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O Festival de Cinema de Berlim , que estava programado para começar em 11 de fevereiro, foi adiado por causa do coronavírus. A informação foi divulgada pelos  organizadores em um comunicado à imprensa no início do ano. Isso significa que Berlim é o primeiro - mas provavelmente não o último - grande evento cultural de 2021 a ser afetado pela pandemia.

Com os casos de coronavírus crescendo na Alemanha, a Berlinale, como o festival é conhecido, agora ocorrerá em formato digital para profissionais da indústria do cinema em março, afirmaram os organizadores do festival. Sites de cultura e entretenimento, como o https://folhago.com.br/blogs-colunas/entretenimento, acompanham as principais novidades do cinema no mundo.

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A competição do festival acontecerá como parte do evento de março, e um júri em Berlim selecionará os vencedores dos prêmios, acrescentou o comunicado. Os fãs de cinema de Berlim verão os participantes em um evento separado em junho, envolvendo exibições ao ar livre e também apresentações em cinemas.

“Há um grande desejo de nos encontrarmos cara a cara”, disse Mariette Rissenbeek, a diretora executiva do festival, em um comunicado, mas “a situação atual não permite um festival físico em fevereiro”.

O atraso do primeiro grande evento cinematográfico internacional de 2021 provavelmente causará preocupação de que outros festivais possam precisar ser adiados. Países da Europa já estão vacinando seus habitantes, mas o processo está apenas no início.

O Festival de Cinema de Cannes está programado para começar em 11 de maio. Os organizadores de Cannes pretendem que o evento ocorra conforme programado, disse Aida Belloulid, a porta-voz do festival em entrevista ao jornal The New York Times, mas estão “esperando até o início do próximo ano para avaliar a evolução da pandemia. ”

“Então, se considerarmos que maio não será possível, trabalharemos em novas datas, do final de junho ao final de julho”, acrescentou. Seja qual for a data em que o festival ocorrer, será "um 'clássico' Cannes", com um programa completo e estrelas na Croisette, disse Belloulid.

Em 2020, Cannes foi adiada no último minuto por causa da pandemia. Os organizadores acabaram organizando uma edição “especial” em outubro, com poucos filmes e sem o glamour de sempre. Esse evento quase não recebeu atenção da mídia.

Ao contrário de Cannes, o Festival de Veneza ainda não fez planos de contingência e seus organizadores pretendem prosseguir normalmente, em setembro de 2021. “É claro que não sabemos qual será a situação”, disse Alberto Barbera, o diretor artístico do festival, em uma entrevista por telefone, “mas tivemos a sorte de prosseguir com o festival este ano sem problemas, então no próximo ano deve ser ainda melhor. ”

Mesmo remando contra a maré por enfrentar diversos obstáculos, o cinema brasileiro segue em destaque no exterior. É que 19 obras produzidas no Brasil foram indicadas ao prêmio Urso de Ouro do Festival de Cinema de Berlim, na Alemanha. Entre as produções está o longa-metragem "Todos os Mortos" (2020), selecionado para a categoria de Melhor Filme. Com direção de Caetano Gotardo, a obra será apresentada neste domingo (23) na capital alemã e pode se juntar a produções como "Central do Brasil" (1998), de Walter Salles, e "Tropa de Elite" (2007), de José Padilha, que venceram a disputa nos anos de 1998 e 2008.

Ainda sem data para estrear no Brasil, "Todos os Mortos" se passa o ano de 1899, onze anos após a assinatura da Lei Áurea, que aboliu os escravos no país. A história relata a vida de Iná Nascimento, mulher que ainda teve que viver a escravidão por um período longo e que lutou para cuidar da familiares em um tempo de hostilidade. O longa é produzido por ex-alunos da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP).

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Veja a lista com as outras 18 indicações em produções e coproduções em que o Brasil concorre em uma das principais premiações da indústria cinematográfica mundial:

Mostra Geração - "Alice Júnior" (2019), de Gil Baroni; "Irmã" (2019), de Luciana Mazeto e Vinícius Lopes; "Meu Nome É Bagdá" (2019), de Caru Alves de Souza; "Rã" (2019), de Julia Zakia e Ana Flávia Cavalcanti.

Mostra Panorama - "Cidade Pássaro" (2020), de Matias Mariani; "O Reflexo do Lago" (2019), de Fernando Segtowick; "Vento Seco" (2019), de Daniel Nolasco; "Nardjes A." (2019), de Karim Aïnouz (Coprodução: Argélia, Alemanha, França e Brasil); "Un Crimen Común" (2019), de Francisco Márquez (Coprodução: Argentina, Suíça e Brasil).

Mostra Fórum - "Luz nos Trópicos" (2019), de Paula Gaitán; "Vil, Má" (2020), de Gustavo Vinagre; "Chico Ventana Tambien Quisiera Ter un Submarino" (2019), de Alex Piperno (Coprodução: Uruguai, Argentina, Holanda, Filipinas e Brasil).

Mostra Fórum Expandido - "(Outros) Fundamentos" (2019), de Aline Motta; "Apiyemiyeki?" (2020), de Ana Vaz; "Jogos Dirigidos" (2019), de Jonathas de Andrade; "Letter from a Guarani Woman in Search of Her Land Without Evil" (2019), de Patricia Ferreira; "Vaga Carne" (2019), de Grace Passô e Ricardo Alves Jr.

Mostra Encontros - "Los Conductos" (2019), de Camilo Restrepo (Coprodução: França, Colômbia e Brasil).

A 70ª edição do Festival de Cinema de Berlim tem uma grande participação brasileira em várias mostras.

- Mostra competitiva pelo Urso de Ouro -

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"Todos os mortos", de Caetano Gotardo e Marco Dutra (Brasil, França)

- Encounters -

Nova mostra competitiva consagrada a propostas estéticas inovadoras.

"Los Conductos", de Camilo Restrepo (coprodução Colômbia, França, Brasil)

- Panorama -

Se define como "explicitamente queer, feminista e política".

"Cidade Pássaro", de Matias Mariani (Brasil, França)

"Nardjes A." (documentário), de Karim Ainouz (Brasil, Argélia, França, Alemanha, Catar)

"O reflexo do lago" (documentário), de Fernando Segtowick (Brasil)

"Un crimen común", de Francisco Márquez (coprodução Argentina, Brasil, Suíça)

"Vento Seco", de Daniel Nolasco (Brasil)

- Fórum -

Mostra mais experimental.

"Chico ventana también quisiera tener un submarino", de Alex Piperno (coprodução Uruguai, Argentina, Brasil, Holanda, Filipinas)

"Luz nos trópicos", de Paula Gaitán (Brasil)

"Vil, má", de Gustavo Vinagre (Brasil)

Exilado do Brasil após receber diversas ameaças de morte, o ex-deputado federal Jean Wyllys marcou presença na sessão de gala do filme “Marighella, o primeiro a ser dirigido por Wagner Moura, na última sexta (24), no Festival de Cinema de Berlim. Além de ter sido aclamado pelo público alemão, o ator recebeu um “selinho” de Wyllys.

Antes do cumprimento, a equipe do filme já havia homenageado a vereadora Marielle Franco, carregando réplicas das placas de uma rua batizada com seu nome e destruída em outubro do ano passado, por Rodrigo Amorim e Daniel Silveira, então candidatos a, respectivamente, deputado estadual e federal, ambos pelo Partido Social Liberal (PSL). O público acompanhou a entrada da equipe com gritos de “Marielle, presente”.

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A Berlinale revela neste sábado (16) o seu filme vencedor com duas produções favoritas: uma crônica chinesa sobre a antiga política de filho único e um drama israelense, que fala sobre um expatriado em Paris. Enquanto isso, o único filme ibero-americano, "Elisa y Marcela" (Espanha), não convenceu a crítica.

O júri liderado pela atriz francesa Juliette Binoche, e do qual também é membro o cineasta chileno Sebastián Lelio, escolherá qual longa-metragem levantará o Urso de Ouro, o primeiro grande prêmio do ano dos festivais europeus.

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Um filme ficou de fora da disputa alguns dias antes de sua estreia mundial, "One second", do consagrado cineasta chinês Zhang Yimou. A Berlinale informou que a retirada do filme, ambientado durante a Revolução Cultural - um período-chave para as autoridades chinesas - se deu por motivos "técnicos".

Enquanto isso, a também produção chinesa "So long, my son", de Wang Xiaoshuai, comoveu o público levando-o às lágrimas com um drama alegórico sobre duas famílias cujos destinos se cruzam durante 30 anos de mudanças radicais em seu país.

"A história pode ser lida como uma crítica mordaz à política de filho único no país, recentemente abandonada. Há também cenas poderosas que ilustram os efeitos dolorosos da mudança desenfreada ao capitalismo na década de 1980 e início de 1990", escreveu o South China Morning Post.

"Mas isso não distrai Wang de seu objetivo, que é mostrar como as pessoas comuns lidam com a dor e os dilemas morais".

- Sete diretoras na disputa -

"So long, my son" é favorito junto com "Synonyms", de Nadav Lapid. O filme, em grande parte autobiográfico e sexualmente explícito, conta a história de um israelense que se muda para Paris para escapar da situação política em seu país.

A crítica aplaudiu especialmente a atuação de seu protagonista, Tom Mercier, que estreou nesta produção e, segundo o Hollywood Reporter, lembra um "jovem Tom Hardy, incluindo a habilidade de atuar sem roupa".

Na disputa mais feminina das 69 edições da Berlinale, com filmes de sete mulheres cineastas, destacou: "Deus existe, o nome dela é Petrunya", da diretora da Macedônia do Norte Teona Strugar, muito aplaudida pelo público.

O filme é baseado na história real de uma mulher que se une a um ritual religioso reservado aos homens: uma imersão em um rio para retirar uma cruz de madeira.

Ao contrário, o filme "Elisa y Marcela", da espanhola Isabel Coixet, referência na Berlinale, onde a cineasta já foi nove vezes, decepcionou grande parte da crítica.

O filme em preto e branco, o primeiro produzido pela Netflix em competição na Berlinale, resgata o primeiro casamento homossexual na Espanha, ocorrido em 1901 entre duas professoras. "Esta história fascinante de um casal de lésbicas espanholas que enganou um padre para se casarem tem um tratamento chato e inadequado", criticou a Variety.

"Ao quere enviar uma mensagem" sobre os direitos dos homossexuais, "Coixet faz um filme privado de nuances emocionais que fizeram com que 'Brokeback Mountain' e 'Carol', para citar duas produções influentes sobre os homossexuais, fossem tão comoventes e que prendem", segundo o Hollywood Reporter.

- Chilena "Lemebel", premiada com Teddy Award -

A seção paralela Panorama também anunciará o prêmio que a cada ano o público entrega ao melhor filme e para o qual concorrem uma dezena de filmes latino-americanos, incluindo "Divino Amor", do brasileiro Gabriel Mascaro, e "Temblores", do guatemalteco Jayro Bustamante.

Na mesma seção, por sua vez, destaca-se "Lemebel", da chilena Joanna Reposi, premiada com o Teddy Award de melhor documentário sobre LGTBQ+, anunciado em paralelo à Berlinale.

Reposi, amiga pessoal do falecido artista chileno Pedro Lemebel, reconstituiu sua vida com base em arquivos, depoimentos e uma longa entrevista nos últimos anos de sua vida. Renomado escritor e artista plástico, Lemebel foi uma referência na luta pelos direitos dos homossexuais em seu país.

Confira abaixo a relação dos ganhadores nas principais categorias da 68ª edição do Festival de Cinema de Berlim, neste sábado (24):

- Urso de Ouro de melhor filme: "Touch me not", de Adina Pintilie (Romênia/Alemanha/República Tcheca/Bulgária/França)

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- Grande Prêmio do Júri, Urso de Prata: "Twarz" ("Mug"), de Malgorzata Szumowska (Polônia)

- Urso de Prata de melhor diretor: Wes Anderson, com "Ilha de cachorros" (EUA)

- Urso de Prata de melhor atriz: Ana Brun, em "Las Herederas", de Marcelo Martinessi (Paraguai)

- Urso de Prata de melhor ator: Anthony Bajon, em "La prière", de Cédric Kahn (França)

- Urso de Prata de melhor contribuição artística: "Dovlatov", de Alexei German Jr. (Rússia/Polônia/Sérvia)

- Urso de Prata de melhor roteiro: "Museo", de Alonso Ruizpalacios (México)

- Prêmio Alfred Bauer, em memória do fundador do festival para um filme que abre novas perspectivas: "Las Herederas", de Marcelo Martinessi (Paraguai)

- Prêmio de melhor documentário: "The Waldheim Waltz", de Ruth Beckermann (Áustria)

- Prêmio do melhor primeiro filme: "Touch me not", de Adina Pintilie (Romênia/Alemanha/República Tcheca/Bulgária/França)

- Urso de Ouro de melhor curta: "The Men Behind the Wall", de Ines Moldavsky (Israel)

- Teddy Bear (Prêmio para o melhor filme sobre a temática LGBT): "Hard Paint", de Marcio Reolon e Filipe Matzembacher

O filme "Touch me not", uma exploração sobre o sexo e a intimidade dirigida pela romena Adina Pintilie, ganhou o Urso de Ouro neste sábado (24) no Festival de Berlim.

"Touch me not" é um longa no meio do caminho entre a ficção e o documentário, baseado em personagens que tentam penetrar na intimidade de formas inesperadas.

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A 68a edição do Festival de Cinema de Berlim também premiou "Las herederas", do paraguaio Marcelo Martinessi, com o Urso de Prata de melhor atriz para Ana Brun e com o Urso de Prata Alfred Bauer, como filme que abre novas perspectivas.

A produção de Martinessi, que retrata uma mulher homossexual burguesa já na idade madura em busca de um novo começo, fez história, já que é o primeiro filme do Paraguai em competição na Berlinale.

Wes Anderson ganhou o Urso de Prata de melhor diretor por "Ilha de cachorros", um dos favoritos da crítica, e o francês Anthony Bajon foi recompensando com a estátua de melhor ator por seu trabalho em "La Prière".

"Museo", do mexicano Alonso Ruizpalacios, com Gael García Bernal, levou o prêmio de melhor roteiro.

Já a polonesa Malgorzata Szumowska conquistou o Grande Prêmio do Júri por "Twarz".

Comendo carne não se consegue correr mais rápido, nem ser mais forte, argumenta um documentário apresentado nesta segunda-feira (19) na Berlinale, no qual até Arnold Schwarzenegger se soma à causa vegetariana em nome da saúde e do meio ambiente.

Dirigido pelo documentarista vencedor do Oscar Louie Psihoyos, "The game changers" busca desmontar o mito em torno ao consumo de proteínas animais, entrevistando os esportistas de elite que chegaram ao topo com uma dieta vegetariana.

Os corredores Carl Lewis, Scott Jurek e Morgan Mitchell, o nadador Murray Rose, o levantador de pesos Kendrick Farris e até um dos homens mais fortes do mundo, Patrik Baboumian, capaz de levantar mais de 500 kg, são provas convincentes de que é desnecessário consumir carne para ganhar em energia e força.

"Quando parei de comer carne, fiquei maior e mais forte", assegura Baboumian, alemão de origem iraniana, enquanto levanta e move quatro homens como se fossem penas.

Até "os gladiadores eram vegetarianos", aponta o documentário de Psihoyos, fazendo eco de um estudo elaborado a partir de cerca de 5.000 ossos pertencentes aos lutadores romanos.

- O colesterol do 'Exterminador' -

Mas para além do que poderia ser uma constatação curiosa, o filme, exibido na seção "Cinema Culinário" da Berlinale, mergulha em estudos científicos e opiniões de especialistas, que advertem sobre os riscos para a saúde de ingerir proteínas animais, especialmente relacionados com as doenças coronárias.

Nesse contexto, Schwarzenegger reconhece ter passado de consumir 110 gramas por dia de proteína animal a levar uma dieta vegetariana. "Aos meus quase 69 anos, tenho o nível de colesterol mais baixo da minha vida!", assegura o "Exterminador".

Psihoyos, um ambientalista que em 2010 ganhou um Oscar com o filme "The Cove", no qual denunciava a pesca de golfinhos no Japão, explicou à AFP ter percebido que a melhor maneira de lutar pela preservação do planeta era apelando aos hábitos alimentares.

"Comprar um carro híbrido ou mudar o tipo de lâmpadas tem muito menos impacto que a alimentação, dado que comemos três vezes ao dia!", defende este americano, em cujo filme mostra até que ponto a criação maciça de gado afeta o meio ambiente.

- Ereções noturnas -

Psihoyos assegura que cada um pode encontrar o argumento que melhor lhe convenha no documentário para parar de comer carne.

Além de uma questão de saúde, esportiva ou ambiental, para os jovens que "acreditam que vão viver para sempre", o filme mostra três meninos que se submetem a um exame para determinar seu número de ereções durante a noite: nos períodos em que eliminaram a proteína animal, o número disparou.

"Este pode ser o pretexto mais poderoso, porque todo mundo quer render sexualmente", assegura sorrindo Psihoyos, que se define vegano.

Se a ideia de que comer carne é saudável segue amplamente vigente, isso se deve, segundo o documentarista, aos interesses da indústria agroalimentar.

"Há bilhões de dólares em jogo" e o setor "tenta reter pelo maior tempo possível a informação" prejudicial, da mesma forma que aconteceu com a indústria do tabaco na segunda metade do século XX, afirma Psihoyos.

O documentarista confia em que seu filme terá um impacto: "95% das pessoas que o viram nos testes disseram estar dispostas a modificar sua dieta", comemora.

Mais de 100 organizações civis sul-coreanas criticaram o Festival de Berlim, que expressou apoio à campanha #MeToo contra o abuso das mulheres, por sua "indulgência" com o diretor Kim Ki-duk, acusado de agressão física e abuso sexual.

Kim é um dos cineastas mais conhecidos da Coreia do Sul e já recebeu um Leão de Ouro no Festival de Veneza por "Pietá" (2012) e um Urso de Prata de diretor em Berlim por "Samaritana" (2004).

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Em dezembro, uma atriz que pediu anonimato denunciou abusos do diretor durante uma filmagem.

A atriz acusou Kim de abusos físicos e sexuais. Ela disse que o diretor a agrediu e a obrigou a rodar cenas nuas e de sexo que não estavam no roteiro de "Moebius" (2013), antes de substituí-la por outra atriz.

A mulher, que depois das filmagens encerrou sua carreira de 20 anos, apresentou uma denúncia.

Kim, de 56 anos, foi condenado a pagar 5 milhões de wons (4.600 dólares) por agressão física. As outras acusações, incluindo a de assédio sexual, não foram aceitas com a alegação de falta de provas.

A atriz apelou da decisão sobre o abuso sexual.

Kim admitiu que dar tapas era parte do aprendizado. Seu filme mais recente, "Human, Space, Time and Human", será exibido no Festival de Berlim, que começa nesta quinta-feira.

"Estamos vivendo nesta injusta realidade, em que o autor de um ataque físico trabalha e é bem-vindo em qualquer parte como se nada tivesse acontecido, enquanto a vítima que denunciou o abuso é isolada e marginalizada", escreveram em um comunicado 140 organizações da sociedade civil, que incluem grupos de defesa dos direitos da mulher, dos direitos humanos e de ajuda às vítimas.

O diretor da Berlinale, Dieter Kosslick, afirmou que a edição deste ano do festival servirá de "fórum" para discutir como combater o abuso contra as mulheres na indústria de cinema.

Kosslick disse que a organização do evento não aceitou os trabalhos de cineastas acusados de "maneira grave" de abusos sexuais.

"Por que, então, a Berlinale é indulgente com Kim, estendendo o tapete vermelho para ele e para seu filme?", questiona o comunicado, que acusa os organizadores do festival de "consentir e endossar" o comportamento de Kim.

A organização do festival afirmou que as alegações de abuso sexual foram rejeitadas e que o evento "se opõe e condena toda forma de violência, ou de má conduta sexual".

O americano Wes Anderson, criador de um universo inconfundível, apresentará nesta quinta-feira na Berlinale seu segundo filme de animação, "Ilha de Cachorros", que marcará o início de um festival sacudido pelas consequências do movimento #MeToo.

Dezenove filmes disputarão o Urso de Ouro, que será anunciado em 24 de fevereiro.

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Primeiro festival europeu desde a explosão do escândalo sobre o produtor americano Harvey Weinstein, acusado de abusos sexuais, e do surgimento da campanha #MeToo, a Berlinale informou que trabalhará para promover a igualdade e o respeito às mulheres na indústria do cinema.

O diretor do festival, Dieter Kosslick, anunciou que descartou filmes que tinham diretores, atores ou pessoas ligadas à produção alvos de acusações confiáveis de abusos sexuais.

- Acusações contra cineasta coreano -

Mas na véspera do início do festival, uma atriz sul-coreana, que pediu anonimato, criticou a Berlinale por ter convidado o cineasta Kim Ki-Duk e seu filme "Human, Space, Time, and Human". Ela acusou o diretor de agressão e de tê-la obrigado a rodar cenas de sexo improvisadas quando trabalhava em um de seus filmes.

A Berlinale informou que aguarda "informações detalhadas".

Um fórum sobre a igualdade acontecerá durante o festival, que selecionou quatro filmes dirigidos por mulheres para disputar o Urso de Ouro.

"Não e muito, mas é alguma coisa", admitiu Kosslick.

"Ilha de Cachorros" de Anderson, diretor de filmes como "O Grande Hotel Budapeste" e "Os Excêntricos Tenenbaums", abrirá o evento, que deve exibir quase 400 filmes em 11 diass.

- Bryan Cranston e Bill Murray no tapete vermelho -

Os atores Bryan Cranston, Bill Murray, Jeff Goldblum e Greta Gerwig, que dublam os cachorros do filme, são aguardados no tapete vermelho.

O longa-metragem narra as aventuras de um menino, Atari, que busca seu fiel companheiro Spots, colocado em quarentena em uma ilha japonesa por uma epidemia de gripe canina.

Esta é quarta vez que Anderson disputa o Urso de Ouro, que será definido por um júri presidido pelo cineasta alemão Tom Tykwer.

- Filmes brasileiros -

Gus van Sant apresentará "Don't Worry, He Won't Get Far On Foot", no qual Joaquin Phoenix interpreta um tetraplégico alcoólatra.

"Damsel", apresentado como um western feminista, é protagonizado por Robert Pattinson e Mia Wasikowska.

Fora de competição, o brasileiro José Padilha ("Tropa de Elite", que venceu o Urso de Ouro em 2008) apresentará "7 Dias em Entebbe", uma coprodução EUA-Inglaterra sobre a operação israelense para libertar os reféns de um aviã sequestrado pela Organização para a Libertação da Palestina em 1976.

O documentário "O Processo", da brasileira Maria Augusta Ramos, que disputa a mostra paralela Panorama, acompanha o processo que resultou na destituição da ex-presidente Dilma Rousseff em 2016, do ponto de vista da defesa.

O filme "On body and soul", da cineasta húngara Ildiko Enyedi, que conta uma história de amor ambientada em um matadouro, levou neste sábado o Urso de Ouro do Festival Internacional de Cinema de Berlim, a Berlinale.

O júri, presidido pelo holandês Paul Verhoeven, atribuiu o prêmio máximo da mostra a este filme sobre um homem e uma mulher que se desejam, mas só conseguem se comunicar através de um sonho que compartilham.

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Segue a lista de premiados nas principais categorias do Festival de Berlim:

- Urso de Ouro de melhor filme: "On Body and Soul", Ildiko Enyedi (Hungria)

- Urso de Prata (Grande prêmio do Júri): "Félicité", Alain Gomis (França, Senegal, Bélgica, Alemanha, Líbano)

- Urso de Prata de melhor diretor: Aki Kaurismaki por "The other side of hope" (Finlândia, Alemanha)

- Urso de Prata de melhor atriz: Kim Min-hee por "On the beach at Night Alone", de Hong Sang-soo (Coreia do Sul)

- Urso de Prata de melhor ator: Georg Friedrich (Áustria) por "Bright Nights", de Thomas Arslan (Alemanha, Noruega)

- Urso de Prata de melhor contribuição artística: "Ana, mon amour", de Calin Peter Netzer (Romênia, Alemanha, França)

- Urso de Prata de melhor roteiro: "Una mujer fantastica", de Sebastian Lelio (Chile, EUA, Alemanha, Espanha)

- Prêmio Alfred Bauer em memória do fundador do festival para um filme que abre novas perspectivas: "Spoor", de Agnieszka Holland (Polônia, Alemanha, República Checa, Suíça, Suécia, Eslováquia)

- Prêmio de melhor documentário (novidade 2017): "Ghost Hunting", de Raed Andoni (Palestina)

- Prêmio de Melhor primeiro filme: "Summer 1993", de Carla Simon, Espanha

- Urso de Ouro de melhor curta-metragem: "Cidade Pequena", de Diogo Costa Amarante (Portugal)

- Urso de prata de curta metragem: "Ensueño en la Pradera" (Sonho na Pradaria, em tradução livre), de Esteban Arrangoiz Julien (México)

O Festival de Cinema de Berlim começa nesta quinta-feira com a exibição de "Django", filme biográfico sobre o famoso músico de jazz cigano Django Reinhardt, cuja família foi perseguida pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.

Dezoito filmes disputam o Urso de Ouro na 67ª edição do festival. O júri, presidido pelo diretor holandês Paul Verhoeven, anunciará o vencedor em 18 de fevereiro.

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Antes do início do festival, o cineasta afirmou que espera polêmicas e surpresas.

"Espero por ideias que ainda não vi, éticas ou imorais, não importa", disse o diretor de 78 anos em uma entrevista ao jornal Süddeutsche Zeitung.

A mostra começa com "Django", primeiro filme dirigido pelo francês Etienne Comar, até agora conhecido como roteirista e produtor.

O famoso guitarrista Django Reinhardt teve que fugir em 1943 da Paris ocupada por pertencer à comunidade cigana, perseguida pelos nazistas.

"É a história de um personagem cego por sua música, que não vê que o mundo mudar e que será afetado pela guerra", disse à AFP Etienne Comar.

"'Django' é uma história comovente de um sobrevivente", afirmou Dieter Kosslick, diretor da Berlinale.

"É um programa que diz 'sim à vida' e de artistas que descrevem vidas diárias afetadas pelo apocalipse, mas nas quais sempre há uma porta de saída", completou Kosslick.

Durante 11 dias, o festival exibirá quase 400 filmes de 70 países.

Fiel a sua tradição, a Berlinale programou filmes autorais e grandes produções americanas.

Entre os 'blockbusters' estão "Logan", terceiro capítulo das aventuras de Wolverine com Hugh Jackman, e "T2 Trainspotting" do britânico Danny Boyle, sequência do filme dos anos 1990.

O cinema autoral europeu também marcará presença com a polonesa Agnieszka Holland e o romeno Calin Peter, que exibirão seus novos filmes, "Pokot" e "Ana, mon amour", respectivamente.

- Brasil na mostra oficial -

O Brasil retorna à disputa do Urso de Ouro com "Joaquim", do diretor Marcelo Gomes ("Cinema, aspirinas e urubus").

"Joaquim" conta a história de Joaquim José da Silva Xavier (1746-1792), o Tiradentes, líder da Inconfidência Mineira.

Várias estrelas, de Penélope Cruz a Robert Pattinson passando por Catherine Deneuve, devem passar pelo tapete vermelho do festival.

Richard Gere viajará até a capital da Alemanha para apresentar o thriller "The Dinner", sobre duas famílias que escondem um segredo terrível, coprotagonizado por Laura Linney, Rebecca Hall e Chloë Sevigny.

Grande defensor da causa tibetana, o ator americano aproveitará a oportunidade para ter uma reunião com Angela Merkel. No ano passado, a chanceler alemã recebeu George Clooney para falar sobre os refugiados na Europa.

A Berlinale tem uma tradição de ativismo. Muitas pessoas esperam que diretores e atores aproveitem a oportunidade para divulgar mensagens sober o populismo no Ocidente ou a chegada de Donald Trump à Casa Branca.

A 67ª edição da Berlinale, o primeiro grande evento cinematográfico europeu do ano, começa nesta quinta-feira, com 24 produções internacionais na seleção oficial, 18 das quais disputam o cobiçado Urso de Ouro.

"Joaquim", de Marcelo Gomes, é a presença brasileira na competição contando a história de Tiradentes.

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No total, serão exibidas 22 estreias mundiais e duas obras-primas. O júri será presidido pelo diretor holandês Paul Verhoeven ("Instinto Selvagem" e "RoboCop").

A seleção Berlinale Especial programa produções em projeções de gala.

A seguir, a lista completa dos filmes apresentados nas principais seções.

EM COMPETIÇÃO

- "Ana, mon amour", de Calin Peter Netzer, Romênia/Alemanha/França

- "Bamui haebyun-eoseo honja" (Na praia à noite sozinho, tradução livre) de Hong Sang-soo, Coreia do Sul

- "Beuys", de Andres Veiel, Alemanha (documentário sobre o artista alemão do século XX Joseph Beuys)

- "Colo", de Teresa Villaverde, Portugal/França

- "The dinner", de Oren Moverman, Estados Unidos

- "Django", de Etienne Comar (obra-prima, abertura; biografia do artista de jazz cigano Django Reinhardt), França

- "Félicité", de Alain Gomis, França/Senegal/Belgica/Alemanha/Líbano

- "Hao ji le" (Que tenha um bom dia, tradução livre), de Liu Jian, China (filme de animação)

- "Helle Naechte" (Noites brilhantes, tradução livre), de Thomas Arslan, Alemanha/Noruega

- "Joaquim", de Marcelo Gomes, Brasil/Portugal

- "Mr. Long", de Sabu, Japão/China/Taiwan/Alemanha

- "The party", de Sally Potter, Reino Unido

- "Pokot" (Rastro, tradução livre), de Agnieszka Holland, Polônia/Alemanha/República Tcheca/Suíça/Suécia/Eslováquia

- "Retour à Montauk", Volker Schloendorff, França/Alemanha/Irlanda

- "Testrol es lelekrol" (No corpo e alma, tradução livre) de Ildiko Enyedi, Hungria

- "Toivon tuolla puolen" (O outro lado da esperança, tradução livre) de Aki Kaurismaki, Finlândia/Alemanha

- "Una mujer fantástica", de Sebastián Lelio, Chile/Estados Unidos/Alemanha/Espanha

- "Wilde Maus" (Rato selvagem, tradução livre), de Josef Hader, Áustria (obra-prima)

FORA DE COMPETIÇÃO

- "El bar", de Álex de la Iglesia, Espanha

- "Final Portrait", de Stanley Tucci, Reino Unido/França (biografia sobre o artista suíço Alberto Giacometti)

- "Logan", de James Mangold, Estados Unidos (terceiro episódio das aventuras de Wolverine, dos X-Men)

- "Sage femme", de Martin Provost, França/Bélgica

- "T2 Trainspotting", de Danny Boyle, Reino Unido, sequência do clássico dos anos 1990.

- "Viceroy's House", de Gurinder Chadha, Índia/Reino Unido

BERLINALE ESPECIAL

- "The bomb", de Kevin Ford, Estados Unidos (filme experimental sobre armas nucleares)

- "Es war einmal in Deutschland..." (Adeus, Alemanha, em tradução livre), de Sam Garbarski, Alemanha/Luxemburgo/Bélgica

- "In Zeiten des abnehmenden Lichts" (Em tempos de luz minguante, tradução livre), de Matti Geschonneck, Alemanha

- "La libertad del diablo", de Everardo González, México

- "La reina de España", de Fernando Trueba, Espanha

- "Le jeune Karl Marx", de Raoul Peck, França/Alemanha/Bélgica

- "The Lost City of Z", de James Gray, Estados Unidos

- "Masaryk" (Um paciente famoso, tradução livre), de Julius Sevcik, República Tcheca/Eslováquia

- "Maudie", de Aisling Walsh, Canadá/Irlanda (biografia sobre a artista canadense Maud Lewis)

- "The Trial: The State of Russia vs Oleg Sentsov", de Askold Kurov, Estônia/Polônia/República Tcheca

- "Últimos días en La Habana", de Fernando Pérez, Cuba/Espanha

Penélope Cruz, Hugh Jackman, Catherine Deneuve e Richard Gere estão entre as estrelas aguardadas no Festival de Cinema de Berlim a partir deste 9 de fevereiro.

A 67ª edição da Berlinale, o primeiro dos grandes festivais de cinema do ano na Europa, apresentará quase 400 produções internacionais.

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O evento, que terá 11 dias, vai começar com a estreia mundial de "Django", a biografia francesa do célebre músico de jazz Django Reinhardt, cuja família foi perseguida pelos nazistas em Paris.

Dezoito filmes disputarão o Urso de Ouro. O Brasil será representado por "Joaquim", do diretor Marcelo Gomes.

O presidente do júri será o cineasta holandês Paul Verhoeven ("Instinto Selvagem", "Elle").

A atriz americana Maggie Gyllenhaal, o ator mexicano Diego Luna e o artistas dinamarquês-islandês Olafur Eliasson estão entre os sete integrantes do júri.

O diretor da Berlinale, Dieter Kosslick, afirmou que o festival, considerado o mais político dos grandes festivais europeus, pretende trazer um pouco de luz em um tempo sombrio para o Ocidente.

"O programa que preparamos apresenta filmes que abordam o tema da coragem e confiança, e fazem isto com muito amor", disse.

"Nunca se sabe o que vai acontecer com o mundo quando você começa a trabalhar no programa, mas parece que os diretores têm a capacidade de prever o futuro e observar os acontecimentos atuais", completou Kosslick, para quem "apesar da confusão que reina no mundo, esta é uma mostra optimista".

- Filmes autorais e grandes produções -

Para seguir a longa tradição do pós-guerra, o festival alternará filmes autorais com grandes produções. Entre os primeiros se destacam figuras veteranas do cinema europeu, como a polonesa Agnieszka Holland, a britânica Sally Potter, o alemão Volker Schloendorff, o finlandês Aki Kaurismaki e o romeno Calin Peter Netzer, vencedor do Urso de Ouro em 2013 com "Instinto Materno".

As grandes produções também estarão presentes, mas fora de competição, com "T2 Trainspotting" do britânico Danny Boyle, a sequência do êxito dos anos 1990 e "Logan", a terceira parte das aventuras de Wolverine.

A atriz espanhola Penélope Cruz estará em Berlín com "La reina de España", de Fernando Trueba, uma sequência de "A Garota dos seus Sonhoa", de 1998.

Richard Gere vai a Berlim, ao lado de Steve Coogan, Laura Linney, Rebecca Hall e Chloe Sevigny, para divulgar o thriller "The Dinner", do diretor americano Oren Moverman, adaptação do livro de mesmo nome do holandês Herman Koch.

Sally Potter, uma das quatro diretoras na mostra competitiva, apresentará na capital alemã "The Party", comédia com Kristin Scott Thomas e Timothy Spall.

A atriz francesa Catherine Deneuve também estará no festival, para divulgar "Sage femme", do diretor Martin Provost, fora de competição.

O cineasta holandês Paul Verhoeven, diretor de "Robocop" e "Instinto Selvagem", presidirá entre os 9 e 19 de fevereiro de 2017 o júri do festival de cinema de Berlim, informaram nesta sexta-feira os organizadores.

Verhoeven, de 78 anos, "trabalhou em diferentes gêneros, tanto na Europa como nos Estados Unidos. A variedade de seu trabalho no cinema reflete a sua criatividade, diversidade, coragem e vontade de experimentar", disse o diretor artístico da Berlinale, Dieter Kosslick, em um comunicado.

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O júri deste ano foi presidido pela atriz americana Meryl Streep.

Verhoeven, apelidado de o "holandês violento", começou sua carreira em seu país com filmes como "The Fourth Man" (1983) e "Flesh and Blood" (1985). Mas foi nos Estados Unidos, onde rodou a maioria de seus filmes como "Robocop" (1987), "O Vingador do Futuro" (1990) ou "Tropas Estelares" (1997).

Nos últimos anos, ele voltou para a Europa. Em 2006 filmou na Holanda "O livro negro" e este ano na França o suspense "Elle", estrelado por Isabelle Huppert.

O Urso de Ouro de Melhor Filme deve ser entregue neste sábado à noite no 66º Festival de Cinema de Berlim, a Berlinale. Veja a lista dos vencedores desde 1996:

- 1996: "Razão e sensibilidade" de Ang Lee (Estados Unidos)

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- 1997: "O povo contra Larry Flint" de Milos Forman (Estados Unidos)

- 1998: "Central do Brasil" de Walter Salles (Brasil)

- 1999: "Além da linha vermelha" de Terence Malick (Estados Unidos)

- 2000: "Magnólia" de Paul Thomas Anderson (Estados Unidos)

- 2001: "Intimidade" de Patrice Chéreau (França)

- 2002: "Domingo sangrento" de Paul Greengrass (Grã-Bretanha/Irlanda) e "Sen To Chihiro No Kamikakushi" (A viagem de Chihiro) de Hayao Miyazaki (Japão)

- 2003: "In This World" de Michael Winterbottom (Grã-Bretanha)

- 2004: "Contra a parede" (Head-On) de Fatih Akin (Alemanha/Turquia)

- 2005: "U-Carmen eKhayelitsha" (Carmen na África) de Mark Dornford-May (África do Sul)

- 2006: "Grbavica" (Em segredo), de Jasmila Zbanic (Bósnia-Herzegovina)

- 2007: "Tuya De Hunshi" (O casamento de Tuya) de Wang Quan'an (China)

- 2008: "Tropa de elite" de Jose Padilha (Brasil/Argentina)

- 2009: "Fausta (A teta assustada)" de Claudia Llosa (Espanha/Peru)

- 2010: "Bal" de Semih Kaplanoglu (Turquia/Alemanha)

- 2011: "Jodaeiye Nader Az Simin" (A separação) de Asghar Farhadi (Irã)

- 2012: "Cesare deve morire" (César deve morrer) de Paolo and Vittorio Taviani (Itália)

- 2013: "Pozitia Copilului" (Instinto materno) de Calin Peter Netzer (Romênia)

- 2014: "Bai Ri Yan Huo" (Carvão negro) de Diao Yinan (China)

- 2015: "Taxi" de Jafar Panahi (Irã)

Os festivais de cinema têm um bom futuro, apesar do advento dos smartphones e dos tablets, avalia o diretor da Berlinale, Dieter Kosslick, que ainda acredita no atrativo da grande tela em um mundo que vive muito depressa.

"Nossos números em vendas de entradas demonstram que sempre há um grande desejo de ver filmes em uma sala de cinema, na companhia de outras pessoas, para depois trocar impressões", explica à AFP Kosslick, diretor do festival de cinema de Berlim, cuja edição de 2016 acontecerá entre 11 e 21 de fevereiro.

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No ano passado, foram vendidas e distribuídas cerca de 500 mil entradas para a Berlinale, o único grande festival que permite ao grande público assistir a todas as projeções.

O responsável afirma estar convencido de que o fenômeno do "binge watching" - maratonas de séries ou filmes normalmente de uma mesma saga pela televisão - desencadeará uma recuperação do apetite pelo cinema em grande formato, por filmes "que tomam seu tempo para contar uma história completa".

"Nossa sociedade tem muito a ganhar caso se desacelere um pouco", afirma.

"Haverá um fenômeno inverso. Não é possível que todo mundo se mantenha enganchado a pequenas máquinas que podem ser levadas no bolso", continua Kosslick, que relançou a Berlinale com sucesso, desde que assumiu sua direção em 2001.

Aproveitando a onda de popularidade das séries, o festival apresentará também na grande tela produções televisivas danesas, britânicas, americanas e israelenses.

Aos olhos de Kosslick, os festivais não estão condenados a desaparecer, posto que os cinéfilos necessitam da atmosfera das estrelas, lantejoulas e almofadas vermelhas.

A Berlinale também exibirá o novo filme dos irmãos Coen, "Ave César", e projetará longa metragens, fora e dentro da competição, com grandes nomes em cartaz como Colin Firth, Nicole Kidman, Jude Law, Emma Thompson, Don Cheadle, Kirsten Dunst, Gérard Depardieu e Adam Drive.

O 'fator' Meryl Streep

Uma seleção de documentários, assim como uma grande diversidade de línguas e culturas, também estarão presentes na vasta seleção de filmes chineses, belgas, franceses, neozelandeses, americanos e tunisianos, entre outros.

Outro fator que atrairá o público, do qual Kosslick não esconde seu orgulho, será a presença de Meryl Streep, três vezes ganhadora do Oscar, como parte do jurado do festival nesta edição.

"Meryl Streep foi convidada do festival em várias ocasiões. Quando recebeu o 'Urso de Ouro' pelo conjunto da carreira, em 2012, disse-me que gostaria de ficar mais tempo em Berlim", comentou.

"Sem dúvida, para o diretor de um festival, isso queria dizer: 'peça-lhe!'. Ela poderia ter dito não, mas tivemos sorte", comemora.

Em sua opinião, sua vinda também está relacionada com a reputação da Berlinale por se tratar de um festival comprometido, como foi demonstrado no ano passado, quando o principal prêmio foi para "Taxi", do iraniano Jafar Panahi, um filme realizado apesar da proibição das autoridades.

"Se você conhece sua carreira (de Meryl Streep), saberá que é uma atriz comprometida, por isso é possível que ela diga que não é um festival ruim para sua primeira vez na presidência de um jurado", acrescenta Kosslick.

Por outro lado, o diretor alemão admite que os festivas também devem fazer todo o possível para corrigir as desigualdades entre homens e mulheres no mundo da sétima arte.

Somente dois dos 18 filmes na competição nesta Berlinale foram dirigidos por mulheres. Ademais, nenhum dos grandes festivais contam com mulheres na direção.

Começou nesta quinta (5) o festival de cinema Berlinale, em Berlim, Alemanha. Cinco longas brasileiros foram selecionados para compor a programação do festival, Sangue Azul, Ausência, Que horas ela volta?, Beira Mar e Brasil S/A.  

Os filmes Sangue Azul, de Lírio Ferreira, Ausência, de Chico Teixeira e Que horas ela volta?, de Anna Muylaert, serão exibidos na mostra Panoramadedicada aos chamados "filmes de autor". Já Brasil S/A, de Marcelo Pedroso e Beira Mar, de Filipe Matzembacher e Marcio Reolon, estarão na seção Fórum, dedicada a obras de experimentação.

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O presidente do Programa Cinema do Brasil - que realiza ações para ampliar a visibilidade do cinema nacional - André Sturm, comemorou a participação brasileira no festival. Para ele, a seleção dos longas é um reflexo da maturidade e qualidade da produção cinematográfica brasileira. 

O ganhador do Urso de Ouro de melhor filme, do 64º Festival de Cinema de Berlim, ficou com "Carvão negro, gelo fino", do diretor chinês Diao Yinan.

Confira abaixo a lista dos vencedores do Urso de Ouro desde 1994:

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- 1994: "Em nome do pai", de Jim Sheridan (Irlanda/Grã-Bretanha)

- 1995: "A isca", de Bertrand Tavernier (França)

- 1996: "Razão e sensibilidade", de Ang Lee (EUA)

- 1997: "O povo contra Larry Flint", de Milos Forman (EUA)

- 1998: "Central do Brasil", de Walter Salles (Brasil)

- 1999: "Além da linha vermelha", de Terence Malick (EUA)

- 2000: "Magnólia", de Paul Thomas Anderson (EUA)

- 2001: "Intimidade", de Patrice Chéreau (França)

- 2002: "Domingo sangrento", de Paul Greengrass (Grã-Bretanha/Irlanda), e "A viagem de Chihiro", de Hayao Miyazaki (Japão)

- 2003: "Neste mundo", de Michael Winterbottom (Grã-Bretanha)

- 2004: "Contra a parede", de Fatih Akin (Alemanha/Turquia)

- 2005: "U-Carmen eKhayelitsha" (Carmen de Khayelitsha), de Mark Dornford-May (África do Sul)

- 2006: "Em segredo", de Jasmila Zbanic (Bósnia-Herzegovina)

- 2007: "O casamento de Tuya", de Wang Quan'an (China)

- 2008: "Tropa de elite", de José Padilha (Brasil)

- 2009: "A teta assustada", de Claudia Llosa (Espanha/Peru)

- 2010: "Um doce olhar", de Semih Kaplanoglu (Turquia/Alemanha)

- 2011: "A separação", de Asghar Farhadi (Irã)

- 2012: "César deve morrer", de Paolo e Vittorio Taviani (Itália)

- 2013: "Instinto materno", de Calin Peter Netzer (Romênia)

- 2014: "Carvão negro, gelo fino", de Diao Yinan (China)

Confira os vencedores da 64ª edição do Festival de Cinema de Berlim, a Berlinale, anunciados neste sábado:

Urso de ouro de melhor filme: "Bai Ri Yan Huo" ("Carvão negro, gelo fino"), de Diao Yinan (China)

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Grande prêmio do júri, Urso de prata: "O grande hotel Budapeste", de Wes Anderson (Estados Unidos)

Urso de prata de melhor diretor: Richard Linklater, por "Boyhood" (Estados Unidos)

Urso de prata de melhor atriz: Haru Kuroki, por "Chiisai Ouchi" ("The Little House"), de Yoji Yamada (Japão)

Urso de prata de melhor ator: Liao Fan, por "Bai Ri Yan Huo" ("Carvão negro, gelo fino") (China)

Urso de prata de melhor contribuição artística: "Tui Na" ("Blind Massage"), de Lou Ye (China)

Urso de prata de melhor roteiro: "Kreuzweg" ("Chemin de croix"), de Anna e Dietrich Brüggemann (Alemanha)

Prêmio Alfred Bauer, em memória do fundador do festival para um filme que abre novas perspectivas: "Aimer, boire et chanter", de Alain Resnais (França)

Prêmio de Melhor filme de estreia: "Güeros", de Alonso Ruizpalacios (México)

Urso de ouro de melhor curta-metragem: "Tant qu'il nous reste des fusils à pompe" ("As Long as Shotguns Remain"), de Caroline Poggi e Jonathan Vinel (França)

Urso de prata de curta-metragem, Prêmio especial do Júri: "Laborat", de Guillaume Cailleau (França)

Urso de ouro de honra: Ken Loach (Grã-Bretanha)

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