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A deterioração da liquidez em mercados relevantes como os de títulos soberanos de países desenvolvidos e as incertezas econômicas globais podem desencadear eventos adversos com riscos à estabilidade financeira que preocupam bancos centrais ao redor do mundo, inclusive o brasileiro. Com os temores, os BCs podem ser obrigados a manter sob sua guarda por mais tempo do que o previsto a montanha de ativos que compraram durante o auge da pandemia de Covid-19, em um momento em que estão tentando controlar a disparada da inflação.

O Banco de Compensações Internacionais (BIS), uma espécie de Banco Central dos BCs, reforçou o alerta quanto ao tema em seu mais recente relatório trimestral, publicado nesta semana. Segundo a entidade, a liquidez do mercado de títulos soberanos deteriorou-se na maioria das economias avançadas em meio às incertezas de investidores quanto ao rumo das taxas de juros.

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"À medida que as taxas subiam rapidamente e a volatilidade aumentava, os mercados de bonds tornaram-se progressivamente menos líquidos", diz a entidade, com sede em Basileia, na Suíça. Um indicador baseado nos preços de bônus soberanos de economias desenvolvidas teve piora acentuada e atingiu o seu nível mais baixo desde a crise financeira de 2008, conforme o BIS.

Nos Estados Unidos, as condições de liquidez começaram a se deteriorar ainda no verão e permaneceram visivelmente piores do que no auge da covid-19, em março de 2020, em mercados como os "treasuries", que são os títulos do Tesouro norte-americano, e os que apoiam o financiamento imobiliário no país, os chamados "mortgages".

PERDA. Do outro lado do Hemisfério Norte, no Reino Unido, o Banco Central da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) foi obrigado a comprar bilhões em gilts, o título do governo britânico, após o anúncio do malsucedido pacote fiscal, para evitar que a turbulência se espalhasse para além do estrago causado aos fundos de pensão.

"Os juros dos títulos de dívida do Reino Unido subiram cerca de 1,5 ponto porcentual ao ano. Em títulos de 30 anos, a perda do valor dos papéis foi de 45% a 50%", destaca o sócio-fundador da Oriz Partners e ex-secretário do Tesouro brasileiro, Carlos Kawall, mencionando os problemas para seguradoras e fundos de pensão, com riscos para a estabilidade financeira. "É uma perda patrimonial absurda. No Brasil, já estamos mais vacinados contra essas instabilidades. Lá foi um terremoto", completa.

Para o BIS, o estresse no mercado de gilts é um sinal de alerta não só às fundações, que garantem as aposentadorias dos indivíduos, mas às instituições financeiras não bancárias (NBFIs, na sigla em inglês) como empresas de securitização e fundos de private equity, que compram participação em empresas, diante do processo de aperto monetário nas economias. Enquanto longos períodos de juros baixos motivaram uma maior alavancagem por parte desses grupos, a mudança neste quadro, alerta, pode desencadear pressões de liquidez e levar à disfunção dos mercados, pressionando os bancos centrais a fornecer apoio.

Contra o ressurgimento da inflação global, a receita é alta de juros e redução do balanço de ativos dos BCs, que engordaram bastante durante a pandemia, para dar suporte aos mercados. Além do episódio britânico, o economista-chefe da XP Investimentos, Caio Megale, lembra que a indicação do Banco Central Europeu (BCE) de que iria começar a redução do seu balanço gerou transtornos para os papéis de Portugal, Grécia e Itália, resultando em maior cautela pela autoridade monetária europeia. O BCE deve voltar a discutir o tema no dia 15 deste mês.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os bancos centrais já despejaram US$ 6 trilhões no mercado financeiro desde março, de acordo com cálculo do Fundo Monetário Nacional (FMI), em movimento sem precedente, e parte desses recursos começou a buscar ativos de maior retorno em mercados emergentes. Mas estrategistas de bancos e gestoras ouvidos pelo Estadão/Broadcast mostram cautela sobre as chances de o Brasil atrair parte desse capital no curto prazo.

Juros reais na casa de zero, recessão, preocupações fiscais e crescentes ruídos políticos estão entre os fatores mencionados que devem manter os estrangeiros menos propensos a aportar recursos no mercado financeiro doméstico.

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"Investidores devem permanecer vigilantes e considerar o distanciamento de mercados que mostram os riscos mais altos (por exemplo, o Brasil)", alertam os estrategistas do banco francês Société Générale, em análise nesta semana que recomenda que seus clientes tenham postura mais seletiva sobre quais emergentes aplicar. No Brasil, o banco avalia que os efeitos da pandemia podem aumentar tensões políticas e sociais, isso em um ambiente de risco político já elevado, deterioração fiscal e baixo retorno real dos ativos, que piorou mais agora com a última queda da taxa básica de juros.

As estatísticas do Instituto Internacional de Finanças (IIF), formado pelos 450 maiores bancos do mundo, com sede em Washington, mostram que os mercados de ações e renda fixa dos emergentes tiveram fuga de quase US$ 100 bilhões em recursos externos por conta da pandemia do coronavírus e o Brasil foi um dos que mais perderam capital externo. Os números mais recentes mostram que os fluxos voltaram, mas ainda de forma tímida. Em maio, ficaram em US$ 4,1 bilhões. Os aportes, porém, se deram de forma desigual entre os emergentes, com investidores preferindo a China e outros mercados asiáticos, segundo o IIF.

Dados do Banco Central mostram que as saídas de capital do Brasil prosseguiram em junho pelo canal financeiro, com fluxo negativo de US$ 463 milhões no mês até o dia 12, mesmo com a Bolsa tendo ensaiado uma retomada dos aportes externos. No acumulado do ano, a saída líquida pelo canal financeiro soma US$ 33,8 bilhões. Na B3, em junho há saldo positivo de R$ 2,9 bilhões, mas no ano é negativo em R$ 74 bilhões.

Com os juros muito baixos, o chefe de economia e estratégia do Bank of America, David Beker, ressalta que o Brasil já perdeu a atratividade para investimentos na renda fixa. Ao mesmo tempo, se as taxas historicamente baixas melhorarem o ritmo de crescimento do Brasil, e por consequência os lucros das empresas, o País pode começar a atrair recursos para outros ativos, principalmente em ações. Mas não é um movimento para agora, pois depende da retomada da atividade e das perspectivas de lucratividade para as companhias. "Não necessariamente vem de imediato", disse ele. "O investidor estrangeiro está muito pouco alocado em Brasil em renda fixa e ainda tem muito espaço para alocação na renda variável."

‘Maré alta’

 

Em meio aos estímulos monetários e fiscais jamais vistos, e US$ 12,5 trilhões aplicados em títulos com juros negativos, os investidores vão procurar oportunidades nos emergentes, afirmou o responsável pela área de dívida de mercados emergentes da gestora inglesa Legal & General Investment Management (LGIM), Uday Patnaik. Mas ele mostra maior cautela com o Brasil. Ainda assim, o executivo avalia que o País pode atrair algum interesse dos investidores internacionais, na medida em que uma "maré alta levanta todos os barco".

Contudo, para o Brasil conseguir se destacar entre os emergentes, o governo de Jair Bolsonaro precisa mostrar disposição em prosseguir com as reformas e, mais ainda, que o ajuste fiscal melhore a dinâmica da dívida pública, afirma o gestor da LGIM. Ele menciona ainda a necessidade de melhorar o quadro político, resolvendo as acusações que envolvem a família Bolsonaro.

O sócio da gestora Ibiuna, Mario Torós, ex-diretor do Banco Central, estima que o Brasil teve a terceira maior expansão de gasto fiscal por conta da pandemia, atrás apenas de Estados Unidos e Japão, o que traz preocupação para os investidores. "Na política fiscal, o governo testou todos os limites que se possa imaginar", disse ele em evento pela internet do BTG Pactual, ressaltando que a situação das contas públicas já não era boa antes da crise e ficou ainda pior, se refletindo no real mais enfraquecido que outras moedas emergentes e no risco país mais alto.

Sobre a injeção de recursos pelos bancos centrais, Torós comenta que apenas o balanço do Federal reserve (Fed, o banco central americano) teve expansão, nos meses de abril e maio, em volume que representa quase todo o crescimento monetário nos anos desde o pós-crise financeira mundial de 2008. "Estamos anestesiados por volume sem precedentes de políticas fiscal e monetária."

Se o dinheiro está mostrando resistência em entrar no Brasil, a opção de captar recursos no exterior tem sido bem-sucedida, não só para o País, mas para outros emergentes. Na renda fixa, estudo da gestora europeia BlueBay Asset Management mostra que a busca por ativos de maior retorno tem sido crescente, por conta da alta liquidez. Este ano, governos e empresas de países emergentes conseguiram captar US$ 330 bilhões, crescimento de 17% em relação ao mesmo período de 2019. E as novas captações não se limitaram a países com rating alto, na categoria grau de investimento, mas também países com maior risco, com rating nos níveis B ou BB, como Egito, Brasil e Bahrein, que têm conseguido colocar papéis no exterior com forte demanda. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os bancos centrais da América do Sul avaliaram que há riscos de maior volatilidade nos mercados financeiros internacionais e moderação na expansão da economia global. A maioria dos países da região, entres eles o Brasil, terá crescimento menor em 2014 do que havia sido projetado.

A maior volatilidade foi associada pelos presidentes dos bancos centrais sul-americanos à incerteza a respeito da normalização da política monetária norte-americana, diminuição nos preços das matérias-primas e mudanças nas expectativas sobre o desempenho da economia em alguns países da região.

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Embora se observe uma recuperação na economia dos Estados Unidos, os bancos centrais da América do Sul veem desempenho econômico menor dos países da zona do euro, com impacto na região. Para 2015, há expectativa de uma recuperação no crescimento dos países sul-americanos em decorrência de "sólidos fundamentos macroeconômicos", de acordo com declaração conjunta dos presidentes dos BC da região, divulgada após reunião em Lima, no Peru, realizada na última sexta-feira. Também se espera que a inflação se estabilize nesses países, que têm experimentado choques de oferta ou vivido desvalorização em suas moedas.

Estudos

No encontro, foi apresentado estudo que mostra que, a partir de 2012, ocorreu uma aceleração no volume de emissões de bônus corporativos no mercado internacional na maior parte dos países. Com base na amostra analisada, 66% das emissões tiveram prazo superior a cinco anos, enquanto que em 26% o prazo superou dez anos. Segundo o estudo, indicadores de rentabilidade, solvência e liquidez das empresas do setor produtivo emissoras não exibiram deterioração.

Outro estudo mostrou que, nos últimos dez anos, a China se tornou um importante parceiro comercial para a maior parte das economias sul-americanas. A agropecuária e a mineração são os subsetores que mais têm tido participação nesse processo.

Ficou acertado que o BC da Colômbia realizará um estudo sobre o impacto real e financeiro da evolução futura dos preços das matérias-primas nas economias da região. Paralelamente, o Banco Central do Chile fará um estudo sobre o endividamento das famílias nas economias da região. O presidente do BC do Brasil, Alexandre Tombini, não participou da reunião e foi representado por funcionário da instituição.

SALVADOR (BA) - A Associação de Policias e Bombeiros e de seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra-BA) denunciou, nesta quarta-feira (17), as más condições da Base Comunitária de Segurança (BCS), instalada no bairro de George Américo, em Feira de Santana.

Segundo informações da Aspra, o local é inviável para funcionamento por conta dos constantes cortes no fornecimento de água para consumo e uso em geral, deterioração da estrutura física e infiltrações. Além disso, não existe um profissional contratado para realizar a limpeza da unidade, o que leva os policiais a realizarem o serviço, considerado desvio de função.

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Além de realizarem a limpeza os PMs também fazem arrecadações para comprarem os produtos e utensilios para a limpreza do prédio. A BCS foi inaugurada em setembro de 2012 com o objetivo de combater o tráfico de drogas e os homicídios no bairro, onde se encontram as maiores taxas de violência  do município. 

Os bancos centrais da América do Sul ressaltaram que merece "atenção especial" o excesso de liquidez internacional, resultante de medidas de expansão monetária dos países desenvolvidos e os seus efeitos sobre taxas de câmbio e estabilidade financeira dos países emergentes. A advertência faz parte da nota, divulgada no fim da tarde desta sexta-feira, após o término da XXV Reunião de Presidentes de Bancos Centrais da América do Sul, no Rio.

"Em um quadro internacional ainda incerto e delicado, permanece objeto de especial atenção o crescimento significativo da liquidez internacional", diz o comunicado distribuído a jornalistas pela assessoria de imprensa do Banco Central (BC).

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Segundo o texto, "os países da América do Sul têm logrado evitar uma deterioração das condições econômicas" e espera-se "em 2013 uma melhora de seu crescimento médio". "Em geral, a inflação permanece sob controle, mas requer vigilância permanente, em particular face aos choques externos", apontou a nota.

Ainda segundo o informe, a reunião no Rio debateu a implementação das regras de Basileia 3, os impactos das medidas adotadas pelo Japão e os sinais de recuperação na economia dos Estados Unidos. Assinam a nota conjunta representantes dos 10 bancos centrais da América do Sul.

A Bovespa apagou os ganhos exibidos logo após a abertura do pregão desta e migrou para o terreno negativo, já abaixo dos 56 mil pontos, com desvalorização ao redor de 1%, no pior momento da manhã. A queda das ações de Petrobras conduz o movimento, amparada ainda pelos bancos e construtoras, com os investidores embolsando os ganhos recentes antes do desfecho das reuniões de política monetária nos Estados Unidos, nesta quarta-feira, e na Europa, na quinta-feira.

Por volta das 10h50, o Ibovespa era negociado na pontuação mínima do dia, em baixa de 1,02%, aos 55.523 pontos. Mais cedo, o índice à vista chegou a operar no positivo, com alta de 0,51%, aos 56.385 pontos.

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Neste horário, as ações ON e PN da Petrobras cediam 1,80% e 1,59%. Um operador da mesa de renda variável de uma corretora paulista chamou a atenção para o comportamento dos papéis da estatal petrolífera no mercado de aluguel de ações. Segundo ele, em um dia o montante de ações da Petrobras alugadas subiu em R$ 10 milhões.

"Geralmente, aluga-se ações para vender no mercado à vista", diz. Para ele, esse movimento pode estar relacionado à expectativa ruim em relação ao balanço financeiro da companhia no trimestre passado, que deve apresentar o pior número trimestral desde 2002, com lucro líquido de R$ 3,24 bilhões, conforme levantamento feito pela Agência Estado.

Já o chefe da mesa de renda variável de uma corretora paulista acredita que a queda da blue chip também pode estar relacionada à saída de capital externo da Bolsa. Tanto que, às 10h55, as ações ON e PNA da Vale caíam 0,78% e 0,36%, enquanto Bradespar, que possui participação acionário da mineradora, exibia queda de 2,90% nas ações PN.

Frustração

Os profissionais consultados, que falaram sob a condição de não serem identificados, também apostam em certa realização de lucros, principalmente por parte dos investidores estrangeiros, que se antecipam a qualquer frustração com os bancos centrais norte-americano e europeu.

Eles lembram que a Bolsa estava muito perto de um canal de alta, aos 57,7 mil pontos, e, agora, devolvem parte dos ganhos acumulados entre quinta-feira da semana passada e a última segunda-feira, para voltar a ter espaço para subir, sem trazer os negócios locais para uma trajetória ascendentes. "Os BCs vão precisar ser muito convincentes para que haja uma mudança de cenário nos mercados financeiros", comenta o chefe da mesa citado acima.

A criação de mais vagas de emprego do que o esperado no setor privado norte-americano em julho garante uma abertura em alta da Bovespa neste primeiro pregão de agosto, apesar de esfriar as apostas de uma ação iminente por parte do Federal Reserve (Fed, o Banco central dos EUA), ao final da reunião de política monetária na tarde desta quarta-feira. Ainda assim, os mercados financeiros globais não descartam as chances de o Banco Central Europeu (BCE) adotar alguma medida, na quinta-feira, em meio a novos dados econômicos fracos sobre a zona do euro. Há ainda a possibilidade de uma ação coordenada por parte dos principais BCs do mundo - incluindo a China, que nesta quarta-feira deu mais sinais de perda de tração da atividade. Por volta das 10h05, o Ibovespa subia 0,37%, aos 56.304 pontos.

"Tem de ser um movimento coordenado, com todos (os bancos centrais) juntos", disse o economista da Cruzeiro do Sul Corretora, Jason Vieira. Ele avalia que o Fed não deve agir sozinho neta quarta-feira e adotar, por exemplo, uma nova rodada de afrouxamento quantitativo (QE3), já que a autoridade monetária norte-americana não tem mais muito o que fazer. "A alçada do Fed está diminuindo", diz, ventilando a responsabilidade do Congresso às vésperas da eleição presidencial, em novembro.

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Por sua vez, o BCE "precisa agir", conclui Vieira, que diz que ao menos a taxa básica de juros da região da moeda única será cortada, na quinta-feira. "Injeção de liquidez ainda não", pondera. Ele avalia que a oposição da Alemanha a novas medidas de estímulo não deve ser uma grande barreira, já que está claro que não se pode resolver a crise das dívidas europeias individualmente. "A Alemanha quer o bônus, sem o ônus", afirmou.

Veira chama atenção para os dados econômicos das principais economias do mundo, que devem sinalizar quanto a novas ações por parte dos BCs. Nesse sentido, os mercados devem viver dias de extremos, entre esta quarta-feira e a quinta-feira. "Os negócios com risco devem ir da euforia à frustração em questão de segundos", comentou.

Nos Estados Unidos, foram criadas 163 mil vagas de emprego em julho, acima da previsão de 108 mil novas contratações. Na sequência, saem índices de atividade industrial nos EUA, calculado pelo Markit, e pelo ISM. No mesmo horário, é a vez dos investimentos em construção. Também está prevista para esta quarta-feira a divulgação dos estoques semanais de petróleo bruto e derivados no país.

Já na zona do euro, a atividade industrial segue reprimida e caiu à mínima em mais de três anos em julho, renovando as esperanças de que as palavras do presidente do BCE, Mario Draghi, não sejam mesmo vazias. Além disso, o economista da Cruzeiro do Sul não descarta uma flexibilização monetária adicional na China, após os dados pouco inspiradores sobre a atividade na segunda maior economia do mundo.

Internamente, a BM&F Bovespa divulgou a primeira prévia da carteira do Ibovespa que vai vigorar de setembro a dezembro. A novidade ficou com a retira do certificado de depósito de ação da Latam (LATM11), companhia aérea resultante da fusão de TAM e LAN. Dessa forma, a quantidade de ações passaria a ser de 67 papéis, um a menos do que a lista que vigora atualmente.

A ansiedade em relação às eleições na Grécia no próximo domingo está sendo amenizada pela esperança de que os bancos centrais ajam, se necessário, para amenizar a volatilidade nos mercados na próxima semana. Com isso, as bolsas nova-iorquinas devem abrir em alta suave nesta sexta-feira.

Às 10h15(horário de Brasília), no mercado futuro, o Dow Jones subia 0,09%, o S&P 500 tinha alta de 0,08% e o Nasdaq avançava 0,13%. O euro caía a US$ 1,2601, de US$ 1,2633 no fim da tarde de quinta-feira. O índice ICE Dollar, que pesa a moeda norte-americana ante uma cesta de seis principais rivais, perdia 0,15%, a 81,876.

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Além disso, na próxima quarta-feira, o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) deve sinalizar mais alívio monetário na reunião do Comitê de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês). Provavelmente a prorrogação por mais alguns meses do programa de extensão de vencimentos de ativos em seu portfólio, chamado de Operação Twist, que terminaria no final do mês. Analistas avaliam que a porta para uma terceira rodada de compra de ativos, um QE3, está aberta, mas que não deve ser adotada por enquanto.

O BC da Inglaterra já começou a agir, anunciando um plano de 100 bilhões de libras para estimular a economia, por meio de financiamentos e empréstimo emergencial de seis meses aos bancos. O Barclays prevê que o BC inglês promoverá mais relaxamento quantitativo em julho, conforme apurou a Agência Estado. E o Banco Central Europeu já sinalizou que está pronto para adotar medidas, se for preciso.

Fora as eleições gregas e a reunião do Fed, a agenda pesada da próxima semana traz ainda o encontro de cúpula do G-20 na segunda-feira, em Los Cabos, no México.

Nesta sexta-feira, mais um indicador mostrou a fragilidade da recuperação da economia americana. O índice Empire State de atividade industrial do Federal Reserve de Nova York caiu para 2,29 em junho, de 17,09 em maio, bem abaixo da previsão de 10,7. E a produção industrial recuou 0,1% em maio ante abril, quando a expectativa era de alta de 0,1%.

No pré-mercado, as ações da Microsoft subiam 0,44%, após notícia de que a companhia irá comprar a Yammer, por US$ 1,2 bilhão. Os papéis da Nokia subiam 1,28%, após cair 16% na quinta-feira com notícias de que a companhia procura potenciais compradores.

Os papéis do Facebook subiam 0,57%, a US$ 28,45, quase um mês depois de ter tido sua desastrosa estreia na Nasdaq, ao preço de US$ 38,00.

Londres, 27 - O presidente do Banco Central da Inglaterra (BoE, o banco central inglês), Mervin King, será o anfitrião de uma reunião privada com os principais líderes financeiros da Europa para discutir a crise financeira mundial. O encontro será realizado esta semana e os chefes dos principais bancos centrais europeus foram convidados, de acordo com o jornal The Mail On Sunday.

A reunião teria sido convocada com o aumento da pressão sobre as economias da zona do euro. Mario Draghi, presidente do Banco Central da Europa (BCE) e Zhou Xiaochuan, presidente do Banco do Povo da China (PBOC, o banco central chinês), foram convidados. Segundo a fonte do jornal, a agenda do encontro não será divulgada nem uma comunicação com os resultados da reunião. As informações são da Dow Jones. (Eduardo Magossi)

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A ação coordenada dos principais bancos centrais mundiais anunciada ontem vai dar um alívio apenas temporário para os bancos europeus, dizem analistas internacionais. Para eles, a decisão dos BCs em dar uma injeção de liquidez ao cortar o custo das linhas de swap para financiamento de emergência não resolve o problema central da crise da zona do euro, que está na dificuldade de países periféricos em rolar suas dívidas soberanas.

"Com a retração dos fundos de 'money market' americanos, que deixaram de comprar papéis de curtíssimo prazo de bancos europeus, como os 'commercial papers', devido ao agravamento da crise do euro, é muito importante a decisão de reduzir o custo dessas linhas de swap", avaliou Mark Cliffe, diretor global de pesquisa de mercados financeiros do banco ING em Londres. "A ação coordenada ajuda, mas não resolve a questão central do problema, que é a dificuldade dos governos da zona do euro em assegurar financiamento às suas dívidas", completou. Para Cliffe, a decisão pegou o mercado de surpresa e reflete o esforço das autoridades monetárias mundiais de tentar estabilizar os mercados.

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A medida anunciada ontem envolve o Federal Reserve (Fed) dos Estados Unidos, além dos bancos centrais do Canadá, da Inglaterra, da Suíça, do Japão e o Banco Central Europeu (BCE). Esses bancos decidiram baixar o custo dos acordos temporários de swap de liquidez em dólar existentes em 0,50 ponto porcentual, trazendo esse custo para o equivalente à taxa overnight índex swap, ou OIS, mais 0,50 ponto porcentual. Além disso, essas linhas de swap tiveram seu prazo de validade estendido para 1º de fevereiro de 2013.

Os bancos europeus ficaram sob maior pressão na segunda-feira, quando a agência de classificação de risco Moody's anunciou que está revisando dívidas subordinadas, subordinadas júnior e tier-3 de 87 instituições da região para possível rebaixamento. A agência justificou a decisão afirmando que, com a crise na zona do euro, os governos da região estão tendo dificuldades para dar suporte aos bancos em questão.

Para Marc Chandler, diretor global de pesquisa da corretora Brown Brothers Harriman em Nova York, a ação coordenada para reduzir o custo das linhas de swap contribui para minimizar algumas pressões de 'funding' (financiamento) dos bancos, mas os recentes rebaixamentos de ratings, redução de linhas de crédito e as vendas de ativos ainda colocam fortes pressões sobre os bancos europeus. Segundo ele, as instituições europeias precisam refinanciar cerca de 800 bilhões de euros em 2012. "Mais valioso do que o corte no custo das linhas de swap seria a concretização da promessa pela União Europeia de implementar um esquema de fornecer garantias aos bancos, semelhante ao que foi feito durante a crise de 2008 e 2009", explicou Chandler.

Na opinião da diretora de câmbio da GFT Forex em Nova York, Kathy Lien, a injeção de liquidez anunciada pelos BCs mundiais é uma distração bem-vinda para os investidores em meio à turbulência e ao nervosismo provenientes da crise do euro. "Essa medida não elimina a necessidade de reformas estruturais e maior comprometimento dos líderes das nações europeias, mas dá um alívio nas condições dos mercados financeiros e mostra que os bancos centrais estão dispostos em evitar uma nova catástrofe", explicou Lien. "Seguida da decisão do banco central da China em cortar o depósito compulsório, essa ação coordenada traz, de fato, mais alívio aos investidores".

Os principais índices do mercado de ações da Europa fecharam em alta, refletindo a satisfação dos investidores com a notícia de que os principais bancos centrais do mundo vão agir em conjunto e cobrar menos das instituições financeiras que precisarem tomar empréstimos em dólar. O anúncio diminuiu bastante os receios com a possibilidade de um aperto no crédito piorar a crise das dívidas europeias.

"A obtenção de financiamento em dólar é um grande problema e esse movimento reconhece isso. Também é bom que os bancos centrais do mundo estejam agindo juntos", disse Louise Cooper, estrategista do BGC Partners.

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Apesar disso, segundo Koen De Leus, estrategista da KBC Securities, os bancos centrais já agiram de forma coordenada antes e o histórico mostra que os efeitos positivos tendem a ser breves. "Não é suficiente. É uma iniciativa temporária de liquidez, algo bom, mas que não vai resolver o problema", acrescentou.

Outro fator que deu suporte às bolsas foi a decisão do Banco do Povo da China (PBOC) de cortar a taxa de compulsório em 0,5 ponto porcentual a partir de 5 de dezembro. A medida aumenta a quantidade de dinheiro que os bancos podem emprestar para as empresas e consumidores e em tese pode incentivar o crescimento da economia do país.

O índice pan-europeu Stoxx 600 subiu 8,40 pontos, ou 3,63%, para 240,08 pontos. Na Bolsa de Londres, o FTSE-100 avançou 168,42 pontos, ou 3,16%, para 5.505,42 pontos. Em Paris, o CAC 40 ganhou 127,86 pontos, ou 4,22%, para 3.154,62 pontos. Na Bolsa de Frankfurt, o Xetra DAX fechou em alta de 288,93 pontos, ou 4,98%, a 6.088,84 pontos.

Em Milão, o índice FTSE MIB subiu 641,29 pontos, ou 4,38%, para 15.268,66 pontos. O IBEX 35, da Bolsa de Madri, avançou 321,50 pontos, ou 3,96%, para 8.449,50 pontos. Em Lisboa, o PSI 20 teve alta de 172,79 pontos, ou 3,22%, para 5.536,32 pontos. O ASE, da Bolsa de Atenas, avançou 20,69 pontos, ou 3,13%, para 682,21 pontos.

Em novembro, no entanto, os índices europeus acumularam queda, sendo a mais acentuada a do ASE, de 15,63%. O IBEX e o PSI 20 recuaram 5,6% cada, enquanto o FTSE MIB teve baixa de 4,67%. O CAC 40 perdeu 2,72%, seguido por Stoxx 600 (-1,39%), Xetra DAX (-0,85%) e FTSE 100 (-0,70%).

As ações de empresas ligadas ao segmento de matérias-primas estavam entre os destaques da sessão desta quarta-feira. BP e Royal Dutch Shell subiram 5% e 3,9%, respectivamente, enquanto a mineradora BHP Billiton fechou em alta superior a 6%. A siderúrgica ArcelorMittal teve ganho de mais de 11%.

Entre as montadoras, a Volkswagen subiu 6,5% enquanto a Daimler e a BMW avançaram mais de 5% cada. Mais cedo, o JP Morgan Cazenove aumentou a recomendação das ações da BMW para "acima da média", de "neutra", e cortou a dos papéis da Daimler para "neutra", de "acima da média".

As ações do grupo de investimento francês Wendel subiram mais de 16% depois de a TE Connectivity anunciar que concordou em comprar o Deutsch Group SAS, pertencente ao Wendel por cerca de US$ 2,1 bilhões. As informações são da Dow Jones.

As cotações de moedas de mercados emergentes subiram bastante, após seis grandes bancos centrais anunciarem medidas coordenadas de liquidez para apoiar o sistema financeiro global.

A ação ajudou a valorizar sobretudo o rand da África do Sul, que subiu mais de 2% ante o dólar após o anúncio. O peso mexicano se valorizou quase 2% ante o dólar, enquanto o real e a lira turca subiam cerca de 1% ante a moeda norte-americana. Às 11h31 (de Brasília), o dólar era comercializado a 8,1304 rands, enquanto antes do anúncio a cotação era de 8,3260 rands. A coroa checa era comercializada a 25,332 por US$ 1, ante 25,577 no fim da terça-feira. O florim húngaro era vendido a 307,66 por US$ 1, ante 312 no fim da terça-feira.

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A medida foi muito bem vista e isso pode trazer de volta o apetite pelo risco, disse Michael Lee, gerente de portfólio do Wells Fargo Asset Management. A combinação de ação coordenada dos bancos centrais e as notícias de que a China está cortando o compulsório para os bancos ajudou a melhorar bastante o sentimento em relação aos mercados emergentes.

A coroa da República Checa se valorizou 1% ante o euro, enquanto o florim húngaro se valorizou quase 2%, após atingir as mínimas da sessão no início do dia. As informações são da Dow Jones.

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