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O Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) é um programa do Governo Federal criado para dar, sobretudo, oportunidade de estudantes ingressarem no ensino superior em instituições privadas. Ele alcançou seu auge, no que diz respeito à concessão de contratos, entre 2010 e 2014, principalmente devido à redução da taxa de juros de 6,5% para 3,4% ao ano, quando chegou a ofertar quase 750 mil vagas em 2014.

No período mencionado, o Fies ofertava financiamento de 100% do valor da mensalidade, não havia limite de vagas e os alunos poderiam aderir ao programa em qualquer época do ano. A partir de 2015, as regras foram alteradas: os alunos não teriam mais do financiamento de 100% das mensalidades, haveria um período específico para a realização das inscrições, as vagas eram limitadas e existiam requisitos de notas mínimas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). De 2014 a 2015, o número de contratos ofertados foi reduzido em, aproximadamente, 445 mil. A justificativa do Governo: inadimplência crescente e falta de recursos por parte do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

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Em três anos, de 2015 a 2018, a dívida do Fundo cresceu mais de 30 vezes, chegando a R$ 20 bilhões. Ainda de acordo com o FNDE, esse número pode triplicar nos próximos anos. Os alunos que estão com dívidas junto ao produto são, em sua maioria, estudantes com contratos firmados durante a antiga política do programa (2010-2015), que agora estão enfrentando obstáculos para pagar as parcelas, mesmo depois de 18 meses de carência, devido, sobretudo, a dificuldades relacionadas ao mercado de trabalho.

Mayara Keytty, 23, pós-graduanda em ortodontia, utilizou o Fies em sua graduação, concluída no segundo semestre de 2017. “Eu escolhi o Fies porque não queria esperar mais um ano para tentar conseguir vaga em uma universidade federal e porque eu não tinha condições para pagar uma universidade privada”, conta. O período de carência de Keytty termina em junho de 2019 e ela ainda não sabe como irá conseguir pagar as mensalidades, que chegam a R$ 700 mensais, devido a escassez de vagas no mercado de trabalho e a situação econômica delicada que o país está passando.

O jornalista Everton Galdino, 23 anos, também concluiu o curso superior no segundo semestre de 2017 e já encontra dificuldades para pagar as parcelas de amortecimento do juros do financiamento. “Tenho parcelas atrasadas. Desde que me formei não consegui emprego na área e passei a empreender online. Com o dinheiro de uma loja no Instagram, eu consigo pagar algumas parcelas”, revela.

Com o objetivo de ter a dívida de R$ 20 bilhões quitada, o FNDE anunciou, por meio de portaria, que os alunos inadimplentes, que assinaram contrato do Fies até o segundo semestre de 2017, teriam a oportunidade de negociar a dívida. A diminuição de vagas notada no período 2014-2015 e as novas exigências para os candidatos provocaram um blackout no programa, que em 2016 não conseguiu preencher nem 80% das vagas ofertadas. Essa redução no número de vagas fez com que as instituições de ensino superior privadas precisassem criar soluções e encontrar alternativas para manter um bom número de alunos.

Grandes grupos educacionais do país, em parte, seguindo os moldes norte-americanos, encontraram no crédito educativo uma alternativa economicamente viável para ambos lados - instituição e aluno -. O Educred, recurso criado pelo Grupo Ser Educacional para driblar essas dificuldades, pode ser considerado um desses exemplos. Para Luiz Paulo Bezerra, coordenador do Educred, o Fies não é mais tão vantajoso como era cinco anos atrás.

“Com o Fies, o aluno tem que pagar um boleto único composto pela parte não financiada, seguro prestamista e taxa administrativa. No Educred não existe isso. Aqui o aluno paga a parte não financiada diretamente à instituição. Por exemplo, a mensalidade custa R$ 1.000 e o aluno conseguiu 80% de financiamento: ele vai pagar apenas R$ 200 para a instituição. A conta é simples”, explica o coordenador.

O Educred já formou mais de 10 mil alunos em todo o país. Para quem é novato a plataforma oferece juros zero e só depois de um ano de estudos o aluno precisará apresentar um fiador, além de já ter 80% de financiamento das mensalidades garantido.

Muitos estudantes podem não perceber a diferença entre financiamento estudantil, como o caso do Fies, e crédito educativo, como no Educred. O financiamento estudantil é caracterizado, sobretudo, pelo suporte de uma instituição financeira, o que não acontece no crédito educativo já que não existe financiamento ou empréstimo proveniente de nenhuma parte.

De acordo com o economista e professor Ecio Costa, é importante é avaliar as opções disponíveis e pesquisar muito antes de fazer escolher. “O Fies só é ofertado a uma parcela da população que atende a critérios de renda e desempenho no Enem. Então, quem não cumpre com esses requisitos precisa recorrer ao mercado. Como muitas instituições oferecem crédito educativo, é importante para o estudante fazer uma pesquisa detalhada das opções, lembrando que, como estudante, é provável que ele não tenha renda.”

O economista recomenda, ainda, que os alunos sempre mantenham contato com as IES para não contratar um serviço que não caiba no seu orçamento. “É importante comparar a taxa de juros entre essas modalidades e também o prazo de pagamento. Também é interessante realizar simulações para saber o valor das parcelas, para que tudo se encaixe dentro do orçamento. Muitas vezes o problema é que os alunos se formam, não conseguem vaga no mercado de trabalho e acabam ficando com o nome sujo, com restrições, por não conseguirem cumprir com suas obrigações financeiras.”

Você pode conferir as instituições que possuem convênio com o Educred acessando o site da plataforma. No vídeo a seguir, Luiz Paulo Bezerra dá mais detalhes sobre o produto:

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