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No próximo dia 28, será realizado um passeio ciclístico a partir do Parque da Jaqueira, Zona Norte do Recife. O evento é promovido pela Caixa de Assistência dos Advogados de Pernambuco (CAAPE). A concentração será às 7h30, no estacionamento da Galeria Crystal Center, e a largada será às 8h. O destino dos ciclistas é o bairro do Recife Antigo.

No local da concentração, os advogados e seus dependentes que forem participar do passeio contarão com sessão de alongamento e aferimento de pressão, além de suporte profissional, carro e moto de apoio, mais reboque para as bicicletas durante o passeio. Os interessados em participar do ‘Pedal CAAPE’ podem reservar bicicleta e capacete sem custo até o dia 26, escrevendo para o email: eventos@caape.org.br. É preciso apenas informar nome, número da OAB e se vai ser necessária a reserva para dependentes.

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O policial militar Jamílson Rogério Gerônimo, conhecido como "Capitão Gerônimo", morreu na noite de sábado (1°) após ter sido atropelado por um carro enquanto pedalava em sua bicicleta pela Rodovia Padre Donizetti (SP-332), na cidade de Tambaú, região de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo.

O motorista do veículo não portava Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e dirigia sob efeito de álcool, segundo a polícia. Ele foi preso em flagrante e encaminhado para a cadeia pública da cidade vizinha de Casa Branca.

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O policial fazia o trajeto entre Tambaú e Santa Rosa do Viterbo, na região de Ribeirão Preto, quando foi atingido. O capitão comandava a 2ª Companhia do 24º Batalhão de Polícia Militar do Interior e morreu no local do acidente.

O motorista alegou à polícia que a vítima teria virado a bicicleta de uma vez, não sendo possível evitar o impacto. Peritos analisaram o local e a Policia Civil instaurou um inquérito para apurar o ocorrido.

Se o trânsito numa metrópole é um ambiente muitas vezes hostil e agressivo, a couraça de veículos motorizados como carros e ônibus funciona como uma espécie de armadura, dentro da qual muitos se sentem protegidos e até isolados do ambiente estressante ao redor. Para os ciclistas, tal proteção não está disponível: a única é a própria pele, o que faz de quem usa a bicicleta como meio de transporte um dos mais frágeis dentre os que dividem o mesmo espaço nas ruas da cidade.

Outra diferença está na velocidade: um veículo motorizado atinge facilmente marcas muito superiores a um veículo 'movido a feijão com arroz'. A coexistência no mesmo espaço torna-se mais difícil ainda devido à falta de estrutura adequada, que separe os automóveis dos veículos não motorizados. "A falta de estrutura estimula o conflito", argumenta Pedro Luiz, um dos coordenadores da Ameciclo - Associação Metropolitana de Ciclistas do Grande Recife. "A gente tem entes diferentes, com pesos e tamanhos diferentes, e ainda que o CTB seja bem claro e explícito, as pessoas disputam espaço", resume.

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Mas não são apenas os problemas estruturais que fazem do trânsito um ambiente extremamente estressante, para muitos até mesmo 'tóxico': a falta de respeito e cooperação entre todos é determinante para os alarmantes índices de acidentes, mortes e atropelamentos em todo o Brasil. E para os ciclistas, acidente pode significar morte. Por isso, nesta série especial sobre mobilidade 'O trânsito sou eu', o LeiaJá aborda o tema focando nas pessoas.

Munido ou não de uma armadura, é sempre uma pessoa que trafega, seja dirigindo um enorme ônibus, seja dependendo apenas das próprias pernas. Apesar disso, as políticas públicas e os debates sobre mobilidade costumam focar nos modais de transporte: carros, ônibus, motos, bicicletas, objetos inanimados, sem vontade ou ação própria, mas comumente tratados como os protagonistas do trânsito. "O trânsito tem um aspecto muito 'coisificante', a gente para de enxergar as pessoas e passa a enxergar o carro, a bicicleta... Falta empatia", afirma Pedro Luiz.

Econômico, saudável, não poluente. E arriscado

Para o ciclista Ubiratan de Medeiros 'Bira', que calcula já ter na bicicleta o seu principal meio de transporte há 25 anos, "As pessoas deviam pedalar mais um pouco, sair de dentro dos automóveis, para sentir o que o ciclista passa no dia a dia das cidades". As vantagens do modal são muitas: é um meio de transporte econômico, saudável, não poluente, mas o perigo de ser atropelado por um automóvel afasta muitas pessoas do deslocamento na bike.

Bira acha que é necessário desestimular o uso do carro particular, para ele o principal problema no trânsito. "É automóvel para tudo: é automóvel para ir à padaria, para ir à praia, só está faltando algumas pessoas levarem o automóvel para a cama, para dentro do quarto", critica. Além disso, os motoristas dirigem de forma agressiva, reclama Bira, atribuindo muito do comportamento dos que guiam carros ao fato de que eles e elas "levam problemas das suas vidas para o volante". 

Mas o experiente ciclista não isenta quem usa a bike como meio de transporte de serem causadores também de problemas no trânsito. Muitos ciclistas não usam sequer o básico dos equipamentos de segurança, salienta, aconselhando ao ciclista não usar fones de ouvido para se guiar pelo sons do tráfego e chamando atenção para as regras de circulação para as bicicletas: pelos bordos da via, e no mesmo sentido dos carros.

Segundo Pedro Luiz, a Ameciclo defende o uso de um terço da faixa pelo ciclista, para garantir a segurança ao ocupar espaço. "Mas somos legalistas. Se o código de trânsito diz para não pedalar em cima de calçadas ou na contramão, nós não orientamos os ciclistas a fazer isso. Mas também entendemos que às vezes o ciclista usa dessas estratégias para se manter vivo, porque a via é extremamente inóspita", pondera.

Para Bira, todos têm responsabilidades: "A gente precisa da educação do ciclista, do motorista, do pedestre, é um conjunto", resume.

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Contagem de ciclistas

Uma das ações de maior visibilidade da Ameciclo é a contagem de ciclistas em algumas das vias mais movimentadas da cidade. Realizada desde 2013, fornece dados concretos sobre o tráfego de ciclistas e cria diferentes recortes de acordo com filtros como gênero, horário, se leva passageiro, se usa itens de segurança ou mesmo se trafega na contramão.

A sistemática foi desenvolvida pela ONG Transporte Ativo, do Rio de Janeiro, e 'importada' para a capital de Pernambuco, onde voluntários passam o dia em pontos fixos observando e anotando quem passa em cima de uma bicicleta. Para se ter uma ideia, em agosto de 2014 foram contabilizados, num intervalo de 14 horas, 3.723 ciclistas trafegando em um cruzamento da Estrada de Belém, umas das principais do Recife.

O grande número de pessoas pedalando pode ser uma surpresa quando se leva em consideração a estrutura quase nula para a bicicleta. "Mas por outro lado não há surpresa, pois o perfil do ciclista indica a necessidade do uso da bicicleta. Além disso, Recife é uma cidade plana e de pequena extensão territorial, é fácil entender por que a cidade tem tanto ciclista", explica Pedro Luiz, da Ameciclo.

Apesar de muitas promessas, a estrutura cicloviária anunciada pelo Governo de Pernambuco e pela Prefeitura do Recife nunca saiu do papel. Equanto isso, ciclistas seguem se arriscando entre automóveis de todos os tamanhos.

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Pessoas, não veículos

"Quem utiliza a bicicleta para o trabalho não é para fazer charminho nem ficar esbelto, é necessidade. Há uma vida em cima de uma sela de bicicleta, há um pai de família que precisa ganhar o pão de cada dia e precisa ser respeitado", avisa Bira, que todos os dias roda vários quilômetros sobre a sua bicicleta.

"O deslocamento na bicicleta é feito por necessidade, não é por lazer. O recifense utiliza a bicicleta como meio de transporte", reforça Pedro, da Ameciclo, citando as conclusões das contagens de ciclistas realizadas pela associação. Para o ativista, "É necessário botar na cabeça das pessoas - todas - que você quando dirige você está ali cuidando de vidas de outras pessoas. É uma obrigação, e a gente se esquece disso".

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O Uber admitiu nesta segunda-feira (19) que seus carros autônomos podem colocar em risco a vida de ciclistas, pois não conseguem reconhecer quando estão trafegando em ciclovias. O jornal britânico The Guardian informou que a empresa está ciente do problema, mas manteve seus veículos autônomos em circulação mesmo assim.

A San Francisco Bicycle Coalition, da Califórnia (EUA), alertou aos ciclistas que os veículos autônomos do Uber fazem curvas inseguras por meio das ciclofaixas, uma vez que nem sempre conseguem reconhecer que estão perto de uma área dedicada aos ciclistas.

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"Esses veículos ainda não estão prontos para as nossas ruas. Lançar tecnologia de carros autônomos antes que esteja regulamentada e segura para as nossas ruas é algo inaceitável”, afirmou o diretor do grupo de ciclistas, Brian Wiedenmeier.

O Uber começou a testar seus carros autônomos em San Francisco na semana passada. Mas a empresa já se envolveu em algumas polêmicas, já que, segundo o departamento de trânsito californiano, a companhia não pediu a permissão necessária para colocar estes veículos nas ruas.

A empresa alega que durante os testes há sempre um motorista a bordo para lidar com emergências. Em relação ao problema com as ciclovias, o Uber diz que seus engenheiros já estão trabalhando em correções. O Uber começou a operar os carros sem motorista em San Francisco após um teste piloto no início do ano em Pittsburgh, na Pensilvânia.

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Para ele, não tem cliente especial: todo mundo é da "Diretoria". Montado numa bicicleta adaptada, José Nazareno Guimarães, 60 anos, conhecido como Bira, atravessa noites e madrugadas vendendo churrasquinho na avenida João Paulo II, no bairro do Marco, em Belém. Bira é garçom profissional, mas está desempregado. Com seu jeito descontraído, sempre de alto-astral, ele virou um personagem entre muitos que trabalham na noite da capital paraense.   

O espetinho faz parte da cultura gastronômica de Belém. Em cada esquina é possível encontrar um vendedor, além das inúmeras casas especializadas espalhadas pelo centro e periferia. No estádio de futebol, em dia de jogo, o churrasquinho com farofa não pode faltar.

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Bira, ou simplesmente Diretoria, estaciona sua bike na João Paulo com a Timbó, de terça a domingo, de 19 horas à meia-noite. Depois, segue para a Mauriti, dois quarteirões adiante, onde fica até o último cliente. Sustenta a família com o churrasquinho e se orgulha do que faz.

O negócio começou num momento de crise, em consequência do desemprego. Hoje, avança com dificuldades (a bicicleta enferrujada pede uma nova e Bira ainda espera por algum tipo de ajuda), mas clientes não faltam. Conheça a história desse trabalhador. O vídeo é do projeto Expedição Pará.

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Um dos principais motivos dos feras chegarem atrasados para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é o trânsito. Para evitar contratempos e não perder o Exame, uma candidata preferiu recorrer à bicicleta como locomoção.

De acordo com a desempregada Edvânia Maria da Conceição, que vai fazer a prova na Faculdade IBGM,  no bairro da Boa Vista, ela optou a bike para garantir agilidade na chegada ao prédio.  'Moro nos Torroes e lá tem poucas opções de transporte. Além disso contamos com fatores externos (no trânsito), por isso preferi não arriscar', justificou.  

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Mesmo a ida sendo um pouco cansativa, Conceição garante já estar acostumada e que, de certa forma, o exercício a relaxa. 'Já estou acostumada a fazer esse exercício. Confesso que ontem foi mais difícil por causa da quantidade de carros', disse.

Segurando a bicicleta com uma mão e com a outra um livro de redação,  Edvânia diz que não se dedicou aos estudos como gostaria, mas conseguiu se preparar com livros antigos e a internet. Em relação à prova da segunda edição do Enem, ela espera que consiga pontuação para ingressar no curso de Veterinária.  

'Gostei da prova de ontem, ela foi cansativa com muito texto,  mas deu pra fazer. Estou com receio apenas da redacao', relatou.  Neste domingo (4), fazem o Exame os candidatos que não conseguiram ter acesso ao local de provas devido às ocupações dos prédios.

Para quem vive no Recife, engarrafamentos e dificuldades de deslocamento de pedestres, usuários de transporte coletivo e ciclistas são enfrentados todos os dias. Os números ajudam a entender a magnitude do desafio da mobilidade na capital pernambucana. Em pesquisa da companhia holandesa TomTom, divulgada em maio deste ano, o Recife aparece como a cidade com o oitavo trânsito mais lento do mundo. Os recifenses gastam 44 minutos a mais por dia circulando pela cidade.

A frota de veículos não para de crescer. Dados do Departamento Estadual de Trânsito de Pernambuco (Detran) mostram que o número de carros era de 403.676 em 2006. Dez anos depois, já são 679.298 automóveis – sem contar com os veículos da região metropolitana, já que muitos moradores de municípios vizinhos circulam diariamente na capital.

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No transporte coletivo, os usuários de ônibus somam 1,8 milhão diariamente. Para atender a tanta gente, existem cerca de 3 mil veículos e 54 quilômetros de corredor exclusivo para o modal. No metrô, que atende ao Recife e a mais quatro municípios, são 245 mil usuários por dia útil, de acordo com a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU).

“O Recife hoje está figurando na lista das cidades mais engarrafadas, a que tem mais violência no trânsito, a que mais se demora para esperar ônibus. O desafio que a gente vê é a priorização efetiva dos modais de transprotes mais eficientes e socialmente justos. Como diz a Política Nacional de Mobilidade Urbana, modos de transporte ativos e coletivos devem ser priorizados. Isso a gente tem visto muito pouco na cidade frente ao que se tem feito para o automóvel”, diz Daniel Valença, membro do núcleo executivo do Observatório do Recife.

Bicicleta

Em meio aos engarrafamentos, a bicicleta surge como um meio de transporte popular. Mais de 95% dos usuários usam esse meio de transporte para trabalhar, conforme pesquisa nacional Perfil do Ciclista Brasileiro. “Os números de algumas contagens, realizadas pela Ameciclo [Associação Metropolitana de Ciclistas do Grande Recife], passam de 3 mil deslocamentos de bicicleta. Fazendo um pequeno comparativo, São Paulo, por exemplo, tem ruas que, mesmo após a implantação de ciclovia, teve aumento de 100% nos deslocamentos e, ainda assim, não chegou aos 3 mil”, diz o relatório.

Recife tem cerca de 42 quilômetros (km) de corredores para ciclistas, entre ciclovias e ciclofaixas, sendo que 18 km foram criados no período da atual gestão. No entanto, a meta estabelecida no Plano Diretor Cicloviário da Região Metropolitana do Recife, criado pelo governo do estado em parceria com os 14 municípios da área, prevê 71 km a serem construídos até 2017, da quais cerca de 63 km em 2014 e 2015.

A sociedade civil organizada têm demonstrado preocupação com o tema. Em julho, 79 grupos da sociedade civil participaram da 1ª Conferência Livre de Mobilidade do Recife, que divulgou 30 propostas e pediu a adesão dos candidatos a prefeito. Ao fim do prazo, o único a não assinar foi o atual prefeito, Geraldo Júlio (PSB).

Já no dia 20 de setembro o Desafio Intermodal Recife, realizado pela Ameciclo, o Observatório do Recife e o coletivo Direitos Urbanos, reuniu candidatos para testar diversos meios de transporte em um mesmo percurso de 10 km. Carlos Augusto (PV), Daniel Coelho (PSDB), Edilson Silva (PSOL), João Paulo (PT) e Priscila Krause (DEM) aceitaram o desafio. A forma de deslocamento foi sorteada para cada um. O horário escolhido foi 18h. O primeiro candidato a chegar, do PSOL, utilizou a bicicleta.

Mais ciclovias

O resultado do Desafio Intermodal reforça que o Recife tem uma vocação natural para a bicicleta. Plana, sem grandes alterações de relevo, deveria ter o desenvolvimento como um eixo de ações de mobilidade. O engenheiro Pedro Luiz Paes Barreto, um dos coordenadores da Ameciclo, afirma que, a despeito do potencial, a estrutura disponível para os ciclistas é precária. “Recife é uma cidade que conta hoje com 42 km de ciclofaixa, ciclovia e ciclorrotas. Isso é muito pouco, porque você tem uma demanda muito grande de estrutura. E a falta de estrutura acaba não resguardando aqueles que precisam utilizar, e impede que aqueles que querem usar a bicicleta como meio de transporte o façam por medo”, explica.

As ciclovias já disponíveis na cidade não podem ser totalmente aproveitadas, segundo Pedro, porque elas não têm uma ligação em rede – são descontinuadas, isoladas em diferentes pontos do Recife. Em determinados pontos-chave de conexão entre regiões da capital pernambucana, o ativista explica que o uso da bicicleta é inviável. “Você tem barreiras físicas que impedem que você consiga se deslocar dentro da cidade. Eu moro na zona norte, mas às vezes tenho que ir à zona sul. No meu percurso para a zona sul, eu teria que passar ou por uma BR ou por um viaduto, que é o Capitão Temudo. O pedestre também não consegue atravessar”.

A Ameciclo defende que, ao estimular o uso da bicicleta, menos carros vão congestionar as ruas do Recife. “Muitas das pessoas que fazem o uso do carro e migram para a bicicleta são pessoas que deixam de utilizar aquele meio de transporte nos sete dias da semana. E não fazem mais parte daquele engarrafamento. Isso vai simbolizar uma melhora para os usuários do carro e para os que usam o transporte público”.

Menos mortes no trânsito

Para Daniel Valença, integrante do Observatório do Recife, é preciso criar uma cultura mais "humana" no tráfego, com a criação de ciclovias e ciclofaixas em vias de alta velocidade e colocação de faixas exclusivas de ônibus. "E também a criação de zonas 30, onde fisicamente fica impossível que o motorista de automóvel ultrapasse 30 km por hora, porque ela tem passagem elevada de pedestres”, diz. “O principal desafio é a redução do número de mortes no trânsito. No Recife morrem tantas pessoas no trânsito quanto por arma de fogo. São 560 pessoas que morreram em 2014, os últimos dados que a gente tem, do Datasus”, acrescenta. 

De acordo com Valença, a gestão municipal  ainda não conseguiu transformar o discurso de mudar o sistema de mobilidade em prática. “O uso do dinheiro continua sendo feito para obras viárias, para o automóvel. A gente vê muito recapeamento de via e pouco crescimento de faixa exclusiva de ônibus, por exemplo. Dava para ter acelerado muito mais, mas ficaram travados com medo de bater de frente com a classe média que usa o automóvel”.

Repensar transporte coletivo

Para os movimentos que atuam no setor, a melhoria do transporte coletivo passa obrigatoriamente pela ampliação das faixas exclusivas de ônibus. Mas a medida ainda é insuficiente, segundo Raphaela Carvalho, da Frente de Luta Pelo Transporte Público, pois a rede transporte na região metropolitana do Recife impõe um trajeto mais longo ao usuário e as linhas existentes são insuficientes e mal distribuídas.

“Eu sou uma pessoa que depende exclusivamente do transporte público. Eu pego sete ônibus por dia para ir ao estágio e para a aula. Porque a grande lógica que o governo trouxe aqui para o transporte de massas foi investir no modal rodoviário, por meio da construção de terminais integrados, priorizando ônibus como transporte, em vez de ampliar a malha ferroviária, que é um modal mais barato e menos poluente, mais rápido, leva mais gente e não pega trânsito”, diz.

Estudo divulgado em 2015 pela Associação Nacional de Defesa do Consumidor, a Proteste, revelou que o Recife é a cidade com maior tempo de espera em pontos de ônibus, com 35 minutos, e o segundo maior tempo de viagem a bordo do coletivo, com uma hora e meia de duração. “Hoje, você não consegue se programar para sair para trabalhar com menos de duas horas de antecedência. Eu tenho que sair de casa no máximo 6h20 se eu quiser chegar às 8h no estágio. Isso numa distância onde eu gastaria no máximo 40 minutos. Se fosse metrô, gastaria 20”, reforça Raphaela.

Uma solução defendida pela Frente é repensar o modelo de concessão do serviço de transporte coletivo na região metropolitana e adotar um modelo de integração temporal, que permite ao usuário pegar outra condução em qualquer ponto, não só em terminais de integração. A ativista acredita que um investimento maior na malha ferroviária – expandindo o metrô do Recife, de propriedade federal, ou implantando o VLT (Veículo Leve sobre Trilho) - seria uma saída de longo prazo. 

Veja as propostas dos candidatos sobre mobilidade

A Agência Brasil perguntou a todos os candidatos a prefeito quais são as propostas na área de mobilidade. No caso dos que não responderam, as informações foram extraídas das propostas protocoladas no Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE).

Carlos Augusto (PV)

Na proposta protocolada no TRE, o candidato diz que pretende “investir na diversificação dos modais de transporte, estimulando o uso de hidrovias e aumentando o número de ciclovias, faixas exclusivas e requalificação das calçadas”; e  fazer campanhas para incentivar caronas em carros particulares. Quanto à integração metropolitana no transporte, Carlos Augusto quer “articular a implantação de novas linhas de trem metropolitano e a melhoria das preexistentes”. Ele também promete “melhorar a oferta de estrutura viária, com a abertura e pavimentação de ruas” e investir em ações de orientação e educação no trânsito.

Daniel Coelho (PSDB)

O candidato do PSDB propõe a recuperação de “espaços públicos de convivência”, em especial a calçada. No site de campanha, o candidato diz que pretende revitalizar as calçadas nos dois primeiros trimestres do mandato, de forma emergencial. Também pretende priorizar o sistema de ônibus da cidade como “espinha dorsal para integração de diversas modalidades”, criando corredores exclusivos e bilhete único. Para os ciclistas, promete criar uma rede de ciclovias e a integração com transporte público. Coelho também propõe o uso do rio como corredor de transporte, a construção de teleféricos públicos em área de morros e o asfaltamento de ruas e recuperação de vias.

Edilson Silva (PSOL)

De acordo com as propostas protocoladas no TRE, Edilson Silva defende a criação de faixa exclusiva para ônibus e bilhete único; a implementação do Plano Cicloviário, a implementação da intermodalidade de transporte – “ por meio de ciclofaixas e vias de pedestre articuladas a corredores de ônibus” ; e “a redução da circulação de automóveis nas áreas centrais da cidade”. Ele propõe ainda o uso dos rios que cortam a cidade como vias de transporte coletivo, ocupação das margens com ciclofaixas e calçadas, e também observa que as áreas de morro “precisam ter seu acesso facilitado” com escadas rolantes, teleféricos e trilhos para bicicletas, por exemplo.

Geraldo Júlio (PSB)

O candidato do PSB respondeu, por e-mail, à Agência Brasil: ”Já avançamos muito na mobilidade da nossa cidade nos últimos três anos e oito meses. Com a instalação de câmeras, fiscalização e ações de engenharia de trânsito, conseguimos reduzir em 30% o número de mortes no trânsito. Queremos continuar com as ações feitas no primeiro mandato. Vamos ampliar as ciclovias e ciclofaixas, formatando a rede ciclável da cidade, expandir a Faixa Azul - corredor prioritário de ônibus que já beneficia 635 mil passageiros por dia - para outros locais, promover a pavimentação de novas ruas e recuperar e requalificar as calçadas em 114 vias e 12 largos, além de reformar completamente 1.000 paradas de ônibus”.

João Paulo (PT)

O candidato da coligação encabeçada pelo PT respondeu à Agência Brasil: “Elaborar e colocar em funcionamento o Plano Municipal de Mobilidade, com prioridade para o transporte coletivo, pedestres e ciclistas, seguindo recomendação da OMS sobre segurança no trânsito; criar o Vem Mais Fácil, que permitirá ao passageiro se locomover, em duas horas, quantas vezes quiser, pelo preço de uma passagem, sem precisar ir aos terminais de integração; ampliar os corredores exclusivos ou prioritários para o transporte coletivo; manter e ampliar as infraestruturas cicláveis de acordo com o Plano Diretor Cicloviário da Região Metropolitana do Recife”.

Pantaleão (PCO)

O candidato defende, na proposta de governo protocolada no TRE, a estatização de serviços e meios de produção, mas não faz referência direta à mobilidade. Em eventos públicos, Pantaleão já defendeu menos sinais de trânsito, com a implantação de passarelas para pedestres a fim de aumentar a fluidez do trânsito, o bilhete único no transporte público e a ampliação da rede de metrô. 

Priscila Krause (DEM)

Na proposta de governo, Priscila Krause propõe integrar o planejamento territorial e de mobilidade “com ênfase no adensamento de corredores de transporte e centros de bairros, terminais de integração, estações do metrô e de navegabilidade do Rio Capibaribe”. A candidata também promete a integração temporal dos modais. Cita ainda a implantação de faixas exclusivas de ônibus e de transporte escolar e criação de corredores de pedestres. Quanto aos ciclistas, promete “estabelecer cronograma de implantação das ações que cabem ao município, de acordo com o Plano Diretor Cicloviário da Região Metropolitana do Recife”, compatível à prioridade de circulação dos corredores de transporte de massa”.

Simone Fontana (PSTU)

A candidata do PSTU argumenta que o transporte público é precário e “um dos mais caros do mundo”. Ela critica o modelo de concessão do serviço, explorado por empresas privadas, e diz que as concessionárias “beneficiam o lucro” acima da qualidade. “Só um transporte estatal, sob controle dos trabalhadores, pode garantir um serviço barato, a preço de custo, de qualidade e rumo à tarifa zero”, acrescenta, na proposta de governo protocolada no TRE. Simone Fontana também propõe, no documento, o passe-livre para desempregados.

Em São Paulo, pedalar até o trabalho ou mesmo por esporte pode render ingressos para o cinema, pares de tênis, roupas esportivas, folgas e até viagens. Os prêmios são oferecidos por empresas que incentivam funcionários a trocar o carro ou o transporte público pela bicicleta. Ganha quem acumula mais quilômetros rodados, em uma espécie de game interno.

Na agência Netza, esse reconhecimento ao esforço dos funcionários existe há dois anos. "Começamos montando uma equipe de corrida e hoje estendemos esse incentivo para a bike. A ideia é que as pessoas experimentem a bicicleta, mesmo que em pequenos percursos. E não precisa ter bicicleta própria, vale também usar os modelos compartilhados espalhados pela cidade", diz a publicitária e sócia da empresa Fabiana Schaeffer.

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A fiscalização pode ser feita por meio do uso de aplicativos. Lançado em janeiro, o Bora Bike, antigo Bike da Firma, impõe metas aos funcionários. "O aplicativo faz do ato de pedalar um jogo. São criados desafios dentro do cenário urbano para aguçar a competitividade entre os participantes, já que a busca pelos prêmios acaba sendo a grande motivação para essa mudança de atitude", explica a ciclista Fabia Barbieri, sócia-fundadora da ferramenta.

Nos sete primeiros meses de funcionamento, o aplicativo já cadastrou 1.353 ciclistas, que trabalham em 18 empresas da capital. Juntos, eles alcançaram 8.784 pedaladas. As estatísticas mostram ainda que o pico da atividade ocorre exatamente nos horários de pico do trânsito, ou seja, das 7 às 9, durante a manhã, e das 17 às 19 horas, no período da tarde.

Higor Magno, de 27 anos, pedala cerca de 30 minutos por dia. Funcionário da Netza, ele liga o aplicativo mesmo nos fins de semana, para somar pontos. "É muito legal participar e bater as metas para passar os colegas na pontuação. Ganhei ingressos para o cinema e desconto na compra de um tênis. Já era apaixonado por bicicleta antes, mas para os novatos isso pode fazer a diferença", afirma.

O auditor André Luiz Almeida, de 30 anos, também foi premiado. Ele venceu um desafio criado durante a Olimpíada do Rio pela administradora do condomínio onde trabalha, na Avenida Brigadeiro Faria Lima, na zona sul. "Ganhava quem acumulasse mais quilômetros pedalados. Fiz 688", comemora.

A premiação foi na quinta-feira. André ganhou troféu, medalha e um minicomputador de bordo que o ajudará a calcular, por exemplo, calorias perdidas durante o esporte. "Comecei a pedalar por causa desse desafio. Valeu muito a pena. Não pretendo parar mais."

Para o cicloativista Willian Cruz, do site Vá de Bike, premiações internas podem ajudar no processo de convencimento de novos ciclistas. "Acho muito bacana esse tipo de incentivo, tanto para o trabalho como para o esporte. A sociedade só tem a ganhar quando se troca o transporte motorizado pela bicicleta. E as empresas também. O funcionário que pratica alguma atividade física normalmente é mais bem-humorado, mais disposto. Consequentemente, produz mais", afirma.

Créditos

Outros tipos de aplicativo, como os que calculam rotas, deverão ser credenciados no ano que vem pela Prefeitura para fiscalizar paulistanos que aceitarem trocar o carro ou o ônibus pela bicicleta. Com a aprovação em definitivo, nesta semana, do projeto de lei que propõe recompensar financeiramente o ciclista, a ferramenta passará a ser indispensável para a definição dos créditos a que cada um terá direito.

"A lei será regulamentada neste ano para passar a valer em 2017, por causa do período eleitoral. Até lá, a infraestrutura do sistema será montada, com a definição dos aplicativos que farão a fiscalização e calcularão os créditos", diz o vereador Police Neto (PSD), autor da lei. Os pontos serão calculados de acordo com horário, local e distância percorrida, e poderão ser resgatados em dinheiro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Neste final de semana, passeios ciclísticos tomarão conta de algumas ruas do Recife. Para isso, a Companhia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU) irá atuar em esquema especial a fim de orientar e organizar o trânsito nos locais onde os eventos vão acontecer.

No sábado (13), os colégios Saber Viver e Geração Atual, na Zona Norte, organizam eventos, respectivamente, nos turnos da manhã (a partir das 8h) e da tarde (a partir das 14h). Já em Boa Viagem, na Zona Sul, o XI Passeio Ciclístico do Colégio Madre de Deus iniciará às 7h e segue até o meio-dia. Para os eventos serão colocados cerca de 20 agentes de trânsito.

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Confira mais informações abaixo:

Passeio Ciclístico do Colégio Saber Viver (Zona Norte)

Dia: Sábado (13)

Horário: das 8h às 12h

Itinerário – Rua do Espinheiro (sede do Colégio) – Avenida João de Barros - Rua Conselheiro Portela – Rua Senador Alberto Paiva - Avenida Rui Barbosa – Rua Amélia – retorno ao Colégio (Rua do Espinheiro)

Efetivo: três batedores

Bloqueios: itinerantes – as vias serão interditadas e liberadas conforme a passagem dos participantes.

Passeio Ciclístico do Colégio Geração Atual (Zona Norte)

Dia: Sábado (13)

Horário: 14h às 17h

Itinerário – Estrada do Arraial (sede do Colégio) – Estrada do Encanamento – Rua Ferreira Lopes – retorno ao Colégio (Estrada do Arraial)

Efetivo: três batedores

Bloqueios: itinerantes - as vias serão interditadas e liberadas conforme a passagem dos participantes.

XI Passeio ciclístico do Colégio Madre de Deus (Zona Sul)

Dia: Sábado (13)

Horário: 7h às 12h

Itinerário: Rua Baltazar Passos (lateral do Colégio Madre de Deus) – Av. Boa Viagem – Rua Coronel Benedito Chaves (em frente ao Castelinho) – Av. Visconde de Jequitinhonha – Rua João Cardozo Aires (Colégio Madre de Deus)

Efetivo: 11 agentes de trânsito

Bloqueios: Itinerantes - as vias serão interditadas e liberadas conforme a passagem dos participantes.

A Secretaria de Transportes e Trânsito de Guarulhos (STT) realizou uma cerimônia ontem (11) para entregar os certificados de conclusão de um curso que mobilizou crianças entre 5 e 8 anos de idade na Cidade Mirim, localizada no Parque Francalanza. Elas fazem parte do Projeto Pedalar, que ensina as crianças a andar de bicicleta e dá orientações e treinamento segundo as regras de transito presentes no CTB (Código de Trânsito Brasileiro).

O curso foi ministrado no período de férias escolares e também ensinou os pequenos a importância da bicicleta como meio de transporte sustentável. Além das aulas teóricas, também houve um exame prático para verificar o quanto da importância de se obedecer as regras de trânsito os alunos haviam aprendido. A cerimônia reuniu educadores da Escola Pública de Trânsito, representantes da STT, parceiros do projeto da Secretária da Saúde e oficiais da Ronda Bike da GCM.

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Nessa primeira turma, 19 crianças participaram do curso, porém, nem todos puderam comparecer à cerimônia de entrega dos certificados devido ao início das aulas na rede pública. O Projeto Pedalar tem atividades o ano todo e não possui critério algum para participar, basta ter disposição e comparecer aos sábados na Cidade Mirim.

Projeto Pedalar

Local: Cidade Mirim Ayrton Senna da Silva

Endereço: Rua Joaquim Miranda, 471, Vila Augusta - Guarulhos

Telefones:

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A gestão Fernando Haddad (PT) planeja recompensar financeiramente o paulistano que trocar o carro ou o ônibus pela bicicleta, por meio da criação do bilhete mobilidade, que substituirá o atual bilhete único. Segundo a Prefeitura, quem fizer parte do percurso diário de bike passará a acumular créditos. Eles serão calculados de acordo com a distância, o local e o horário percorridos, e poderão ser resgatados em dinheiro ou consumidos em uma rede credenciada de serviços.

A ideia é estimular o uso da bicicleta como meio de locomoção até o trabalho e integrar os diferentes tipos de modais. Para isso, a Prefeitura promete dar "descontos" na passagem de ônibus, na viagem de táxi ou nos percursos realizados em carros compartilhados, como o Uber. Todos passariam a aceitar os créditos acumulados pelos ciclistas, assim como estabelecimentos credenciados, como em um programa de milhagem. Também está previsto o resgate em dinheiro de créditos, a exemplo da Nota Fiscal Paulista. Se essa for a opção, o reembolso deverá ser liberado a cada quatro meses ou duas vezes ao ano, em conta bancária.

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Segundo prevê o projeto, desenvolvido em parceria com o vereador José Police Neto (PSD), a verba para o pagamento dos ciclistas sairia do montante repassado às empresas de ônibus como subsídio - por ano, são cerca de R$ 2 bilhões. O valor é necessário porque a tarifa, hoje de R$ 3,80, não cobre todos os custos do sistema. De acordo com a empresa que presta o serviço e a quantidade de viagens dentro de três horas (período do bilhete único), esse valor pode alcançar até R$ 5.

"Subsídio não deve ser repassado apenas para o transporte coletivo. Temos de mudar essa lógica e usar melhor esse dinheiro. Ao incentivar o uso da bicicleta, tiram-se carros das ruas e passageiros dos ônibus superlotados", afirma Police Neto. O projeto de lei proposto originalmente por ele já foi aprovado em primeira discussão e, com o apoio da gestão Haddad, deve ter o aval definitivo da Câmara Municipal até o fim do ano. A previsão é de adotar o bilhete mobilidade já em 2017.

Valores

Os valores dos créditos não estão definidos. Mas, segundo a SP Negócios, empresa municipal responsável pela implementação , deverão ser calculados de modo a atrair o paulistano no horário de pico. "É quando os ônibus já são muito explorados, então, faz mais sentido fazermos um incentivo mais forte nesse período", diz o diretor-presidente, Rodrigo Pirajá. "Dessa forma, racionalizamos mais o transporte como um todo, com base no uso de vários modais."

Subsecretário do Tesouro Municipal, Luiz Felipe Vidal Arellano reforça que o valor dos créditos deve ser suficiente para estimular as pessoas a andar de bicicleta. "Se for muito baixo ninguém se sentirá incentivado a aderir, mas, por outro lado, não pode representar uma elevação dos gastos da Prefeitura", diz, referindo-se ao custo dos subsídios.

Formatos semelhantes já funcionam em outras cidades do mundo. Em Paris, por exemplo, o ciclista recebe cerca de R$ 0,90 (¤0,25) por quilômetro rodado. "Em São Paulo, acho que oferecer de R$ 4 a R$ 8 por dia em créditos resolveria. Esse seria um valor significativo para atrair e para ajudar a bancar a manutenção da bicicleta, o seguro, os equipamentos. Quem aceita o desafio de ajudar a cidade deve ser reconhecido e recompensado", diz Police Neto.

Aplicativos

Para participar do programa, o ciclista deverá adquirir o bilhete mobilidade (ou continuar usando seu bilhete único) e baixar um aplicativo indicado pela Prefeitura. A checagem do percurso feito pelo ciclista poderá ser feita com a ajuda da tecnologia, via celular, ou mesmo por meio de pontos de medições - em terminais, estações de metrô ou de aluguel de bicicleta.

O foco será o trabalhador, que tem 6% de seu salário descontado para o complemento do transporte - o restante é pago pelo empregador. A estimativa é de que o modelo de créditos seja vantajoso para quem recebe até R$ 3 mil mensais. Acima disso, o reembolso em créditos não compensará o desconto na folha salarial.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um projeto quer criar uma ciclovia no trajeto da linha férrea que corta o município de Caruaru, no Agreste de Pernambuco. Intitulada Ocupa Ciclo Férrea, a iniciativa já foi recebida pela Secretaria de Turismo, Esportes e Lazer de Pernambuco, que enviou uma equipe ao local.

Com 21 quilômetros, o ciclovia cortaria 22 bairros caruaruenses, atingindo 80% da população do município. Esta seria a primeira fase do projeto, que se intitula o maior cicloviário do Norte/Nordeste. O ambicioso objetivo é aproveitar toda a linha férrea do estado, 515 quilômetros de extensão, que vai de Salgueiro, no Sertão, até o Recife. 

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O projeto é encabeçado pela ONG TerraVerde. Um dos diretores é o advogado Marcelo Rodrigues, ex-secretário de Meio Ambiente do Recife e vereador suplente de Caruaru, em 2012. Segundo Rodrigues, mesmo grandiosa, a ciclovia não seria tão cara. “Não há nenhum gasto em desapropriação. E 21 quilômetros é muito pouco em relação ao que repercutirá para a cidade a curto, médio e longo prazo”, ele conta.

Rodrigues destaca que a linha já está bastante desgastada. Por falta de utilização, pessoas estariam roubando os ferros e as madeiras que compõem os trilhos. “A ciclovia não vai tirar os trilhos. Vai preservar o patrimônio histórico. Sempre há um espaço do lado esquerdo e do lado direito. Nesses espaços pode-se fazer a pista e utilizá-la para caminhar, correr, para patins...”, cita o advogado.

O Ocupa Ciclo Férrea foi apresentado ao secretário da pasta de Turismo, Esportes e Lazer do Estado, Felipe Carreras,  há duas semanas. Na semana anterior, uma equipe de técnicos foi a Caruaru estudar a viabilidade da ciclovia. De acordo com a assessoria da secretaria, o projeto é considerado “uma grande oportunidade de promover bem-estar, saúde, ajudar a melhorar a mobilidade, colaborar com o meio ambiente e socialização do povo do Agreste do Estado, além do Turismo na região”. 

Na concepção do idealizador do projeto, a ciclovia pode trazer "segurança, movimentação de pessoas, desimpactação ambiental, saúde e estímulo ao comércio”. O Ocupa Ciclo Férrea divulga suas ações em sua página no Facebook. Lá, a ONG TerraVerde vende camisetas e bolsas para promover a ideia. O projeto ainda não tem data para sair do papel. 

Um canguru se lançou contra uma mulher enquanto ela passeava de bicicleta no sul da Austrália, rompeu suas próteses mamárias e a "usou como um pequeno airbag", contou a vítima aos meios de comunicação locais.

Sharon Heinrich, de 45 anos, estava passeando de bicicleta junto a uma amiga em uma pista dedicada à prática de caminhadas e ciclismo no vale de Clare quando um canguru, chamado por ela de "Skip", saltou a partir de um dique e caiu em cima dela, explicou ao jornal Northern Argus. "Eu o vi e pensei 'oh, que lindo', e logo depois ele estava em cima de mim", acrescentou.

"O canguru (...) nos tirou das bicicletas, me usou como um pequeno airbag e depois se lançou sobre Helen e fugiu", contou à rede Australian Broadcasting Corporation (ABC).

Heinrich sofreu a ruptura de suas próteses mamárias, fissuras em três costelas, arranhões e perdeu a sensibilidade em uma perna, enquanto sua amiga Helen Salter sofreu uma concussão e um traumatismo cervical.

Os implantes "são de silicone e solução salina. Esta solução é absorvida pelo corpo, mas o silicone se solidifica, o que faz com que permaneça na região e é muito doloroso, está junto às costelas quebradas", explicou à televisão nacional.

Heinrich disse que deverá passar por uma cirurgia na cidade de Adelaide na quinta-feira, mas encorajou outros ciclistas a continuarem utilizando o percurso. "Por favor, que ninguém tenha medo do 'Riesling Trail', porque foi um passeio maravilhoso antes que 'Skip' começasse a brincar", disse.

Não é de hoje que a faixa de BRT virou uma zona de conflito entre os motoristas do sistema e ciclistas. Nas redes sociais, mais uma ocorrência foi divulgada. Segundo o músico Eric Caldas, sua bicicleta foi intencionalmente esmagada por um ônibus do BRT na noite do domingo (23).

Caldas conta que era por volta das 21h20 e ele voltava de bicicleta pela faixa de BRT Leste-Oeste, na Avenida Caxangá, que liga a Zona Oeste ao centro do Recife. Um motorista da Linha TI Camaragibe-Centro teria fechado o ciclista na altura do viaduto da BR-101, no bairro da Iputinga, Zona Oeste da capital.

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Mais adiante, Caldas teria passado pelo motorista e dito “vamos respeitar a distância”. Pouco depois, perto do Caxangá Golf Club, o BRT novamente teria fechado o ciclista de maneira agressiva, deixando o ciclista com menos de um palmo de distância entre o canteiro central, segundo relato do mesmo. 

Na altura da Estação Riacho do Cavouco, Eric conta que parou em frente ao ônibus para questionar sobre a conduta agressiva. Neste momento, o motorista teria arrancado e passado por cima da bicicleta.

“Fiquei na estação esperando ele retornar, e deixei a bicicleta ao lado da parada para ele ver”, escreve Caldas. De acordo com o músico, o motorista retornou buzinando e ironizando com uma risada. “Um funcionário do BRT foi muito prestativo e me orientou a procurar a garagem da empresa e levar a bicicleta como prova”, ressalta. 

Apesar da Avenida Caxangá não possuir faixa exclusiva para bicicleta, a faixa de BRT, por ter um trânsito muito intenso, é convidativa aos ciclistas. Em setembro do ano passado, a Associação Metropolitana de Ciclistas do Grande Recife (Ameciclo) realizou uma contagem na avenida. Das 6h às 20h, 3067 ciclistas utilizaram a Caxangá, 23,7% deles na faixa de BRT.

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A presidente Dilma Rousseff começou esta segunda-feira, 28, com o já rotineiro exercício matinal. Dilma saiu de bicicleta do Palácio do Alvorada por volta das 6h em direção à ciclovia do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), retornando pela via L4 por volta das 7h. Bem-humorada e acompanhada pelo chefe da Casa Militar, general Amaro, um personal trainer e um segurança, a presidente cumprimentou os fotógrafos que registravam a atividade.

Em uma semana que promete ser turbulenta para o Planalto, a agenda da presidente nesta segunda-feira prevê apenas reunião com o ministro-chefe do gabinete pessoal da presidência da República, Jaques Wagner, às 10h. Esse é o compromisso que consta da agenda oficial, mas nesse horário Dilma deve reunir outros ministros que participam da reunião de coordenação política.

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Amanhã, o PMDB decide se oficializa ou não o desembarque do governo e esse deve ser um dos temas do encontro.

Pela primeira vez em 24 anos, o Brasil terá um representante na prova considerada a mais complexa do ciclismo de pista olímpico, a omnium. O sergipano Gideoni Monteiro conquistou a vaga em Londres, na semana passada, e diz que a bicicleta ocupa um lugar maior que o esporte em sua vida.

“Hoje em dia, além de ser minha profissão, também uso a bicicleta como meio de transporte. É meu esporte e também o meu transporte”, conta ele, que diz ter um carro, reservado apenas para viagens de longa distância.

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Gideoni mora em Indaiatuba, no interior de São Paulo, cidade considerada estratégica pela proximidade do Rio de Janeiro e do Aeroporto de Viracopos, em Campinas. Com ruas planas, a cidade favorece o uso da bicicleta no cotidiano, segundo o atleta.

Além do Rio de Janeiro, o atleta costuma viajar para a Suíça, onde se junta aos melhores do mundo em um centro de treinamento de alto rendimento. “Cada treino é quase uma competição. Os melhores do mundo estão ali. A gente acaba tendo um intercâmbio de experiências.”

Nas horas vagas, Gideoni aproveita para andar de bicicleta no país europeu, onde encontra um ambiente mais favorável para a mobilidade urbana dos ciclistas.

"Quando estou na Suíça, nem tenho carro. Só uso a bicicleta para me locomover. É uma coisa normal. Eles entendem que é um transporte, uma forma de locomoção normal. E eles se respeitam, dão espaço para a gente passar”, compara.

O respeito ao ciclista, segundo o atleta brasileiro, é mais importante que a infraestrutura urbana, e está em falta no Brasil. “Nesses últimos tempos, tivemos casos de atropelamento. Espero que todo mundo se conscientize de que quem está ali pedalando é uma vida também. Não custa nada você desviar um pouco a mais para passar pelo ciclista. Espero que as pessoas se conscientizem, e vejam a bicicleta não só como esporte, mas como transporte. E que cada um tenha o seu espaço.”

Quem pontuar menos vence

Considerada a mais complexa da modalidade, a disputa omnium é composta por seis provas. O atleta que fica em primeiro lugar em cada uma delas recebe a menor pontuação e, no final do torneio, que dura dois dias, quem estiver com menos pontos é o campeão.

Gideoni se classificou na 15ª posição entre 18 atletas que conquistaram vaga na mesma competição, que ele considera uma prévia dos Jogos Olímpicos Rio 2016, já que grande parte da elite do esporte estava presente.

Mesmo morando longe da família e da namorada desde 2014, Gideoni tem motivos para comemorar: foram dois anos de muito sacrifício para fechar esse ranking. “Começou em 2014 e foram dois anos sem Natal, sem ano novo e com muito planejamento", conta ele, que foi medalhista de bronze nos jogos Pan-Americanos de Toronto, no ano passado. "Me deram 10 dias de folga para respirar um pouco, mas dia 25 eu recomeço".

* colaborou a repórter Nanna Possa, das Rádios EBC

A presidente Dilma Rousseff manteve sua rotina de exercícios na manhã deste sábado (23) na capital gaúcha, onde passa o fim de semana ao lado da família. Acompanhada por seguranças, ela pedalou pela orla do Guaíba, na zona sul da cidade, entre 6h30 e 7h.

O trajeto percorrido pela presidente fica próximo do seu apartamento em Porto Alegre. Dilma chegou na noite de sexta-feira (22) e deve ficar até domingo (24). Sem compromissos oficiais, ela está na capital gaúcha para visitar a filha, Paula, e os netos, Gabriel, de 5 anos, e Guilherme, que nasceu no dia 7 de janeiro.

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Na ocasião do nascimento do último neto, Dilma ficou quatro dias em Porto Alegre, dividindo-se entre a atenção à filha e ao bebê e os cuidados ao neto mais velho. Guilherme nasceu de cesariana pesando 3,940 kg e medindo 51 centímetros.

Paula, de 39, é procuradora do trabalho no Rio Grande do Sul e mora em Porto Alegre com a família. Quando está na cidade, Dilma também costuma visitar seu ex-marido, o advogado Carlos Araújo, considerado seu conselheiro político informal.

Uma iniciativa inovadora no Pará será lançada como parte da programação pelos 400 anos de Belém. A partir de fevereiro, a cidade vai ganhar o projeto das bicicletas compartilhadas, parceria da prefeitura com o plano de saúde Hapvida. A medida é usada como uma alternativa de mobilidade urbana em diversos países e cidades do Brasil para diminuir a circulação de carros nas metrópoles.

"O projeto deve ter grande adesão da população, que já reconheceu que o uso de bicicletas traz benefícios à saúde, melhora a produtividade no trabalho e até propicia economia de tempo e dinheiro, dependendo do trajeto a ser executado", diz a superintendente de Mobilidade Urbana de Belém, Maisa Tobias. Serão disponibilizadas bicicletas em onze estações da cidade, dez delas já confirmadas: Praça Dom Pedro II, Praça da República, Praça Batista Campos, Tamandaré com 16 de Novembro, Ver-o-Peso, Forte do Castelo, Mangal das Garças, Portal da Amazônia, Praça Pedro Teixeira e Praça Amazonas. A cidade é a primeira da região Norte a receber a iniciativa.

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Para utilizar uma das 10 bikes de cada ponto selecionado, é preciso realizar o cadastro no projeto pela internet. Para passes diários, o preço será de R$ 5,00, e para passes anuais a taxa chega a R$ 60,00. O tempo máximo para cada passeio será de 90 minutos. A segurança é garantida através de chips de identificação instalados nas bicicletas, para monitorar o usuário que está utilizando o serviço e em qual ponto selecionado a bike se encontra.

O projeto tem dividido opiniões. De um lado se observa a prática do ciclismo se consolidando em Belém; de outro, as péssimas condições da malha cicloviária da cidade. Em entrevista ao portal LeiaJá, a jornalista e ciclista Lilian Leitão, que é do grupo Pedal Azulino/ Bicolor, explicou que o projeto bicicletas compartilhadas é uma oportunidade para os turistas conhecerem a capital paraense. “É uma iniciativa que dá um gás ao combalido setor turístico local.Ainda mais Belém, que tem um centro histórico sedutor. Outra vantagem é o potencial de se incentivar concretamente a prática por fazer bem à saúde: basta se cadastrar, pagar uma taxa pequena e utilizar o veículo”, diz.

A ciclista lamenta, porém, que o projeto bicicletas compartilhadas se limite apenas ao centro de Belém. “A cidade conta hoje com 88 quilômetros de ciclofaixas e ciclovias, segundo anuncia prefeitura. Já é alguma coisa. Já é possível pedalar em vários bairros com relativa proteção no trânsito. Esse não seria um bom motivo para essas estações compartilhadas se espalharem mais por Belém?”, questiona.

De acordo com Lilian, a insegurança é outro grande problema em Belém. “O BRT, por conta do gradil que isola os ciclistas, virou uma armadilha. Ali os bandidos simplesmente esperam os ciclistas que consideram mais vulneráveis passarem para cercá-los e roubá-los. Grupos de até seis ciclistas são assaltados com facilidade.” A ciclista conta um exemplo: “Dias atrás, o ciclista Reinaldo Brasil, do Pedal Azulino/Bicolor, do qual eu participo, teve a bicicleta roubada no BRT, na avenida Almirante Barroso próximo à travessa Curuzu. Ele levou duas facadas em um dos braços. Por conta disso, o grupo de pedal solicitou reuniões com a Polícia Militar e começa a discutir formas de garantir a segurança nas ruas”.

Lilian aponta os problemas da malha cicloviária da cidade: “Parte da malha cicloviária da cidade se encontra em mau estado e não há interligação dentro de boa parte de Belém e, principalmente, com a região metropolitana. Essa conexão é necessária sobretudo considerando que uma massa enorme de trabalhadores se desloca pedalando 50, 60 quilômetros por dia pelas cidades da região”. Segundo ela, onde não há ciclovias, há verdadeiras ciladas. “Na travessa Boaventura da Silva, por exemplo, no trecho próximo ao bairro de Fátima, grades no chão são um perigo aos ciclistas. Recentemente a ciclista Ivanna Coimbra sofreu um grave acidente depois que a roda da bicicleta dela engatou em uma das grades. Ela foi arremessada com violência e bateu muito o rosto, quebrou um dos pulsos em dois lugares teve que ser operada. Ela segue internada no Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência, em Ananindeua.”

Apesar das crítica, Lilian aprova o projeto das bicicletas compartilhadas: “É evidente que deve ser comemorada a notícia da instalação do projeto de bicicletas compartilhadas em Belém pela iniciativa privada, apesar de se tratar de uma jogada essencialmente de marketing para turista ver e para aumentar a clientela do plano de saúde Hapvida, que banca a ideia. O objetivo anunciado de melhorar a mobilidade urbana em Belém é conversa fiada”.

Bem diferente de Belém, Goiânia, a capital do Estado de Goiás, dá um bom exemplo de respeito e organização no trânsito. O universitário Heitor Corôa visitou a cidade há pouco tempo e disse que a facilidade de se locomover pela capital o incentivou a comprar uma bicicleta quando voltou para Belém. “Lá o trânsito é bem tranquilo e as pessoas respeitam o espaço dos ciclistas, principalmente os motoristas de ônibus”, contou.

Para Heitor, a falta de respeito no trânsito aqui em Belém é uma situação que ele vivencia todos os dias ao pedalar pelas avenidas Marquês de Herval e Duque de Caxias. “Aqui há uma falta de respeito múltipla no trânsito e principalmente em relação aos ciclistas. Os motoristas não respeitam a sinalização que é algo obrigatório, quanto mais a um ciclista. Outro problema são as pessoas que andam nas ciclofaixas e o lixo jogado nas vias”, informou.

Por Julia Klautau e Raiany Pinheiro.

A presidente Dilma Rousseff foi hostilizada por um grupo de ciclistas, nesta segunda-feira (28), enquanto pedalava pelos arredores do Palácio da Alvorada.

O grupo se manifestou ao passar pela presidente, nas proximidades da avenida L4, durante o seu já habitual exercício matinal. Um dos ciclistas vaiou e gritou "fora, Dilma", mas o grupo não tentou se aproximar de Dilma e ela seguiu o seu percurso normal.

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Desde o início do ano, a presidente tem mantido o hábito de pedalar pela manhã. Nesta segunda, Dilma estava acompanhada pelo chefe da Casa Militar, general Amaro, um segurança e um personal trainer.

Em setembro, a presidente interrompeu o seu treino para ajudar um homem que havia sofrido um acidente e ficou ao lado dele até a chegada do Corpo de Bombeiros e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

Em reunião realizada neste sábado (21), a Associação Metropolitana de Ciclistas do Grande Recife (Ameciclo) decidiu que vai enviar um documento com contribuições para o projeto cicloviário apresentada na sexta-feira (20) pelo secretário de Turismo, Esportes e Lazer de Pernambuco Felipe Carreras. De acordo com os cicloativistas, alguns aspectos do projeto necessitam de ajustes, como, por exemplo, a necessidade do ciclista de desmontar da bicicleta em determinados trechos do percurso.

No projeto apresentado, a Secretaria de Turismo, Esportes e Lazer garante 5,5 km de ciclovias até o final do primeiro semestre de 2016. Esse primeiro de cinco trechos vai ligar o Marco Zero, no Recife Antigo, ao Centro de Convenções, em Olinda, na Região Metropolitana do Recife (RMR). A previsão é que a fase de licitação seja iniciada em dezembro de 2015 e concluída em janeiro de 2016.

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Os outros quatro trechos, que completam 30,2 km de ciclovias e ciclofaixas e levam até Igarassu, na RMR, devem estar prontos em dezembro de 2016. Do Marco Zero até o início da PE-15, em Olinda, o percurso será de ciclofaixas. Da PE-15 ao Centro Histórico de Igarassu, o sistema será de ciclovia.

Para Roderick Jordão, coordenador de comunicação da Ameciclo, a proposta é vista com simpatia, mas necessita ponderações. “Achamos o projeto válido, porque, no final das contas, desde que o Plano Diretor Cicloviário foi lançado nada havia sido feito. Se fez muito em questões de educação, mas só isso não vai fazer com que as pessoas pedalem mais”, criticou Roderick. O Plano Diretor Cicloviário foi lançado em fevereiro de 2014 e prevê a implantação de 130 quilômetros de ciclovia. A Secretaria de Turismo, Esportes e Lazer receberá contribuições até o dia 30 de novembro.

Na próxima semana, a Ameciclo vai realizar outro encontro para construir o documento de contribuições a ser apresentado. Uma das questões que incomoda os cicloativistas é a necessidade de desmontar das bicicletas. “Uma das coisas que tem que ser resolvida de uma maneira mais rápida é como a ciclovia vai passar pelas pontes. A Ponte Buarque de Macedo deve ser mais tranquila de resolver, porque já existe ciclofaixa aos domingos. O grande imbróglio é a Ponte Princesa Isabel. Nas pontes, os ciclistas precisariam descer das bicicletas, mas nós consideramos que eles têm que estar montado o tempo todo”, completa Roderick. 

O primeiro trecho começa no Marco Zero, segue pela Avenida Rio Branco, Ponte Buarque de Macedo, Praça da República, Ponte Princesa Isabel, Rua da Aurora, Avenida Prefeito Artur Lima Cavalcanti, Avenida Jayme da Fonte e Avenida Agamenon Magalhães, chegando ao Centro de Convenções. O trecho dois vai até o Varadouro, em Olinda. Otrecho três segue do Varadouro até ciclovia existente na PE-15 (que será requalificada). Já o trecho quatro, da PE-15 até a BR-101. O último, da BR-101 até Igarassu.

O Plano Diretor Cicloviário prevê 590 km de vias para bicicleta, sendo 244 km de responsabilidade do Governo do Estado e 346 km de responsabilidade das prefeituras. Uma audiência pública sobre o tema será realizada na próxima quarta-feira (25), no Plenarinho da Câmara Municipal. 

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