).

A chegada do sistema meteorológico conhecido como Ondas de Leste causou alagamentos em toda a RMR nessa segunda (6) e resultou no deslizamento de barreira em Olinda que teve um jovem de 19 anos como vítima fatal. Duas casas ficaram soterradas no incidente e cinco pessoas foram resgatadas por equipes de socorro do Corpo de Bombeiros e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

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Uma barreira deslizou no bairro de Águas Compridas, em Olinda, por volta das 7h40 desta segunda-feira (6). Equipes do Corpo de Bombeiros realizam buscas no local com a ajuda de moradores.

Segundo moradores, duas casas foram atingidas pelo deslizamento na Rua seis de janeiro. Nenhuma vítima foi confirmada até o momento. Informações preliminares apontam que uma pessoa foi retirada dos escombros. 

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Essa pode ser a primeira ocorrência com vítimas em virtude dos prejuízos causados pela chuva intensa que persiste desde a madrugada. A previsão da Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac) indica a possibilidade da redução das pancadas no período da tarde.

 

Uma queda de barreira na Via Dutra (BR-116), em Piraí, no sul fluminense, provocou a interdição total da pista sentido Rio de Janeiro. O incidente ocorreu na madrugada desta terça-feira (10), na altura do quilômetro (km) 231,1, na Serra das Araras.

Segundo a Polícia Rodoviária Federal, a pista de subida, no sentido São Paulo, está operando em mão dupla. A ocorrência está provocando engarrafamentos de cinco km no sentido Rio e de dois km no sentido SP.

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No último sábado (7), uma queda de barreira em Barra Mansa também provocou a interdição total da pista sentido Rio, da Via Dutra, e um congestionamento que superou os 20 km de extensão.

O Real Madrid resolveu inovar em seus treinos de cobranças de falta. O clube passou a usar nesta terça-feira uma barreira feita com "robôs", que auxiliam os goleiros no momento da finalização. O recurso visa aprimorar as cobranças dos seus jogadores, entre eles alguns brasileiros.

A barreira conta com cinco manequins de cor cinza, "vestidos" com camisas brancas, modelo tradicional do Real. Aparentemente, a simulação de barreira, muito corriqueira em treinos dos principais clubes do mundo, parece comum. Até que os funcionários do clube revelam seus diferenciais.

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Em vídeo nas redes sociais do clube, um dos técnicos mostra como controla a barreira a partir de um tablet. Depois de um toque na tela, os manequins passam a reagir às cobranças de falta. Os cinco "modelos" saltam conjuntamente para elevar a altura da barreira, justamente no momento em que a bola se aproxima.

Com a tecnologia, a barreira se eleva cerca de 20 centímetros em comparação à sua altura normal, exigindo maior precisão dos batedores. No vídeo, jogadores como Modric e Kroos conseguem finalizar por cima da barreira, diretamente para as redes. O zagueiro brasileiro Éder Militão também se destaca nas cobranças.

A Região Metropolitana do Recife (RMR) voltou a ser atingida por fortes chuvas na madrugada deste sábado (11). O acúmulo de água causou a queda de uma barreira, provocando a interdição parcial na BR-232, em Jaboatão dos Guararapes, na RMR.

De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a interdição ocorre na altura do quilômetro 18, no sentido Recife. A situação está sendo monitorada pelos agentes da corporação.

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Alerta

A Agência Pernambucana de Águas e Climas (APAC) divulgou nesta sexta (10) a previsão de chuvas leves a moderadas para este fim de semana. De acordo com a APAC, a tendência para domingo (12) é de diminuição no volume das chuvas.

 

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As chuvas torrenciais que caíram sobre o Jardim Monte Verde, em Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife (RMR), mudou radicalmente a vida dos sobreviventes. Famílias foram despedaçadas pela avalanche de lama e o sentimento de vazio entristece o olhar dos que perderam sonhos alcançados ao longo da vida. O risco de novos deslizamentos não é contestado por quem já se acostumou com o perigo das barreiras, mas, para os moradores, é insuficiente diante da incerteza de reconstruir a vida distante do lar.  

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Sem água na torneira, Edson Lima lava as panelas há poucos metros de uma encosta prestes a cair. O semblante cansado observa as rachaduras e revela os dias árduos que cavou para achar o irmão. No sábado (23), ele foi acordado pela notícia de que a casa de Jeferson havia sido soterrada. Ainda era por volta das 6h30, quando correu para pedir ajuda ao pai e ao irmão Anderson.

Edson comentou que já havia pedido para o irmão sair de casa. Júlio Gomes/LeiaJá Imagens

A chuva persistia e as barreiras encharcadas não ofereciam qualquer segurança para as buscas. Mesmo assim, a família estavas unida entre os destroços para encontrar Jeferson, quando um segundo deslizamento aconteceu. "A gente foi lá tentar socorrer e a barreira caiu em seguida, jogando Anderson contra a parede que levou para o outro lado de onde era a casa. A gente ficou procurando ele, pensando que ele estava enterrado também, mas ele mesmo conseguiu se escapar de baixo da lama e saiu por trás da outra casa com a perna cortada e a rótula do joelho toda rachada", relatou Edson. 

Quatro dias de buscas 

Certo de que Jeferson não estava mais vivo e que o outro irmão já estava a caminho do Hospital da Restauração, no Recife, ele voltou os esforços para salvar os vizinhos que ainda estavam em risco. Foram quatro dias de buscas entre os escombros e o barro até que Jeferson, de 38 anos, foi encontrado por equipes de resgate.

"Ele ainda tava em cima da cama. A cama dele veio parar na cozinha da outra casa, atravessando a parede do quarto e a parede da sala do vizinho", descreveu. Edson lembra do irmão com carinho e enfatiza que procurava proteger o irmão, tanto que pediu para que deixasse a casa antes do incidente. "O negócio dele era só trabalho e casa. Era um cara tranquilo que gostava de criar passarinho", relembrou.

Um pássaro sem ninho

Na mesma rua, Laércio Marcelino vê um alagado se formar em frente à sua casa pela lama acumulada. Sem ter sido atingido pelo deslizamento, ele abre a porta todas as manhãs e se encontra diariamente com o local da tragédia. O barulho das raízes das árvores se arrebentando em segundos e a onda de barro que percorreu cerca de 25 metros, carregando troncos e obrigando as pessoas a fugir de dentro de casa são lembranças ainda presentes.

"Foi uma coisa aterrorizante. Eu há 40 anos estou aqui e acredito que isso foi abuso de corte de pé de barreira. A gente vê claramente que é a natureza restaurando o seu lugar”, ponderou. Outra lembrança é a fuga às pressas com a esposa para a casa de amigos, onde foi recebido aos prantos pela vizinha. "Ela chorando, nervosa [disse]: 'vamos sair daqui'. Eu disse: 'tenha calma porque eu já disponibilizei a nossa casa como amortecedora", conta.


Láercio teme que um novo deslizamento destrua sua casa. Júlio Gomes/ LeiaJá Imagens

Laércio diz que conhecia pelo menos 15 vítimas e que hoje abriga um espírito de refugiado. Com a casa ameaçada por um novo deslizamento, aos poucos, ele retira os móveis e prepara a saída definitiva. "Eu tenho isso aqui como o que foi guardado pelo Senhor", comenta enquanto alisa as paredes com quem se despede. “Você sente que perdeu algo, mas não é algo como uma família que morreu, que é uma coisa natural de saber que todos vão perder. Você perdeu algo que não era para perder”, lamenta.

Ele resume a frustração e compara a incapacidade para reverter a condição com um pássaro vítima de desmatamento. "Eu estou me sentindo como um pássaro que está na floresta, que tem um ninho e voou para procurar comida, mas na volta, os homens tinham cortado a árvore. Já vínhamos voando na direção e quando chega perto não encontra mais o ninho e os filhotinhos”, sintetizou.

As perdas de Edson e Laércio não os direciona para longe da Rua Serra da Boa Esperança, onde constituíram família e os planos de reforma após o inverno. Os dois expõem o desejo de permanecer em Jardim Monte Verde, mas, caso os imóveis sejam condenados, reivindicam indenizações justas. “Todo mundo tá saindo contra a vontade. Eu mesmo não vou sair”, reluta Edson. 

Sobe o número de vítimas das chuvas

Até essa terça-feira (7), 129 mortes foram confirmadas em razão das chuvas que atingem Pernambuco há cerca de 17 dias. A última vítima foi um adolescente de 13 anos, soterrado na Zona Norte do Recife. O número de desalojados subiu para 119.523 pessoas e o de desabrigados passou para 9.134 pessoas. Apesar dos períodos ensolarados, a expectativa é que chova pelo menos até esta quinta-feira (9). A Codecipe atende 24h pelos telefones 3181-2490 e 199.

“Quando vi, já estava tudo em cima de mim”, foi o que disse dona Vânia Nunes da Silva, que sobreviveu ao deslizamento desta terça-feira (7), no Córrego do Tiro, na Zona Norte do Recife. Ela é a proprietária de três das cinco casas atingidas pela terra. Com o aluguel, pagava as contas e tirava o próprio sustento. Além da perda material, a mulher viu parte de sua família ir embora na madrugada, com a morte do sobrinho Lucas, de 13 anos, que foi soterrado. A moradora luta, agora, ao lado da irmã Ivaneide Nunes, mãe do menino, que escapou da tragédia com alguns arranhões. 

“Foi tudo muito de repente. Quando vi, já estava tudo em cima de mim. Pensei que ia morrer, comecei a gritar por socorro. Apareceu um morador chamado Cleiton, começou a tirar os escombros de cima de mim e mandando eu falar, reagir. Tinha uma placa de gesso cobrindo as minhas pernas, ele correu para imobilizar minhas pernas, me segurou e me levou; aí eu saí com vida”, declarou Vânia.  

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Moradora do Córrego há 20 anos, ela relata que as denúncias e o medo são rotina para a população que vive ali. Em todo esse tempo, segundo ela, foi nesta terça-feira que viu, pela primeira vez, a Prefeitura do Recife colocar lonas na parte alta das barreiras - onde ocorreu o incidente.  

“Nunca conseguimos nem colocar lona lá em cima. Botaram agora, porque caiu a barreira. Podia ter sido evitado, mas não foi. Lá onde eu moro cai lixo de todos os tipos. A gente pediu a limpeza da barreira e não aconteceu. Agora o pior aconteceu. Os prefeitos não fazem nada, a gente fica à mercê de qualquer coisa. São uns covardes, o dinheiro vai para o bolso deles, porque ninguém faz nada aqui. A comunidade toda pede, mas eles não vêm aqui em cima colocar lona, não. Agora não adianta mais. Perdi tudo e para reconstruir de novo, fica difícil”, finalizou. 

*Com informações de Jameson Ramos 

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No Recife, o período das chuvas que antecipam o inverno pernambucano foi marcado por registros de tragédias, perdas e muita dor. Enquanto a cidade é dominada pelas lonas pretas e o cotidiano segue após as ruas e rodovias secarem, as comunidades afetadas pelos deslizamentos de terra anuais se veem, novamente, na necessidade de se reconstruir, muitas vezes contando, em maior parte, com o próprio apoio. 

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Na madrugada desta terça-feira (7), um deslizamento de barreira no Córrego do Tiro, comunidade do Alto de Santa Terezinha, na Zona Norte do Recife, deixou quatro pessoas feridas e um morto. A vítima fatal foi um adolescente, com apenas 13 anos de idade. Nos relatos de moradores, as informações se repetem: sensação de descaso, abandono e esquecimento. Além de muita revolta. 

De acordo com uma informação preliminar apurada pelo LeiaJá, pelo menos 14 casas foram interditadas e desocupadas na região, por risco de desabamento, além das cerca de cinco casas destruídas pela terra. Muitos dos moradores, porém, não têm para onde ir. Para amenizar a dor da perda e contornar o desalojamento dos populares, os organizadores da Igreja Batista do Córrego do Tiro, que funciona há 60 anos na comunidade, cederam o espaço para 22 pessoas desalojadas por causa das chuvas. 

“A igreja sempre abre quando acontece algo assim, quando é necessário, até para o velório da comunidade. Ainda mais agora que aconteceu isso e a gente está se sentido bastante solidarizado pelo pessoal. Moro aqui desde que eu nasci. É muito triste esperar uma oportunidade dessas para falar. São muitas pessoas sendo atingidas e poucos recursos vindo”, declarou Ana Paula da Silva, de 49 anos, que auxilia na coordenação da igreja. 

A Coordenadoria de Defesa Civil do Estado de Pernambuco (Codecipe) está em contato com a igreja para mapear todos os desalojados, desabrigados e poder controlar o envio de recursos. O órgão deve enviar, ainda hoje, alimentação, colchonetes, cobertores e os demais materiais necessários para acolher as famílias. De acordo com a organizadora, os cultos devem continuar no local, para dar suporte emocional às vítimas. 

“Esse é o momento que a gente tem que levar amor e carinho pro pessoal. Apesar de tudo, é preciso dizer que ainda existe amor no coração do povo. Ajuda a amenizar. Num momento desses, só o que a pessoa precisa é de um ombro amigo para ajudar. Fazemos isso com o coração na mão, mas garantindo que todos que cheguem aqui sejam abraçados. Somos irmãos”, continuou Ana Paula. 

Para onde ir? 

A determinação de saída, realizada pela Defesa Civil nesta terça, foi com prazo imediato, pois o risco de novos desabamentos na região é alto. Após a tragédia, os moradores não resistiram à saída, mas o sentimento de abandonar tudo o que foi construído não se torna menos amargo, apesar da preservação da vida.  

“Foi um grande estrondo, um abalo, muitos gritos. Aquele desespero. Faz tempo que a gente procura a prefeitura. Prefeito vem aqui, vereador vem aqui, só em época de eleição e só pra prometer. Fizeram ali uma barreira sem necessidade nenhuma, a casa já foi interditada, e não mora ninguém. Aqui, disseram que não vão fazer, por falta de verba. E a nossa vida, vale quanto?”, desabafa Elisângela Jessica, de 32 anos, nascida e criada no Córrego. 

A moradora, que divide o lar com outras sete pessoas — as duas filhas, o marido, a avó, a irmã, o cunhado e a sobrinha —, agora não ter um lugar definido para ir e deve buscar abrigo na Igreja Batista. 

“É triste, a gente não sabe nem o que fazer. Não desejo essa situação nem pro meu pior inimigo. Gera revolta, tristeza, dor; não sei nem explicar, porque é tudo junto. Poderia ser evitado, e agora é uma tragédia dessa. Tenho medo pela minha vida, dos meus filhos, da minha avó, que tem dificuldade para andar. Como a gente ia correr? Quatro da manhã e a gente gritando aqui, correndo, na chuva”, concluiu. 

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Nota da Prefeitura do Recife 

A Secretaria de Saúde do Recife informa que uma unidade de suporte avançado, duas de suporte básico e um veículo de intervenção rápida do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) Metropolitano do Recife foram acionadas para fazer o socorro às vítimas do deslizamento no Córrego do Tiro na manhã de hoje (7). Dois adultos foram resgatados com vida e encaminhados para unidades de saúde da capital. A Secretaria de Saúde do Recife lamenta a morte de um adolescente de 13 anos devido à ocorrência. 

A Prefeitura do Recife informa que irá abrir a escola Ricardo Gama, que fica na circunvizinhança, para abrigar temporariamente as famílias atingidas pelo deslizamento no Córrego do Tiro, onde o atendimento será integral, com oferta de acolhida para dormir, alimentação, assistência social, de saúde e mental, aplicação de vacinas, realização de consultas e oferta de medicamentos e receitas. Equipes da Assistência Social estão no local para prestar apoio às famílias atingidas e a Defesa Civil atua na avaliação do risco das casas para interditar as que não apresentam mais condições de habitação no momento. 

A Defesa Civil orienta a população que mora em áreas de risco a procurar locais seguros e que pode ser acionada pelo telefone 0800.081.3400. Atualmente a Prefeitura do Recife oferece 18 equipamentos em funcionamento provisório como abrigos e pontos de apoio, sendo 9 unidades de ensino municipais funcionando como abrigo. 

*Com informações de Jameson Ramos

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Um deslizamento de barreira no Córrego do Tiro, comunidade no Alto de Santa Terezinha, na Zona Norte do Recife, deixou um morto e três feridos na madrugada desta terça-feira (7). O incidente ocorreu sob muita chuva na capital pernambucana, enquanto a localidade ainda estava escura, e os primeiros socorros foram realizados pela própria população. Uma das pessoas a participar do resgate foi o churrasqueiro Júnior Ribeiro, de 25 anos, e vizinho das vítimas. Quatro meses atrás, ele morava no mesmo conjunto de casas que foi ao chão após o deslizamento. 

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De acordo com o relato do morador, o adolescente Lucas Daniel Nunes da Silva, de 13 anos, vítima fatal da tragédia, foi o último a ser socorrido. As demais vítimas conseguiram ser vistas e ouvidas com rapidez, pois não foram completamente soterradas. De acordo com informações do Corpo de Bombeiros, Lucas chegou a ser socorrido com vida. O vizinho, no entanto, relatou que o rapaz provavelmente já foi retirado dos escombros sem sinais vitais. 

“Depois disso, a gente percebeu que só faltava Lucas. Só que as duas casas caíram totalmente em cima [do quarto] dele. A gente foi tirando, tirando, mas tinha muita coisa. Ele dormia no último quarto, sempre dormia só. Foi muito sufoco, até que os bombeiros conseguiram achá-lo. Quando achou, já deu pra ver que ele tava sem vida. Desacordado, com a boca aberta e cheia de barro. Conseguiram colocá-lo na ambulância mesmo assim e socorreram”, informou o homem. 

Ainda segundo Júnior, as vítimas foram resgatadas nesta ordem: Vânia Nunes da Silva, proprietária das casas destruídas e tia de Lucas; uma mulher identificada como Danúbia, vizinha que dormia na casa de Vânia, à ocasião; um homem identificado como Marcos; e Lucas Daniel. Ivaneide Nunes da Silva, mãe do adolescente, estava no local, mas escapou apenas com arranhões e não precisou de resgate. Ao todo, cinco pessoas estavam na área que desabou. 

- - > LeiaJá também: ‘'Preciso de um coração novo', diz mãe de jovem soterrado’ 

“Eu estava dormindo e escutei o desespero da minha esposa. Pensei logo nos meus filhos. Quando saí, perguntei 'o que foi?', e ela gritando 'as barreiras, as barreiras'. Quando eu cheguei na frente de casa e olhei pra cima, as casas estavam todas desmoronadas já. Eram cinco casas, duas atrás, duas na frente e uma para o lado. Consegui chamar uns vizinhos. Quando já tinham uns três rapazes para ajudar, corri, a gente foi pegar uma enxada, pá. Aí conseguimos tirar a primeira pessoa, a dona da casa, dona Vânia, porque a escutamos pedindo socorro”, continua Júnior. 

O churrasqueiro informou que Danúbia, a segunda vítima resgatada, havia pedido para dormir na casa de Vânia por medo da chuva também atingir a sua casa. “Um dia antes, ela perguntou pra dona Vânia se podia dormir lá e dormiu no sofá da casa. Ela estava muito soterrada, tinha muita lama. A gente conseguiu tirar tudo, rasgamos um sofá e tiramos ela. É uma senhora, a gente recebeu a informação de que ela foi entubada”, disse. 

O deslizamento aconteceu por volta das 3h30 da madrugada desta terça-feira (7). De acordo com o Corpo de Bombeiros, a ocorrência foi iniciada por volta das 4h20, quase uma hora depois. Neste intervalo, o trabalho foi realizado totalmente por populares.  

“A gente escutou a voz de outro rapaz, Marcos, que morava na casa de trás. Quando a gente acendeu a lanterna, só dava pra ver os dedos dele mesmo. A gente conseguiu tirar o que estava em cima dele, mas não o que o cobria da cintura pra baixo, porque ele estava muito soterrado. Ele disse que sentia muita dor e não sentia mais a parte de baixo. A gente viu que o braço dele estava quebrado, dava pra ver uma fratura muito feia”, informou Júnior. Pela complexidade, o resgate de Marcos foi finalizado pelos bombeiros, que fizeram o uso de máquinas para retirar os escombros. Por fim, Lucas foi retirado da lama.

*Com informações de Jameson Ramos 

A dona de casa Ivaneide Nunes da Silva foi uma das sobreviventes do deslizamento de terra que destruiu, pelo menos, cinco casas no Alto de Santa Terezinha, na Zona Norte do Recife, na manhã desta terça-feira (7). Seu filho de 13 anos, porém, foi a vítima fatal de mais uma tragédia associada à chuva na capital pernambucana. Lucas Daniel Nunes da Silva chegou a ser socorrido com vida, mas não resistiu aos ferimentos. 

Em frente à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Nova Descoberta, onde o óbito do adolescente foi confirmado, Ivaneide foi vista em desespero. “Me machuquei, mas não preciso de atendimento, não. Eu preciso de um coração novo, esse está dilacerado. Ele só tinha 13 anos, 13 anos”, repetiu a mãe, aos prantos, a uma repórter da TV Jornal, que também se emocionou. 

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A família morava no local há quase 20 anos, em um conjunto de casas que pertenciam à mesma proprietária, que também poderá deixar sua residência. De acordo com informações preliminares obtidas pela reportagem do LeiaJá, cerca de 14 casas precisarão ser desocupadas por risco de desmoronamento na área. 

A barreira deslizou por volta das 4h da madrugada e atingiu cinco casas entre as ruas José Amarino dos Reis e Vencedora. De acordo com o Corpo de Bombeiros, no total, quatro pessoas foram resgatadas, por volta das 4h20 da madrugada desta terça-feira (7), todas com vida. As outras duas vítimas não foram identificadas e o estado de saúde ainda não foi revelado. Às 6h20, a equipe de enfermagem da UPA de Nova Descoberta confirmou a morte de Lucas. 

 

O prefeito do Recife, João Campos (PSB), usou o Twitter, nesta terça-feira (7), para alertar a população sobre a continuidade das chuvas durante o dia de hoje e lamentar a morte do adolescente Lucas Daniel, de 13 anos, que faleceu hoje após um deslizamento de barreira no Alto Santa Terezinha, na Zona Norte da capital pernambucana. O Estado agora tem 129 vítimas fatais dos deslizamentos por consequências das chuvas.

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"Toda a minha solidariedade à família de Lucas Daniel, adolescente que faleceu hoje depois do deslizamento de barreira no Alto Santa Terezinha. Esta é uma dor que atinge a todos nós. O momento é de luto", escreveu João.

"As chuvas devem continuar ao longo de todo o dia de hoje. Quem mora em área de risco deve buscar um local seguro ou um dos abrigos da Prefeitura. A situação ainda exige toda atenção", acrescentou.

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Um adolescente de 13 anos morreu, na manhã desta terça-feira (7), vítima de um deslizamento de barreira no Alto Santa Terezinha, na Zona Norte do Recife. A ocorrência foi registrada na rua José Amarino dos Reis, por volta das 4h20. A informação inicial do Corpo de Bombeiros é de que uma casa foi soterrada e quatro pessoas teriam sido resgatadas com vida, incluindo o jovem. 

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) conduziu as vítimas à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Nova Descoberta, bairro vizinho. A ocorrência foi finalizada por volta das 6h50, com a confirmação do óbito de Lucas Daniel Nunes da Silva. Apesar de ter sido socorrido, o adolescente chegou à unidade de saúde já sem vida. O corpo de Lucas Daniel foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de Santo Amaro, área central do Recife. 

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Com a morte do menino, sobe para 129 o total de vítimas fatais das chuvas em Pernambuco. Não há informação sobre o estado de saúde dos demais resgatados.

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Oito dias após deslizamentos de barreiras destruirem casas e provocarem mortes em Jardim Monte Verde, em Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife (RMR), a chuva persiste neste sábado (4) e volta a despertar a apreensão dos moradores. Ainda nas residências que se mantiveram de pé, a vontade de quem ficou se sobrepõe aos riscos de uma nova tragédia.

Há 40 anos na região que fica rodeada por barreiras, Leanderson Soares resumiu suas perdas a uma parede de casa que não suportou o temporal. Ele colocou a mão no barro para socorrer os vizinhos, mas não quer viver a experiência novamente. "O que passa é a gente voltar para a correria novamente e tentar socorrer as pessoas. Teve quem perdeu tudo", relatou.

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A casa de Flávia Patrícia está de pé, mas os danos na estrutura obrigaram sua saída. Morando com o avô há uma semana, ela alertou que a fragilidade das encostas representa um risco iminente com a volta da chuva. "Se aquela casa ali descer, bate aqui e termina de destruir o restante. Ela tá com uma rachadura enorme", apontou.

As chuvas da última semana deixaram 128 mortos em Pernambuco. O Governo decretou luto oficial e ainda contabiliza cerca de 9.300 pessoas acolhidas em abrigos. Um Projeto de Lei enviado à Assembleia Legislativa prevê o benefício de R$ 1.500 às famílias que não têm onde morar.

O morador de Vila dos Milagres, no bairro do Ibura, Jhonatan Jurandir, está arrecadando verba para pagar o aluguel dos moradores da comunidade, que precisam deixar o local, devido ao grande risco de mais deslizamentos de barreira. De acordo com o morador, a barreira apresentou barulhos fortes, na manhã desta terça-feira (31). 

“O medo da gente é que caia no efeito dominó. Não estamos nos confiando, estamos assustados, com medo. Não queremos mais estar aqui, mas não temos para onde ir. A gente sabe que é muita gente para a prefeitura dar suporte. Mas não temos condições, estamos totalmente dependentes da prefeitura”, relatou Jhonatan sobre a situação do local.

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Além do aluguel, o morador chama atenção pela necessidade de água do local. “Por mais que muita gente não tenha perdido casa, a gente precisa de água. Aqui não tem água encanada. Chega o caminhão pipa, mas não supre nossas necessidades. Precisamos de água mineral, todos tem sede”, enfatizou. 

Para solucionar o problema, Jhonatan está arrecadando dinheiro em suas redes sociais, para pagar o aluguel de uma casa para essas pessoas se abrigarem, por pelo menos três meses. No Instagram, as arrecadações estão sendo feitos através da chave pix “contato.milagres22@gmail.com”. 

*Com informações Alice Albuquerque 

 

Na manhã desta quarta-feira (1º), nove vítimas dos deslizamentos causados pelas fortes chuvas na Região Metropolitana do Recife (RMR) ainda são procuradas. Com 106 mortes confirmadas, o Corpo de Bombeiros chega ao quinto dia de buscas.

As equipes estão em seis áreas de risco que não suportaram o acúmulo de água. Os acionamentos foram feitos entre o sábado (25) e esta terça (31).

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Na Rua dos Milagres, bairro do Barro, três pessoas são procuradas entre a lama e os escombros. Na comunidade Bola de Ouro, no Curado IV, duas seguem desaparecidas. Os bombeiros também atuam na Rua Henrique de Holanda, no Centro de Camaragibe, onde tentam encontrar outra vítima. 

Em Jaboatão dos Guararapes, duas pessoas são procuradas na Rua Barão de Lucena, no Centro, e na Rua do Canal, no bairro de Cajueiro Seco. Buscas ainda são realizadas para resgatar mais um desaparecido na Rua Meia Lua, em Paratibe, na cidade de Paulista.

Último balanço divulgado pela Central de Operações da Secretaria Executiva de Defesa Civil de Pernambuco (Codecipe), na manhã desta terça-feira (31), confirma que 6.198 pessoas estão desabrigadas em Pernambuco por conta das chuvas que caem no estado desde a semana passada. 

A Codecipe também atualiza que subiu para 24 o número de cidades que já decretaram situação de emergência por conta dos impactos provocados pelas chuvas. 

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São elas: Recife, Olinda, Jaboatão dos Guararapes, São José da Coroa Grande, Moreno, Nazaré da Mata, Macaparana, Cabo de Santo Agostinho, São Vicente Ferrer, Paudalho, Paulista, Goiana, Timbaúba, Camaragibe, São Lourenço da Mata, Abreu e Lima, Araçoiaba, Igarassu, Aliança, Glória do Goitá, Vicência, Bom Jardim, Limoeiro e Passira.

Continuidade das chuvas

A Agência Pernambucana de águas e Clima (Apac) prevê a continuidade de chuvas rápidas ao longo do dia, com volumes moderados, tanto na Região Metropolitana do Recife como na Mata Norte. Na Mata Sul, Agreste e Sertão as chuvas serão isoladas, com poucos acumulados. A mesma previsão é válida para quarta-feira (1º). 

A Defesa Civil mantém o alerta para deslizamentos, por conta das condições do solo, ainda encharcado nas áreas afetadas.

Barragens

Em relação aos acumulados de chuvas registrados nas últimas 24 horas, alguns pontos da Rede de Alerta de Rios atingiram a cota de alerta. Foram emitidos dois novos avisos hidrológicos entre a madrugada e início da manhã de hoje, para os rios Sirigi (Vicência) e Capibaribe Mirim (Timbaúba), ambos na Bacia do Goiana. O reservatório de Goitá – que cumpriu sua função no plano de contenção de cheias, acumulando cerca de 75% de sua capacidade total – teve a abertura parcial de uma das comportas, dentro dos protocolos previstos.

Rodovias

O Departamento de Estradas de Rodagem (DER) permanece monitorando as rodovias estaduais e federais sob sua jurisdição. De acordo com informações registradas hoje, ainda há alguns trechos com alagamentos ou deslizamento de barreiras, que provocam interdições parciais ou tráfego em meia pista.

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