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A região de Jardim Monte Verde, entre os municípios de Jaboatão dos Guararapes e Recife, receberá uma grande obra de contenção de encostas ainda este ano, por iniciativa do Governo de Pernambuco. O objetivo do serviço, orçado em R$ 48,9 milhões, é preparar a localidade para o período chuvoso, que se inicia ainda no outono, entre março e abril. Monte Verde foi o local com maior letalidade nas ocorrências de deslizamento de barreira em 2022, com mais de 20 óbitos. 

A licitação, que foi publicada no Diário Oficial desta terça-feira (16), prevê a abertura das propostas de habilitação técnica e de preços. A contratação é esperada para meados de março e a obra tem prazo de 18 meses. A obra foi uma promessa do programa Ouvir Para Mudar, lançado pelo Governo Lyra em 2023. 

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“As estatísticas mostram que o número de mortos em desastres climáticos acontece nessas zonas adjacentes dentro do território metropolitano. São regiões onde há dúvidas sobre se o lugar pertence a um município ou a outro. São locais desassistidos e esquecidos”, destaca a secretária de Desenvolvimento Urbano e Habitação do Estado, Simone Nunes. 

Fases da obra 

Os trabalhos em Jardim Monte Verde serão realizados em três frentes: Chapada do Araripe, Alto Santa Izabel e Alto do Parnaioca. A técnica a ser utilizada é a de enrocamento, que consiste na contenção de encostas com pedras argamassadas. Além de preservar a estabilidade dos maciços de terra, o revestimento rochoso será instalado com infraestrutura para canalização adequada das águas pluviais. 

O projeto prevê a urbanização das áreas com a instalação de equipamentos como pequenas praças, brinquedos e bancos de lazer. O governo também cita um plano de assistência social para educar as pessoas a não expandir suas habitações para áreas impróprias para habitação. 

 

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cassou os mandatos de Paulo Henrique Franceschini (Republicanos) e Clodoaldo Guilherme (PSB), prefeito e vice-prefeito de Analândia (SP), a pouco mais de 200 quilômetros da capital. Segundo o tribunal, eles teriam abusado do poder durante as eleições de 2020.

O prefeito da cidade na época era Jairo Aparecido Mascia. Por meio de decreto municipal, ele instalou barreiras sanitárias físicas na principal estrada da cidade, impedindo que eleitores da zona rural pudessem chegar aos locais de votação, o que favoreceu a vitória da chapa.

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Segundo a decisão, o índice de abstenção de votos na cidade foi de 23,84% naquele ano, quase o dobro da média histórica. Em 2016, esse índice foi de 13,24% e em 2012, 14,17%.

O processo ainda descreve conversas obtidas em grupos no WhatsApp, em que parentes dos candidatos e apoiadores da campanha falam sobre o objetivo das barreiras ser, de fato, o de impedir eleitores da zona rural - que correspondem a 20% da população da cidade - de chegarem aos locais de votação.

A Corte determinou no plenário desta quinta-feira, 14, que novas eleições sejam realizadas no município. Em decisão unânime dos ministros, a dupla perde o mandato e fica inelegível por oito anos. O ex-prefeito Jairo também não pode concorrer a cargos políticos durante o mesmo período.

A decisão do plenário acolhe recurso do PSDB e revisa uma decisão do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) que decidiu manter os dois nos cargos.

Segundo o relator no TSE, ficou comprovada a prática de abuso de poder.

O Estadão procurou os advogados dos políticos e ainda aguardava um retorno até a publicação deste texto. O espaço está aberto a manifestações.

A Prefeitura de Olinda inicia, nesta sexta-feira (26), a aplicação de geomantas em áreas de risco do município, como morros e encostas. A gestão informou que 54 mil m² do composto serão distribuídos em 94 pontos da cidade, mapeados pela Defesa Civil municipal. O primeiro local a ser contemplado é a Rua 6 de Janeiro, no bairro de Águas Compridas.

A localidade foi a mais afetada pelos deslizamentos de barreira, sendo marcada pela morte de moradores tanto em 2022, como em 2023. Os primeiros deslizamentos com vítimas fatais em 2022 aconteceram há exatamente um ano, entre 24 e 25 de maio, e ocorreram na comunidade do Córrego do Abacaxi, que fica junto a Águas Compridas. À época, morreram Sérgio Pimentel do Santos e Rosemary Oliveira da Silva, que eram casados e viviam ali há décadas.

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Este ano, a primeira morte por deslizamento de terra também foi em Águas Compridas. Em 6 de fevereiro, o jovem Israel Campelo, de 19 anos, morreu dentro da própria casa. O bairro é parcialmente contemplado pelo Alto da Conquista, que é contemplado pelo mapeamento da Defesa Civil. Outras localidades que receberão geomantas são Peixinhos, Vila Popular, Ouro Preto, Casa Caiada, Cidade Tabajara, Rio Doce e Alto da Bondade.

O serviço de aplicação inclui também a implementação do sistema de drenagem do talude, com a construção de galerias e caixas de recebimento de todo volume da água da chuva. Os trabalhos preventivos em andamento na cidade abrangem a construção de muros de arrimo, trabalhos de micro e macrodrenagem, com limpeza de canais e do sistema de galerias em diversos bairros de Olinda.  

A força-tarefa montada pela secretaria de Gestão Urbana da cidade e coordenada pela secretaria Executiva de Defesa Civil instalou, este ano, mais de 232 mil m² de lona plástica nos morros. Moradores desses locais foram cadastrados no sistema de alerta por SMS (pelo número 40199) e podem emitir avisos que são monitorados em parceria com a Defesa Civil Nacional. Ainda segundo a Prefeitura, alguns prédios administrados pela gestão podem servir como abrigo e ponto de apoio a possíveis famílias desabrigadas.

Para esses locais, a Secretaria de Desenvolvimento Social, Cidadania e Direitos Humanos fez uma reserva de colchões e cestas básicas e conta, também, com o planejamento assistencial da Secretaria de Saúde da cidade. A ideia é agilizar a assistência médica com socorro por meio do Samu, disponibilizar vacinas e manter  atuação dos agentes de saúde, epidemiológica e de endemias. A Defesa Civil de Olinda pode ser acionada, todos os dias, pelos telefones 0800 081 0060 ou 99266-5307 (WhatsApp).

Na entrada da escola, barreiras. Nas cercanias, policiais por todos os lados. Botões escondidos de pedidos de socorro. Quais são, afinal, as medidas mais adequadas como prevenção à violência em unidades de ensino? Para especialistas no tema, as soluções principais para temores de ameaças não estão em medidas paliativas. 

Na opinião da especialista Katia Dantas, consultora para implementação de práticas em proteção infantil e ambientes escolares, a violência que tem ocorrido em unidades de ensino é multifacetada e complexa.

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“A gente precisa entender que segurança é diferente de proteção. Colocar um segurança na porta não vai resolver o problema. Hoje, observamos que muitos dos atentados são de crianças cometendo violência contra outras crianças e professores. São raros os que vêm de fora pra cometer um atentado dentro da escola”.

O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE), Heleno Araújo, também entende que desigualdades marcantes nos ambientes escolares contextualizam o problema. “Há muito a ser feito em busca de um ambiente minimamente em condições de garantir segurança e paz, tranquilidade e solidariedade dentro do espaço da escola e fora dela”. Escolas em boas condições e outras sem energia elétrica, por exemplo, Profissionais que recebem em dia e com adequadas condições, outros não.

Para se ter uma ideia da complexidade humana, o Brasil tem 2,2 milhões de professores e mais de 1,9 milhão de outros  profissionais que trabalham na educação - população acima de 4 milhões de pessoas.

As escolas são muito diferentes umas das outras em um país do tamanho de um continente. Ele conta que recebeu foto de uma turma em município goiano, em que as crianças apareciam em uma espécie de exercício de tiro, como tarefa de uma escola cívico-militar. “Isso desconfigura completamente a perspectiva de formação humana que nós queremos. Então, é importante que a família dê bom exemplo às crianças”.

Parceria no currículo

Katia Dantas defende uma série de medidas, considerando que grande parte desses atentados tem foco em violência sistemática na vida da pessoa que agride, como histórico de bullying, intimidações e abusos familiares. É difícil que alguém com essa característica não tenha demonstrado sinais na escola.

“É urgente que as escolas aprendam a identificar um abuso. A gente precisa começar a modificar essa percepção. Hoje, por exemplo, nós sabemos que as habilidades socioemocionais partem da base curricular nacional. Mas pouquíssimos pais sabem exigir das escolas”, diz Katia Dantas. A parceria entre família e escola não deve ficar na teoria, uma vez que as redes sociais e os jogos eletrônicos têm ocupado espaço central na vida de crianças e adolescentes. 

Também por esse motivo, conforme avalia Heleno Araújo, na CNTE, é fundamental fortalecer a participação social, a gestão democrática, a participação de pais, mães, responsáveis, e grupos organizados da comunidade onde a escola está inserida. “Todos devem estar envolvidos no processo de discussão, no Conselho Escolar, de um projeto político-pedagógico para escola. A participação social e o envolvimento com as políticas da escola, o sentimento de pertencimento, tudo é importante”.

Orientações

A especialista entende que é vital que professores e outros funcionários do ambiente escolar possam receber orientações em caso de violência. “Que eles aprendam a saber o que fazer do mesmo jeito que muitas escolas têm treinamento para incêndio,  evacuação, por exemplo”. Mas um treinamento com característica pedagógica sem criar medo, pânico ou alarde nas crianças.

“Mais do que isso, os profissionais precisam estar treinados em como identificar situações de conflito, mudanças de comportamento que possam estar demonstrando um sofrimento dessa criança”. A resposta, segundo ela, deve ser da escola como um todo e não só de professores. “É importantíssimo que todos os profissionais da escola estejam treinados para fazer a proteção infantil e identificar essas situações”.

Na mesma linha, o presidente da CNTE defende que todos os profissionais da educação têm que ser profissionalizados e receber cursos para as suas atividades. “Porteiro tem que ter curso de infraestrutura e meio ambiente. Temos que ter uma formação inicial voltada para as concepções de educação”.

Isso inclui saber olhar para algum sinal de que há algo de errado. “Os profissionais devem ter sim formação em atendimento e primeiros socorros, atenção, perceber o olhar dos alunos”. Araújo lamenta que nem todas as escolas, por exemplo, dispõem de equipes de psicólogos e de outros profissionais de apoio. Ele acredita que a segurança começa com a possibilidade de que os profissionais estejam conectados à complexidade dos seres humanos. 

A comunidade de Jardim Monte Verde, no extremo Sul do Recife, recebeu nesta quinta-feira (30) o primeiro Simulado de Preparação para Emergência e Desastre de 2023, promovido pela Defesa Civil do Recife. O local, que fica na divisa entre Jaboatão dos Guararapes e a capital pernambucana, foi o com maior letalidade nas ocorrências de deslizamento de barreira no último ano, com quase 50 óbitos. 

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Por estar em uma região limítrofe, Monte Verde sempre enfrentou desafios relacionados ao desenvolvimento social e saneamento básico, pela questão territorial funcionar como um suposto impasse. Após as tragédias consecutivas de 2022, as ações em prol do atendimento emergencial e contenção de barreiras têm se intensificado na região. 

O novo treinamento para situações de risco faz parte de uma série de exercícios práticos iniciados na segunda-feira (27) e que devem ir até o dia 12 de abril. Eles consistem em uma simulação de situação de emergência com diferentes níveis de riscos, notificados através de mensagem de texto (SMS) para a população. Os primeiros alertas indicariam os perigos da chuva acumulada e o estado de atenção. Os posteriores já sugeriram instruções para evacuação, em caso de perigo de morte, neste caso, por deslizamento de barreira. 

Os exercícios serão feitos em seis áreas da cidade. O primeiro foi no Alto do Eucalipto, o segundo em Monte Verde, e os próximos serão nos bairros de Dois Unidos, Jordão Baixo, Dois Irmãos e Coqueiral, o último sendo o único fora das áreas de morro. De acordo com a gerente geral de assistência social do Recife, Giselle Vieira, a Prefeitura já interditou 220 imóveis na região e as famílias só poderão retornar às suas moradias após a conclusão das obras. 

Em Jardim Monte Verde, uma das cinco obras de contenção foi entregue. A previsão é de que todas fiquem prontas em abril, mas a obra principal, na Chapada do Araripe, ainda passa por negociações devido à desapropriação imobiliária. 

“O foco da gente é formar as lideranças comunitárias desses territórios. Eles passaram por uma capacitação através do nosso Núcleo Comunitário de Proteção e Defesa Civil. Foi um ciclo de oficinas que a gente fez com 29 lideranças, distribuídas nas RPAs de Recife. O exercício simulado é o exercício prático dessas oficinas. Eles aprenderam noções de Defesa Civil, primeiros socorros, treinamento teórico da parte de evacuação de área, e lições em meio ambiente”, informou Giselle. 

Casa de apoio 

O fim da simulação aconteceu na Nélia Casa de Recepções, uma casa de festas comunitária, na rua Alto do Caxambu. O local será utilizado para abrigar a população em uma possível evacuação durante o período chuvoso. A casa de apoio fica em um primeiro andar, em um nível que evita a entrada das águas de enchentes.  

No exercício, o morador Washington Fernandes, de 34 anos, foi o responsável por direcionar a população, junto às equipes municipais. Além da Defesa Civil, estiveram presentes a Guarda Municipal, a Secretaria De Justiça e Direitos Humanos (SJDH), a Secretaria de Governo e Participação Social (Segov), a Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU), a assistência de saúde do Recife e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). 

Washington, que mora em Jardim Monte Verde desde que nasceu, utilizou um apito para emitir sinais de alerta à população, nas ruas, logo após o envio dos SMS de notificação de risco. Nos muros das casas, a Prefeitura do Recife também posicionou placas de direção, sinalizando o local da casa de apoio. A alternativa, no entanto, servirá somente como ponto de encontro entre população e poder público. Desabrigados passarão por cadastramento.  

“Se toda comunidade tivesse essa quantidade de lideranças treinadas para educar nessa parte, teria diminuído o número de mortes [em comparação ao ano passado]. Muitas mortes ocorreram aqui em Jardim Monte Verde porque as pessoas foram ajudar e aí acabaram morrendo. O socorro demorou a chegar por causa das enchentes e não dava tempo. Muita gente também voltava para dentro de casa e tentava salvar os bens materiais, mas não tinha ninguém pra instruir sobre o perigo e nem para monitorar e avisar que, pelo menos, a barreira estava caindo", relatou o líder comunitário. 

Como acionar a Defesa Civil 

Plantão 24 horas

Telefone: 0800 081 3400 

Unidades regionais

Plana (RPAs 1, 2, 3, 4, 5 e 6) 

Telefone: (81) 3221-1038 

Endereço: Rua Afonso Pena, 550, Santo Amaro 

Norte (RPA 2) 

Telefone: (81) 3355-4320 

Endereço: Avenida Beberibe, 3546, Porto da Madeira 

Noroeste (RPA 3) 

Telefone: (81) 3355-6615 

Endereço: Avenida Norte, 5600, Casa Amarela 

Nordeste (RPA 3) 

Telefone: (81) 3355-6856 

Endereço: Rua Monte Celeste, 67, Guabiraba 

Sul (RPA 6) 

Telefone: (81) 3355-6809 

Endereço: Rua Alfredo Eugênio M. de Almeida, 35, Lagoa Encantada 

Oeste (RPAs 4, 5 e 6) 

Telefone: (81) 3254-9944 

Endereço: Rua Damasco, 59, Jardim São Paulo 

 

A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), esteve, na tarde desta segunda-feira (6), em Águas Compridas, bairro de Olinda onde duas famílias foram vítimas de um deslizamento de terra que provocou a morte do jovem Israel Campelo, de 19 anos. A gestora foi acompanhada da vice-governadora Priscila Krause (Cidadania) e de uma equipe do seu secretariado. 

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Lyra publicou, nas redes sociais, o momento em que chegou à casa de Judite Soares dos Santos, de 51 anos, mãe de Israel. A dona de casa foi resgatada com escoriações leves e, a priori, não precisou de atendimento hospitalar, mas posteriormente foi encaminhada à Policlínica Amaury Coutinho, em Campina do Barreto, após passar mal por estresse. Outros cinco parentes, incluindo um menino de quatro anos, também estavam na residência no momento do deslizamento e foram socorridos com vida.  

"É claro que investir nos morros na Região Metropolitana do Recife exige muitos recursos, se tem pessoas que estão em áreas de extremo risco. A gente está começando agora um trabalho para permitir que essas pessoas possam estar em um lugar seguro. Infelizmente, hoje houve perdas e o que a gente quer é que nenhuma família passe por isso. O trabalho é duro e estamos aqui para prestar solidariedade à família de Dona Judite, que infelizmente perdeu um filho", disse a governadora, em entrevista à imprensa. 

Na última semana, a vice-governadora Priscila Krause coordenou a primeira reunião do Grupo de Trabalho sobre a Defesa Civil com prefeitos e representantes dos municípios do Recife e da Região Metropolitana, para tratar de ações de curto e médio prazo sobre os danos causados pelas fortes chuvas. 

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Nesta quarta-feira (16), diferentes entidades de interesse jurídico e social organizaram uma audiência pública para divulgar informações sobre o impacto das chuvas deste ano nas populações do Grande Recife. O dossiê, que foi apresentado parcialmente e deve ter lançamento público no fim de novembro, teve exposição no auditório da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), no bairro de Santo Antônio, no Recife. 

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Organizações como o Instituto Brasileiro de Direito Urbanístico (IBDU), o Habitat para a Humanidade Brasil, e a Articulação Recife de Luta, fizeram parte da elaboração do documento. Também foram convidados representantes e chefes de pastas dos munícipios metropolitanos, como Olinda, Jaboatão dos Guararapes e Camaragibe, além do Governo do Estado e do Governo Federal. Nenhum secretário ou assessor federal compareceu à audiência. 

O foco da reunião pública foi aprofundar os dados e traçar um perfil das pessoas afetadas pelas chuvas de maio e junho deste ano. Uma das maiores tragédias humanas e ambientais de 2022, os temporais na Região Metropolitana do Recife deixaram pelo menos 128 mil desalojados e 132 mortos. Em um cenário que tem como critério o acaso, uma vez que a situação se repete ano após ano e a condição de risco continua parte da vida de muitos pernambucanos. 

"Ampliar a concessão de auxílios, para garantir a devida compensação financeira pelas perdas e danos e o respeito à integridade física, psíquica e patrimonial dos atingidos; aumentar o valor dos auxílios inclusive para quem já começou a receber; melhorar o atendimento de saúde médica e psicológica da população atingida, garantindo consultas e medicamentos nos postos de saúde das regiões atingidas, buscando a colaboração entre equipes de saúde do território e com participação comunitária", sugere o dossiê, sobre o que ainda precisa ser feito este ano. 

No documento, os dados apontam para o conceito de racismo ambiental, tratamento sistemático dado a minorias sociais, geralmente em um contexto racializado, no qual esse grupo de pessoas está mais exposto à degradação ambiental. Nos territórios mais atingidos, mais de 60% da população é negra ou possui residências afetadas cujas chefes são mulheres negras. 

"A gente precisa saber quando, onde, por que e quanto. Na nossa Upinha nem médico tinha. A gente teve um gasto de quase R$ 12 mil só de medicação, tudo obtido através de doação, porque não temos financiamento público. É importante que o Governo do Estado tenha compromisso com as pessoas. Quem está na ponta não está porque quer, mas porque foi arrastado para lá. [...] Com o trabalho que a gente organizou teve mutirão de saúde, de vacinação. Nosso espaço tem quatro anos e em uma semana, entregamos mais de 14 mil refeições, oito mil cestas básicas e mil colchões. Minha pergunta é: qual é a grande dificuldade que a Prefeitura e o Governo têm de realizar esse trabalho, quando as pessoas estão, literalmente, morrendo?", questionou Joice Paixão, parceira do Habitat e idealizadora do Gris Solidário, na Várzea. 

 

A Universidade Guarulhos (UNG) foi destaque nos 400m com barreiras dos Jogos Universitários Brasileiros 2022 (JUBs), disputado em Brasília. Exemplo de superação não apenas no esporte, mas também na vida, a atleta Melissa Lobo conquistou a medalha de ouro na prova, com o tempo de 1min04s17, na última quinta-feira (22). 

Melissa buscou uma força impressionante diante das dificuldades. Ela voltou a competir dois anos após sofrer um acidente de moto na Rodovia Dutra, em Guarulhos, quando foi atingida por um caminhão e sofreu muitas lesões, principalmente nas pernas, passando por um longo caminho para a recuperação. Em meio a tantos desafios que comprometeram a rotina da esportista, subir no lugar mais alto do pódio é motivo de emoção e alegria.  

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“Sou muito grata a Deus, pois é meu suporte em tudo e sem ele não conseguiria nada. Estou muito feliz! Passei por momentos muito difíceis após o grave acidente, mas consegui dar a volta por cima e hoje comemoro mais uma vitória. Quero agradecer todo apoio e incentivo que recebi da UNG e da minha família”, comemorou a esportista.  

A coordenadora do Departamento de Esportes da UNG, Lucila Silva, também vibrou e se emocionou com o resultado da atleta. “A história da Melissa traz para todos nós uma grande lição de vida. Nossa aluna superou todas as expectativas e brilhou na competição com um excelente desempenho. Estamos muito felizes pela nossa atleta, que é exemplo de determinação e persistência”, finalizou.  

O adolescente de 14 anos que matou uma aluna cadeirante a tiros e golpes de faca na manhã dessa segunda-feira (26) em uma escola de Barreiras pegou a arma do pai, um policial militar de Brasília que havia se mudado neste ano para a cidade do oeste baiano. O revólver, calibre 38, estava carregado com seis balas e, segundo o PM, teria sido encontrado pelo jovem debaixo do colchão, onde costumava guardá-lo. De acordo com a Polícia Civil, ele entrou pelo portão principal como os demais alunos, embora estivesse sem uniforme - o jovem trajava roupas pretas e capuz.

A suspeita é de que o adolescente, horas antes de cometer o crime, teria passado em frente à unidade de ensino. Ele havia avisado sobre o ataque quatro horas antes por meio de uma publicação feita em seu perfil no Twitter, que foi banido da plataforma com a repercussão do caso. Quando chegou à entrada principal do Colégio Municipal Eurides Sant'Anna, por volta das 7h20, o atirador já empunhava a arma. Um guarda da unidade de ensino percebeu a entrada dele e correu para buscar ajuda, já que um disparo foi feito em sua direção.

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No momento do ataque, pelo menos 40 dos cerca de 400 alunos que estudam no período matutino estavam na quadra de esportes em guarda, já que o colégio tem gestão compartilhada com a Polícia Militar. A arma do atirador falhou duas vezes, possibilitando que os adolescentes corressem e buscassem abrigo nos fundos da quadra ou na rua. A cadeirante Geane da Silva Brito, de 19 anos, estava no pátio e foi baleada e atingida com golpes de faca.

Segundo o delegado Rivaldo Almeida Luz, que ouviu o pai do menor ontem, o policial militar afirmou que escondia a arma e que o jovem não tinha acesso a ela. O adolescente foi descrito pelos familiares como um garoto tranquilo, porém bastante introspectivo. Sem amigos, ele lamentava o fato de ter se mudado para Bahia e deixou isso claro ao postar em suas redes sociais discursos de ódio contra a cidade de Barreiras e a Região Nordeste do Brasil.

"O pai disse que guardava a arma debaixo do colchão de uma cama e que o garoto não tinha acesso, mas não acredito nessa versão. Ele é um garoto bastante introspectivo que, nos últimos meses, passou a ficar muito tempo nas redes sociais. Os pais não sabiam os tipos de conteúdos que ele consumia na internet", disse Luz.

O colégio não tem câmeras de segurança, mas os investigadores buscam imagens de residências vizinhas. As aulas foram suspensas até o dia 3 de outubro. O atirador havia sido matriculado na unidade de ensino no período vespertino em maio deste ano, mas acumulava faltas.

O adolescente também foi baleado durante o crime. O tenente coronel Fábio Santana, da Polícia Militar, afirma que os policiais que trabalham na escola estavam desarmados e que os tiros que acertaram o menor possivelmente partiu de uma pessoa que passava nas imediações no momento do ataque. Ela ainda não foi identificada. O jovem foi socorrido por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e encaminhado para o Hospital Geral do Oeste. Ele passou por uma cirurgia e o quadro de saúde é considerado estável.

Dezoito cidades da Zona da Mata Sul e do Agreste de Pernambuco foram atingidas por consequências das fortes chuvas que caíram no Estado nesta sexta (1º) e sábado (2). O número foi contabilizado por um balanço divulgado na noite de hoje pela Secretaria Executiva de Defesa Civil do Estado. Na nota, não há uma contabilização de desabrigados e desalojados.

Foram registrados deslizamentos de barreiras, alagamentos e bloqueios totais ou parciais de estradas. Rios transbordaram.

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As cidades mais atingidas pelas precipitações foram Água Preta, Angelim, Barreiros, Canhotinho, Cortês, Correntes, Itaíba, Jaqueira, Lagoa do Ouro, Quipapá, São Benedito do Sul, Tamandaré, Maraial, Palmerina, Brejão, Bom Conselho, Garanhuns, Palmares.

A Agência Pernambucana de Águas e Climas informou que na última avaliação meteorológica a previsão é de as chuvas diminuam seus volumes nas regiões da Mata Sul e Agreste, devendo permanecer na intensidade de fraca a moderada em todas as regiões do Estado e que seguem acompanhando um Sistema denominado Distúrbio Ondulatório de Leste que pode atingir a zona da Mata Norte no dia de amanhã.

A Defesa Civil do Estado recomendou a população dessas regiões que sigam as recomendações das Defesas Civis dos seus municípios e evitem permanecer  nos locais de risco e áreas alagadas. A Central de Operações estadual pode ser contactada pelos telefones 3181-2490 e 199.

O Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco segue trabalhando nas buscas por 11 vítimas desaparecidas, após as chuvas torrenciais no Grande Recife, na última semana. A informação foi divulgada no último balanço do Centro Integrado de Comando e Controle Regional (CICCR), vinculado à Secretaria de Defesa Social (SDS-PE), na manhã desta quarta-feira (1º). Este é o quinto dia de buscas e 106 mortes já foram confirmadas. 

Além das nove pessoas desaparecidas, mas já identificadas, conforme divulgado até o começo desta quarta-feira (1º), há também dois relatos “imprecisos e em investigação”, de acordo com o Corpo de Bombeiros. Assim, o número de pessoas a resgatar subiu para 11.  

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Sobre as novas informações de possíveis desaparecidos, a Defesa Civil informou que foi comunicada do desaparecimento de um senhor de 70 anos em um sítio, na zona rural de Limoeiro, após um deslizamento de terra. As buscas foram iniciadas de imediato. Além desses locais, há atuação ainda em Jaboatão Centro e Paratibe (Paulista), onde duas pessoas teriam sido levadas pelas enxurradas. 

Do quadro geral dos nove desaparecidos, três estariam na Vila dos Milagres (Barro) e o restante, no Curado IV (2), Areeiro (1), Paulista (1), Jaboatão Centro (1) e Limoeiro (1). 

No Instituto de Medicina Legal do Recife (IML), as 106 vítimas resgatadas foram periciadas pela força tarefa montada para agilizar os procedimentos tanatoscópicos, orientar, acolher e apoiar as famílias. 

“Na manhã de hoje, sete vítimas estão aguardando liberação nas próximas horas. São questões, na maior parte, relativas a documentos que estão sendo trazidos pelos parentes e sendo agilizados, de modo a amenizar um pouco o sofrimento dessas famílias marcadas pela tragédia. Em alguns casos, estamos fazendo coletas de material para exames de DNA, visando uma identificação mais precisa e a ligação familiar entre as pessoas”, informou o secretário de Defesa Social, Humberto Freire. 

Nesta quarta-feira (1º), estão atuando 403 profissionais do Corpo de Bombeiros de Pernambuco e de outros Estados, Forças Armadas, operativas da SDS, Defesa Civil e órgãos municipais, na Vila dos Milagres, Areeiro, Curado IV e em Limoeiro.  

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As forças de segurança pública e defesa social de Pernambuco confirmaram, nesta terça-feira (30), que o estado já registra 100 pessoas mortas decorrentes de deslizamentos e enxurradas registradas desde a última quarta-feira (25).

“Para se chegar a esse número, cruzamos uma série de informações disponíveis, como as ocorrências geradas no Centro Integrado de Operações de Defesa Social (Ciods), os resgates feitos nas áreas afetadas, perícias feitas no Instituto de Medicina Legal (IML) e relatos feitos por familiares aos serviços de defesa civil e assistência social", diz o secretário de Defesa Social, Humberto Freire.

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No momento, 16 pessoas estão sendo procuradas, sendo 14 vítimas de soterramento nas áreas da Vila dos Milagres, Jardim Monteverde, Curado IV e Areeiro. Outras duas pessoas teriam sido levadas pelas enxurradas, sendo uma em Jaboatão Centro e outra em Paratibe (Paulista). Todas as ocorrências estão na Região Metropolitana do Recife.

436 profissionais, entre bombeiros de Pernambuco e de outros estados, bem como demais forças amigas, estão empenhados nos trabalhos. Embarcações, cães de busca e aeronaves estão sendo empregadas nos salvamentos e identificação dos corpos. 

Há um esforço de todos para, além de termos precisão no monitoramento e atualização da situação, também fornecer o apoio necessário às vítimas e familiares neste momento de dor”, pontua Freire.

A Prefeitura de Camaragibe, no Grande Recife, determinou, na segunda-feira (30), a saída imediata de todas as famílias que moram em uma área de risco situada próxima às ruas Califórnia e Bela Vista. O mesmo também foi determinado para famílias que moram no trecho da Avenida Pernambuco, embaixo do Alto do Padre Cícero. A medida, de acordo com a gestão, segue orientações da Defesa Civil municipal, que realizou inspeção técnica na área com o apoio do estado e da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). 

As famílias que serão realocadas viviam em residências sob risco de desabamento em decorrência das chuvas que ainda caem na cidade. Os moradores são aconselhados a ir para a casa de parentes ou para os abrigos disponibilizados pela prefeitura nas escolas municipais Carmelo Orrico Lapenda (Bairro dos Estados) e o Cemei Vivendo e Aprendendo (Celeiro). 

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“Nossas equipes já alertaram reiteradamente as pessoas para que elas saiam de suas casas. Há uma grande rachadura em uma barreira perto dessa localidade”, pontuou a secretária de Defesa Civil de Camaragibe, Kátia Marsol. 

Buscam continuam 

O Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco continua buscando por uma vítima desaparecida na Comunidade do Areeiro, em Camaragibe. A informação foi atualizada pela corporação na manhã desta terça-feira (31). O trabalho é coordenado pela major Karla Lessa, e integrado às Forças Armadas e integrantes da Prefeitura de Camaragibe. 

No município, ao menos seis pessoas morreram após deslizamentos na localidade conhecida como Córrego do Desastre, no Alto de Santo Antônio e, também, no bairro dos Estados, na manhã do sábado (28). 

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A Prefeitura do Recife confirmou, na noite de segunda-feira (30), o total de 37 mortes e 3.640 pessoas desabrigadas e desalojadas na cidade, em decorrência das fortes chuvas. Cinco vítimas continuam desaparecidas. Até a segunda-feira (30), o número de mortes de moradores da capital pernambucana era 19. Ao todo, foram resgatados 40 corpos, entretanto, três ainda não foram identificados como de moradores da cidade. 

Atualmente, o Recife conta com 34 equipamentos que funcionam como abrigos temporários, sendo 17 escolas e creches municipais. Até o momento, foram registradas 115 ocorrências críticas, especialmente nas comunidades de Jardim Monte Verde, Milagres, Sítio dos Macacos e CAIC Barro, desde o último sábado (28). 

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“Estamos junto das famílias que perderam seus bens, seus móveis e estamos criando um plano específico de apoio. Essa chuva foi a maior dos últimos 50 anos da cidade. A gente sabe que tem lugar que alaga com frequência, mas essa chuva chegou a locais que nunca deu água no Recife. O nosso foco inicial foi salvar vidas, corremos para os morros para tirar as famílias que estavam em riscos, montamos abrigos e estamos coletando doações", disse o prefeito João Campos. 

Mortes em Pernambuco 

Até a manhã desta terça-feira (31), o número de mortos ainda não havia sido atualizado pelo Governo do Estado. De acordo com o último balanço, dessa segunda-feira (30), Pernambuco ainda tem cerca de 20 desaparecidos e 6.170 pessoas desabrigadas, além de 93 mortos.  

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O governo de Pernambuco confirmou, neste domingo (29), que já são 56 mortes registradas em decorrência das chuvas que atingem o Estado desde a última quarta-feira (26). Outras 56 pessoas estão desaparecidas em Recife e Olinda e 3.957 estão desabrigadas, principalmente, na RMR e na Mata Norte.

O grande impacto causado pelas chuvas levou nove municípios a decretar situação de emergência: Recife, Olinda, Jaboatão dos Guararapes, São José da Coroa Grande, Moreno, Nazaré da Mata, Macaparana, Cabo de Santo Agostinho e São Vicente Ferrer.

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Reforço nas equipes

O Corpo de Bombeiros já começou a atuar com o reforço dos 92 novos soldados nomeados no sábado (28) pelo governador Paulo Câmara.

As equipes também passaram a contar com o incremento de bombeiros enviados pela Paraíba e profissionais que vieram de Minas Gerais, todos especializados no atendimento a casos de deslizamentos.

O Exército e a Marinha estão colaborando no trabalho com 100 e 20 profissionais, respectivamente, e seis embarcações.

Resgates continuam

Do sábado até a madrugada deste domingo (29), o Grupamento de Bombeiros Marítimos (GBMAR) resgatou 593 vítimas ilhadas em várias localidades da RMR. No Recife, os resgates aconteceram nos bairros de Coqueiral, Imbiribeira, Ipsep e Tejipió. Em Jaboatão, houve atendimento na Vila Dois Carneiros, Socorro e Muribeca. Desde a sexta-feira (27), mais de 46 mil chamados foram feitos ao 193.

Na manhã deste domingo, o Grupamento Tático Aéreo realizou o resgate de 12 pessoas ilhadas em áreas alagadas, sem acesso por terra. As três aeronaves empregadas nas ações da RMR também transportaram água e alimentos para comunidades isoladas ou fortemente atingidas, como no bairro da Muribeca, em Jaboatão dos Guararapes.

Governador reúne secretariado

O governador Paulo Câmara reuniu, na manhã deste domingo (29), no Palácio do Campo das Princesas, todo o secretariado estadual, os chefes dos comandos militares e representantes das Forças Armadas para reforçar as ações nas áreas atingidas pelas chuvas na Região Metropolitana do Recife, Zona da Mata e Agreste.

“Precisamos desobstruir os acessos às cidades, restabelecer o abastecimento de água e analisar o trabalho que está sendo feito nesses locais. As equipes foram reforçadas, os 92 novos bombeiros que tiveram suas nomeações antecipadas já estão trabalhando e vamos intensificar as ações”, afirmou Paulo Câmara. “Vamos continuar atuando nas áreas críticas e restabelecer os serviços, para avançarmos na reconstrução das cidades”, reforçou.

Foto: Heudes Regis/SEI

Chuvas devem diminuir

De acordo com informações da Agência Pernambucana de Água e Clima (Apac), o Distúrbio Ondulatório de Leste – sistema que induziu os grandes volumes de chuva nos últimos dias – se dissipou, mas ainda restam instabilidades no oceano, que ainda deverão provocar precipitações neste domingo, de forma moderada, entre a Zona da Mata e a RMR. A tendência, porém, é a estabilização da atmosfera, com redução gradativa dos volumes de chuva.

Com informações de assessoria

A Coordenadoria de Defesa Civil do Estado de Pernambuco (Codecipe) confirmou, neste sábado (28), 28 mortes em decorrência das chuvas que atingiram o Recife, a região metropolitana e a Zona da Mata. Assim, o estado chega ao número de 33 óbitos somente de pessoas vítimas de deslizamentos de barreira nesta semana. Cinco dessas mortes aconteceram na capital. Informações sobre as vítimas e as localidades das ocorrências ainda serão atualizadas.

Entre os óbitos deste sábado (28), estão pelo menos oito crianças. A maior parte dos registros foi confirmada anteriormente pelas Unidades de Pronto Atendimento do Ibura e do Curado, em Recife e Jaboatão dos Guararapes, respectivamente. Os cinco óbitos registrados anteriormente, no decorrer da semana, aconteceram em Olinda, no bairro da Caixa D’água e Peixinhos; e em Muribeca, também em Jaboatão.

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Neste sábado (28), no Grande Recife, foram confirmados 22 novos óbitos de vítimas soterradas em deslizamentos de terra na região. O número foi informado pela assessoria das Unidades de Pronto Atendimento Pediatra Zilda Arns (Ibura), no Recife, e Fernando de Lacerda (Curado), em Jaboatão dos Guararapes. Ou seja, as confirmações das mortes são referentes aos atendimentos realizados apenas nestas unidades de saúde e o número pode ser maior.

A Prefeitura do Recife registrou cinco mortes, mas ainda não é possível confirmar se esses casos estariam inseridos nos números revelados pelas UPAs. As unidades atendem ocorrências de diversas partes da Região Metropolitana. 

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Entre os mortos, estão 14 adultos e oito crianças. De acordo com a Prefeitura do Recife, os óbitos referentes a ocorrências na capital pernambucana são de duas crianças de três e cinco anos; de dois homens de 18 e 47 anos; e de uma mulher de 32 anos, vítimas de deslizamento de barreira no Córrego do Jenipapo, no bairro da Guabiraba. 

Segundo o balanço das UPAs, foram 20 ocorrências na unidade do Ibura e duas na unidade do Curado. Os atendimentos no Curado foram de crianças de um ano e dois anos; a primeira chegou sem vida, a segunda foi socorrida por vizinhos, mas não resistiu. No Ibura, sete vítimas já foram identificadas. 

Caíque Marcos Rocha, de sete anos; Emily Marques Rocha, de cinco anos; Raionara Ribeiro de Oliveira, de 30 anos; Elizângela da Silva Rocha (idade não informada); Thaís Lúcia da Silva, de 21 anos; Beatriz Santos da Silva, de um ano e oito meses; e Soares dos Santos, de 13 anos, foram algumas das vítimas. Os demais ainda não foram identificados. 

*Mais informações em instantes. 

 

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O Corpo de Bombeiros encontrou, por volta das 10h20 desta sexta-feira (14), mais um corpo na operação que busca por uma família de quatro pessoas, soterrada após o deslizamento de terra em Cavaleiro, Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife. A segunda vítima fatal foi a mãe da família, de 36 anos, identificada como Silvia Regina da Silva. Na noite da quinta-feira (13), após a queda da barreira, o filho mais velho da mulher, identificado como Otávio Pessoa de Siqueira, de 16 anos, havia sido encontrado pelas equipes, mas veio a óbito.

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Segundo o coronel da corporação, Anderson Barros, são mais de 12 horas de trabalho, iniciadas por volta das 17h30 de ontem, e não há previsão para encerramento das buscas. O corpo da chefe de família já foi retirado da lama sem vida. No resgate de Otávio, o adolescente foi encontrado pelos bombeiros ainda com vida, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu, diz o tenente.

Agora, as equipes seguem buscando, com o apoio da população local, os outros dois desaparecidos: o pai, o carregador Osvaldo Pessoa de Siqueira, de 39 anos, e a filha mais nova da família, Isabele Pessoa de Siqueira, de 12 anos. Nas imagens feitas pelo LeiaJá no local, é possível ver dezenas de moradores carregando baldes, debaixo da chuva forte, para ajudar bombeiros e Defesa Civil no resgate.

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O deslizamento ocorreu por volta das 17h, na 6ª Travessa Murilo Braga, após chuvas fortes que atingem todo o litoral, Região Metropolitana do Recife (RMR) e Agreste pernambucano. Só na quinta (13), choveu mais de 200 mm em Jaboatão, local do ocorrido. O acúmulo é o maior nos últimos 20 anos em relação à média para maio.

No dia em que registrou 19 mortes pela Covid-19, um número recorde desde o início da pandemia, a prefeitura de Sorocaba anunciou, no fim da tarde desta segunda-feira o fechamento da cidade com barreiras, a partir desta terça (23). O objetivo é monitorar e reduzir o fluxo de pessoas de outras cidades.

De acordo com o prefeito Rodrigo Manga (Republicanos), serão instaladas cinco barreiras fixas nos principais acessos à cidade e uma barreira móvel que atuará em outras rotas de acesso. Segundo ele, a situação da pandemia se agravou: 220 pessoas estão internadas, sendo 112 em UTI, e há 90 aguardando vagas em hospital.

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Manga pretende fazer convênio com a Polícia Militar, no que chamou de operação delegada temporária, para dar suporte à operação das barreiras. "As pessoas terão de parar, terão a temperatura medida e vão receber orientação sobre o uso de máscara. Às pessoas que vierem de fora vamos explicar que o melhor a fazer neste momento é ficar em sua cidade", disse.

A taxa de ocupação de leitos para Covid-19 em UTI é de 100% nos hospitais estaduais Adib Jatene e Hospitalar de Sorocaba, e de 93% na Santa Casa. O centro municipal de estabilização Covid São Guilherme também tem 100% da UTI ocupada.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Apego na fé e noite em claro. Esse foi o resumo da última noite para moradores do Alto do Marreco, próximo ao Brejo da Guabiraba, Região Metropolitana do Recife. Nesta quinta-feira (25), fortes chuvas foram registradas em diversos pontos e seguiu durante toda sexta-feira (26).  Lá não foi diferente, mas com a água, o medo de que as barreiras desabassem. Lembranças recentes, como o acidente na região em 2019, reforçam o temor. 

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Todos os moradores que conversaram com a reportagem do LeiaJá nesta sexta, tiveram uma coisa em comum, ‘ninguém dorme’ quando chove. Não que isso vá resolver algo, mas ao menos dará uma chance de reagir e salvar a família, como conta o casal Etiene e Josué. 

Os cadeados e as portas ficam abertas para facilitar caso precisem sair com rapidez: “A gente fica com medo, como a gente mora em barreira, tenho medo, às vezes vou para casa da minha mãe quando chove muito”, conta Etiene Francisca. Ela ainda faz uma reclamação e cobra a presença do governo na região. Segundo o marido Josué a colocação de lonas, que traz alguma segurança, não é feita há meses. Resta então tomar os cuidados possíveis, como um piso de concreto colocado há um ano e muita fé. 

Dona Maria Lúcia, mãe de Josué e que também mora na região, conta que ao longo dos 30 anos lá já sofreu alguns sustos e que inclusive parte da barreira da casa em que mora atualmente cedeu há alguns anos. Dormir, só à base de remédio e assim foi a última noite diante de tanta chuva “Me apego em Jesus”, diz. 

Quem fica de ‘sentinela’ é o marido que pediu para ser identificado como Nilo e que mora há 50 anos no Alto do Marreco. “Eu não durmo não, quem dorme é ela, você aqui tá seguro e daqui a pouco já era. Eu vi o que aconteceu ali”, afirma apontando para a barreira vizinha que cedeu em 2019.  “Desde ontem que eu tô assim, quando vejo o tempo mudar vou logo lá para fora”, ressalta. Até as escadas para acessar a casa dos moradores é arriscada e em alguns pontos chega a ter buracos.

Quem viu de perto o acidente de 2019 foi Andreia Oliveira. Ela lembra que acreditou na altura que sua laje, que chegou a rachar, havia cedido, tamanha proximidade com a barreira que desabou. Mas mesmo assim ela ainda segue morando com sua família, filhos e netos no mesmo ambiente e ela explica o porquê. 

“Pediram para a gente sair daqui, mas vamos sair para onde?”, indaga. “A gente bota telha, bota isso, bota aquilo com medo que a água caia e emburaque, Compra o cano e bota o cano. O meu vai até a canaleta já com medo que perfure, caia e morra todo mundo”, completa. O medo de morrer também não permitiu que Andreia dormisse durante a noite chuvosa e ela ainda faz um apelo para que possa sair dali. 

E pelo visto, os moradores do Alto do Marreco, de outras regiões com barreiras, terão mais uma noite agitada. A APAC informou no fim da tarde desta sexta que a previsão para este sábado (27) é de chuva moderada na RMR com alguns pontos de “chuvas fortes”.

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