Tópicos | calor

No próximo sábado (27) a praia de Boa Viagem, no Recife, vai receber uma atração, no mínimo, inusitada. O “Chuveirão da Sprite”, uma ducha que simula uma máquina de refrigerantes gigante será instalada na orla da capital pernambucana. Os banhistas poderão se refrescar na novidade até o dia 31 de janeiro.

O “Chuveirão Sprite” traz três duchas em formato das máquinas comuns em fast-foods. A ativação é aberta ao público geral e acontece das 9h às 18h, com distribuição de produtos Sprite.

##RECOMENDA##

 “Nossa expectativa é que milhares de pessoas venham participar da experiência, que foi desenvolvida para atender a todos. Temos esteira de acessibilidade para cadeirantes, informativos em braile em totens para comunicação e atendimento bilíngue em LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais), feito por um promotor”, explica Ted Ketterer, Diretor de Marketing da Coca-Cola Brasil.

Em nome da conscientização sobre o uso de água, evitando o desperdício, os banhos do chuveirão são limitados a 12 segundos. A ducha é ativada por um botão, que imita a alavanca da máquina de refrigerante.

[@#video#@]

Uma cadela foi resgata, no último sábado (13), de dentro de um veículo trancado, após ter sido deixada pela própria tutora. Policiais militares quebraram o vidro do carro para salvar o animal, que já mostrava sinais de desidratação. Segundo informações do G1, a tutora, uma mulher de 39 anos, foi localizada e autuada por maus tratos a animais. 

O sargento da Polícia Militar de Goiás (PMGO), José Wilson Paranaguá, presente no momento, quebrou o vidro da janela do veículo para retirar o animal, que salivava e apresentava fraqueza. “Pra salvar a cadelinha, vamos ter que quebrar o vidro. Tentamos de toda forma entrar em contato, mas não conseguimos”, explicou Paranaguá. 

##RECOMENDA##

Os oficiais tentaram ligar para a tutora por volta das 11h, mas só compareceu ao local cerca de 30 minutos depois. Ela foi presa e levada à delegacia, onde passou por audiência de custódia, e liberada em seguida. 

Segundo a lei 14.064/2020, o crime de maus-tratos a cães e gatos tem como pena a reclusão de dois a cinco anos, multa e proibição da guarda. 

 

O Rio de Janeiro voltou a registrar forte calor na manhã desta quarta-feira (10), com sensação térmica de 49,2 graus Celsius, segundo o Centro de Operações da prefeitura.

Essa medição foi constatada nos bairros do Jardim Botânico, na zona sul, às 9h05, e de São Cristóvão, na zona norte, às 9h10.

##RECOMENDA##

A sensação térmica é um parâmetro que combina a temperatura e a umidade do ar. Quanto mais elevadas essas variáveis, maior será a sensação de calor.

Diante da previsão de dia de calor intenso, a prefeitura recomenda que a população beba bastante água, use roupas leves e protetor solar.

Também é importante evitar atividades físicas ao ar livre das 10h às 16h. Uma alimentação saudável, com frutas, legumes e verduras, é outro ponto importante.

Já é verão no Brasil. Mais precisamente desde a 0h27 desta sexta-feira (22), quando a estação começou em todo o Hemisfério Sul. Depois de um ano marcado por ondas atípicas de calor, a previsão é de temperaturas acima da média histórica, segundo relatório climático produzido pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Normalmente, o verão no país é marcado pela elevação de temperatura, dias mais longos do que as noites, chuvas fortes, descargas elétricas e ventos de intensidade moderada a forte. Devido ao fenômeno El Niño, que alterna a distribuição da temperatura da água no Oceano Pacífico, as alterações no clima devem ser mais intensas. No Brasil, os efeitos do El Niño podem se prolongar por toda a estação, que termina em 20 de março de 2024.

##RECOMENDA##

Entre os meses de janeiro e março, a Região Norte do país pode registrar calor com valores de 1ºC acima da média histórica. Em relação às chuvas, os estados do Acre, de Roraima, do Amapá e o sudoeste do Amazonas devem ter volumes próximos ou acima da média no trimestre. Outras regiões devem continuar enfrentando um período de seca. É o caso da maior parte do Amazonas, Pará, de Rondônia e do Tocantins.

A Região Nordeste também tem expectativa de temperatura acima da média, principalmente nos estados do Maranhão, Piauí e no norte da Bahia. Há previsão de chuva próxima ou abaixo da climatologia no centro-norte da região. Já no centro-sul, por causa do padrão de águas mais aquecidas do Atlântico Sul, podem ocorrer chuvas mais volumosas.

No Centro-Oeste, a tendência é de calor forte em todos os estados, com valores acima de 1ºC da média histórica. Também é esperada chuva próxima ou acima da média em praticamente toda a região, exceto no oeste de Mato Grosso, que deve ter volume ligeiramente abaixo da climatologia do trimestre.

Na Região Sudeste, as temperaturas devem ficar elevadas em todos os estados, com previsão de valores acima de 0,5ºC da média. A expectativa é que haja maior volume de chuva, principalmente em Minas Gerais, onde ela pode ser mais frequente e mais intensa.

No Sul, é esperado calor próximo ou ligeiramente acima do normal no Paraná, em Santa Catarina e no norte do Rio Grande do Sul. Nas demais áreas do último estado, possibilidade de valores na média ou abaixo dela. As chuvas devem ser mais intensas no Rio Grande do Sul, principalmente na parte sul do estado. Nas demais áreas da região, haverá chuvas irregulares, com totais próximos ou pouco abaixo da média.

Impactos na safra

O Inmet chama a atenção para os impactos do El Niño na safra de verão 2023/24. Nos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e da Bahia, a chuva ficou abaixo da média em outubro e novembro. Assim, os níveis de água do solo estão muito baixos, o que não favorece as fases iniciais dos cultivos de verão. A previsão é que os níveis continuem baixos nos próximos meses, com déficit hídrico e aumento da evapotranspiração devido às altas temperaturas.

No Brasil Central, houve elevação dos níveis de água no solo em algumas áreas, por causa do retorno da chuva nessa segunda quinzena de dezembro. Com exceção do norte de Minas Gerais, o cenário ficou favorável para a retomada do plantio de desenvolvimento dos cultivos de primeira safra.

Para a Região Sul, os volumes de chuva previstos devem manter elevados os níveis de água no solo. Mas a probabilidade de excedente hídrico é menor em algumas localidades. Com a diminuição da chuva em relação aos meses anteriores, a expectativa é de retomar a semeadura das culturas de primeira safra em regiões que estão com atraso.

Deborah Secco e o marido Hugo Mora foram à praia da Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro, para se refrescar neste sábado (16).

Os termômetros registraram temperaturas superiores a 30°C, com muito sol e céu limpo. Enquanto Hugo foi à praia de sunga preta, Deborah usou um biquíni super cavado na mesma cor.

##RECOMENDA##

Reprodução/Instagram

Para o Conversa com Bial a atriz revelou que conheceu seu esposo em 2015, vendo uma foto de Hugo na internet e decidiu abordá-lo. Eles ficaram e nunca mais desgrudaram, noivando, se casando e tendo a sua única filha, Maria Flor.

 

A partir desta quinta-feira (14), as temperaturas vão subir em vários estados, com a chegada de uma massa de ar quente que ganha força nos próximos dias em grande parte do centro-sul do Brasil, com temperaturas máximas que podem passar dos 40 graus Celsius (°C), inclusive no Rio Grande do Sul.

Para esta sexta-feira (15), o forte calor também é esperado na área que abrange a maior parte do Centro-Oeste e Sudeste do Brasil e em áreas das regiões Norte e Nordeste, com temperaturas máximas que podem superar 40°C nos estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e Bahia e no interior de São Paulo.

##RECOMENDA##

De acordo com a previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), esse quadro climático se manterá até o próximo domingo (16).

Em função desse cenário, o Inmet emitiu na terça-feira (12) aviso meteorológico especial, de nível laranja (perigo), de onda de calor devido à persistência do fenômeno por, pelo menos, 4 dias consecutivos. Para ser considerada onda de calor, a temperatura máxima do dia deve registrar 5 graus acima da média daquela localidade, por um período de 3 a 5 dias.

A meteorologista do Inmet Naiane Araújo indica um conjunto de fatores responsáveis pelo fenômeno climático caracterizado pelo aumento anormal das temperaturas por um certo período.

“Nos próximos dias, a chance de chuva já começa a diminuir novamente, principalmente a partir desta quinta-feira, devido a uma massa de ar mais quente e seco, que vai quebrar esse canal de umidade, justamente nesta época do ano, quando nos aproximamos do verão, que é uma época mais quente do ano. Conforme a gente tem o céu aberto, mais ensolarado, com a ausência de nuvens e de chuva, as temperaturas disparam mesmo", explicou.

A meteorologista disse que o fenômeno natural El Niño (aquecimento das águas do Oceano Pacífico) é um motivo a mais para aumentar os termômetros, mas não é o único. “O El Niño é um agravante. A gente teve a configuração do fenômeno ao longo dessa primavera e, durante o verão, deve persistir. Quando se configura um El Niño, o fenômeno bagunça o regime de chuva na área central do Brasil e tem um impacto muito claro nessa elevação das temperaturas também. Ele é um combustível a mais, sem dúvida alguma”.

Riscos

Os recordes de temperatura aumentam os riscos de incêndios e prejuízos à agropecuária, com a perda de produção e mortes de animais.

A sensação térmica muito alta também pode provocar riscos à saúde, como insolação em diferentes graus. Os mais vulneráveis e que precisam de mais atenção são pessoas idosas, bebês e crianças, gestantes e portadores de doenças crônicas, como problemas renais, cardíacos, respiratórios ou de circulação; além da população em situação de rua.

Para a população em geral, para se proteger da insolação, o Ministério da Saúde recomenda hidratação, resfriamento e proteção do sol e calor. A pasta preparou um guia com dicas básicas sobre como lidar com as temperaturas extremas:

· beber águas e sucos com frequência, mesmo quando estiver sem sede;

· evitar bebidas com álcool, açucaradas e os refrigerantes;

· evitar refeições pesadas e condimentadas;

· ingerir refeições leves, como saladas e frutas, a exemplo de melancia, melão e laranja;

· permanecer em locais mais frescos e arejados: à sombra, com ar condicionado ou ventilador;

· manter os ambientes úmidos com umidificadores de ar, toalhas molhadas ou baldes de água;

· usar roupas com tecidos e modelos frescos para deixar a pele respirar;

· tomar banhos frios ou com temperaturas mais baixas;

· evitar mudanças bruscas de temperatura;

· evitar se expor ao sol nos horários mais quentes, assim como não realizar atividades físicas nestes intervalos, principalmente, ao ar livre;

· usar protetor solar, óculos escuros e chapéus.

Aos tutores dos animais domésticos, especialistas recomendam;

· manter a água dos animais sempre fresca, limpa e disponível. Pedras de gelo podem ser acrescentadas ao líquido;

· não caminhar com os animais em piso quente para não queimar as patas;

· evitar passeios em horários de pico de temperatura;

· não deixar os pets expostos ao sol;

· avaliar o uso de ar condicionado no local onde o pet fica;

· verificar os comportamentos do animal;

· se necessário, procurar um veterinário.

Insolação

Quando o corpo não dissipa bem o calor, pode ocorrer a insolação em diferentes graus. O corpo humano dá sinais desse aumento prejudicial da temperatura e um profissional de saúde deverá ser procurado. Os níveis de insolação e seus sinais são:

· insolação leve: muito suor e câimbras;

· insolação moderada: fraqueza, dor de cabeça, enjoo, vômito e irritabilidade;

· insolação grave: confusão mental; tonturas; pele quente e seca; e até perda da consciência.

Nesse caso, a orientação é chamar o mais rápido possível o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192). A ligação para o telefone 192 é gratuita e o serviço público funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana.

Enquanto os socorristas não chegam, o acompanhante deve buscar um lugar fresco e poderá esfriar o corpo da pessoa com panos úmidos ou spray com água.

Uma nova onda de calor está prevista para chegar ao Centro-Sul do Brasil a partir de quarta-feira, dia 13. De acordo com a empresa de meteorologia MetSul, uma massa de ar muito quente virá do norte da Argentina e do Paraguai para os Estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil, trazendo temperaturas acima ou "muito acima" dos padrões desta época do ano nessas regiões.

Os termômetros devem disparar e alcançar marcas próximas ou acima dos 40ºC, diz a empresa. "Os maiores desvios da climatologia histórica tendem a se dar no Sul do País, em particular no Rio Grande do Sul", afirma a MetSul.

##RECOMENDA##

"O Rio Grande do Sul teve um episódio de calor muito intenso de um dia apenas no início do mês, mas não foi de grande abrangência. Desta vez, o calor forte a intenso atingirá uma área muito maior no território brasileiro, afetando diversos Estados."

O Rio Grande do Sul deve sentir o calor intenso a partir da segunda metade desta semana, se instalando de vez na sexta e perdurando até segunda-feira, 18. A temperatura mais quente prevista para esta semana na capital, Porto Alegre, pela Climatempo, é a de domingo, 17: mínima de 24ºC e máxima de 37ºC. As tardes, principalmente, devem ser bastante quentes. Pode haver pancadas de chuva.

Já a MetSul diz que a Grande Porto Alegre e a região dos vales podem "anotar marcas de 37ºC a 39ºC em vários municípios com máximas localmente superiores".

Mudanças nos padrões climáticos

No Centro-Oeste, onde o verão costuma ser chuvoso e os dias mais quentes do ano ocorrem no fim do inverno e durante a primavera, no final da temporada seca, as temperaturas deste meio de dezembro também devem surpreender, conforme a MetSul. Mas isso não quer dizer que não vá ter chuva: a Climatempo prevê precipitações na região esta semana.

A MetSul diz que principalmente no Mato Grosso e no Mato Grosso do Sul, o clima deve ficar tão quente quanto no período de primavera, quando termômetros próximos aos 40ºC são normais. A mínima e máxima previstas pelo Climatempo para Cuiabá (MS) na sexta-feira são 24ºC e 38ºC.

O interior do Estado de São Paulo também sofrerá a mesma alteração no padrão meteorológico, segundo o MetSul. Geralmente, a região tem bastante chuva nesta época do ano, o que impede a temperatura de chegar a patamares muito altos,mas isso não deve acontecer este ano.

Na sexta-feira, a previsão da Climatempo é de mínima de 23ºC e máxima de 36ºC em São José do Rio Preto, 23ºC e 35ºC em Bauru e 21ºC e 35ºC em Araraquara. Deve haver pancadas de chuva em todas essas cidades.

Na capital paulista, a temperatura será quente, mas mais baixa que nos outros locais. A chuva também deve marcar presença.

Confira a previsão do Climatempo para a semana:

- Segunda-feira, 11: mínima de 18ºC e máxima de 26ºC, com pancadas de chuva;

- Terça-feira, 12: mínima de 17ºC e máxima de 27ºC, com pancadas de chuva;

- Quarta-feira, 13: mínima de 16ºC e máxima de 30ºC, sem chuva;

- Quinta-feira, 14: mínima de 18ºC e máxima de 32ºC, com pancadas de chuva;

- Sexta-feira, 15: mínima de 20ºC e máxima de 33ºC, com pancadas de chuva;

- Sábado, 16: mínima de 20ºC e máxima de 30ºC, com pancadas de chuva;

- Domingo, 17: mínima de 20ºC e máxima de 29ºC, com pancadas de chuva;

No Rio, a temperatura mais quente também está prevista pela Climatempo para sexta, com mínima de 23ºC e máxima de 37ºC, sem chuva para amenizar o calorão Em Belo Horizonte, no mesmo dia, faz entre 19ºC e 33ºC. Em Vitória, no Espírito Santo, os termômetros ficam entre 22ºC e 33ºC.

Efeitos do El Niño

Um relatório divulgado pela Organização Mundial de Meteorologia (OMM) em novembro já apontava que o El Niño, mais forte nesta temporada, deve perdurar até abril de 2024 e chegar ao seu pico neste fim de ano.

O fenômeno, marcado pelo aquecimento das águas do oceano Pacífico, é um dos principais responsáveis pelos eventos extremos notados no Brasil em 2023, como as ondas de calor no Sudeste, a estiagem na Amazônia e os temporais no Sul.

A expectativa, em geral, dos climatologistas é de que esses recordes de altas temperaturas e os eventos climáticos atípicos, como ciclones e alagamentos, devem ocorrer com ainda mais frequência e intensidade neste mês de dezembro e nos próximos.

O aquecimento global é um dos principais fatores que tem intensificado o El Niño nesta temperada e, consequentemente, seus efeitos.

"Com certeza, o verão será muito quente, porque estamos com um El Niño de intensidade forte e, também, na fase positiva do Dipolo do Oceano Índico (fenômeno oceanográfico meteorológico que afeta o regime de chuvas e o clima na Ásia), contribuindo (para esse calor)", disse Karina Bruno Lima, doutoranda em climatologia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), ao Estadão, em reportagem veiculada no mês passado.

São esperadas secas ainda mais intensas no Norte e no Nordeste, assim como mais temporais no Sul. Além disso, a união entre o efeito do El Niño e o verão - estação que já é, por si só, quente - deve intensificar ainda mais as ondas de calor extremo.

O ano de 2023 é o mais quente já registrado na história da humanidade, de acordo com dados divulgados nesta quarta-feira (6) pelo Copernicus, sistema de observação da Terra da União Europeia. Segundo relatório publicado pelo organismo, o alerta pode ser feito porque o mês de novembro foi "extraordinário" e tornou-se o sexto mês consecutivo a bater recordes.

Com uma temperatura média global de 14,22°C na superfície terrestre, o mês passado foi 0,32°C mais quente do que o recorde anterior para novembro em 2020.

##RECOMENDA##

"As extraordinárias temperaturas de novembro, incluindo dois dias com mais de 2°C acima da média pré-industrial, significam que 2023 é o ano mais quente de que há registro na história", afirmou Samantha Burgess, vice-chefe do Serviço para as Alterações Climáticas do Copernicus.

De janeiro a novembro, a temperatura global de 2023 foi a mais alta jamais registrada, ficando 1,46°C acima da média pré-industrial e 0,13°C acima da média de 11 meses de 2016, o atual ano fechado mais quente da história.

Desde junho deste ano, mês mais quente já registrado pela humanidade, com temperatura média de 16,95ºC, o planeta vem batendo seguidos recordes mensais de calor. Além da crise climática provocada pela emissão de gases do efeito estufa, também contribui para esse cenário o fenômeno do El Niño, caracterizado pelo aumento das temperaturas na superfície do Oceano Pacífico e com repercussões em boa parte do mundo.

Da Ansa

A cidade de Araçuaí, no interior de Minas Gerais, teve, neste domingo, 19, o dia mais quente já registrado na história do Brasil, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

Em meio à onda de calor que atinge o País, o município, que possui 34.297 habitantes e fica a cerca de 600 quilômetros da capital do Estado, Belo Horizonte, registrou temperatura de 44,8ºC.

##RECOMENDA##

A marca, segundo o Inmet, supera a maior temperatura registrada no País até então: em 21 de novembro de 2005, os termômetros do município de Bom Jesus, no interior do Piauí, bateram 44,7°C.

Após dias de calor, SP vê chegada de frente fria

Na cidade de São Paulo, após dias consecutivos de extremo calor, a chegada de uma frente fria no fim de semana mudou o tempo e trouxe temperaturas mais amenas, além de chuvas mais generalizadas e intensas rajadas de vento.

Não há previsão de precipitação significativa para a capital paulista nesta segunda-feira, 20, feriado da Consciência Negra, segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) da Prefeitura.

Como mostrou o Estadão, a situação na capital só deve mudar a partir de quinta-feira, 23, quando as chuvas ficarão mais intensas. Já o calor terá ainda menos impacto, com máxima de até 30ºC entre quarta-feira, 22, e quinta-feira, 23.

Após a jovem sul-mato-grossense Ana Clara Benevides Machado, de 23 anos, falecer na fila para o show da cantora Taylor Swift, no Rio de Janeiro, o ministro da Justiça Flávio Dino (PSB) anunciou medidas sobre a disposição de água para consumo em shows e espetáculos. A determinação acontece por meio da Secretaria do Consumidor e é voltada a empresas organizadoras de eventos. 

O texto, que deve ter efeito imediato, cita a criação de “ilhas de hidratação” e a autorização para que o público possa levar garrafas d’água de uso pessoal. Ana Clara morreu de uma parada cardiorrespiratória, após ser exposta ao calor extremo. 

##RECOMENDA##

“A partir de hoje, por determinação da Secretaria do Consumidor do Ministério da Justiça, será permitida a entrada de garrafas de água de uso pessoal, em material adequado, em espetáculos. E as empresas produtoras de espetáculos com alta exposição ao calor deverão disponibilizar água potável gratuita em 'ilhas de hidratação' de fácil acesso. A medida vale imediatamente”, informou Dino no X (antigo Twitter). 

O ministro afirmou também que a Secretaria contará com a colaboração dos estados e municípios para fazer a fiscalização dos locais de eventos. Na sexta-feira (17), quando ocorreu o incidente, a capital carioca chegou aos 59,3°C de sensação térmica. Após a morte da jovem, fãs tomaram as redes sociais com relatos de que a organização - a Tickets For Fun (T4F) - proibiu que o público entrasse na arena com água comprada em ambiente externo. No local, a garrafa de água de 350 ml custava entre R$ 10 e R$ 20. 

Mais cedo neste sábado (18), o chefe da Justiça havia se pronunciado sobre o caso de Ana, e disse que “é inaceitável que pessoas sofram, desmaiem e até morram por falta de acesso à água”. “Orientei o Secretário Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça, Wadih Damous, a adotar as providências cabíveis quanto às denúncias de vedação ou ausência de disponibilidade de água [...]. O Código de Defesa do Consumidor exige que os serviços sejam seguros e adequados à saúde”, acrescentou. 

[@#video#@]

Destaques da determinação

No primeiro trecho da medida, está determinado que deve-se "garantir o acesso gratuito de garrafas de uso pessoal, contendo água para consumo no evento, devendo disponibilizar bebedouros ou realizar distribuição de embalagens com água adequada para consumo, mediante a instalação de 'ilhas de hidratação' de fácil acesso a todos os presentes, em qualquer caso sem custos adicionais ao consumidor".

Também fica exposto que as organizadoras de eventos devem garantir que os pontos de venda de comidas e bebidas, assim como os de distribuição de água, estejam dispostos em regiões estratégicas do local de evento, considerando o alto fluxo de pessoas. O texto da Secretaria cita, ainda, que é obrigação da organização assegurar espaço físico e estrutura necessária para o socorro de pessoas em necessidade médica.

T4F se pronunciou

Em um aviso publicado no X, também neste sábado (18), poucos minutos após a mensagem de Dino, a Tickets For Fun se pronunciou sobre o segundo dia de shows de Taylor Swift. A organizadora alega ter reforçado o quadro de colaboradores de serviços em 200 pessoas, além de ter aumentado o número de postos médicos, ambulâncias e Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) móveis para oito, cada um. 

No entanto, a T4F ressaltou que garrafas de água seguem proibidas. É permitido que fãs entrem para o show com copos d'água lacrados e alimentos industrializados lacrados, sem limitação de itens por pessoa. 

Lei Ana Benevides 

Nas redes sociais, desde a manhã deste sábado (18), fãs se mobilizam para que parlamentares e o Executivo criem a “Lei Ana Benevides”, determinando que produtoras disponibilizem água gratuitamente em shows de grandes artistas. A iniciativa já conta com mais de 180 mil assinaturas, em uma meta de colher 200 mil apoiadores. A deputada Ana Pimentel (PT-MG) aderiu à mobilização e informou, em suas redes, que protocolará o pedido na Câmara.

Passagem pelo Brasil

O show da sexta-feira (17) foi apenas o primeiro de seis espetáculos da cantora norteamericana Taylor Swift em solo brasileiro. A vocalista volta ao Engenhão neste sábado (18) para mais um show de 3h30; neste domingo (19), ela realiza a última apresentação no Rio de Janeiro, e então segue para a capital paulista, onde os fãs a aguardam para outros três shows, em 24, 25 e 26 de novembro. 

Para o segundo dia de apresentação na capital carioca, milhares de fãs enfrentam temperatura de 40°C e sensação térmica de 45°C.

Uma jovem de 23 anos morreu, nesta sexta-feira (17), durante o show da cantora norte-americana Taylor Swift, realizado no estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro. Ana Benevides estava assistindo a apresentação na grade próximo ao palco da artista, quando desmaiou e teve, em seguida, duas paradas cardiorrespiratórias.

A morte de Ana foi confirmada por Thiago Fernandes, amigo da vítima, e por um familiar à Folha de S.Paulo. Segundo o jornal, uma equipe dos bombeiros reanimou a jovem por aproximadamente 40 minutos, porém ela teve uma parada cardíaca a caminho do Hospital Municipal Salgado Filho, localizado na capital carioca. Ela veio a óbito logo após dar entrada na unidade hospitalar.

##RECOMENDA##

Bombeiros ouvidos pela Folha disseram que cerca de mil fãs da cantora desmaiaram durante a apresentação devido ao forte calor que atingiu o Rio de Janeiro.

Vídeos que circulam no X (antigo Twitter) mostram Taylor pausando o show para jogar garrafas de água para os fãs. No momento da apresentação, a temperatura ultrapassava os 40 graus, porém a sensação térmica era de quase 60 graus.

"Há pessoas que precisam de água aqui mesmo, talvez a 10 metros de distância", disse Taylor à multidão. "Então, quem está encarregado de dar isso a eles, apenas certifique-se de que isso aconteça. Posso receber um sinal de que vocês sabem onde eles estão?".

Taylor lamenta a morte

A artista usou os stories do Instagram na madrugada deste sábado (18) para lamentar a morte da jovem. Em uma carta escrita à mão, Taylor declarou que a morte de uma fã era a “última coisa que pensou que aconteceria ao trazer a turnê para o Brasil”.

“Eu não posso acreditar que estou escrevendo essas palavras, mas é com um coração dilacerado que digo que perdemos uma fã mais cedo na noite de hoje, antes do meu show. Eu nem posso dizer o quão devastada estou com isso. Eu tenho muito poucas informações além do fato de que ela era incrivelmente linda e jovem demais”, escreveu.

“Eu não vou conseguir falar sobre isso no palco, porque me sinto sobrecarregada pelo luto quando tento. Quero dizer agora que sinto essa perda profundamente, e meu coração quebrado está com sua família e amigos. Essa é a última coisa que eu pensei que aconteceria quando nós decidimos trazer essa turnê para o Brasil”, concluiu.

O Rio de Janeiro registrou nesta sexta-feira, 17, a maior sensação térmica já medida pelo sistema AlertaRio, da prefeitura: foram 59,3°C registrados em Guaratiba, na zona oeste, às 10h20. Até então, o recorde era da terça-feira, 14, quando foi registrada sensação térmica de 58,5°C no mesmo local. O AlertaRio monitora a temperatura na capital fluminense desde 2014.

A temperatura, no entanto, não foi recorde: o AlertaRio registrou nesta sexta-feira máxima de 41,4°C, também em Guaratiba. O recorde do ano foi na quinta-feira, 16, no mesmo bairro: 42,6°C.

##RECOMENDA##

A sensação térmica é a maneira como o corpo humano percebe a temperatura do ambiente. Quando a pessoa sai do mar, da piscina ou do banho, por exemplo, tem a sensação térmica de frio, mesmo quando a temperatura do ambiente é de calor, porque o corpo está molhado. Os principais fatores que influenciam nessa sensação são a velocidade do vento e a umidade relativa do ar. Quanto menos vento e mais seco o ambiente, maior a sensação térmica.

As dez maiores temperaturas registradas neste ano pelo sistema AlertaRio foram as seguintes:

16/11 - 42,6°C no bairro de Guaratiba

12/11 - 42,5°C em Irajá

14/11 - 42,2° em Irajá

17/02 - 41,8°C em Irajá

26/02 - 41,4°C em Irajá

03/03 - 41,4°C em Irajá

17/11 - 41,4°C em Guaratiba

04/03 - 41,3°C em Irajá

04/02 - 41,1°C em Santa Cruz

18/09 - 41°C em Irajá

Já as maiores sensações térmicas foram:

59,3°C em Guaratiba no dia 17/11 às 10h20

58,5°C em Guaratiba no dia 14/11 às 09h15

58,3°C em Santa Cruz no dia 17/2 às 15h15

58,0°C em Santa Cruz no dia 4/2 às 15h

São Paulo e Brasília devem registrar nesta quinta-feira (16) as temperaturas mais altas do ano, em meio à onda de calor que afeta mais de 2,7 mil cidades do país, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
Na capital paulista, os termômetros devem atingir 38ºC hoje, após o temporal registrado ontem (15), com chuva de granizo, alagamentos, quedas de árvores e falta de luz que afetou milhares de usuários.
Em Brasília, a temperatura pode chegar aos 36ºC hoje, a maior do ano, de acordo com o Climatempo. Goiânia (GO), Teresina (PI) e Vitória (ES) também devem ter hoje os dias mais quentes do ano.

15 estados e o Distrito Federal ainda permanecem sob alerta de grande perigo até sexta-feira (17) por causa da onda de calor, englobando mais de 2,7 mil municípios e mais da metade dos 203 milhões de habitantes do país.
O calor também já provocou recorde no consumo de energia na terça-feira (14), de acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
As altas temperaturas devem começar a diminuir no fim de semana em vários estados.

##RECOMENDA##

Em São Paulo, a Defesa Civil emitiu alerta para fortes pancadas de chuva entre sexta e domingo, provocadas pela combinação de calor com uma massa de umidade da Amazônia.

*Da Ansa

As temperaturas devem começar a cair a partir da sexta-feira (17) em São Paulo, segundo o Climatempo. A previsão indica uma diferença na temperatura entre a tarde de sexta e a do domingo (19), em torno de 10°C, com a chegada de uma frente fria.

São Paulo ainda tem chance de quebrar o recorde histórico de calor na quinta-feira, 16. O Climatempo prevê a possibilidade da temperatura alcançar 38°C.

##RECOMENDA##

Mas, a partir da sexta, o calor deve começar a diminuir e a passagem de uma frente fria no fim de semana "derruba de vez a temperatura".

No entanto, essa frente eleva novamente o risco de temporais na Região Metropolitana.

A temperatura fica assim nos próximos dias:

- Quinta-feira, 16: Máxima de 38°C e mínima de 22ºC;

- Sexta-feira, 17: Máxima de 35°C e mínima de 21ºC;

- Sábado, 18: Máxima de 32°C e mínima de 22ºC;

- Domingo, 19: Máxima de 25°C e mínima de 19ºC.

Alerta de grande perigo

Em todo o País, 2.707 municípios estão sob alerta máximo por causa da forte onda de calor que atinge o Brasil nesta semana, segundo balanço do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Isso representa quase metade das 5.565 cidades brasileiras.

O órgão federal estendeu até sexta-feira o alerta de "grande perigo" em diferentes Estados.

A situação atinge, principalmente, as regiões Sudeste e Centro-Oeste, mas também se estende por outras localidades do País.

Recordes de temperatura em São Paulo

O calor da terça-feira, 14, em São Paulo "empatou" com o registrado no dia anterior. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), nos dois dias a temperatura máxima na cidade foi a mesma, de 37,7°C.

Segunda e terça-feira foram os dias mais quentes do ano e registraram a maior temperatura para um mês de novembro desde o início das medições, em 1943, e a segunda maior medida pelo Inmet em São Paulo.

O recorde histórico em 80 anos é 37,8°C (apenas um décimo a mais), registrado em 17 de outubro de 2014.

Na gestação, a temperatura corporal da mulher aumenta aproximadamente meio grau e, em dias mais quentes, isso pode causar grande incômodo para a futura mamãe, pois o calor excessivo provoca inchaço e pode deixá-la mais cansada, principalmente no último trimestre da gravidez. O alerta é da médica Célia Regina Silva, vice-presidente da Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Estado do Rio de Janeiro.

Em um quadro de temperaturas elevadas, como as que o Brasil vive no momento, Célia Regina disse que é essencial tomar bastante água e manter uma alimentação saudável, incluindo refeições  mais frias, como saladas e frutas.

##RECOMENDA##

“
Geralmente, o inchaço é causado pela compressão do útero sobre os vasos responsáveis pelo retorno do sangue das pernas ao coração. A circulação é ainda mais prejudicada quando esses vasos são dilatados pelo calor. Para prevenir o problema, as gestantes precisam alterar as posições corporais durante o dia. Se as pernas estiverem muito inchadas, é recomendável deixá-las elevadas por um tempo.” Para a mulher que trabalha em pé ou sentada, a médica aconselha não ficar parada mais do que uma hora.

Também vice-presidente da associação, o obstetra Renato Sá ressaltou que, no caso da gestante de risco habitual, que não tem comorbidades, a preocupação é com a hidratação, que tem que ser a adequada, porque as mulheres grávidas têm dificuldade para controlar a pressão. "Todo mundo já viu grávidas desmaiando, especialmente em condições de calor", disse o médico. Por isso, é preciso que elas mantenham uma hidratação melhor.

No momento atual, em que os brasileiros enfrentam temperaturas muito elevadas, existem dois problemas: excesso de calor e baixa umidade do ar. A tendência é a pessoa desidratar bem mais. “E isso é para gestantes e para todo mundo.”

Comorbidades

Tem é preciso ter atenção as gestantes que têm comorbidades, entre as quais, a questão da pressão arterial e pré-eclampsia. “Porque aí não é só a questão da hidratação, mas como ela vai ser feita e qual repercussão que o calor pode ter na pressão arterial da grávida”, destacou Renato Sá. Esta pode ser uma situação em que a grávida precisa consultar o médico do pré-natal para saber se terá que mudar alguma coisa em sua conduta.

Segundo o médico, outro ponto nevrálgico é que mulheres grávidas têm tendência maior à infecção urinária. Ele advertiu que a baixa hidratação aumenta o rico de infecção urinária e que isso pode ser muito grave para uma gestante, levando até a uma infecção generalizada, ou septicemia. “A mulher precisa de um cuidado maior ainda em relação à hidratação, que todo mundo pode ter, mas por esse ponto específico da infecção urinária”, acrescentou.

As mulheres que já tiveram o bebê, as lactantes, precisam de mais hidratação ainda, porque 90% do leite materno é água. “Se ela não beber bastante líquido, não conseguirá produzir leite adequadamente”. No caso do bebê, percebe-se que o controle de temperatura é muito frágil e ele desidrata com muita facilidade. Basicamente, a nutrição e alimentação de um bebê é leite materno. Por isso, a lactante tem que ter uma produção bem adequada para suprir tanto as necessidades nutricionais quanto de hidratação da criança, explicou Renato Sá.

O médico não recomenda que se tome refrigerante em vez de água. “Isso não é interessante, porque, no caso da grávida, por exemplo, ela pode ter diabetes gestacional. E há a situação calórica, às vezes também de sucos. Não é o mais adequado. O mais adequado é água mesmo. A recomendação é hidratar, preferencialmente com água”.

As grávidas e lactantes devem evitar também bebidas com cafeína. “Não estão proibidas, mas devem ser evitadas”. A orientação do obstetra é hidratação, preferencialmente com água. Se ela quiser uma fruta, o ideal é que coma, em vez de fazer suco, que tem mais caloria.”

Crianças

De acordo com a médica Tania Sih, membro do Departamento Científico de Pediatria Ambulatorial da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), o principal problema que as temperaturas elevadas podem provocar nos bebês e crianças é a hipertermia, quando o corpo fica com temperatura mais elevada do que normal.

Quando a família não tem aparelho de ar condicionado, a orientação é manter janelas e portas abertas para que o ar circule, ou ventilador de teto. “Quanto mais o ar circula, melhor”. Em segundo lugar, crianças e adultos têm que se hidratar. Mesmo que o menor não peça, devem ser oferecidos a ele líquidos a cada 15 ou 20 minutos, recomendou a pediatra.

“Se for dar algum alimento à criança, de preferência, não dê nada seco, como galinha assada, por exemplo, porque seca a garganta. A comida deve ser mais molhada”. Segundo Tania, uma boa opção são frutas com bastante líquido, como melancia. “E vá alternando água e sucos com alimentos mais líquidos.”

Creme no corpo

Também é aconselhável hidratar a pele da criança. “Eu deixaria a criança, de preferência, só de fraldinha, de pé descalço, só de camiseta. E não esquecer de passar um creme hidratante. Importante também é a criança não ir para a rua, mas ficar dentro de casa, “com janela aberta, ar-condicionado ou ventilador de teto ligado.”

Para a médica, não há problema em tomar gelados, como sorvetes. Para evitar que o nariz seque muito, pelo menos quatro vezes por dia, os pais devem usar soro fisiológico ou borrifar um spray de higiene nasal sem corticoides no nariz da criança. Os lábios devem receber manteiga de cacau. E não se deve esquecer de quando for aplicar o creme hidratante, aplicar também na orelha, na parte externa que encontra o cabelo, para evitar rachaduras e infecções.

Tania Sih recomendou ainda que as mães passem a mão úmida na cabeça dos filhos, de modo a umedecer o couro cabeludo. “A criança tem que estar com creme hidratante no corpo, sem esquecer a orelha, com manteiga de cacau nos lábios e tomar líquidos para que a boca fique úmida por dentro, e o nariz tem que estar hidratado com qualquer sorinho fisiológico de conta-gotas ou de spray", reforçou.

A médica enfatizou que é bom a criança ficar só com a fralda, pezinhos descalços, correndo dentro de casa à vontade, sem sair lá fora, porque "ali o mormaço é muito mais forte”. Estes seriam os principais cuidados a serem tomados em situações de temperatura muito elevada, além dos alimentos que se transformam em água com facilidade, como melancia e frutas. “E bastante suco e água”. A temperatura dos líquidos pode ser gelada, sem problema nenhum, reiterou.

A onda de calor sentida nos últimos dias nas regiões Sudeste e Centro-Oeste do país sofre influência do fenômeno El Niño, segundo apontam pesquisadores ouvidos pela Agência Brasil. A Organização Meteorológica Mundial (OMM) estima que os efeitos do El Niño devem ser sentidos pelo menos até abril do próximo ano.

"Tudo indica que teremos um verão extremamente quente. É um El Niño de intensidade muito forte que, juntamente com o aquecimento global, produz esses efeitos que nós estamos vendo", diz o coordenador da Rede Clima da Universidade de Brasília (UnB), Saulo Rodrigues Pereira Filho. Como efeitos do fenômeno climático, ele cita ainda a seca no Amazonas, as chuvas intensas no Sul do país e o calor extremo no Sudeste e no Centro-Oeste.

##RECOMENDA##

Os termômetros do Rio de Janeiro já haviam superado os 40°C em algumas ocasiões nesta semana. Na capital fluminense, a sensação térmica superou os 58°C nesta terça-feira (14). Já no Centro-Oeste, dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) relativos a ontem indicaram que Cuiabá foi a capital mais quente do país.

Ricardo de Camargo, meteorologista do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (USP) também crê que essa onda de calor intensa pode se repetir.

"Realmente podemos enfrentar situações parecidas como essa justamente por conta da influência do El Niño. É bem provável que a gente tenha as condições propícias para o acontecimento de novas ondas de calor. O que não dá para fazer é uma antecipação tão fidedigna e tão assertiva de quando isso pode acontecer."

O fenômeno El Niño é caracterizado pelo enfraquecimento dos ventos alísios (que sopram de Leste para Oeste) e pelo aquecimento anormal das águas superficiais da porção leste da região equatorial do Oceano Pacífico. As mudanças na interação entre a superfície oceânica e a baixa atmosfera têm consequências no tempo e no clima em diferentes partes do planeta. Isso porque a dinâmica de circulação das massas de ar adota novos padrões de transporte de umidade, afetando a temperatura e a distribuição das chuvas.

O El Niño – que ocorre em intervalos de tempo que variam entre três e sete anos – persiste em média de seis a 15 meses. Segundo Saulo Rodrigues, no Brasil, o fenômeno provoca seca nas regiões Norte e Nordeste. Já o Sul registra ocorrência de chuvas torrenciais e ciclones extratropicais.

No Sudeste, conforme observa Ricardo de Camargo, a transição para o regime de chuvas, como é esperada para essa época do ano, está demorando.

"Estamos tendo um período extremamente longo em que não há atuação de nenhuma frente fria. Elas não estão conseguindo avançar em direção ao Sudeste e ao Centro-Oeste. Chove muito no Sul e as frentes frias vão embora direto para o oceano".

O meteorologista explica como a movimentação no Oceano Pacífico está ligada com essa situação. "A atmosfera sente a mudança do posicionamento das águas quentes que saem lá de perto da Ásia, da Austrália e da Oceania e vêm ocupar porções mais centrais ou até mais próximas da América do Sul. E aí existe um impacto. Uma das assinaturas é justamente essa dificuldade dos sistemas frontais conseguirem avançar mais em direção ao Sudeste e ao Centro-Oeste".

Aquecimento global

Mas só o El Niño não é suficiente para explicar a situação, segundo avalia o pesquisador da UnB. Ele considera que o fenômeno tem uma influência importante, mas a análise desses eventos extremos deve considerar em primeiro lugar o aquecimento global. O pesquisador alerta para as projeções indicando que as ocorrências de fortes chuvas, calor extremo e secas severas deverão ficar mais frequentes e mais intensas. São episódios que podem desencadear desastres socioambientais e problemas de saúde.

"Já existe um conhecimento científico sólido sobre a capacidade que as mudanças climáticas possuem de produzir grandes perdas e danos para a sociedade e para as atividades produtivas. As populações vulneráveis se tornam muito potencialmente vítimas desse cenário", observa Saulo Rodrigues.

De acordo com Ricardo de Camargo, não dá mais para colocar em dúvida que as mudanças climáticas estão em curso. "É inegável que as temperaturas estão cada vez mais altas em todos os lugares do planeta de uma maneira quase geral. Não há mais espaço para negacionismo com relação a isso. As projeções indicam que os sistemas transientes e os eventos extremos devem ficar mais frequentes, mais comuns e irão atingir com maior severidade. Se fizermos uma análise do que tem sido divulgado na mídia, veremos que realmente o mundo todo está enfrentando essas situações de episódios severos".

O meteorologista, no entanto, faz uma ponderação. "É difícil atribuir um percentual de responsabilidade da mudança climática nessa onda de calor que estamos vivenciando agora", avalia. Segundo ele, considerando a mudança no regime de precipitação que tem se observado, é possível fazer a associação, mas com algum cuidado.

Políticas Públicas

Saulo Rodrigues observa que os principais responsáveis pelo aquecimento global são os países desenvolvidos, que emitem maior quantidade de gases de efeito estufa. Ao mesmo tempo, ele avalia que o Brasil tem um desafio.

"Nós temos uma matriz energética com grande percentual de energia renovável. A matriz elétrica brasileira é 90% composta de energia renovável. Poucos países do mundo tem essa capacidade de produzir energia com baixas emissões de carbono. O Brasil tem esse ativo. O Brasil também tem a Floresta Amazônica e o Cerrado que retiram carbono da atmosfera. Isso é muito importante para o equilíbrio climático. Então o Brasil é parte da solução. O principal problema brasileiro é a questão do desmatamento".

O pesquisador da UnB cita alguns resultados positivos neste ano, com o registro da queda das taxas de desmatamento, mas faz um alerta. Segundo ele, o governo deve elaborar políticas públicas que considerem os efeitos de médio e longo prazo.

"Somos reconhecidamente um dos países mais vulneráveis aos impactos das mudanças climáticas, porque [o Brasil] se localiza em uma faixa tropical onde as temperaturas normalmente já são mais elevadas. O aquecimento global tende a intensificar essas temperaturas."

Segundo o pesquisador da UnB, a regulamentação do mercado de carbono, em discussão da Congresso, é positiva. Mas ele defende que o agronegócio não pode ficar de fora dos setores que deverão cumprir metas de descarbonização. Essa é uma questão que tem gerado divergências.

"O mercado voluntário de carbono, sem a regulação do estado, tem apresentado muitas imperfeições. Muitas empresas estão vendendo crédito de carbono de forma irregular, não apresentando os resultados que oferecem e isso traz muita insegurança para os investidores. Por isso é tão importante a regulação desse mercado".

O calor da terça-feira (14) em São Paulo "empatou" com o registrado no dia anterior. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), nos dois dias a temperatura máxima na cidade foi a mesma, de 37,7°C.

Segunda e terça-feira foram os dias mais quentes do ano e registraram a maior temperatura para um mês de novembro desde o início das medições, em 1943, e a segunda maior medida pelo Inmet em São Paulo.

##RECOMENDA##

O recorde histórico em 80 anos é 37,8°C (apenas um décimo a mais), registrado em 17 de outubro de 2014.

Antes de segunda-feira, a maior temperatura de 2023 havia sido de 37,1°C, medida no domingo, 12. Portanto, os últimos três dias - domingo, segunda e terça-feira - foram de recordes consecutivos de temperatura na capital no ano.

A temperatura oficial no município de São Paulo, para o Inmet, é medida na estação convencional do Mirante de Santana, na zona norte. Outros postos de medição podem registrar temperaturas maiores, mas aquela considerada oficial é a desta estação.

Previsão para o feriado

O calor vai continuar em São Paulo nesta quarta-feira, 15 de novembro, feriado do Dia da Proclamação da República. Segundo a Meteoblue, a temperatura máxima deve ser de 36°C, com sensação térmica de 38°C. A mínima deve ser de 21°C.

Na quinta-feira, 16, deve fazer mais calor na capital, diz a Meteoblue: máxima de 37°C e mínima de 24°C.

As temperaturas elevadas não provocam efeitos negativos somente no ser humano. Também os animais, sejam domésticos ou de produção, estão sujeitos a perigos provocados pelo calor extremo, alertou nesta terça-feira (14) a professora do Instituto de Zootecnia da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) Ana Lúcia Puerro de Melo. “Todos eles estão sujeitos a estresse pelo calor com essas ondas de calor tão extremas”. 

Quando se pensa em animais domésticos, que vivem dentro das casas, os principais cuidados que devem ser tomados incluem propiciar um ambiente com conforto térmico, isto é, com sombra, água fresca, verificar se a vasilha está limpa e com água fresca, trocar a água com frequência, verificar o comportamento do animal, se está se alimentando, defecando e urinando normalmente, recomenda a professora.

##RECOMENDA##

Diante de qualquer comportamento ou indício de desconforto ou de que ele não está bem, a recomendação é procurar um veterinário. 

“No caso de animais de produção, o nível de estresse de calor é bastante grave. Dependendo da espécie e da raça, pode aumentar a taxa de mortalidade”, esclareceu a professora da UFRRJ.   Mesmo animais que são alojados em galpões que, em tese, são ambientes sombreados, o calor muito excessivo pode ampliar o índice de mortalidade. As aves são um exemplo.

Instalações

Quando são animais de produção, há cuidados que podem ser tomados antes da instalação da atividade, que seria pela escolha das raças que são mais adaptadas, e também pela instrução da construção das instalações, que devem garantir sombreamento, com fornecimento de água limpa. No manejo, podem ser feitas também alterações, como evitar estressar os animais com manejos em momentos de maior pico de temperatura, mas deixá-los em repouso, tentar fazer compensações.

“Se você notar que o animal diminuiu a ingestão de comida, deve-se tentar compensar isso no momento em que a temperatura diminui, com colocação de novo alimento fresco para incentivar a compensação dos períodos de calor”.  Ana Lucia disse que a cães e gatos podem ser oferecidos alimentos diferentes, palatáveis, que já vêm com um nível de umidade maior, porque isso também estimula a ingestão de líquidos, que é essencial.

“Apesar de ser muito similar ao que se recomenda para os seres humanos, como diminuir a atividade, a movimentação, isso serve também em relação ao manejo dos animais, que é deixá-los em repouso em momentos de maior calor, evitar exposição ao sol desnecessária, manter o fluxo de água limpa e fresca, para que isso estimule o consumo. Serve para eles e para nós também”.

Segundo Ana Lúcia, o estresse pelo calor é negligenciado até para os seres humanos. “A gente vê muitas campanhas do agasalho, no frio, mas nesses dias quentes, inclusive para os seres humanos que estão em situação de vulnerabilidade, muitas vezes não dispõem de um local decente para tomar um banho ou beber uma água potável em temperatura adequada, é essencial que haja conscientização sobre isso também”. 

Oceanos

O professor Francisco Gerson de Araújo, coordenador do Laboratório de Ecologia de Peixes da UFRRJ, explicou que esse calor excessivo é, primariamente, efeito de um forte El Niño, que é aumento da temperatura no Oceano Pacífico central, que gera um calor muito grande, muda a direção das correntes e faz com que o ar suba e desça sob a forma de barreira no Sul, mais ou menos a 5º de latitude. “É por isso que no Sul continua chovendo e, aqui, está seco e quente. Essa é a consequência do El Niño, que faz com que aumente a temperatura global”.

Gerson de Araújo disse que todos os peixes, como os demais organismos que vivem na água, têm uma temperatura interna vinculada à temperatura do ambiente. Quando a temperatura do ambiente aumenta de forma excessiva, eles tendem a se deslocar para áreas de temperatura mais amena, como estão acostumados.

Em nível global, os peixes vão se deslocando para latitudes mais altas, ou seja, da costa do Rio de Janeiro para a costa de São Paulo e de Santa Catarina.

“Quer dizer, para lugares em que a temperatura não esteja tão diferente da temperatura onde estão acostumados a viver. Há um deslocamento de massa geral, mas isso não acontece tão rapidamente. É aos poucos”, explicou.  O efeito desse deslocamento em função do calor excessivo é muito negativo, porque causa prejuízo a toda a cadeia trófica, ou cadeia alimentar. Algumas espécies começam a migrar para outras regiões e quebram a cadeia trófica onde vivem. As consequências são muito ruins. Algumas espécies podem, inclusive, desaparecer.

“Essa temperatura alta não é boa. É muito ruim”. Esse é um efeito global, em termos de oceano.  Já o efeito local também é negativo porque, toda vez que a temperatura aumenta, a quantidade de oxigênio diminui e pode haver mortandade de peixes, disse o professor da UFRRJ.

Em todo o País, 2.707 municípios estão sob alerta máximo por causa da forte onda de calor que atinge o Brasil nesta semana, segundo balanço do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Isso representa quase metade das 5.565 cidades brasileiras.

O órgão federal estendeu até sexta-feira, 17, o alerta de "grande perigo" em diferentes Estados. A situação atinge, principalmente, as regiões Sudeste e Centro-Oeste, mas também se estende por outras localidades do País.

##RECOMENDA##

Nesta segunda-feira, 13, a cidade de São Paulo teve o dia mais quente do ano, também conforme o Inmet. A temperatura máxima foi de 37,7°C, a maior para um mês de novembro desde o início das medições, em 1943. Também foi a segunda maior temperatura registrada pelo Inmet em São Paulo ao longo desses 80 anos.

O Inmet afirma que até sexta-feira, a onda de calor deve atingir os seguintes Estados: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Goiás, São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro, além de Distrito Federal. Também devem ser afetadas áreas no Amazonas, Pará, Tocantins, Bahia, Piauí, Maranhão e Paraná.

"As temperaturas devem ficar 5°C acima da média por mais de cinco dias consecutivos", disse o Inmet. O órgão afirma que, em cenários de "grande perigo", estão previstos "fenômenos meteorológicos de intensidade excepcional", com "grande probabilidade de ocorrência de grandes danos e acidentes".

Segundo o Inmet, é a oitava onda de calor do ano no Brasil, com início em 8 de novembro, e persistência até, pelo menos, a próxima sexta-feira. O cenário, acrescenta o instituto, tem sido impulsionado pelo El Niño, fenômeno que favorece o aumento da temperatura em várias regiões do planeta.

O El Niño também está ligado, segundo especialistas, à recorrência de temporais e ciclones no Sul do País e à severa estiagem na Amazônia, onde a seca dos rios tem atrapalhado o transporte fluvial e é registrado recorde de queimadas em alguns pontos da floresta. O Pantanal também sofre com a alta de incêndios.

Hidratação, protetor solar, energia e ar-condicionado

Por causa das temperaturas elevadas, são reforçadas orientações para aumento da hidratação, alimentação leve e uso de protetor solar. Autoridades relembram também a importância de evitar exposição direta ao sol, principalmente em horários em que o calor é mais intenso, como por volta de 12 horas.

Com os termômetros nas alturas, a demanda por energia tem atingido marcas históricas. A procura por ventiladores e aparelhos de ar-condicionado também disparou nos últimos dias.

Numa época em que a temperatura (extrema) é um assunto que vai muito além das conversas de elevador, um debate volta e meia aparece: até onde é possível confiar nos termômetros espalhados pelas vias urbanas? Isso porque não é raro nos depararmos com equipamentos que apresentam temperaturas distintas, seja entre relógios digitais separados por poucas quadras de distância, seja pela medição oficial, divulgada pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), por exemplo.

Para responder a essa questão, o Estadão conversou com o professor Fernando Lang da Silveira, do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Ele explicou como operam esses equipamentos, e isso já ajuda a responder por que há diferenças constantes entre a medição oficial da temperatura, e essas vistas nas ruas do País.

##RECOMENDA##

"As medidas de temperatura do ar são feitas por estações meteorológicas, como as do Inmet, que fornecem os dados oficiais divulgados pelas mídias. Essas medidas obedecem a uma série de critérios usados universalmente", explica Lang. Ele ressalta que, para isso, não basta apenas ter bons termômetros devidamente calibrados.

"Como o objetivo é medir a temperatura do ar, os termômetros devem estar em um abrigo meteorológico", diz o professor da UFRGS. Esses abrigos, em geral, são de cor branca, "para minimizar a absorção de energia térmica".

Eles também são instalados a cerca de 1,5 metro de altura do solo e têm venezianas, o que permite a circulação natural do ar para o seu interior, onde ficam os equipamentos de medição. Tudo isso, como se pode observar, é bem diferente do que vemos nos termômetros de rua.

Como funcionam os termômetros instalados nos relógios digitais espalhados pelas vias urbanas?

Segundo o professor Lang da Silveira, os equipamentos contam com um sensor de temperatura. "Trata-se de um sensor do tipo termopar, no qual a medida da temperatura é consequente de um sinal elétrico oriundo do sensor", explica.

Há uma margem de erro na temperatura apresentada pelos termômetros de rua?

Aqui o professor da UFRGS faz uma ressalva: os sensores são precisos, mas a temperatura que eles captam é a do próprio sensor. "Nas estações meteorológicas, os termômetros se encontram em um abrigo especial, que tem o objetivo de garantir que a temperatura registrada seja a mais próxima possível da temperatura do ar atmosférico", lembra Lang.

"Vemos relógios digitais espalhados pelas cidades com cores e aparências diversas, com localizações que não raro os expõem à radiação solar direta, aquecendo o seu interior, em especial o local onde o sensor de temperatura se encontra. Há, de fato, erros importantes na medição da temperatura, pois a medida usualmente não fornece a temperatura do ar atmosférico."

Os termômetros de rua captam a temperatura 'real' ou a sensação térmica?

"Eles captam uma temperatura ‘real’, mas que pelas razões postas anteriormente não é uma medida fidedigna da temperatura do ar atmosférico", diz o professor de Física da UFRGS. "As estimativas de sensação térmica envolvem outros fatores além da temperatura, tais como umidade relativa e velocidade do vento."

Por que, em alguns casos, vemos diferenças de vários graus entre termômetros de rua instalados a distâncias não muito grandes?

Essa é uma pergunta que muita gente se faz, em especial em vias muito movimentadas, que costumam ter diversos equipamentos instalados a poucas quadras de distância. E a razão é simples: a posição onde foi instalado o relógio.

"Dois relógios digitais próximos podem fornecer medidas de temperatura muito diferentes. É fácil imaginar que se um estiver na sombra e o outro sob radiação solar direta, - ou se um estiver em local mais ventilado do que o outro -, registrarão diferentes temperaturas", pondera Lang.

Mas, afinal: podemos confiar na temperatura exibida nos relógios digitais das cidades?

Se a intenção é ter uma noção aproximada da temperatura que se está enfrentando, em especial nessa onda de calor, a resposta é sim. "Eles servem para se ter uma informação mais ou menos confiável da temperatura do ar atmosférico, (ainda que) frequentemente com muitos graus de diferença em relação ao valor efetivo da temperatura do ar", diz o professor da UFRGS.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando