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Após meses de negociações, a Americanas fechou um acordo com credores em torno do plano de recuperação judicial, em mais um passo para a execução das medidas previstas. A companhia receberá uma capitalização de R$ 24 bilhões, dividida entre recursos dos acionistas de referência e a conversão de dívida pelos bancos credores, e prevê que após a implementação do plano, sua dívida bruta cairá para R$ 1,875 bilhão. No final de 2022, dado mais recente, a dívida bruta da empresa era de R$ 37,331 bilhões.

O acordo, firmado nesta segunda-feira, 27, foi aceito por titulares de mais de 35% da dívida da companhia, excluídos os créditos intercompany (credores apoiadores). A rede varejista afirma que outros credores que participam das negociações indicaram interesse, de forma não-vinculante, em apoiar o plano, e que conduzem processos internos de aprovação para entrar no acordo assinado hoje.

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As negociações se estenderam ao longo do fim de semana, como havia antecipado o Estadão/Broadcast na sexta-feira, 24. Bancos como Bradesco, Itaú Unibanco, Santander Brasil e BV sinalizaram de maneira informal concordar com os termos de acordo, e outros analisavam internamente questões jurídicas, embora também fossem favoráveis à aprovação. Havia uma expectativa de fechar o acordo no domingo, mas a negociação acabou se estendendo para esta segunda. O acordo ainda depende de aprovação em assembleia geral de credores (AGC), convocada para 19 de dezembro.

O acordo prevê que as partes darão suporte às iniciativas de reestruturação da Americanas previstas no plano, como a capitalização, e que votarão a favor do plano de recuperação judicial da companhia na AGC. Além disso, também faz com que as partes se comprometam em participar do aumento de capital da empresa e a não tomar medidas contrárias aos termos do acordo ou às transações do plano.

A Americanas receberá um aporte de R$ 12 bilhões por parte de Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, acionistas de referência da companhia, o que inclui o empréstimo DIP (debtor-in-possession, concedido a empresas em dificuldades) de R$ 2 bilhões. Os credores converterão o mesmo montante em ações da companhia. Todos os demais acionistas terão direito de preferência, segundo a Americanas. No aumento de capital, a cada três ações emitidas, haverá um bônus de subscrição adicional, ao preço de exercício de R$ 0,01.

Após o aumento de capital de R$ 24 bilhões ao todo, a Americanas destinará até R$ 8,7 bilhões para pagar os credores financeiros, através de um leilão reverso de R$ 2 bilhões, ou então do pagamento antecipado de créditos com desconto, ao qual serão destinados R$ 6,7 bilhões. Depois dessas operações, a empresa prevê que sua dívida bruta cairá para até R$ 1,875 bilhão, deixando sua estrutura de capital mais leve que a atual.

Além disso, após o aumento de capital, a Americanas vai realizar uma assembleia geral de acionistas para eleger uma nova chapa para compor o conselho de administração. O mandato será de dois anos, e permitirá a recondução por mais dois.

A Americanas afirma ainda que terá de obter até a data da AGC uma autorização societária para incluir no plano de recuperação a previsão de que as ações emitidas no aumento de capital tenham seu preço fixado de acordo com o preço médio de mercado ponderado pelo volume nos 60 dias correntes anteriores. A Americanas prevê que, se obtiver essa aprovação, o preço de emissão de cada papel será de 1,33 vez o preço médio nesse período.

Essa necessidade foi incluída no acordo por demanda dos credores. Se não for cumprida, de acordo com a varejista, o acordo pode ser extinto.

Fiança

A Americanas garantiu ainda, com os credores apoiadores, uma garantia firme para obter fianças bancárias ou seguros-garantia de R$ 1,5 bilhão, com validade de dois anos após a conclusão da reestruturação aplicável a esses credores, ou até o encerramento da recuperação judicial, o que acontecer primeiro. Outros credores que sejam elegíveis a essa opção poderão aderir à garantia até a véspera da AGC.

Em contrapartida, segundo a companhia, os credores que assinarem o plano nas condições descritas terão o direito a receber uma parcela do montante de R$ 1,5 bilhão a partir do pagamento antecipado de créditos, de R$ 6,7 bilhões, previsto no plano. Ou seja: ganharão lugar na fila de credores da empresa.

O secretário de Desestatizações e Desinvestimentos do Ministério da Economia, Salim Mattar, afirmou nesta terça-feira (18), em evento do BTG Pactual, que a Eletrobras será capitalizada em 2020. Segundo ele, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), estão convencidos da necessidade disso.

"As conversas estão indo muito bem", afirmou o secretário. "Temos grandes aliados na Câmara e no Senado", disse também.

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Mattar afirmou que em poucos dias o governo pretende concluir a modelagem da capitalização. "Estamos alinhavando e finalizando a modelagem para o mercado e para o governo, pois como é uma empresa que pertence ao pagador de impostos, temos de vender a perda de controle pelo melhor valor possível", disse.

O secretário ressaltou que a Eletrobras tem uma capacidade de investir até R$ 4 bilhões por ano, menor do que a necessária. Segundo ele, se a empresa não for capitalizada, a consequência será perda de participação de mercado.

O ano de 2019 foi marcado por um dos desafios mais difíceis já enfrentados pelo Congresso Nacional: votar a mais profunda reforma da Previdência feita no país desde a Constituição de 1988. No dia 12 de novembro, a Emenda 103/2019 foi finalmente promulgada, alterando o sistema previdenciário e trazendo regras de transição. Com base no texto aprovado pelos parlamentares, o governo estimou economia de R$ 855 bilhões aos cofres públicos para os próximos dez anos.

Entre outros pontos, a reforma adotou uma idade mínima de aposentadoria tanto para quem trabalha na iniciativa privada como para servidores públicos: 65 anos para homens e 62 para mulheres. Além disso, mudou regras de cálculo para o valor do benefício, instituiu normas de transição para os trabalhadores da ativa e alterou o sistema de pensões (veja aqui as principais mudanças).

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Os regramentos estão valendo desde a publicação no Diário Oficial da União, em 13 de novembro, com exceção das mudanças nas alíquotas de contribuição. Os novos percentuais começarão a ser aplicados sobre o salário de março de 2020. Na iniciativa privada, a alíquota vai variar de 7,5% a 14%. Para os servidores públicos, começará em 7,5%, podendo chegar a 22% sobre o que ultrapassar o teto constitucional do serviço público. A incidência da contribuição será por faixas de renda e, portanto, serão necessários cálculos individualizados para se saber quanto será descontado do contracheque do trabalhador. 

Editada em 4 de dezembro, uma portaria da Secretaria Especial da Previdência e Trabalho do Ministério da Economia deu prazo até 31 de julho para que prefeituras e governos estaduais ajustem as alíquotas de seus servidores locais ao novo regime previdenciário de modo que elas não sejam inferiores ao cobrado pela União, salvo se o ente não tiver deficit atuarial a ser equacionado.

PEC Paralela

Também ficou para este ano a proposta de emenda à Constituição conhecida como PEC Paralela (PEC 133/2019), que possibilita a extensão das regras de servidores federais para os estaduais e municipais. Só que a tarefa caberá aos deputados, visto que o texto já passou pelo Senado.

Entre os senadores, há quem diga que há o risco de a PEC Paralela ser abandonada na Câmara. O líder do Bloco Parlamentar Senado Independente, Veneziano Vital do Rêgo (PSB-PB), é um dos que acreditam que a proposta não vai prosperar e já falou sobre isso em Plenário:

"Continuo convencido de que esse ardil construído pelo governo não vai ser levado adiante. Se ela for adiante e voltar ao Senado, eu sou o primeiro a dizer: errei quando projetei algo diferente e assim votarei. Mas não creio, não acredito, absolutamente. Foi um jogo de cena tentar transmitir à opinião pública que as maldades plantadas e que não foram, de forma lamentável, retiradas na PEC 6, poderiam estar sendo consertadas na PEC Paralela. E nós sabemos que isso não acontecerá", afirmou.

Um dos vice-líderes do governo no Senado, Elmano Férrer (Podemos-PI), pensa diferente e está otimista no trabalho da Câmara. Ele também ressaltou que alguns governadores já se anteciparam à discussão.

"É imprescindível a inclusão de estados e municípios. Aliás, vários governos já iniciaram as discussões em suas assembleias legislativas. No Piauí, por exemplo, foi aprovada em dois turnos, no último dia 11 de dezembro, a emenda à Constituição estadual. A Câmara dos Deputados e seus dirigentes saberão o melhor momento para a tramitação e aprovação da PEC 133/2019", avaliou.

Além do Piauí, outros seis Estados já saíram na frente e decidiram não esperar uma definição da Câmara: Alagoas, Acre, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Maranhão e Espírito Santo aprovaram reformas próprias para a Previdência dos servidores locais.

Na sessão de promulgação da reforma, em 12 de novembro, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, lembrou que, para que a tramitação das mudanças na Previdência fosse célere, acordos foram feitos, os quais incluíram a PEC Paralela.

"Foi sugestão do Senado uma PEC Paralela. Essa proposição, cujo maior impacto reside na questão previdenciária de estados e municípios, permitiu a aprovação do texto principal sem demora. Cabe destacar que, se aprovada como está, pode vir a poupar R$ 350 bilhões, melhorando ainda mais o resultado fiscal do setor público, além de evitar que estados e municípios sejam paralisados por falta de recursos. Acordos foram feitos e mantidos para que esta emenda à Constituição esteja sendo promulgada agora. Essa é a essência da política, da qual não podemos nos afastar", afirmou Davi na ocasião.

A principal mudança da PEC Paralela é a inclusão de estados e municípios no novo sistema de aposentadorias. Por meio de leis ordinárias aprovadas pelas assembleias estaduais, eles poderão adotar integralmente as mesmas regras aplicáveis ao regime próprio da Previdência Social para os servidores públicos civis da União.

O texto também prevê regras diferenciadas para servidores da área de segurança pública; isenta as entidades beneficentes de contribuição para a seguridade social, desde que elas sejam certificadas pela União e prestem serviços nas áreas de assistência social, saúde e educação; e ainda traz a possibilidade de criação de um benefício de caráter universal para crianças em situação de pobreza. O auxílio mensal deve complementar os gastos com “nutrição e desenvolvimento” de meninos e meninas até 5 anos de idade.

Capitalização

Outra questão que ficou para 2020 é o regime de capitalização, um sistema semelhante à ideia da poupança, em que o trabalhador contribui para a formação do seu próprio montante individualmente para ser usado no futuro.

O tema enfrentou grande resistência no Congresso Nacional, e há senadores que não acreditam na retomada do assunto. O líder do PT, Humberto Costa (PE), é um deles. O representante de Pernambuco acredita que o governo pode até tentar novamente, mas acha muito difícil a aprovação do tema.

"Acredito que o governo não desistiu, mas não vejo muita possibilidade de aprovação dessa medida, até porque temos o exemplo do Chile, que conseguiu produzir uma quantidade de miseráveis aposentados que se tornaram parte importante desse processo de insatisfação naquele país", opinou.

O assunto é visto com cautela até por governistas. O vice-líder Elmano Férrer lembrou que a capitalização já foi rechaçada pelo Congresso Nacional e, no momento, há outras reformas estruturantes mais importantes, como a reforma tributária, as propostas de emenda à Constituição do Pacto Federativo e o Marco Legal do Saneamento Básico.

"Não é oportuna a reedição de projeto de lei que vise a impor o sistema de capitalização. Acredito que o debate em torno da capitalização deve ser feito em momento posterior, diante da necessidade de o governo enfrentar reformas essenciais ao Brasil", disse. 

*Da Agência Senado

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), afirmou, nesta sexta-feira (20), que o modelo proposto pelo governo de capitalização da Eletrobras não passa na Casa. O senador destacou que há 48 senadores, do Norte e do Nordeste, que são contrários a modelagem apresentada no projeto de lei de novembro, e que o Executivo vai precisar construir uma nova se quiser buscar apoio no Senado.

"Se mudarem a modelagem pode ser que tenha apoio do Senado", disse Alcolumbre, que também defendeu a manutenção da Golden share pelo governo.

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O presidente do Senado também afirmou que senadores que conhecem o setor elétrico entendem que a empresa valeria R$ 120 bilhões, e que portanto uma capitalização que ronde de R$ 15 bilhões a R$ 20 bilhões não seria razoável.

Com o projeto encaminhado ao Congresso, o governo prevê arrecadar pelo menos R$ 16,2 bilhões, que é valor-piso para a mudança de regime da empresa, correspondente ao pagamento da outorga para a União.

O governo ainda não desistiu que propor um regime de capitalização para a Previdência no Brasil, disse o ministro da Economia, Paulo Guedes, em evento com empresários do varejo em Brasília, na noite desta terça-feira, 17. Na capitalização, os trabalhadores contribuem para uma conta individual, que bancará os benefícios no futuro.

A equipe econômica tentou emplacar uma autorização para criar o regime de capitalização na proposta de reforma da Previdência em tramitação no Congresso Nacional, mas o item foi uma das primeiras baixas durante as discussões na Câmara dos Deputados.

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"Não desistimos de ir na direção da capitalização", disse Guedes em evento em Brasília. "É uma ideia boa, importante. Valeu a luta, mesmo que não tenha avançado", afirmou.

Segundo o ministro, a reforma atual garante tempo - cerca de 20 anos - até que o Brasil precise novamente mexer em suas regras de aposentadoria e pensão. Para ele, no entanto, sem a capitalização as futuras gerações podem enfrentar problemas de sustentabilidade na Previdência.

Hoje, o regime é solidário, ou seja, as contribuições dos trabalhadores bancam os benefícios de quem já se aposentou. O problema é que, com um número cada vez menor de jovens e maior de idosos, esse financiamento fica desequilibrado, ponderou o ministro.

Guedes comemorou o avanço das reformas no Congresso Nacional e alfinetou o governo anterior. Ontem, em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, o ex-presidente Michel Temer destacou que a discussão sobre a reforma da Previdência começou em seu governo, abrindo portas para a aprovação agora.

"Se reforma da Previdência era tão fácil, por que o governo anterior não aprovou?", questionou Guedes. "Se teve uma gravação (que atrapalhou), por que governo anterior não mandou reforma da Previdência antes do que o teto de gastos?", emendou o ministro, referindo-se à gravação de Temer com o empresário Joesley Batista, que acabou atrapalhando as negociações pela reforma e ocupou o Congresso com a votação de duas denúncias contra o ex-presidente.

Para Guedes, o adiamento da Previdência no governo passado acabou pressionando ainda mais o teto de gastos este ano. "O governo (Temer) fez o teto, mas não fez as paredes", disse. O ministro, porém, defendeu a manutenção do limite de despesas.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta segunda-feira, 17, que tinha proposto, na semana passada, ao ministro da Economia, Paulo Guedes, que o governo enviasse um projeto de lei que tratasse da capitalização, tema que foi retirado da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Previdência no relatório final. Um possível projeto foi citado pelo ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, como alternativa caso o governo não consiga reintroduzir a capitalização nas discussões finais.

"Foi a proposta que eu fiz ao ministro Paulo Guedes na semana passada. Mas acho que ele não gostou", disse Rodrigo Mais, após participar do Ethanol Summit, em São Paulo. Indagado sobre essa possibilidade, aberta por Onyx, no mesmo evento na capital paulistana, Maia emendou: "O ministro da economia é o Paulo Guedes". Para o presidente da Câmara, ainda há brechas para a reintrodução da capitalização na PEC da Previdência. "É só pegar o destaque do deputado Mauro Benevides (PDT-CE), ou puxar de volta o texto do governo e ver se tem voto. É democrático e o PSL pode fazer isso."

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Maia evitou polêmicas ao ser questionado sobre o pedido do presidente Jair Bolsonaro para que a população pressione senadores a rejeitarem projetos que anulem o decreto dele para flexibilizar o porte de armas no País. "Não devemos gerar mais polêmica, o presidente tem a posição dele, sempre defendeu isso e cabe ao Parlamento ou modificar a lei, ou derrubar o decreto", disse.

O presidente da Câmara, que mais cedo considerou uma "covardia sem precedentes" a saída do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Joaquim Levy, reforçou as críticas à forma da saída do executivo. "Demitir é uma prerrogativa do presidente da República e do ministro da Fazenda, só acho que o formato não foi o mais adequado."

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta sexta-feira, 14, que, como o relatório da proposta de emenda constitucional de reforma da Previdência na comissão especial da Câmara dos Deputados, elaborado pelo relator Samuel Moreira (PSDB-SP), teve seu impacto fiscal reduzido, tornou irrelevante a supressão da parte do texto original que permitia a implementação de um sistema de capitalização.

Ao apresentar o relatório na quinta-feira, o deputado Moreira informou que o impacto fiscal da proposta para a União, conforme o relatório, ficaria em R$ 913,4 bilhões em dez anos. A meta da proposta do governo federal era de R$ 1,2 trilhão. No relatório, para compensar a perda de impacto fiscal com mudanças propostas, o relator sugeriu aumentar a alíquota da Contribuição sobre Lucro Líquido dos bancos de 15% para 20%, o que renderia R$ 5 bilhões por ano. O relatório também sugeriu a transferência dos repasses do FAT do BNDES para a Previdência.

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"Não precisava nem tirar a emenda de capitalização. Só o fato de tirar (economizar) R$ 860 bilhões, já acabou com a reforma da Previdência. Achei redundante tirar a emenda de capitalização. Não vamos fazer mesmo", afirmou Guedes, já entrando no carro, após participar de evento no Consulado-Geral da Itália, no Rio.

A jornalistas, Guedes disse que, com as mudanças do relatório, a economia fiscal da reforma da Previdência ficou em R$ 860 bilhões em dez anos, e não nos R$ 913,4 bilhões informados pelo relator. Para ele, está vencendo a velha Previdência. "Se sair só R$ 860 bilhões de cortes, o relator esta dizendo o seguinte: abortamos a Nova Previdência e gostamos mesmo da velha Previdência. Cedemos ao lobby dos servidores públicos, que eram os privilegiados", afirmou o ministro.

Guedes também lamentou o fato de o relatório de Moreira deixar de fora da reforma previdenciária os Estados e municípios, "porque eles estão fragilizados financeiramente". "Se fizerem um numero de R$ 860 bilhões, estão dizendo que vamos ter problemas lá na frente, porque Estados e municípios estão fora", afirmou o ministro.

Segundo Guedes, com a reforma do jeito que ficou após o relatório, será necessário fazer novos ajustes no futuro. "Para o governo Bolsonaro, está resolvido. Já levantaria os R$ 860 bilhões. Agora, daqui a cinco ou seis anos tem outra reforma. Continuam com a velha Previdência", afirmou o ministro.

Guedes também comentou rapidamente os protestos contra a reforma da Previdência, que tomam as ruas do País nesta sexta-feira. Para o ministro, os atos deveriam ser aos sábados e domingos, para não atrapalhar o trânsito, o que segundo ele serve para dar a impressão que os protestos são grandes.

A capitalização, sistema em que cada trabalhador contribui para a própria aposentadoria, foi retirada da proposta de reforma da Previdência, disse, há pouco, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Em entrevista coletiva para adiantar pontos do relatório da comissão especial da Câmara sobre o tema, a ser apresentado nesta quinta-feira (13), ele disse que o governo tentará reincluir a capitalização por meio de uma nova proposta de emenda à Constituição (PEC) a ser apresentada no segundo semestre.

Segundo Maia, os partidos que apoiam a reforma da Previdência preferiram votar o texto sem a autorização para incluir a capitalização por meio de uma futura lei complementar para impedir uma desidratação maior da proposta e garantir uma economia próxima de R$ 1 trilhão nos próximos 10 anos.

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“Hoje não temos consenso sobre o tema da capitalização. O tema não parece maduro. O mais importante para ter a capitalização é garantir uma economia próxima de R$ 1 trilhão. Falei com o ministro [da Economia] Paulo Guedes e expliquei que podemos retomar a capitalização com uma nova PEC, com mais calma, para explicar o assunto à sociedade. Não há rejeição à matéria, mas é preciso não pôr em risco uma economia próxima de R$ 1 trilhão”, disse Maia.

Sobre a inclusão dos estados e municípios na reforma da Previdência, Maia disse que trabalhará em conjunto com o relator na comissão especial, Samuel Moreira (PSDB-SP), para manter os governos locais na proposta. O tema, no entanto, será retirado temporariamente do parecer até o fechamento de um acordo com governadores e prefeitos.

“No fim dos debates na comissão e no plenário, quem sabe a gente consiga tratar de estados e municípios”, declarou Maia.

De acordo com Moreira, o relatório deverá excluir as mudanças no benefício de prestação continuada (BPC) e na aposentadoria rural. A retirada desses pontos na comissão especial havia sido acertada na aprovação da PEC na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. O relator acresscentou que ainda trabalha com a possibilidade de obter uma economia de R$ 1 trilhão em 10 anos com a aprovação de medidas do lado de receita, que reduzam incentivos e isenções, aumentando a arrecadação da Previdência. Mais tarde, Maia disse que busca uma economia entre R$ 800 bilhões e R$ 1 trilhão.

Moreira confirmou que pretende manter a idade mínima de 65 anos para homens e de 62 anos para mulheres, mas pretende reduzir o tempo mínimo de contribuição para 15 anos, no caso das mulheres. Para homens, o tempo de contribuição será mantido em 20 anos, conforme a proposta original.

Em relação à proposta do governo de retirar parâmetros de idade e de tempo de contribuição da Constituição, o relator confirmou que eliminará os pontos no texto. “Gostaria de desconstitucionalizar alguns itens, mas estou aqui para reportar o que é possível fazer dentro desse processo estruturante da economia.”

Moreira também disse que estuda a diminuição, de 60 para 57 anos, da idade mínima de aposentadoria para as professoras. “Sempre tivemos preocupação social de melhorar emenda que chegou aqui com debate e participação de todos. Tivemos preocupação social aliada à preocupação fiscal. Com muita oportunidade para que oposição some na construção de uma reforma. Esta é uma pauta nacional”, afirmou Moreira.

A líder do governo no Congresso, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), agradeceu o empenho de Maia e de Moreira em aprovar a proposta. “Queria agradecer o empenho do presidente Rodrigo Maia pela aprovação da reforma da Previdência. Minha palavra é só de agradecimento, e vamos em frente”, declarou.

Durante a apresentação de pontos do relatório, os deputados da oposição José Guimarães (PT-CE), Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e Sâmia Bonfim (PSOL-SP) tentaram interromper a entrevista. Eles alegaram que a oposição não foi ouvida e que o presidente da comissão especial e o relator da proposta tinham garantido que não apresentariam pontos do relatório à imprensa antes da sessão da comissão marcada para amanhã. A entrevista coletiva foi interrompida por alguns minutos.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o Congresso Nacional pode realizar a reforma da Previdência sem aprovar, em um segundo momento, a proposta de criação do regime de capitalização. "As duas coisas não são indissociáveis", afirmou, durante sessão na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados.

Guedes voltou a dizer que não há alternativa à reforma da Previdência, mas que vai acatar o resultado das votações no Legislativo. "Minha obrigação é esclarecer e acatar resultado político final", completou.

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Investimentos

Guedes voltou a dizer que a aprovação da reforma da Previdência destravará os investimentos privados no País. "Uma reforma forte bota o Brasil para crescer. Os investimentos serão disparados imediatamente. Vamos sentir rápido esse bafo do crescimento", afirmou. "Há muito investimento vindo para os setores de óleo, gás e saneamento", completou.

Quente

O clima na audiência voltou a esquentar depois de o deputado Rui Falcão citar, pela segunda vez, investigações contra Guedes relacionadas a fundo de pensão. "A mera menção a fundos deixou o senhor exaltado. Eu sou inocente e o senhor geriu o fundo. O senhor faz acusações infundadas", disse Falcão.

O deputado rebatia declarações anteriores de Guedes. "Minha experiência foi levantar fundos de investimentos. Sem ofensa, sua experiência é com quem derrubou fundos?", questionou o ministro.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta terça-feira, 4, que a proposta de criação de um regime de capitalização para a Previdência valerá apenas jovens no seu primeiro emprego e que terá um custo de transição baixo. Ele destacou que o custo seria de "uma a três vezes o PIB brasileiro", se todos os trabalhadores quisessem migrar de regime, mas que não é esse o caso. "A proposta é criar regime só para jovens no seu primeiro emprego. São 200 mil, 300 mil jovens, o custo de transição é muito mais baixo. Por isso preciso do R$ 1 trilhão, R$ 100 bilhões por ano é absolutamente viável a transição", afirmou, na Comissão de Finanças de Tributação (CFT) da Câmara.

Na semana passada, o secretário de Previdência, Leonardo Rolim, disse que e o governo estima um custo de transição do atual sistema de aposentadoria para o regime de capitalização de R$ 115 bilhões em 10 anos e R$ 985 bilhões em 20 anos.

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Guedes disse ainda que, quando é bem sucedido, o sistema de capitalização pode ser solidário. "O projeto deixa a porta aberta para isso", garantiu.

O ministro disse que o regime de capitalização do Chile ficou 30 anos sem cobrar uma contribuição das empresas e gerou muitos empregos nesse período.

Segundo Guedes o governo chileno passou a cobrar das empresas agora, às custas de um desemprego um pouco maior. "Como a carga tributária do Chile é menor que a nossa, eu faria diferente. Eu elevaria a carga de impostos em 1% ou 2% do PIB para fazer a solidariedade (do sistema)", completou.

Guedes se recusou ainda a responder deputada do PSOL que disse que governo mente sobre a proposta de reforma da Previdência, o que desencadeou um início de bate-boca entre parlamentares da oposição e do governo.

Para reforçar os cofres do Tesouro Nacional e elevar o ânimo dos investidores, o governo decidiu acelerar os planos de privatização da Eletrobrás. Após sinalização de que o processo ficaria para 2020, os Ministérios de Economia e de Minas e Energia decidiram colocar o pé no acelerador na tentativa de viabilizar uma solução ainda este ano. O modelo deve ser definido até junho. A previsão é que a arrecadação chegue R$ 12,2 bilhões.

Enquanto o MME defende a capitalização e pulverização do controle da companhia, o Ministério da Economia estuda a possibilidade de que as subsidiárias da Eletrobrás sejam transferidas para outra empresa do grupo, a Eletropar, e vendidas separadamente.

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A secretária executiva do Ministério de Minas e Energia, Marisete Pereira, disse ao Estadão/Broadcast que o modelo mais adequado é o de capitalização. Desta forma, a Eletrobrás lançaria novas ações ao mercado, mas o governo, que hoje detém 60% da companhia, não compraria esses papéis, reduzindo sua fatia a cerca de 40%. Assim, deixaria o controle da Eletrobrás, mas manteria poder considerável por meio de ações especiais golden share, ação especial que garante poder de veto em alguns pontos.

Trata-se do mesmo modelo proposto durante o governo Michel Temer, mas a União ainda estuda a melhor forma de "blindar" as subsidiárias Eletronuclear e Itaipu, que precisam permanecer sob controle estatal. A União não pode abrir mão do controle da Eletronuclear, pois a exploração é monopólio constitucional da União, e nem de Itaipu Binacional, sociedade com Paraguai.

Já o secretário especial de Fazenda do Ministério de Economia, Waldery Rodrigues Filho, defendeu o "drop down", em que controladas - Chesf, Eletronorte, Furnas e Eletrosul- seriam repassadas à Eletropar, uma das subsidiárias do grupo, para a privatização. A informação foi dada em entrevista ao Estadão/Broadcast, publicada na terça-feira, 19. Nesse modelo, a Eletrobrás também continuaria com Itaipu e Eletronuclear, e a venda das controladas seria feita de forma separada.

A alternativa do Ministério da Economia embute o risco de que a venda de certas subsidiárias não se concretize. "Podemos ter êxito na venda de uma e receber outorga, e nas demais não prosperar. Esse modelo tem gestão mais restrita. Já no modelo de capitalização, só dependemos do apetite do mercado", disse a secretária do MME. Além disso, ela destacou que há chance de que as empresas sejam compradas por um único operador, concentrando o setor.

O sistema de capitalização que o novo governo pretende criar para a Previdência dos futuros trabalhadores deve valer apenas para quem ganha a partir de determinada renda, segundo apurou o Estadão/Broadcast. O ponto de corte ainda não está fechado pela equipe econômica, mas a vantagem desse modelo é que diminui o custo da transição, pois evita grandes perdas de arrecadação que ocorreriam se todos os novos trabalhadores migrassem e passassem a contribuir apenas pelo novo modelo.

A capitalização é um regime em que o segurado contribui para uma conta individual, que será remunerada e depois é usada para bancar os benefícios. Hoje, vigora no Brasil o regime de repartição, em que as contribuições pagas pelos trabalhadores e empregadores ajudam a bancar os benefícios de quem já está aposentado.

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A migração integral deixaria o governo sem receitas para pagar os benefícios, acentuando o déficit bilionário que já existe hoje.

A ideia em estudo pelos técnicos é que, para até determinado salário, não haverá alterações em relação ao formato atual de contribuição, ou seja, continuaria o regime de repartição. Para quem ganha acima desse valor, haveria uma segunda contribuição sobre a parcela acima do valor de referência, direcionada à conta individual capitalizada.

A visão no grupo de discussão sobre a reforma é que esse desenho híbrido, além de suavizar o custo de transição, vai melhorar a aceitação da proposta no Congresso Nacional. Para grande parte da população, nada mudará no regime de contribuição para a aposentadoria. Além disso, será mantido o caráter distributivo do regime de repartição.

Caso a capitalização valesse hoje para quem ganha acima de R$ 4,7 mil mensais, seriam atingidos 4 milhões de contribuintes ativos do INSS, ou 7,9% do total, segundo dados compilados pelo consultor legislativo Pedro Nery. Com um valor de referência menor, de R$ 3,8 mil mensais, contribuiriam para as contas capitalizadas 5,8 milhões, ou 11,4% do total. Já a capitalização vigorasse para quem ganha acima de R$ 2,8 mil mensais, abarcaria 9,3 milhões, ou 18,2% do total.

O desenho deve ser inspirado na proposta coordenada pelo ex-presidente do Banco Central Arminio Fraga e pelo economista Paulo Tafner e que contou com o trabalho de Leonardo Rolim, que é secretário de Previdência no novo governo. Nessa proposta, a chamada Nova Previdência valeria para nascidos a partir de 2014 (que ingressarão no mercado de trabalho a partir de 2030).

Segundo a proposta Arminio-Tafner, o valor de referência para definir quem deve contribuir também no modelo de capitalização seria de R$ 4,72 mil em 2030, caindo para R$ 3,95 mil em 2040, quando se encerraria a transição. Depois disso, de acordo com o modelo, o ponto de corte para ingressar na capitalização seria equivalente a 70% do teto do INSS. Os cálculos divulgados pelos coordenadores da proposta indicavam uma perda acumulada de R$ 11,7 bilhões até 2040, em valores atuais.

Embora essa proposta seja bastante conhecida dos integrantes do governo, fontes afirmam que não há definição sobre o valor que será adotado como referência para a capitalização, e o tema segue em discussão. "O sistema híbrido (baseado em dois regimes) diminui a perda de arrecadação do governo, porque apenas uma parte do salário iria ser investido no mercado, enquanto o resto continuaria fazendo caixa pro INSS. É a prescrição do Banco Mundial", afirma Nery. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Apple tornou-se a primeira companhia do mundo a ganhar um trilhão de dólares, com o aumento do preço de suas ações nesta quinta-feira (2). A empresa criada por Steve Jobs e Steve Wozniak atingiu o marco histórico quando seus ativos atingiram o valor de US$ 207,05 cada, um dia depois de ter apresentado fortes resultados financeiros.

A empresa atingiu uma capitalização de mercado de US$ 1 trilhão 42 anos depois de ter sido fundada. O preço das ações da Apple cresceu 2.000% desde que Tim Cook substituiu Steve Jobs na diretoria executiva, em 2011.

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O aumento no preço de suas ações veio graças aos resultados financeiros trimestrais divulgados na terça-feira (31). A gigante de tecnologia acumulou lucros de US$ 11,5 bilhões em três meses com vendas recordes de US$ 53,3 bilhões, elevando o valor da companhia de US$ 935 bilhões para a marca de US$ 1 trilhão.

A Apple começou a vender computadores desktop em 1976, mas suas fortunas foram impulsionadas pelo lançamento de aparelhos pessoais como o iPod em 2001 e o iPhone em 2007. Desde então, 18 modelos de iPhones diferentes foram anunciados e mais de 1,2 bilhão de dispositivos foram vendidos.

O Ministério da Fazenda é contrário à operação de capitalização da Caixa com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Segundo um integrante da equipe econômica, a operação com o FGTS é complexa e não deve ser aprovada pelo Conselho Curador do Fundo, órgão formado por 12 integrantes do governo, 6 representantes de confederações patronais e outros 6 de centrais sindicais.

Nesta quarta-feira (10) o Ministério do Trabalho informou que o conselho só deve se reunir em fevereiro. O mais provável é que a reunião aconteça depois da avaliação da operação pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que retorna do recesso no mês que vem.

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Um dos inúmeros entraves apontados pela Fazenda é a dificuldade de definir a taxa de referência que o banco pagaria no empréstimo com os recursos do FGTS. Não há operação similar no mercado.

Pela lei, aprovada depois de uma articulação relâmpago de lideranças do governo, o FGTS adquire R$ 15 bilhões em bônus perpétuo (sem prazo de vencimento) da Caixa e, em troca, recebe uma rentabilidade maior.

O governo está dividido. A ala política defende o empréstimo e tinha a expectativa de aprovação pelo conselho curador do FGTS ainda esta semana. A área econômica avalia como equivocado o argumento de que o banco terá de reduzir a oferta de crédito se não for feita a capitalização. O ritmo de crescimento da carteira é que teria de ser revisto.

Segundo apurou o Estadão/Broadcast, outras alternativas para a abertura de espaço no capital no banco estão sendo discutidas. A venda de carteiras de empréstimos que não são o foco do banco está no radar. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Supremo Tribunal Federal (STF), por maioria, validou a possibilidade de cobrança de juros sobre juros pelos bancos. A Corte declarou constitucional a medida provisória de 2000, reeditada em 2001, que prevê a capitalização de juros em períodos inferiores a um ano. Foram sete votos a favor da validade da MP e apenas um, do ministro Marco Aurélio Mello, contra.

O caso chegou à Corte em 2008, após o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) ter afastado a possibilidade de haver incidência de juros sobre juros em períodos inferiores a um ano, dando ganho de causa a uma consumidora.

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O Banco Fiat, parte no processo, recorreu ao Supremo contra a decisão. O Banco Central atuou no caso para defender a validade da medida provisória. A argumentação usada pela consumidora e admitida pela Justiça gaúcha era de que não havia urgência e relevância para adoção da norma, requisitos necessários para editar uma medida provisória.

O presidente da Corte, ministro Ricardo Lewandowski, afirmou que o STF só pode examinar a presença dos dois requisitos em casos urgentes. "Aqui não me parece o caso. Quando se trata de MP que envolve política financeira, sobretudo no mundo globalizado que vivemos em que bilhões de dólares são transferidos em segundos, creio que a urgência se mostra presente em regular esta matéria", disse Lewandowski.

O ministro Teori Zavascki lembrou que existem muitas outras medidas provisórias que até hoje não foram examinadas pelo Congresso e continuam em vigor e considerou que a MP está em vigor há quase 15 anos.

"Nesse caso especifico, estamos lidando com uma matéria que envolve um projeto da mais alta seriedade que se trata de dar estabilidade monetária", disse o ministro Gilmar Mendes.

O senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), relator da Medida Provisória 656/2014, afirmou nesta quinta-feira (27) que a tendência é incluir na proposta autorização para que o Tesouro Nacional faça um novo aporte no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Reportagem do Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, do dia 30 de outubro revelou que o governo pretendia aproveitar o final da atual legislatura no Congresso para incluir medidas que considera importantes de serem votadas, como a capitalização do banco.

"Ainda não está fechado, mas estamos vendo como acrescentar", adiantou Eunício Oliveira, em entrevista exclusiva ao Broadcast Político. Na terça-feira à noite, Eunício reuniu-se com o secretário executivo adjunto do Ministério da Fazenda, Dyogo Oliveira, e o senador Romero Jucá (PMDB-RR), que tem participado ativamente das negociações sobre o texto da MP.

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No final do mês passado, Romero Jucá havia contado que o Ministério da Fazenda também sinalizou com a necessidade de fazer um novo aporte no BNDES para que o banco consiga fechar as contas deste ano. A autorização deve ser de R$ 20 bilhões. A expectativa é que a Fazenda apresente as sugestões de mudanças para se fazer na MP até segunda-feira (1º de dezembro) e o relator conclua um texto "mais global" para análise da comissão mista até a próxima quarta, dia 3.

Segundo Eunício, a base aliada tentará aprovar a medida provisória no Congresso ainda este ano, mas ele disse que ainda tem tempo hábil para votar a proposta no próximo ano. Ele não quis precisar quando a proposta será apreciada pela comissão mista.

Além de passar pela comissão mista, a MP terá de tramitar ainda pelos plenários da Câmara e do Senado. A MP perde a validade no dia 6 de dezembro, mas ela ainda pode ser prorrogada por 60 dias - ou seja, pode ser aprovada ainda pelo Congresso no início da próxima legislatura, no início de fevereiro de 2015.

A Bradesco Seguros emitiu R$ 12,904 bilhões no terceiro trimestre deste ano, cifra 16,6% maior que a registrada em um ano, de R$ 11,069 bilhões. O resultado, segundo o banco, foi impulsionado pelo aumento da arrecadação com previdência privada e capitalização. Na comparação trimestral, houve queda de 7,8%, reflexo do "excepcional" avanço de 46,2% dos produtos de vida e previdência visto no trimestre anterior.

O segmento de vida e previdência totalizou R$ 5,645 bilhões em prêmios de julho a setembro, aumento de 13,6% ante um ano. Capitalização alcançou R$ 1,416 bilhão, expansão de 14,7%. No setor de saúde, foram R$ 4,137 bilhões em prêmios, alta de 20,9%. Os prêmios de ramos elementares (Auto/RE) cresceram 29,7%, para R$ 1,655 bilhão.

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O lucro líquido da operação de seguros do Bradesco alcançou R$ 1,058 bilhão no terceiro trimestre deste ano, expansão de 20,5% ante um ano, de R$ 878 milhões. Na comparação trimestral, houve retração de 1,3%. A Bradesco Seguros respondeu por 27% do resultado ajustado do Bradesco no terceiro trimestre, menor que a participação de 28% no trimestre anterior, conforme apresentação disponível para jornalistas.

O índice combinado, que mede a eficiência operacional de uma seguradora, foi a 86,5% ao final de setembro, piora de 0,2 ponto porcentual ante julho. Já em um ano, houve melhora de 0,9 ponto porcentual. Quanto menor o indicador, melhor. Acima de 100% indica prejuízo da operação.

A sinistralidade da Bradesco Seguros ficou em 72,7%, indicador estável na comparação anual. Em relação ao segundo trimestre, o indicador piorou 2,5 ponto porcentual.

Patrimônio

A seguradora do Bradesco fechou setembro com patrimônio líquido de R$ 19,507 bilhões, aumento de 19,5% em relação ao mesmo período do ano passado, de R$ 16,326 bilhões. Ante junho, foi vista alta de 3,7%. O retorno anualizado sobre o patrimônio ficou em 25,4%, queda de 0,9 ponto porcentual na comparação com o trimestre anterior.

Os ativos totais foram a R$ 174,101 bilhões de julho a setembro, aumento de 9,8% em um ano. Em relação aos três meses anteriores, foi registrado avanço de 2,6%.

O resultado financeiro da seguradora do Bradesco alcançou R$ 1,019 bilhão ao final de setembro, aumento de 49,4% ante igual intervalo do ano passado. A Bradesco Seguros totalizava 40,5 milhões de segurados no período, com a inserção de 900 mil clientes ante junho. Em 12 meses, foram acrescidos mil clientes.

A presidente Dilma Rousseff e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, assinaram decreto que autoriza a União a transferir R$ 193,650 milhões para aumento do capital social do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), empresa pública vinculada ao Ministério da Fazenda. O decreto está publicado na edição desta segunda-feira, 5, do Diário Oficial da União (DOU).

Segundo o texto, a efetivação da transferência financeira depende de liberação do Ministério da Fazenda e ocorrerá por meio de deliberação do Conselho Diretor, ouvido o Conselho Fiscal do órgão. O valor do repasse será corrigido pela taxa Selic até a efetiva capitalização.

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O ministro da Fazenda, Guido Mantega, autorizou nesta segunda-feira (1º) três contratos em que a União concede créditos para a capitalização da Caixa Econômica Federal e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Ao BNDES, o governo autorizou a concessão de R$ 15 bilhões, previstos na Medida Provisória 618, editada no início do mês passado. A MP diz que a União poderia conceder o crédito sob a forma de colocação direta por meio da emissão de títulos da Dívida Pública Mobiliária Federal.

Para a Caixa, foram autorizadas duas concessões que, juntas, somam R$ 8 bilhões. A primeira, no valor de R$ 3 bilhões, foi aprovada nos termos da Medida Provisória 620. A MP autorizou a União a capitalizar a Caixa em até R$ 8 bilhões, dentro das ações do Programa Minha Casa Melhor, que financia eletrodomésticos para beneficiários do Programa Minha Casa, Minha Vida. A Caixa será responsável pela concessão dos empréstimos.

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O outro valor autorizado para a Caixa é de R$ 5 bilhões, aprovado nos termos da Medida Provisória 600, de 28 de dezembro de 2012. Pela MP, a União recebeu autorização para conceder até R$ 7 bilhões à Caixa, a serem destinados à capitalização do banco.

As três autorizações da Fazenda estão em despachos publicados hoje no Diário Oficial da União.

O aumento de R$ 6,783 bilhões no capital do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), formalizado com a alteração do Estatuto Social da instituição, conforme decreto publicado nesta segunda-feira (1) no Diário Oficial da União, foi feito em operações de 2010 e 2011. A elevação foi feita com o repasse, pelo Tesouro, de ações da Petrobrás.

Segundo a assessoria de imprensa do banco, desde que foram feitas essas operações de capitalização, os recursos vinham sendo contabilizados numa conta transitória, como reservas a serem integralizadas. A mudança no Estatuto Social formalizou essa integralização.

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O BNDES destacou ainda que o aumento de capital não se assemelha às operações de empréstimo do Tesouro para o banco. Nessas operações, os aportes do Tesouro funcionam como funding para o BNDES, que empresta os recursos para os projetos financiados.

Já o aumento no capital do banco - que com a alteração feita nesta segunda no estatuto passou para R$ 36,340 bilhões - não tem impacto no funding do banco. Há apenas uma influência indireta na capacidade de o BNDES emprestar, quando as regras de prudência definidas pelo Banco Central (BC) usam o capital como referência para os limites de financiamento. O valor do capital está definido no Artigo 6º do Estatuto Social, aprovado em 2002. Antes da mudança, a última alteração feita nesse artigo, também por decreto, foi em 28 de dezembro de 2010, quando o capital foi fixado em R$ 29,557 bilhões.

Outra alteração no Estatuto Social do BNDES feita nesta segunda refere-se à composição do Conselho de Administração da instituição. O objetivo da mudança, segundo o banco, foi adequar-se à Lei 12.353, de dezembro de 2010, que trata da participação de empregados nos conselhos das empresas estatais. O conselho continua a ser formado por 11 membros mais o presidente do BNDES.

Quatro membros são indicados, respectivamente, pelos ministérios do Planejamento, Orçamento e Gestão; do Trabalho e Emprego; da Fazenda; e das Relações Exteriores. Seis membros são indicados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Já o representante dos funcionários será escolhido entre os empregados ativos, por voto direto de seus pares. O BNDES ainda está estudando como colocar em prática a eleição. O mandato, assim como o dos demais membros do conselho, é de três anos, sendo possível uma recondução.

Por fim, uma terceira alteração no estatuto do BNDES mexeu com o cálculo para financiar os fundos de recursos não reembolsáveis para projetos de ensino, pesquisa e tecnologia e para projetos de caráter social. Esses fundos são capitalizados com um porcentual do lucro do banco no ano anterior e as regras foram alteradas para excluir desse cálculo a influência da variação de cotações de ações.

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