Tópicos | Bruno Fratus

Os nadadores brasileiros devem entender que a conquista de uma vaga olímpica é uma etapa da preparação, não o objetivo principal, e desenvolver uma mentalidade competitiva mais "feroz", como a dos americanos e australianos. Isso é o que Bruno Fratus, medalhista olímpico com bronze nos 50m livre em Tóquio-2020, vê quando olha o azul das piscinas nacionais. Para ajudar com algumas braçadas, o nadador de 33 anos assinou contrato com o Esporte Clube Pinheiros, seu clube de formação, depois de sete anos. Ele vai continuar morando nos EUA, mas fará treinos e competições pontuais no País.

"Temos atletas que treinam para se classificar - a gente romantiza e prioriza o índice -, mas a molecada se assusta nas competições principais. A mudança de mentalidade é o que mais me motiva dentro do maior clube formador olímpico do País. Quero começar a implantar essa mentalidade que o índice não é uma vitória, mas parte do processo", diz o nadador em entrevista exclusiva ao Estadão.

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Na visão do nadador, falta uma mentalidade mais feroz para o Brasil nos torneios internacionais. "A gente tem o talento dentro da água, na borda da piscina e a estrutura - a estrutura do Pinheiros é melhor do que tenho nos Estados Unidos -, mas falta um quê da mentalidade competitiva dos americanos e australianos de chegar lá fora para 'matar'", diz.

A volta de Fratus ao Brasil tem um asterisco. O nadador não voltará a treinar diariamente por aqui e vai continuar morando nos Estados Unidos. Sua rotina, portanto, não vai mudar. Ele continua tendo como treinadora a mulher Michelle Lenhardt. Ele virá ao Pinheiros para treinamentos pontuais e algumas competições. A reestreia de Bruno deve acontecer no Troféu Brasil, classificatório para o Mundial e Pan, entre os dias 30 de maio e 3 de junho, no Rio de Janeiro.

O cronograma ainda não está definido porque ele está se recuperando de uma cirurgia no ombro direito. Foi um procedimento para tratar uma antiga lesão a tempo de se recuperar para pensar nos torneios deste ano. O próximo Mundial está previsto para julho, em Fukuoka, no Japão. "O foco da temporada é resolver meu ombro. Se a recuperação fosse uma barra de download dos computadores, estou em 97%, quase lá. Preciso completar os 100%. Não estamos apressando nada. É perigoso apressar uma volta de cirurgia. Não tenho mais 19, 20 anos. Tudo tem de ser feito com mais cuidado. Menos testosterona e mais raciocínio", diz o dono de quatro medalhas em Mundiais (três pratas e um bronze) e sete em Jogos Pan-americanos (cinco de ouro e duas de prata).

Fratus voltou a sentir essa antiga lesão no Campeonato Mundial de Budapeste, a principal competição do ano passado. Depois de nadar as eliminatórias dos 50 metros nado livre em 21s71, o nadador sentiu uma dor no aquecimento. Na semifinal, empatou em oitavo lugar com 21s83 e ainda disputou o desempate nadando para 21.62 perdendo para o francês Maxime Grousset por três centésimos.

A exemplo do diagnóstico que faz sobre o momento atual da natação brasileira, Fratus está olhando lá na frente em sua própria trajetória pessoal. "O foco e o objetivo final são os Jogos de Paris, em 2024. Qualquer coisa que não sejam os Jogos Olímpicos é apenas parte do processo. Mundial e Pan, ganhamos medalha em todos esses eventos. Ficou acordado que o trabalho e foco seriam feitos para os Jogos, com o intuito de conseguir a medalha de ouro. Falta ganhar", afirma.

No último domingo (8), aconteceram os últimos compromissos do calendário de eventos da Olimpíada Tóquio 2020. Durante toda a edição, diversos atletas foram destaque, seja pela atuação acima da média ou pelas histórias de superação que os fizeram estar presentes na competição. Por conta disso, o LeiaJá selecionou os cinco melhores momentos da Olimpíada Tóquio 2020, que já estão marcados na história da competição.

De Guarulhos para o mundo

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A atleta guarulhense Rebeca Andrade foi uma das grandes sensações nesta edição da Olimpíada e mostrou não apenas ao Brasil, mas também para o mundo por quais motivos ela está entre as melhores ginastas. Após encantar os jurados e o público com sua performance baseada no hit “Baile de Favela”, na modalidade ginástica de solo, Rebeca recebeu a medalha de prata. Já a medalha de ouro, veio após sua performance na modalidade salto. Apesar de seu alto rendimento no esporte, antes de estar na competição, Rebeca precisou enfrentar três cirurgias no joelho e chegou a pensar em desistir do esporte.

Medalhista olímpico depois de quase 10 anos

O brasileiro Bruno Fratus participou pela terceira vez dos Jogos Olímpicos e representou o Brasil na modalidade 50 metros livre de natação. Em 2012, em Londres, Fratus chegou próximo do pódio, mas ficou apenas em 4° lugar. Já em 2016, quando as Olimpíadas aconteceram no Rio de Janeiro, o atleta não conseguiu melhorar seu desempenho e obteve a 6ª colocação, fato que gerou polêmica e se tornou meme, quando a jornalista questionou o atleta se o mesmo estava chateado com o resultado. “Não, estou ‘felizão’, fiquei em sexto”, respondeu ironicamente o atleta. Cinco anos depois, em Tóquio, Fratus realizou o terceiro melhor desempenho e finalmente conquistou a medalha de bronze.

Darlan Romani no arremesso de peso

Este foi um dos atletas que conquistaram o coração e o respeito dos brasileiros, sem ao menos ter ganhado uma medalha. Em Tóquio, Romani realizou sua melhor campanha e ficou a apenas 59 centímetros de conquistar a medalha de bronze, conquistando o 4° lugar no ranking final da modalidade arremesso de peso. Carismático, pediu para mandar um beijo para sua filha e esposa ao vivo e também viralizou na internet e nas redes sociais por conta dos vídeos que mostravam o atleta treinando em um terreno baldio próximo de sua residência. Por conta dessas condições de treino, Romani foi um campeão apenas por estar entre os melhores.

Saúde mental no esporte

A edição de Tóquio 2020 ficou marcada pelo ocorrido com a jovem norte-americana Simone Biles. Ao anunciar que iria desistir das finais em que estava classificada, a ginasta declarou que estava passando por momentos conturbados e precisava cuidar de sua saúde mental para continuar no esporte. O acontecimento com a atleta de 24 anos levantou uma bandeira e trouxe a questão à tona, sobre como atletas sofrem pressão psicológica por estar competindo em alto nível, e até onde vai o limite de um competidor. Nas redes sociais, diversos espectadores dos Jogos Olímpicos e atletas mostraram apoio à Simone.

Trio brasileiro na final de skate park

Na última semana da realização dos Jogos Olímpicos, os brasileiros Luiz Francisco, Pedro Barros e Pedro Quintas foram classificados para a fase final da modalidade skate park. E assim, o Brasil conseguiu provar que é um dos países responsáveis por produzir a elite do skate mundial, já que nas modalidades anteriores, no skate street, Kelvin Hoefler e Rayssa Leal “A Fadinha”, conquistaram a medalha de prata em suas respectivas finais. Apesar do trio na final, apenas Pedro Barros conseguiu ficar entre os três melhores e levou para casa a medalha de prata. Já Luiz Francisco ficou em 4° lugar e Pedro Quintas na 8ª colocação.

 

 

Candidato a conquistar medalha para o Brasil na Olimpíada de Tóquio, o nadador Bruno Fratus conquistou vaga na semifinal dos 50m livre, nesta sexta-feira (30), em Tóquio, ao vencer a oitava bateria com o tempo de 21s67, o quarto melhor nas eliminatórias.

No masculino, o melhor tempo do dia foi do norte-americano Caeleb Dressel, favorito ao ouro, com 21s32 na décima e última bateria. O francês Florent Manaudou (21s65) e o grego Kristian Gkolomeev (21s66) vieram na sequência.

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A semifinal dos 50 metros será nesta sexta-feira à noite, horário brasileiro. A primeira bateria começa às 21h11, enquanto a segunda às 21h16. Os oito melhores tempos passam para a final, marcada para sábado à noite, horário de Brasília, às 22h30.

"Gal Costa" fora da final

Nos 1.500 metros, Guilherme Costa ficou fora da final, ao completar sua eliminatória em 15min01s18, sexto tempo da série e 13ª colocação no geral. Já no revezamento 4x100 medley masculino, o quarteto brasileiro acabou desclassificado e ficou fora da final.

A natação brasileira conquistou três ouros e mais três medalhas nesta sexta-feira nas finais da natação nos Jogos Pan-Americanos de Lima. Os representantes do País venceram as disputas dos 50 metros livre com Bruno Fratus e Etiene Medeiros e a versão masculina do revezamento 4x200 metros livre.

Fratus confirmou o seu favoritismo nos 50m e venceu a prova com a marca de 21s61. O brasileiro, assim, superou os norte-americanos Nathan Adrian, prata com 21s87, e Michael Chadwick, bronze com 21s99. Já Pedro Spajari ficou na quinta posição, com 22s27.

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"Sensação boa. Não podia ser diferente. Vim aqui, estava devendo esse ouro dos 50m livre desde 2015. Tem sido uma competição pesada, vindo do Mundial, vindo de uma cirurgia. Então estou ansioso para dar uma descansada", disse Fratus, ao SporTV.

Etiene venceu a disputa feminina dos 50m livre em 24s88, sendo a única nadadora a completar a distância em menos de 25s. Ela deixou para trás as norte-americanas Margo Geer (25s03) e Madison Kennedy (25s14), que completaram o pódio. E Lorrane Ferreira foi a quarta colocada, com 25s52.

"Acho que a natação feminina tem muito o que crescer. Eu estou crescendo. Cada competição é diferente da outra. Quem era aquela menina em Guadalajara (no Pan de 2011) que ficava comendo chocolate todo dia e agora estou aqui conquistando outra medalha. Gostaria de ter feito um pouco mais forte, a gente que sabe que em nível mundial o buraco é mais embaixo. O Pan-Americano serve muito para a nossa carreira, mas não é tanto parâmetro. Agora é colocar a cara na água", disse Etiene.

Com direito a novo recorde do Pan - 7min10s66 -, o quarteto composto por Luiz Altamir, Fernando Scheffer, João de Lucca e Breno Corrêa levou o ouro no 4x200 metros livre. E teve a companhia no pódio dos Estados Unidos, segundo colocado, e do México, na terceira posição.

O Brasil também colocou dois nadadores no pódio dos 400m medley. Léo Santos foi o segundo colocado, com 4min19s41, com Brandonn Almeida na terceira posição, com 4min21s10. Já o ouro foi para o norte-americano Charles Swanson, que cravou 4min11s46.

O quarteto do Brasil composto por Aline da Silva Rodrigues, Larissa Oliveira, Manuella Lyrio e Gabriela Roncatto, foi o terceiro colocado no revezamento 4x200 metros livre feminino com a marca de 8min07s77, bem atrás das campeões norte-americanas, com 7min57s33, e da canadenses, que fizeram 7min59s16.

Já Fernanda de Goeij terminou na sétima posição na versão feminina dos 400m medley, em 4min50s83, sendo que a canadense Tessa Camille Cieplucha venceu a disputa em 4min39s90.

A natação do Brasil está garantida na disputa a prova do revezamento 4x200 metros livre nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020. A vaga foi obtida no fim da noite desta quinta-feira (25) (no horário de Brasília) com a classificação à final dessa disputa no Mundial de Esportes Aquáticos, que está sendo realizado em Gwangju, na Coreia do Sul.

O quarteto composto por Luiz Altamir, Breno Correia, João de Lucca e Fernando Scheffer cravou o tempo de 7min07s12, o sexto melhor das eliminatórias, que foram lideradas pela Itália, que fez 7min04s97. E a marca, além da classificação à final e da vaga olímpica, também representa um novo recorde sul-americano, que era de 7min09s71, tendo sido registrado pela seleção brasileira em 2009.

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A disputa por medalhas nos 4x200m livre será realizada nesta sexta-feira, na programação prevista para começar às 8 horas.

Também na próxima manhã, vão ser realizadas as semifinais dos 50m livre, com a presença de dois brasileiros: Bruno Fratus, que foi o quarto colocado nas eliminatórias, com 21s71, e Marcelo Chierighini, o décimo, com 22s03. Fratus foi superado pelo norte-americano Caeleb Dressel (21s49), pelo britânico Benjamin Proud (21s69) e pelo russo Vladimir Morozov (21s70).

Quem também participará das semifinais vai ser Vinicius Lanza. O brasileiro foi o sexto colocado nas eliminatórias dos 100m borboleta com a marca de 51s83. Dressel foi o melhor do qualificatório com o tempo de 50s28.

Já nos 800m livre, Viviane Jungblut fez apenas o 18º tempo das eliminatórias, com 8min42s52, não obtendo a vaga para final. A norte-americana Leah Smith liderou o qualificatório com o tempo de 8min17s23.

O nadador Bruno Fratus foi cortado nesta segunda-feira do Campeonato Pan-Pacífico, sua maior meta da temporada. O atleta deixou a equipe brasileira que competirá em Tóquio, no Japão, no próximo mês, em razão de uma lesão no ombro esquerdo. Ele será substituído por Iago Moussalem.

Fratus sofre com inflamações em dois tendões do ombro esquerdo, segundo a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA). O problema físico foi constatado após o nadador disputar uma série de competições - Circuito Mare Nostrum, o Torneio Sette Colli e o Aberto de Paris.

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De acordo com o médico Gustavo Maglioca, da CBDA, o atleta vai precisar entre três e quatro semanas de recuperação. Por isso, não teria condições de competir no Pan-Pacífico.

Junto de Fratus, o técnico Brett Hawke também foi cortado da equipe brasileira. O treinador André Luiz Ferreira será o seu substituto.

Em Tóquio, Fratus iria tentar defender a medalha de ouro obtida na prova dos 50 metros livre na edição passada do Pan-Pacífico, em Gold Coast, na Austrália, em 2014.

Medalhista de prata nos 50 metros livre e também no revezamento 4x100m livre no Mundial de Budapeste, no mês passado, Bruno Fratus confirmou a condição de quem vem se firmando como principal destaque da natação do Brasil hoje e também provou ser um dos maiores velocistas do planeta.

Na esteira do legado de glória de Cesar Cielo, campeão olímpico de Pequim-2008 e dono de vários títulos mundiais, o carioca de 28 anos ainda celebra seus últimos feitos e exalta o País pelo desempenho na Hungria, mas segue faminto por medalhas neste ciclo olímpico que visa principalmente os Jogos de Tóquio-2020.

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Em longa entrevista exclusiva ao Estado, concedida por telefone direto de Auburn, nos Estados Unidos, onde mora e treina desde 2013, Fratus revelou que no Mundial da Hungria pela primeira vez viu a seleção brasileira de natação verdadeiramente unida como um time, fato que ajudou a fazer o time nacional a ter uma "redenção" após não subir ao pódio por nenhuma vez na Olimpíada do Rio na modalidade.

Entre outras coisas, o velocista negou também projetar a meta de ocupar o lugar de Cielo como novo astro maior do País na natação, mas ao mesmo tempo disse que "aceitaria esse papel com a maior honra". Para completar, exibiu confiança ao afirmar que tem "absoluta certeza" de que pode quebrar o recorde mundial dos 50m livre, que Cielo estabeleceu em 2009 ainda nos tempos em que era permitido o uso dos trajes tecnológicos, proibidos a partir de 2010. "Trajes não existem mais, mas recordes estão aí para serem batidos".

Irreverente, Fratus ainda garantiu que continuará exibindo a personalidade forte que em algumas ocasiões lhe trouxe aborrecimentos e críticas, que não o farão deixar de seguir falando o que pensa ou agindo de forma autêntica. "Não tem coisa que me irrita mais do que o politicamente correto. Não esperem de mim que eu seja um personagem... Eu continuarei sendo como eu sou", disse. Confira a entrevista:

Quais motivos você aponta como os principais para a sua volta por cima após a decepção de não ter conseguido subir ao pódio na Olimpíada no Rio? Você qualificou a prata obtida nos 50m do Mundial como uma "redenção" depois de o Brasil também não ter alcançado nenhum pódio nos Jogos...

Antes de tudo, acho legal deixar claro uma coisa: foi uma decepção pessoal minha. Em termos de organização, foram os Jogos Olímpicos mais lindos que eu participei e já vi. Aquela final, com eu entrando no estádio olímpico (da natação) e todo mundo gritando meu nome, foi uma das coisas mais emocionantes que eu vivi até hoje. Nosso time de natação, apesar da falta de medalhas, teve um número muito maior, um recorde de finais e de semifinais em uma Olimpíada, foi uma evolução como um todo da natação brasileira... Com isso sendo dito, meu resultado, individualmente, baseado no que eu esperava, foi muito abaixo, isso me causou uma decepção muito grande. Apesar de ter sido algo que aconteceu porque eu não consegui me preparar como gostaria.

E como isso aconteceu?

Machuquei em fevereiro (de 2016) e fui me arrastando com uma lesão enquanto estava me preparando para os Jogos Olímpicos no Rio, que por ser no Brasil já tinha um peso emocional e psicológico muito grande, e eu ainda estava treinando para superar essa lesão a cada dia. Mas essa condição estava bastante adversa. Eu tenho pra mim, pelo próprio perfeccionismo que sempre tento buscar, que foi algo que pesou bastante e demorou bastante para ser superado. Para superar tudo isso, se eu fosse falar uma palavra só para isso eu diria 'vontade'. Uma coisa que o meu pai sempre me ensinou é que 'quem quer vai lá e faz'.

E quais foram os maiores obstáculos pra superar essas dificuldades e conquistar duas pratas no Mundial?

Não tendo o meu contrato renovado no início deste ano com o meu clube (na época o Pinheiros), que eu já defendia há dez anos (antes de passar a ser federado pelo Internacional de Regatas, de Santos), tudo empurrava para que eu desistisse. Hoje estou com 28 anos, já fui para duas Olimpíadas e antes destas pratas (nos 50 metros livre e no revezamento 4x100m do Mundial) eu já havia levado um bronze em um Mundial, mas eu ainda não me contentava e ainda hoje não me contento com o que alcancei. Tenho potencial para ganhar muito mais do que isso e minha vontade é de continuar me superando. Para isso vou para piscina para me matar nos treinos, na musculação, e saber usar bem o tempo de descanso para chegar bem nas competições.

E como foi subir ao pódio duas vezes no Mundial após a decepção no Rio, onde você chegou como um dos favoritos a conquistar medalha?

O real motivo para não ter conseguido o resultado que gostaria na Olimpíada foi uma lesão que eu tive nas costas e impediu que eu me preparasse da melhor forma. Em dezembro de 2015, fiz um tempo com o qual eu teria vencido a final dos 50m livre no Rio. Esse ano eu consegui de novo um tempo com o qual eu conseguiria ter ganhado o ouro nos Jogos Olímpicos. Meu corpo é que não estava colaborando.

A própria direção de natação da CBDA admite que houve uma cobrança muito grande sobre os nadadores por medalhas na última Olimpíada. Você se sentiu atrapalhado por esta pressão? E que peso teve para o seu sucesso e do próprio Brasil no Mundial a mudança da gestão da CBDA?

Eu gosto de pressão, da dificuldade da coisa, de ter gente forte nadando do meu lado. A gente sabe que tem bastante responsabilidade pelo apoio que recebemos da CBDA e dos patrocinadores. E o sucesso de nossa equipe é fruto de uma constância pelos últimos campeonatos. Você não pode julgar o sucesso por uma só competição, e essa geração tem feito muitas finais nestas últimas competições. É uma equipe que chegou a ganhar inúmeras medalhas e que no Mundial de Kazan chegou a liderar o quadro de medalhas. No Pan então o que acontece é uma chuva de medalhas do Brasil. É uma evolução sólida, e a gente tem tudo para ir cada vez melhor em Mundiais, Jogos Olímpicos, Pan-Pacíficos, Pan-Americanos e por aí vai.

E como foi ver o Brasil voltar a brilhar na natação após o escândalo de corrupção que provocou até a prisão de Coaracy Nunes, ex-presidente da CBDA, e de outros dirigentes?

A gente nadou um pouco com o coração na mão e precisava fazer algo para reanimar a natação brasileira. Tivemos de conviver com algumas incertezas. Em uma hora tínhamos o apoio dos Correios (patrocinador forte da CBDA), em outra não sabíamos se teríamos o apoio dos Correios, se iria ter seletiva ou não iria ter seletiva para o Mundial... E também é importante destacar que o COB deu um apoio incondicional para a gente e garantiu que poderíamos contar com o seu apoio quando a gente precisasse.

Renato Cordani, diretor de natação da CBDA, disse ao Estado que sentiu um clima de união nunca visto antes em uma seleção brasileira como o do último Mundial. Você acha que isso pesou para os bons resultados?

Todo mundo da administração da nova CBDA, o próprio Cordani, o senhor (Miguel) Cagnoni (presidente eleito neste ano), viu que toda essa situação recente gerou a necessidade de a seleção se unir como um time de verdade. E isso repercutiu muito bem. A nossa equipe do revezamento do 4x100m foi medalha de prata batendo o recorde sul-americano e com o Cesar Cielo quase batendo o recorde mundial dos 100m na parte que nadou para a nossa equipe. Foi a primeira vez que eu senti que a nossa seleção era de fato um time. Já participei de seleções em que cada um pensava em si, já participei de seleções com vários grupinhos, panelinhas, mas esse time de Budapeste era unificado, com um dando força para o outro. Posso estar enganado, mas esse time tem todos os melhores nadadores do Brasil em suas provas em todos os tempos. E seria um desperdício se a gente não conseguisse se ajudar e dar um pouco de força para o companheiro. Chegar ser até piegas falar isso (risos), mas é aquela coisa que justifica aquela velha frase que diz que a união faz a força.

Com essa união o Brasil chegou a duelar diretamente pelo ouro no revezamento 4x100m do Mundial com os EUA, grandes favoritos, e encerraram um jejum de pódios na prova que durava desde 1994 e veio como uma equipe que contava com nomes como Gustavo Borges e Fernando Scherer...

Não só encerramos o jejum como melhoramos o resultado, pois daquela vez o Brasil foi bronze e agora fomos prata. E nadamos lado a lado com o revezamento do Mundial com a equipe dos Estados Unidos, que são a maior potência da natação, e a atitude deles como um time, de união, é muito clara. Eles conseguem exalar isso, o sentimento de time, de unidade, de um nadando pelo outro. Seria um desperdício muito grande se não aprendêssemos com isso.

Você se considera pronto para assumir o lugar de Cesar Cielo como principal nadador do Brasil? Isso aumenta a pressão por resultados expressivos?

Eu não tenho pretensão nenhuma de ser o astro, de ser o cara que é 'o cara da natação'. Isso nunca foi meu objetivo. Mas, se é para ser esse cara, para ser o principal nome da natação, eu aceitaria esse papel como muita felicidade e bastante honra, mas nunca tive a pretensão de ser estrela. Antes de eu ser a estrela, penso primeiro em ajudar o Brasil a se tornar grande. Quem tem que ser visto como protagonista é o esporte, a natação, mas agora, se isso vai ser com Bruno Fratus, Leonardo de Deus, Joana Maranhão não importa. Isso é totalmente secundário.

Qual é o apoio que você passou a ter após o fim da gestão do Coaracy (na CBDA) e a entrada do novo presidente? Antes do último Mundial, a direção de natação da CBDA disse que os nadadores passaram a se sentir mais respaldados e a competirem sem uma cobrança exagerada que se viu, por exemplo, nos Jogos do Rio?

Eu não consigo falar da CBDA, pois não estou dentro da CBDA, mas eu e os outros atletas da seleção sentimos que há uma vontade muito grande da CBDA de trabalhar e evoluir. A gente sente deles a vontade de fazer bem para a natação e também de ajudar a base da natação, de fomentar a natação, de aumentar o número de praticantes no Brasil. O nosso potencial para poder criar grandes nadadores em águas abertas (para provas de maratona aquática) é uma coisa absurda, ao mesmo tempo em que a gente vê bastante criança talentosa nadando.

E como você vê este processo estando há alguns anos treinando e morando nos Estados Unidos?

A gente tem muito talento individual nos atletas, tem muitos técnicos, tem cientistas do esporte que trabalham no nosso País. A diferença entre Brasil e Estados Unidos é, em primeiro lugar, o número de praticantes, pois eles têm muito mais gente nadando hoje do que nós temos. E em segundo lugar a outra diferença é o número de piscinas, de centros de treinamento. Você cuidando bem da estrutura e ajudando a fomentar o esporte entre as crianças que estão em processo de formação, é meio caminho andado, pois o resto a gente já tem.

Você vem em uma grande temporada, com bons resultados desde antes do Mundial de Budapeste, onde confirmou a condição de um dos principais velocistas da natação hoje. Após este feito, até onde você acredita que pode chegar? É possível bater os recordes mundiais do Cielo, como por exemplo o dos 50m livre, então obtido em 2009 no fim da era dos trajes tecnológicos?

Com toda certeza, com certeza absoluta, é possível. Os tempos que foram feitos com os trajes de borracha são referências que a gente pode bater hoje em dia, mas não dá para ficando falando destes tempos porque a natação com trajes não existe mais. Hoje eu acredito que só existem os tempos (obtidos) sem trajes, o que me coloca como dono da terceira melhor marca da história nos 50m livre. Trajes não existem mais, mas recordes estão aí para serem batidos.

O sucesso no Mundial já lhe rendeu mais patrocinadores? O que mudou na sua vida desde então?

A única coisa que mudou na minha vida é que tenho duas medalhas na cabeceira da minha cama e tenho um monte de memórias incríveis daquele Mundial. Infelizmente a iniciativa privada no Brasil só começa a olhar para o esporte quando estão faltando seis meses para começar uma Olimpíada. Eu também não esperava que da noite para o dia eu fosse 'virar o Conor McGregor' (astro do MMA que já faturou milhões). Isso é uma coisa para você ter noção de não vai virar milionário com a natação. As melhores coisas que você pode tirar de uma situação dessa são as lembranças, como por exemplo quando consegui ver a minha esposa enquanto estava em cima do pódio. Tenho duas medalhas no criado mudo da minha cama e um dia vou poder virar para os atletas mais jovens e contar uma história sobre como foi conquistar isso.

Você acredita que o sucesso no Mundial significou uma recuperação do status do Brasil na natação, que ficou abalado com os fracassos na Olimpíada? Em que patamar você vê o Brasil hoje em relação às principais forças da natação?

Não tenho certeza total sobre isso, mas acho que o Brasil é hoje um dos países Top 10 do mundo. Não gosto desta palavra status, que é uma coisa que a mídia gosta de dizer, mas o reconhecimento vem com os resultados. Se você quer reconhecimento, você tem que ter resultado. E a Olimpíada no Rio não foi nenhuma mancha na história da natação brasileira, uma vez que também alcançamos várias finais e semifinais naquela competição no ano passado.

Já dá pra projetar como o Brasil poderá chegar a Tóquio-2020 na luta por medalhas? O que você já mira como principais objetivos pessoais para a próxima Olimpíada? É possível pensar em resultados expressivos também nos 100m livre?

Estou bastante confiante para os próximos anos, não posso dizer se vou ter ou não medalha, mas eu vejo que este último Mundial foi um sinal extremamente positivo não só para mim, mas para a natação do Brasil. Eu com certeza estarei sempre lutando para estar no revezamento 4x100m livre, que é um prova em que o Brasil tem bastante potencial, em que a gente pode ter bastante sucesso. Com certeza os 50m livre é a minha prova principal. E também tenho que estar nadando os 100m livre até para poder fazer parte do revezamento, mas para pensar em medalhas individualmente será preciso analisar ano a ano e ver como é que as coisas vão indo.

Após a medalha de prata no Mundial, em uma final que teve a presença do Cielo, você o exaltou como o maior velocista de todos os tempos e ressaltou que ele deixou um inabalável legado, mas Cielo ainda está na luta para poder reeditar os seus melhores momentos após a decepção de ficar fora da Olimpíada e encarar uma fase ruim de sua carreira. Você acha que ele ainda é capaz de lutar de igual para igual com os principais nomes da atualidade ou até almejar uma medalha olímpica nos 50m ou nos 100m em Tóquio?

Eu não gosto muito de falar em fases, eu acho que essa volta dele no Mundial já foi extremamente positiva. Todo mundo é humano e passa por altos e baixos. O próprio Usain Bolt deu uma demonstração disso (agora no último Mundial de Atletismo). O que diferencia os atletas é a capacidade de voltar de baixo, como o Cielo fez. Ele se mostrou forte. O fato de ter voltado de uma fase difícil desse jeito, voltando a fazer uma final, ajudando o Brasil a conquistar uma prata em um revezamento já pode ser considerado um grande sucesso. E eu reitero o que disse antes: o esporte tem o reconhecimento que o resultado traz, e o Cesar fez a natação a crescer como um todo.

Falando sobre os seus últimos períodos de preparação e nos próximos que virão, no que você conseguiu melhorar técnica e fisicamente e no que acha que precisa evoluir para conseguir feitos ainda mais expressivos neste ciclo olímpico?

Não tem nada pontual que eu precise melhorar. Vou continuar analisando as provas, e continuar essa evolução constante nesta base diária de treinamentos. Tudo deve ser gradual.

Você terá 31 anos quando competir em Tóquio-2020. Isso é um obstáculo a mais a superar diante da nova e forte geração de velocistas?

Acho que a idade não traz esse obstáculo hoje em dia. Na evolução dos treinamentos que temos hoje, você consegue ter picos no momento certo. Não adiantar ser um homem de 30 anos e querer treinar como um garoto de 17, assim como não adianta ter 17, se matar de treinar e depois não conseguir atingir o melhor desempenho nas competições.

Quem você aponta como os principais nadadores ou os mais promissores do Brasil atualmente?

O Vinicius Lanza é um nome e fiquei muito feliz com os resultados dele. Também fiquei animado com o Pedro Cardona na prova dos 100m peito (que ele venceu na semana passada no Troféu José Finkel). Ele tem tudo que precisa para estar presente nos Jogos de Tóquio. Vejo também a evolução do Brandonn (de Almeida, que aos 18 anos levou um ouro e um bronze no Pan de 2015). E um moleque que treina pesado e é muito legal ver ele treinando...

Muitas vezes você foi alvo de críticas por causa da sua personalidade forte, que colaborou para declarações polêmicas como por exemplo quando se irritou com uma repórter que lhe perguntou se ele estava triste após a final olímpica dos 50m dos Jogos do Rio. Você tem tentado controlar esses impulsos ou tem sido orientado na parte psicológica para não deixar que a mesma possa atrapalhar o seu desempenho nas competições?

Eu recebi bastante crítica, e bastante crítica em rede social. Tem dia que eu falava para minha esposa, Michele (Lenhardt, ex-nadadora), que se eu saísse na rua iria apanhar (risos). Mas não tem coisa que me irrita mais do que o politicamente correto. Com certeza eu não poderia ter respondido para ela (repórter do SporTV, Karen Duarte) daquele jeito (ao ironizar dizendo que estava 'felizão' com o sexto lugar na final dos 50m), mas sou humano, estava de cabeça de quente e dei uma resposta mal criada. Com certeza tento tomar o maior cuidado do mundo para não tratar as pessoas de forma rude, mas aquele foi um episódio isolado, não tenho vergonha nenhuma do jeito que eu sou. Não esperem de mim que eu seja um personagem, não vou ficar pagando de 'garoto Capricho' para servir como modelo de comportamento para os outros. Eu continuarei sendo como eu sou.

Bruno Fratus comprovou na manhã desta sexta-feira, em Budapeste, que vive um grande momento ao liderar a forte primeira bateria eliminatória dos 50 metros livre da natação do Mundial de Esportes Aquáticos. O brasileiro cravou o tempo de 21s51 para ser o mais rápido dos 16 nadadores que avançaram às semifinais da prova, fase para a qual o seu compatriota Cesar Cielo conquistou vaga com a nona marca, de 21s99, terminando empatado com o norte-americano Nathan Adrian, que também cronometrou 21s99 nesta qualificação na Hungria.

Medalhista de bronze no Mundial de 2015, em Kazan, na Rússia, Fratus já ajudou o Brasil a conquistar nesta edição da competição a expressiva prata no revezamento 4x100m livre, no qual foi o último nadador brasileiro a cair na piscina e chegou a lutar diretamente pelo ouro na prova vencida pelo quarteto dos Estados Unidos.

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"Estou de volta! Que bom. O tempo é o de menos. Num campeonato mundial forte como esse, o tempo é o de menos. Eu nadei tudo o que eu tinha esta manhã e foi bem legal. A gente fica velho, mas ansiedade sempre tem um pouquinho, ela sempre vem e a campanha que a gente está fazendo neste Mundial só dá mais força pra gente", comemorou Fratus após liderar as eliminatórias dos 50m livre.

Ao cronometrar 21s51, o brasileiro conseguiu boa vantagem sobre o segundo mais rápido que avançou às semifinais, que foi o norte-americano Caeleb Remel Dressel, com 21s61, enquanto a terceira posição foi obtida pelo grego Kristian Gkolomeev, que terminou o seu tiro de 50 metros em 21s69.

Essa foi também a melhor marca de Fratus na temporada nesta prova, na qual até então ele tinha como tempo mais veloz os 21s70 obtidas no Troféu Maria Lenk, no Rio, em maio, na seletiva para o Mundial de Budapeste. Os 21s51 marcados por ele ainda o fez superar com folgas o russo Vladimir Morozov, outro candidato ao ouro na Hungria, que terminou esta eliminatória na quarta posição geral, com 21s72.

Cielo, por sua vez, não ficou decepcionado por ter avançado apenas com o nono lugar, pois admitiu que se poupou um pouco visando as semifinais da prova, que já serão realizadas no início da tarde desta sexta (no horário de Brasília). Dono do recorde do mundo dos 50m livre até hoje, depois de ter estabelecido a marca de 20s91 em dezembro de 2009, Cielo também é detentor do recorde da história dos Mundiais, quando ele faturou o ouro em Roma, também em 2009, com o tempo de 21s08.

"Foi bom para manhã. O importante era entrar na semifinal. Acho que fiz um prova relativamente boa, tecnicamente, deu para "tirar o pé" no final, respirar. Para mim é difícil desenvolver muita coisa às 9h30 da manhã (no horário local). Hoje à tarde tenho que trazer uma prova mais explosiva, desde o começo, segurar o pulmão até o final e acelerar na chegada. Acho que 21s7 deve fechar (os tempos necessários para avançar para) a final, então estou mirando 21s70. Com 21s69, tenho quase certeza de que vou estar dentro, então vou mirar essas sextas marcas para depender mais de mim do que do resto da galera. Acho que isso vai ser suficiente para a final", afirmou Cielo, campeão olímpico em Pequim-2008 e bronze em Londres-2012, que também destacou o peso que teve a prata no revezamento 4x100m deu para os nadadores do Brasil.

"O revezamento no primeiro dia incendiou todo mundo e espero que a gente continue nessa pegada, até o final, até o 'reve' de medley, que é a última prova, para ver se a gente tira mais umas medalhas", projetou.

HENRIQUE MARTINS TAMBÉM AVANÇA - Em outra eliminatória realizada nesta sexta-feira, o brasileiro Henrique Martins se classificou às semifinais dos 100 metros borboleta com o oitavo melhor tempo da classificação geral. Ele, que também foi finalista da prova dos 50m do mesmo estilo neste Mundial, marcou 51s48 e com isso também cairá na piscina na próxima tarde para buscar uma vaga em mais uma decisão por medalhas.

O líder destas eliminatórias dos 100m borboleta foi o norte-americano Remel Caeleb Dressel, com o tempo de 50s08, enquanto outros grandes nomes da atualidade também foram às semifinais, como o sul-africano Chad le Clos (6º com 51s28), o francês Mehdy Metella (7º com 51s46) e o húngaro Laszlo Cseh (10º com 51s55).

"Foi o meu melhor tempo. Agora é tentar colar no ritmo dele (Dressel), corrigir esse finalzinho, no qual cansei um pouco, e buscar 51 (segundos) baixo, porque se sair 51 baixinho dá para entrar na final. É um passo de cada vez, hoje tá valendo tudo para entrar na final. Se entrar na final, o foco mais importante será esse. O nosso revezamento tem grandes chances, mas é só no domingo", disse Henrique Martins.

Bruno Fratus foi mais rápido do que Cesar Cielo nas eliminatórias do Troféu Maria Lenk dos 50 metros livre, disputadas neste sábado, no Rio. O nadador do Internacional de Regatas avançou para a final com o tempo de 21s83, enquanto que o atleta do Pinheiros fez o tempo de 21s87. As finais da competição começam às 19h.

Os dois foram os únicos a nadar a distância abaixo dos 22s nas eliminatórias. Cielo comemorou a marca, que considerou inesperada. Desde dezembro de 2014 que o campeão olímpico em Pequim-2008 não conseguia ser tão rápido.

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"Está melhor do que imaginei. Dormi uma da manhã ontem. Minha sensação era que ia sair 22s06 porque estava me sentindo muito sonolento. Fui fazer antidoping antes de voltar para o hotel, então estou com o sistema nervoso um pouco devagar. Foi bom. Não nadava pra 21s8 desde 2014. Hoje à noite tem que baixar um pouco. Acho que é questão de concentrar. Ficaria bem feliz com 21s7 ou 6", disse Cielo.

Fratus também saiu satisfeito, mas sabe que precisa melhorar para vencer a final. "Não tenho lembrança de ter nadado 21s8 de manhã. Mas esse tempo não entra nem entre os oito melhores índices técnicos. Então tem que baixar bastante", comentou.

A competição é a última seletiva para o Mundial de Natação, que ocorrerá em Budapeste, na Hungria, entre 14 e 30 de julho. Cielo e Fratus ainda não estão garantidos na competição. A Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos deve levar ao menos oito atletas e o critério para a vaga será divulgado apenas em 11 de maio. Provavelmente será baseado no ranking da Federação Internacional de Natação que compara todas as provas. A pontuação dada ao atleta vai de acordo com a proximidade de seu tempo em relação ao recorde mundial.

Etiene Medeiros, do Sesi-SP, fez o melhor tempo nos 50m, ao nadar em 24s78, com uma marca próxima do próprio recorde sul-americano feito ano passado, em 24s45. Na sexta-feira, ela passou mal e ficou de fora das provas.

"Estou me sentindo bem melhor e consegui o que esperava para as eliminatórias, nadar na casa do 24s7. Sempre tive esta característica de nadar forte desde o início, e agora, melhor de saúde, deu pra fazer. O quadro principal sempre é o mental, mas quando não estamos bem fica em cerca de 70%. Agora já subiu pra uns 98% em relação ao quadro físico. Mas quero abaixar o tempo na final", comentou Etiene.

Nas eliminatórias dos 200m peito, os melhores tempos foram de Macarena Ceballos, com 2min33s54, e Thiago Simon, com 2min14s09. Carolina Bilich liderou as séries lentas dos 800m com 8min53s72, enquanto Leonardo de Deus, com 15min25s50, foi o melhor das séries lentas dos 1.500m.

Os donos dos melhores resultados brasileiros na natação dos Jogos Olímpicos do Rio-2016 são também aqueles que agora sofrem na pele as consequências do fracasso coletivo. Bruno Fratus, Thiago Pereira, Felipe França e Leonardo de Deus estão entre os nadadores que não tiveram contratos renovados pelos seus clubes na virada do ano. Desses, só Léo de Deus achou uma nova casa, a Unisanta, porque aceitou um corte salarial. Os demais convivem com o fantasma do desemprego.

A conjuntura econômica e o fracasso da natação brasileira no Rio-2016 fizeram o orçamento das três grandes equipes do País ser reduzido para o próximo ciclo olímpico. Com o cobertor mais curto, Pinheiros, Minas Tênis e Corinthians baixaram o teto salarial, atingindo os mais bem remunerados. Cesar Cielo, Thiago Pereira, Felipe Lima (todos do Minas), Leonardo de Deus, Thiago Simon, Felipe França (do Corinthians), Bruno Fratus, Henrique Rodrigues, João de Lucca e Joanna Maranhão (do Pinheiros) estão entre os que não tiveram contratos renovados.

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Joanna, Leonardo e Thiago Simon acertaram com a Unisanta, única equipe que ampliou investimentos no novo ciclo - também a única que ganhou medalha no Rio, com Poliana Okimoto, na maratona aquática. Henrique Rodrigues topou ganhar menos no Sesi-SP, que manteve Etiene Medeiros. Os demais estão desempregados e com mercado reduzidíssimo.

O Corinthians, por exemplo, pagava até R$ 20 mil a um nadador de ponta. Hoje, tem orçamento total na casa de R$ 25 mil por mês. Em nota, Oldano Carvalho, diretor de Esportes Aquáticos do clube, disse apenas que o Corinthians está "se reposicionando" e que não pretende deixar de formar atletas.

No Pinheiros, os cortes atingiram até Bruno Fratus, prata no Mundial de Kazan, na Rússia, em 2015. Ele reclama por não ter sido nem chamado para conversar. "Achei esquisito depois de 10 anos de clube e inúmeras conquistas, uma história toda dentro do clube, ser apenas avisado que não renovariam o meu contrato. Depois de 10 anos dando o sangue pelo clube, ser descartado deixa um gosto amargo", lamentou o nadador, sexto nos 50 metros livre no Rio.

Ele treina nos Estados Unidos e costuma voltar ao Brasil só para competir pelo Pinheiros. O clube não tem mais interesse neste tipo de relação. "Optamos por não renovar com alguns atletas, por vários motivos, sendo o principal deles o de concentrar os maiores investimentos no grupo que está treinando na sede do clube, em São Paulo e ajudando na formação das novas gerações", explicou Alberto Silva, o Albertinho, supervisor técnico do Pinheiros.

Por causa desta nova diretriz, João de Lucca também não teve seu contrato renovado, assim como Joanna Maranhão, agora casada com o judoca Luciano Corrêa, do Minas. Ela fechou com a Unisanta, mas treinará em Belo Horizonte.

A diretriz é a mesma no Minas Tênis Clube, pelo que explica Hélio Lipiani, novo diretor de natação. "O atleta tem que estar treinando com a gente. Não queremos mais atleta que venha para nadar na competição e ir embora", disse. Apesar de Thiago Pereira ter voltado ao Brasil de mala e cuia depois de longo período morando e treinando nos Estados Unidos, o medalhista olímpico sequer foi procurado para renovar contrato. Até Cesar Cielo, que ainda não decidiu se para ou se continua na natação de competição, foi embora sem que o Minas lamentasse.

O cenário para nomes como Thiago, Fratus, França e Felipe Lima é incerto. "Tenho tentado diálogo com alguns clubes, mas o cenário não está animador", admitiu Fratus.

O nadador brasileiro Bruno Fratus garantiu vaga na final dos 50 m nado livre dos Jogos do Rio, nessa quinta-feira (11), ao obter o sexto melhor tempo entre os semifinalistas, enquanto Ítalo Duarte Manzine ficou pelo caminho.

Os dois brasileiros nadaram na segunda bateria e Fratus chegou em quarto, empatado com o lituano Simonas Bilis, que bateu exatamente ao mesmo tempo, com tempo de 21.71.

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Já Ítalo, que tirou César Cielo dos Jogos ao derrotá-lo na seletiva, ficou em último da bateria, com o 15º tempo geral (22.05).

O mais rápido entre os semifinalistas foi o francês Florent Manaudou, atual campeão olímpico, que estabeleceu a melhor marca do ano (21.32).

O russo Vladimir Morosov, que foi repescado de última hora pelo Tribunal Arbitral do esporte (TAS) depois de ser banido por conta do escândalo de doping no seu país, foi eliminado por ter apenas o décimo melhor tempo (21.88).

Alguns dos melhores velocistas do mundo caíram na piscina no sábado à noite, nos Estados Unidos, em duas competições paralelas: uma em Atlanta, outra em Charlotte. Pela proximidade, os brasileiros que treinam em Auburn foram para a Geórgia. Lá, Marcelo Chierighini ganhou prata nos 50m livre, seguido por Bruno Fratus.

Só Fratus estará nesta prova no Rio-2016, como favorito. Em Atlanta, entretanto, apenas faz sua primeira competição de preparação para a Olimpíada. O brasileiro nadou a prova em 22s40 nas eliminatórias e em 22s53 na final, um segundo mais lento do que fez no Mundial de Kazan (Rússia), ano passado, para ganhar bronze.

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Prata naquela competição, o norte-americano Nathan Adrian ganhou o ouro em Atlanta, sendo o único a nadar na casa de 21 segundos: 21s93. Ele tem 21s69 na temporada, dividindo o quarto lugar do ranking mundial, logo à frente do 21s74 de Fratus no Maria Lenk.

Chierighini, que estará nos 100m livre no Rio-2016, fez bom tempo de 22s29 para ficar com a prata, aproximando-se das melhores marcas da carreira nessa distância. Revelação dos EUA, Caeleb Dressel completou em quarto.

Em Charlotte saiu outro sub-22, de Anthony Ervin, forte candidato a ser o segundo americano na prova no Rio-2016. O pódio ainda teve o canadense Santo Condorelli (22s15) e o também norte-americano Josh Schneider (22s16).

O brasileiro João de Lucca nadou a final B e completou em 23s07. Na sexta-feira à noite, ele já havia ficado em sexto nos 200m livre, prova que vai nadar na Olimpíada. Fez o tempo de 1min49s54.

A Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) fez a parte dela ao convocar força máxima para compor a seleção de natação no Sul-Americano, que vai ocorrer entre 29 de março e 3 de abril, em Assunção. Deu aos nadadores, entretanto, a opção de recusarem a convocação. No total, 11 dos convocados pediram dispensa, entre eles Bruno Fratus e Matheus Santana.

Ao anunciar a lista inicial com 28 convocados (14 mulheres e 14 homens), a CBDA relacionou os atletas com melhores índices técnicos no Torneio Open, realizado em Palhoça (SC), em dezembro. Dos principais nomes da natação brasileira, deixou de fora só Cesar Cielo e Thiago Pereira, que sequer nadaram o Open - Thiago fez índice olímpico no Brasileiro Sênior, realizado de forma concomitante, enquanto Cielo foi mal nos 100m livre e nem se classificou ao Open.

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A entidade, porém, deu aos atletas a possibilidade de solicitarem dispensa. Boa parte deles optou por não nadar em Assunção, uma vez que o Sul-Americano vai terminar 12 dias antes do início do Troféu Maria Lenk, segunda e última seletiva para os Jogos Olímpicos do Rio-2016.

A cidade paraguaia tem clima muito mais frio do que do Rio e, na natação, é inviável atingir o ápice da performance duas vezes seguidas num intervalo de 15 dias.

Priorizando o Maria Lenk pediram dispensa: Bruno Fratus, Daniel Orzechowski, Felipe Lima, João Luiz Gomes Jr, Luiz Rogério Arapiraca, Matheus Santana, Nicholas Santos e Thiago Simon. Por outro lado, nomes importantes como Felipe França, Brandonn Pierry, Henrique Rodrigues e Leonardo de Deus foram mantidos na lista.

A nova convocação da CBDA traz com novidades os jovens Giovanny Lima (do Sesi-SP)

Ícaro Ludgero (Fluminense), Pedro Cardona e Pedro Spajari (ambos do Pinheiros). Quem também volta à seleção é Lucas Salatta.

Entre as mulheres, só Ana Carla Carvalho, Jhennifer Conceição e Maria Paula Heitmann pediram dispensa. Darão lugar a Nathália Almeida (Flamengo), Gabriela Rocha (Corinthians) e Gabriella Mello (Corinthians). A equipe terá, entre outras, Joanna Maranhão, Etiene Medeiros e Gracielle Herrmann. Larissa Oliveira é o grande desfalque.

O último dia da etapa de Dubai da Copa do Mundo, organizada pela Federação Internacional de Natação, foi de vitória para Bruno Fratus. Neste sábado, o brasileiro venceu a prova dos 50 metros livre ao registrar o tempo de 22s05.

A marca foi suficiente para levar Fratus a superar o sul-africano Chad Le Clos, que marcou 22s22. Além disso, garantiu ao brasileiro a sua segunda medalha de ouro na Copa do Mundo, pois ele também venceu esta prova em Doha, mas com um tempo mais alto - 22s28 -, na última terça-feira. O pódio neste sábado foi completado pelo norte-americano Anthony Ervin, com 22s27.

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O encerramento da etapa de Dubai também confirmou a coroação do sul-africano Cameron Van der Burgh e da húngara Katinka Hosszu com rei e rainha da temporada 2015. Neste sábado, Van der Burgh foi ouro nos 100 metros peito. O sul-africano já havia sido coroado nas edições de 2008 e 2009 da Copa do Mundo. E ele terminou esta edição da competição com 15 ouros.

Hosszu, por sua vez, venceu as provas dos 400 metros medley e ficou em segundo lugar nos 100m livre, nos 100m costas e nos 400m livre. Mas o seu domínio da Copa do Mundo é ainda impressionante, tanto que já havia sido coroada como rainha em 2012, 2013 e 2014. Além disso, a estrela húngara terminou a temporada da Copa do Mundo com um total de 30 medalhas de ouro.

Bruno Fratus dominou os 50 metros livre do Troféu Finkel de Natação, nesta quarta-feira, na piscina do Pinheiros, em São Paulo. Com 21s89, 10 centésimos mais baixo do que fizera nas eliminatórias da manhã, o nadador do Pinheiros-SP ficou 25 centésimos à frente do segundo colocado, Ítalo Duarte, do Minas Tênis Clube-MG (22s14). Matheus Santana terminou em terceiro com 22s22.

Do time que foi ao Mundial de Kazan, na Rússia, Marcelo Chierighini, do Pinheiros, pegou o quarto lugar (22s29), enquanto que Nicholas Santos foi o melhor da final B (22s57), acabando no 9.º lugar geral. Com este tempo, teria sido o sétimo na final A.

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"Foi bom nadar pra 21 segundos duas vezes no dia. Isto dá uma sensação boa, dá confiança e mostra que estou no caminho certo. Estou feliz em ganhar e somar bastante pontos pro Pinheiros", resumiu Bruno Fratus.

Etiene Medeiros mandou bem mais uma vez. A nadadora do Sesi-SP marcou 25s18 em sua vitória nos 50 metros livre. Graciele Herrmann, do Grêmio Náutico União-RS, terminou em segundo (25s25) e Lorrane Ferreira, do Minas Tênis, ficou com o bronze com 25s42. "Estou muito feliz, está sendo muito rápido as coisas. Queria nadar na casa dos 24 segundos pra manter uma frequência, mas apesar de nem estar perto do meu melhor tempo (24s55, recorde sul-americano), foi bom".

Joanna Maranhão confirmou o favoritismo e venceu os 400 metros medley com facilidade. A pernambucana marcou 4min43s35, com Florencia Perotti, do Grêmio Náutico União (4min51s05), e Gabriela Mello, do Corinthians-SP (4min56s12), completando o pódio.

Nos 800 metros livre feminino, a australiana Leah Neale, do Minas Tênis, venceu com direito a recorde de campeonato: 8min38s31. A marca anterior era da brasileira Poliana Okimoto, quando ainda nadava pelo Pinheiros em 2009 (8min40s05). Poliana, agora na Unisanta-SP, conquistou a prata com 8min42s19. E Viviane Jungblut, do Grêmio Náutico União, ficou com o bronze (8min48s08).

Especialista nos 50m metros livre, Bruno Fratus não costuma nadar provas de 100m livre. Mas, menos de uma hora depois de ganhar o bronze no Mundial de Kazan na distância mais curta, ele aceitou o desafio de ajudar o revezamento 4x100m livre misto do Brasil. A equipe terminou apenas em quinto, mas o resultado individual do velocista é excelente para o País.

Afinal, Fratus baixou a casa de 48 segundos na sua parcial lançada, fazendo 47s83, mesmo cansado. E a avaliação é que o Brasil só não chegou ao pódio no 4x100m livre masculino em Kazan, essa sim prova olímpica, porque nenhum atleta foi capaz de quebrar tal barreira. O próprio Fratus fez 48s08.

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Se o sexto lugar no 4x100m livre misto pouco importa, a evolução do 4x100m livre masculino é importante porque o Brasil tem chances reais de conquistar medalha nessa prova nos Jogos Olímpicos do Rio. Também conta, afinal, com Cesar Cielo (recordista mundial, que deixou o Mundial machucado), Matheus Santana (recordista mundial júnior) e Marcelo Chierighini (quinto colocado do Mundial nos 100m livre).

Na final do revezamento misto, Fratus entregou em quarto, mas o Brasil perdeu posições quando Larissa Oliveira e Daynara de Paula caíram na água, terminando em sexto. Chierighini preferiu não nadar, poupando-se para o revezamento 4x100m medley, cuja eliminatória será no domingo pela manhã. O Brasil precisa ser Top 12 para se classificar para a Olimpíada. O mesmo vale para o feminino, mas Daynara de Paula (nada o borboleta) e Larissa Oliveira (o crawl) optaram por participar da prova mista.

O título da prova ficou com os Estados Unidos de Ryan Lochte, Nathan Adrian, Simone Manuel e Missy Franklin. Lochte alcançou sua 17.ª medalha de ouro em Mundiais de Piscina Longa, a 26.ª no total. Contando também Mundiais de Piscina Curta, já são 64 medalhas, além de 11 olímpicas.

OUTRAS PROVAS - Estrela do Mundial de Barcelona, quando ganhou seis medalhas de ouro, Missy Franklin vai deixar Kazan sem nenhuma conquista individual. Campeã nos revezamentos 4x100m medley e 4x100m livre misto em Kazan, ela falhou também nos 200m costas, prova em que é campeã olímpica.

A norte-americana de 20 anos ficou com a prata, superada por Emily Seebohm, da Austrália, que bateu o recorde da Oceania: 2min05s81. Franklin fez 2min06s34, enquanto Katinka Hosszu, da Hungria, ficou com o bronze: 2min06s84. Daria Ustinova, da Rússia, em quarto, bateu o recorde mundial júnior.

Nos 100m borboleta masculino, também caíram dois recordes. O africano, com o campeão Chad Le Clos, da África do Sul, que venceu com 50s56, e o a Ásia, superado por Joseph Schooling, de Cingapura, medalhista de bronze (50s96). O húngaro Laszlo Cseh faturou a prata (50s87) e se tornou o primeiro atleta da história a ir ao pódio nas três provas de nado borboleta em uma mesma edição do Mundial - venceu os 200m e foi bronze nos 50m. Assim, chegou a 12 medalhas em Mundiais, todas em provas individuais.

Mesmo com Cesar Cielo machucado, o Brasil foi ao pódio dos 50m livre em Campeonatos Mundiais pela quarta vez seguida. Bruno Fratus tinha tudo para ganhar a prata, mas errou a chegada e acabou com o bronze em Kazan (Rússia), neste sábado. De qualquer forma, o carioca de 26 anos conquistou sua primeira medalha em grandes eventos.

Campeão olímpico, o francês Florent Manaudou sobrou. Teve melhor tempo de reação, foi o melhor na parte submersa e ampliou a vantagem no nado. Venceu com 21s19 e se tornou o primeiro a baixar de 21s3 desde a proibição dos chamados super-maiôs, autorizados até o fim da temporada 2009.

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A briga, assim, ficou pelas medalhas de prata e bronze. Fratus sabia que disputaria posição com o norte-americano Nathan Adrian e com o russo Vladimir Morozov. E foi isso que aconteceu. O brasileiro chegou à última braçada à frente dos rivais, mas alongou demais a chegada e acabou ultrapassado.

Fratus marcou 21s55, contra 21s52 de Adrian (que havia feito 21s41 na semifinal). Morozov chegou apenas 0s01 atrás do brasileiro, com 21s56. A prova, vale destacar, contou com todos os melhores do mundo, com exceção apenas de Cielo, que desde 2012 consegue nadar na casa de 21s3 todos os anos.

O bronze faz de Fratus o quarto nadador brasileiro desta geração a subir ao pódio em grandes eventos (Mundial e Olimpíada) em provas olímpicas, unindo-se a Cesar Cielo (sete medalhas), Thiago Pereira (quatro) e Felipe Lima (bronze nos 100m peito em 2013).

Agora atleta de Auburn (onde Cesar Cielo fez universidade), Fratus vinha seguidamente batendo na trave. Foi o mais rápido da semifinal do Mundial de 2011, mas ficou em quinto na final. Nos Jogos Olímpicos de Londres, perdeu o bronze para Cielo por 0s02. Agora, entretanto, ganha moral para brigar por medalha em casa no Rio-2016.

Mesmo com seu maior nadador de todos os tempos em má fase e machucado, o Brasil já ganhou quatro medalhas em Kazan. Havia sido prata com Thiago Pereira (200m medley), Etiene Medeiros (50m costas) e Nicholas Oliveira (50m borboleta). Essas últimas duas provas, entretanto, não fazem parte do programa olímpico.

Apesar da ausência do tricampeão mundial Cesar Cielo, a semifinal dos 50m livre no Mundial de Kazan (Rússia), nesta sexta-feira, foi bastante forte. Sete atletas nadaram na casa de 21 segundos, com destaque para o norte-americano Nathan Adrian, que bateu o recorde nacional dos EUA, com 21s37. Bruno Fratus também foi bem, avançando com o terceiro tempo.

O brasileiro completou a semifinal em 21s60, baixando em 0s01 a marca que lhe deu o quarto lugar nos Jogos Olímpicos de Londres. Fratus terminou como segundo da bateria, atrás do francês Florent Manaudou, que chegou a Kazan como amplo favorito na prova. Na semifinal, o europeu fez 21s41.

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A melhor marca das eliminatórias, entretanto, foi do surpreendente Nathan Adrian, que baixou o recorde norte-americano que durava desde 2009, ainda na época dos trajes tecnológicos. Até então, só Cielo e Manaudou haviam nadado na casa de 21s3 desde a proibição dos maiôs.

Fratus, que tem 21s41 como melhor tempo deste ciclo olímpico, é um dos fortes candidatos a uma medalha inédita na final de sábado. Terá como adversários também o italiano Marco Orsi (21s86), o britânico Benjamin Proud (21s88), o grego Kristian Gkolomeev (21s89) e o ucraniano Andril Govorov (21s93). A oitava vaga sairá do desempate entre o russo Vladimir Morozov e o norte-americano Anthony Ervin, respectivamente segundo e sexto colocados do último Mundial.

Se nos 100m livre a final foi esvaziada, nos 50m estão em Kazan todos os melhores do mundo. A exceção é Cesar Cielo, que sentiu lesão no ombro nos 50m borboleta e voltou ao Brasil. Bicampeão mundial dos 100m, o australiano James Magnussen está machucado, mas nunca teve resultados expressivos nos 50m.

Etiene Medeiros foi o grande nome brasileiro das eliminatórias da natação nesta sexta-feira nos Jogos Pan-Americanos de Toronto. A pernambucana se classificou para duas finais. Passou como terceira melhor dos 100m costas e, uma hora depois, mesmo cansada, bateu provisoriamente o recorde da competição nos 50m livre - depois superado com folga por uma atleta de Bahamas. Com 24s75, Etiene assumiu o 11.º lugar do ranking mundial. De 15 possibilidades, o Brasil avançou para a final em 12. Guilherme Guido (100m costas) e Felipe França (100m peito) fizeram as melhores marcas da manhã nas respectivas provas.

Para fechar um longo dia de eliminatórias, na última série da manhã, Bruno Fratus passou à final dos 50m livre com o quinto melhor tempo, apenas. O brasileiro reclamou que a largada foi dada enquanto ele não estava preparado. "Acho que o árbitro estava mais ansioso que a gente", reclamou Fratus, depois, ao SporTV, irritadíssimo.

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Fratus, cujo tempo de reação foi de 0s83 (contra 0s13 do norte-americano Cullen Jones, que nadou a segunda série), terminou a prova em 22s33. Nicholas Santos também acabou prejudicado. Com 22s74, ficou em 12.º e fora da final.

A manhã começou com Etiene vencendo sua série nos 100m costas. A marca (1min00s74) acabou por deixar a brasileira com o terceiro melhor tempo das eliminatórias. A norte-americana Olivia Smoliga bateu o recorde da competição, com 1min00s35, e indicou que é favorita ao ouro. Também brasileira, Natalia de Luccas decepcionou. Com 1min01s89, ficou em nono, fora da final.

Em seguida, na prova masculina, Guilherme Guido fez o melhor tempo das eliminatórias: 54s04. O brasileiro, com essa marca, assumiu o 23.º lugar do ranking mundial e ganhou moral para a final, à noite. Thiago Pereira estava inscrito, mas, conforme já se sabia, não apareceu para nadar. Vai descansar para os 200m medley e o 4x100m medley, no sábado.

Dona já de três medalhas no Pan, Manuella Lyrio foi a terceira mais rápida das eliminatórias dos 400m livre, com 4min15s38. Carolina Bilich, depois de estrear no Pan com o 10.º lugar na maratona aquática, no fim de semana, caiu na piscina pela primeira vez para avançar à final, com 4min16s92, no sétimo lugar.

Outro que vem bem no Pan, com um ouro e um bronze em provas individuais, Leonardo de Deus fecha sua participação em Toronto nos 400m livre e quer a prata. Nas eliminatórias, fez o segundo melhor tempo (3min50s58). Mas Lucas Kanieski vacilou e perdeu a oitava vaga na final. Terminou em nono, com 3min53s80.

Olhando o histórico do País, no entanto, o melhor resultado da manhã veio nos 100m peito para mulheres. Tanto a jovem Jhennifer Conceição, revelação do Flamengo, quanto Beatriz Travalon nadaram na casa do 1min08s. Desde 2009, quando os trajes tecnológicos eram permitidos, nenhuma brasileira quebrava tal barreira. Ambas vinham nadando na casa 1min10s ou 1min11s.

Ambas foram premiadas com vagas na final. Jhennifer com o quinto tempo (1min08s75), com Bia em sétimo (1min08s99). A norte-americana Katie Meili baixou em mais de dois segundos o recorde do campeonato e, com 1min05s64, assumiu o segundo lugar do ranking mundial.

Felipe França também bateu recorde dos Jogos Pan-Americanos, nos 100m peito, com 59s84. Foi o único a quebrar a barreira do minuto. Na final, deve travar batalha pelo ouro contra Felipe Lima, que se poupou e foi o terceiro melhor da manhã (1min00s57), atrás também de um colombiano.

Nos 50m livre feminino, uma chuva de recordes. Se nunca uma atleta havia nadado abaixo dos 25 segundos em Jogos Pan-Americanos, nesta sexta-feira foram cinco. Primeiro Etiene (24s75), depois Graciele Hermmann (24s97), também classificada para a final. Mas, na última série, Arianna Vanderpool fez incríveis 24s31. A atleta de Bahamas é a quarta melhor do mundo.

Para fechar um longo dia de eliminatórias, Bruno Fratus passou à final dos 50m livre com o quinto melhor tempo, apenas. O brasileiro reclamou que a largada foi dada enquanto ele não estava preparado. "Acho que o árbitro estava mais ansioso que a gente", reclamou Fratus, depois, ao canal SporTV, irritadíssimo.

Em duelo de dois fortes candidatos ao título mundial dos 50 metros, deu Bruno Fratus. O atleta do Pinheiros venceu os 50 metros livre do Troféu Maria Lenk, nesta quarta-feira, no Fluminense, superando Cesar Cielo, do Minas Tênis Clube. A marca de Fratus (21s74) o deixa no segundo lugar do ranking mundial, logo à frente de Cielo (21s84). Os dois serão os representantes do Brasil na prova no Mundial de Kazan (Rússia), em agosto.

Fratus já havia superado Cielo no Torneio Open, em dezembro do ano passado, quando fez o melhor tempo da carreira: 21s41, contra 21s60 do campeão mundial. Cielo já havia adiantado que não estaria no ápice da forma no Maria Lenk. Os dois brasileiros seguem atrás de Florent Manaudou no ranking mundial, uma vez que o campeão olímpico de Londres fez 21s57 na seletiva francesa para o Kazan.

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A prova dos 50m livre no Maria Lenk, de forma geral, foi mais fraca do que a do Open. Desta vez, só Fratus e Cielo nadaram abaixo do índice de 22s25 para o Mundial - no Open, haviam sido cinco. Alan Vitória, agora no Minas, ganhou bronze com 22s28, enquanto Matheus Santana (Unisanta) ficou em quarto, com 22s33, logo à frente do companheiro de clube Nicholas Santos (22s47).

No feminino, Etiene Medeiros e Graciele Hermann serão as representantes do Brasil em Kazan nos 50m livre. Etiene ganhou o Maria Lenk em 24s78, apenas quatro centésimos mais lenta do que o recorde sul-americano, batido por ela no Open. Já a gaúcha Graciele Hermann, do GNU, ficou em segundo, com 24s95, mas também havia sido mais rápida em dezembro, quando nadou a prova em 24s87. Alessandra Marchioro, agora na Unisanta, tinha expectativa de fazer o índice, mas terminou a 26 centésimos dele, com 25s49.

BRANDONN BRILHA - Nos 400m medley, o ouro foi para Thiago Pereira, mas todos os holofotes ficaram com Brandonn Pierry Almeida. O garoto que fez 18 anos no mês passado ficou com a prata, com 4min15s82, e assumiu o quarto lugar do ranking mundial. Atleta do Corinthians, ele já havia obtido índice para Kazan nos 1.500m livre, na terça, batendo o recorde brasileiro da prova.

Thiago Pereira, a quem Brandonn sempre foi comparado, também foi muito bem. Com 4min13s94, assumiu o terceiro lugar do ranking mundial, atrás de dois tradicionais rivais: os japoneses Kosuke Hagino (4min12s18) e Dalya Seto (4min13s36). O 'Mister Pan' já está garantido em Toronto em cinco provas: 200m e 400m medley, 100m borboleta, 200m peito e 100m costas.

Entre as mulheres, um índice que já era esperado: de Joanna Maranhão, que voltou no fim do ano passado de aposentadoria e readquiriu a velha forma. Com 4min40s57, a nova atleta do Pinheiros se aproximou do recorde brasileiro (4min40s00), dela mesma, que dura desde os Jogos Olímpicos de Atenas. As argentinas Florencia Perotti (GNU) e Virginia Barbach (Minas) completaram o pódio.

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